Nova York investe US$ 317
milhões em reforma de sua biblioteca mais famosa
EFE Nova
York
24 nov 2017
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cedida pela Biblioteca Pública de NY. EFE/Mecanoo
Foto
cedida pela Biblioteca Pública de NY. EFE/Mecanoo
A
biblioteca mais emblemática de Nova York, conhecida pelos famosos leões que descansam
em sua entrada, realizará a maior reforma da sua história, que custará US$ 317
milhões e não está livre de polêmicas.
A
biblioteca, que fica na Quinta Avenida, está sempre bastante movimentada devido
ao fluxo de turistas, mas também é uma das que mais recebe pesquisadores em
todo o país, e permanecerá em obras até o fim de 2021.
Há quatro
anos, um grupo de pesquisadores conseguiu derrubar o projeto de reforma
anterior e ameaçou processar a instituição se esta não voltasse atrás em sua
tentativa de se desfazer de suas estantes centenárias.
Com a
nova reforma, a biblioteca ganhará 20% de espaço para salas de pesquisa,
exibição e oficinas educativas e incorporará uma cafeteria, uma nova loja, um
elevador e um novo terraço.
No
entanto, o plano diretor não trata de um assunto complicado: o uso que será
dado às estantes emblemáticas.
Estas,
datadas de 1911, não cumprem com os requisitos de temperatura, umidade e
segurança para incêndios que são necessários para as coleções mais delicadas.
É por
isso que a maior parte dos arquivos que costumavam ficar nelas estão
temporariamente realocados na biblioteca de Bryant Park, e suas prateleiras
abrigam outra coleção diferente, a da biblioteca de Mid-Manhattan, que está
envolvida em outra enorme reforma avaliada em US$ 200 milhões.
"Vamos
levar um tempo antes de tomar uma decisão. É melhor demorar um pouco mais do
que decidir às pressas e cometer equívocos", afirmou o presidente da rede
de bibliotecas públicas de Nova York, Anthony Marx, durante a apresentação do
plano diretor em uma audiência pública nesta semana.
"Como
se atrevem a chamá-lo de plano diretor se ele não contempla o aspecto mais
importante da biblioteca, como o das estantes?", questionou um usuário
durante a sessão de perguntas.
"O
que as pessoas querem é ter mais livros à disposição e acesso aos mesmos o mais
rápido possível", afirmou outro, que lembrou com nostalgia da época em que
podia sentir o cheiro entre as estantes, pegar ele mesmo o livro e, durante o
caminho, "deparar-se com outros exemplares" que sequer sabia que
existiam.
Marx
defendeu que, apesar dos livros estarem em outras bibliotecas, o tempo médio de
entrega é de 27 minutos, e destacou que, graças a um acordo com as
universidades de Harvard, Columbia e Princeton, o catálogo foi ampliado em 7
milhões de novos exemplares.
A
abertura de uma cafeteria na biblioteca também levantou paixões. "Café?
Café neste edifício majestoso?", resmungou uma senhora de idade avançada,
provocando aplausos do público que assistia à apresentação do plano.
Dos US$
317 milhões do plano diretor, 144 já foram investidos na última década, e a
maioria desses recursos provém de doações para a rede de bibliotecas públicas
de Nova York.
Esta rede
é, apesar do nome, uma fundação privada que recebe recursos públicos e particulares,
e tem 92 centros distribuídos nos distritos de Manhattan, Bronx e Staten
Island.
A reforma
envolverá uma reorganização dos espaços. Os andares superiores receberão as
salas silenciosas de leitura, para estudantes, leitores e pesquisadores,
enquanto os visitantes e os eventos ficarão restritos aos andares de baixo.
A parte
externa do edifício não sofrerá mudanças, exceto pela transformação de uma
entrada para funcionários na Rua 40, que se transformará em um terraço com
jardim, pensado para os grupos de estudantes que visitam a biblioteca, e que
ajudará a descongestionar os acessos.
A
arquiteta holandesa Francine Houben, cujo escritório ficará responsável pela
reforma, detalhou que o edifício é "esplêndido", mas que existem
algumas salas nobres que o público não vê na atualidade, um "erro"
que será reparado após as obras.
Apesar da
insistência do público, que perguntou pelo futuro das estantes, Anthony Marx se
limitou a dizer que todos os usos possíveis serão avaliados.
"Que
uso vocês querem dar para uma estante? Coloquem nela os seus livros!",
alfinetou uma senhora presente no evento, levando o público aos risos na sala.
Sergi
Santiago.
Fonte: EFE
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