Amazon patenteia “pulseira ultrassônica” que monitora funcionário
Sistema permite acompanhar o processo e o tempo que o empregado leva nos depósitos
José Mendiola Zuriarrain
A maior loja online
do planeta continua buscando sem descanso meios de obter a otimização
de seus recursos. O processo de custos da gigante começa quando um
cliente clica em “Comprar” e dá início a toda a operação que conclui com
o mensageiro tocando a campainha da porta. Como reduzir ao máximo os
custos sem perder nem um pingo de eficácia e mantendo os preços de venda
competitivos? O fator humano desempenha um papel crucial e, nesse
sentido, o colosso de Jeff Bezos patenteou um sistema baseado em sensores e pulseiras que permite localizar seus empregados em todos os processos do depósito.
A ideia veio à tona graças ao registro de duas patentes
mediante as quais os depósitos da empresa ficariam repletos de sensores
que controlariam a localização dos produtos ao mesmo tempo que leriam
as pulseiras dos funcionários. A ideia básica dessa patente consiste em
reduzir ao máximo os erros e o tempo perdido quando o empregado do
depósito se dirige para a coleta de um produto da prateleira. Essas
pulseiras contariam com um sistema de alertas hápticos pelos quais
vibrariam com mais ou menos intensidade se a mão se aproxima ou se
distancia do produto buscado, facilitando desse modo o processo para o
funcionário.
A parte mais delicada desta nova patente é a que se refere à privacidade dos funcionários
A parte mais delicada
dessa nova patente é a que se refere à privacidade dos funcionários e,
nesse sentido, um ex-empregado da empresa que trabalhou durante anos em
um de seus depósitos declara a The New York Times
ter se sentido coisificado “como um robô” e afirma que um dia caiu
desmaiado por esgotamento: “Não há tempo nem para ir mijar”, explica.
Esse trabalhador detalha que se os objetivos não são cumpridos “você é
despedido”, e o périplo dele na empresa terminou anos mais tarde quando
decidiu deixá-la por questões de saúde ao se sentir “extenuado”.
A patente pretende, segundo as informações
divulgadas, a otimização dos “processos que requerem tempo”, como a
localização de produtos
Contudo, são muitas as ocasiões em que os grandes do setor de tecnologia
registram patentes que no final acabam não tendo uma aplicação real por
parte delas mesmas. Essa patente, porém, volta a colocar sobre a mesa o
crescente protagonismo dos wearables e seu inevitável conflito
com a privacidade de seus portadores. Esse aspecto pode até mesmo
chegar a afetar a segurança nacional, como vimos esta semana com a
revelação de que várias pulseiras usadas para exercícios físicos mostram a localização de bases secretas
e os movimentos de tropas do exército dos Estados Unidos. Algumas
empresas estão começando a encontrar nessas pulseiras usadas para
exercícios físicos uma possível economia de custos entre seus
funcionários ao vincular a atividade com saúde dos funcionários e
afastamentos do trabalho.
Fonte: El País
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