Até dia 8 de março, EL PAÍS publica uma série de matérias sobre mulheres na ciência
Isabel Rubio
Isabel Valdés
Ada Lovelace (1815-1852)
foi a primeira programadora da história. Esta matemática e escritora
inglesa, filha do famoso poeta Lorde Byron, recebeu uma educação
peculiar para uma mulher de seu tempo. Sua mãe, Anna Isabella Milbanke,
que abandonou Byron logo depois de se casarem, proporcionou a ela uma
formação excepcionalmente rigorosa em matemática. Quando Lovelace viu
pela primeira vez o projeto da máquina analítica, considerada o
antecedente dos modernos computadores,
teve certeza de que queria trabalhar com seu criador, o cientista
Charles Babbage. Ambos mantiveram uma grande amizade e trocaram detalhes
sobre o invento. Embora a máquina nunca tenha chegado a ser fabricada,
suscitou o interesse de muitas personalidades da época. Ada Lovelace traduziu para o inglês um documento sobre o invento de
Babbage publicado numa revista francesa e acrescentou notas explicativas
que acabaram por duplicar a extensão do texto original. Suas notas já
antecipavam ideias modernas sobre programação
e incluíam o sistema de cartões perfurados, inspirado no tear de
Jacquard, que seria o formato utilizado para programar os primeiros
computadores, em meados do século XX. “Sou mais do que nunca a noiva da ciência. A religião para mim é
ciência, e a ciência é religião”, afirmou certa vez a matemática e
escritora britânica, que abre a série de perfis que o EL PAÍS publica
até o dia 8 de março (quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher) sobre a atuação das mulheres na ciência.
"A religião para mim é ciência, e a ciência é religião"
Assim como Lovelace, as mulheres sempre estiveram presentes em todos
os níveis do universo científico. Entretanto, pouco sabemos delas: a história se encarregou de escondê-las. Viveram, e ainda vivem em muitos casos, às sombras de seus colegas homens, relegadas pelas elites intelectuais de cada época. Não mais. O especial é inspirado no livro As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo, de Rachel Ignotofsky (lançado no Brasil pela editora Blucher).
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