Redes neurais vão adivinhar o que você falará em uma conversa ou texto
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Já
vimos robôs interagirem com humanos tanto em histórias de ficção
científica quanto no mundo real. Mas a inteligência artificial está
caminhando para outro nível: ela será capaz de adivinhar o que você está
prestes a dizer. E isso já é realidade graças a um trabalho elaborado
por cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Eles desenvolveram um mecanismo fundamentado no paradigma de Computação de Reservatório ou Reservoir Computing
(RC), que é baseado em uma rede neural, habilitada ao processamento de
dados variados. Essa última foi concebida a partir de memristores,
dispositivos eletrônicos que “gravam” em sua memória algo ou algum
padrão que já aconteceu antes.
A
construção de uma rede neural pode ser compreendida como os neurônios
de um cérebro, sendo eles constituídos de conexões entre nós. Para que
seja capacitada a fazer esse tipo de predição, ela é geralmente
submetida a um grande número de perguntas acompanhadas de suas
respectivas respostas. Com a conclusão desse treinamento, também já se
torna capaz de reconhecer algo que ainda não saiba.
Porém, com o uso de memristores
no sistema de computação, parte considerável desse processo é excluída,
uma vez que seu reservatório não necessita de treinamento. Assim, para
fazer predições, o próprio reservatório se encarrega de selecionar e
simplificar dados mais importantes.
Em
seguida, eles são repassados para uma segunda rede, que requer apenas
treinamentos com as redes neurais mais simples. Logo, ela vai
processá-los selecionando aqueles que forem considerados mais adequados,
até atingir o melhor nível possível, ou seja, com a menor possibilidade
de erros.
Inicialmente, a rede neural
poderá somente prever palavras e números que ainda serão escritos em um
texto. Nesse caso, os especialistas conseguiram “treinar” a rede neural
com 88 memristores, atingindo uma alta precisão de 91,1%. Essa
quantidade de componentes foi o mais próximo do ideal, uma vez que,
aumentando essa quantidade para 112 unidades, a taxa subiria apenas para
91,5%.
Diante
disso, os especialistas afirmam que o sistema ainda pode ser otimizado
com alguns ajustes durante o pré-processamento dessas informações. Feito
isso, eles poderão passar para a próxima etapa, na qual pretendem
torná-lo apto ao reconhecimento antecipado de palavras em uma conversa
falada entre duas pessoas.
Essa tecnologia
deverá beneficiar diversas áreas, em especial aquelas que necessitam de
ferramentas a análise de fala e reconhecimento/predição de ações. Além
disso, poderão ser usadas para elevar a eficiência de inteligência
artificial, de forma geral, e do aprendizado de máquina e computadores
neuromórficos, que funcionam de modo semelhante ao cérebro humano.
Fonte: Tecmundo
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