Olhe bem para o robô acima e responda ao questionamento do título. Parece arriscado deixar a sua estimada visão aos cuidados de uma máquina — ainda mais uma tão pequena. Só que esse novo projeto de uma equipe da Universidade de Harvard promete ser o "doutor" mais avançado em termos de cirurgias oculares, podendo atuar ainda em muitos outros setores.
O nome dele é milliDelta, mais um entre vários modelos de robôs da família Delta. A diferença é o tamanho e a precisão. Ele tem medidas de 15 x 15 x 20 mm e é capaz de operar sem problemas em um espaço de apenas 7 mm³ — tudo isso podendo aplicar força e vibrar em altas frequências. O visual, segundo a equipe, foi baseada em origamis e livros pop-up.

 
A velocidade atingida é tão intensa que, no vídeo acima, chega um momento em que fica tudo embaçado e você não consegue mais diferenciar os "braços" do milliDelta. Ao todo, ele se move a uma frequência de 75 hertz, que é até 25 vcezes maior que outros objetos similares. O trabalho é uma parceria entre o Wyss Institute for Biologically Inspired Engineering, de Harvard, e o John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences (SEAS).

Mas ele é útil?

A ideia é que o milliDelta seja bastante usado na medicina, especialmente em cirurgias que envolvam lidar com estruturas pequenas e complexas, como é o olho humano. Porém, ele também pode encontrar um emprego em indústrias como impressão 3D e fábricas em geral.
Por enquanto, os testes usando o robô foram bastante básicos, mas promissores. O milliDelta é capaz de corrigir trajetórias irregulares e, se não for usado individualmente, pode virar um sistema acoplado que aumenta a precisão de outras máquinas — ou até da mão humana, como no caso das cirurgias oculares.