América Latina necessita
investir US$ 12,5 bilhões por ano em água
EFE Brasília
21
mar 2018
EFE/David
Fernández
A América
Latina necessita investir US$ 12,5 bilhões por ano para alcançar as metas
traçadas pela ONU para 2030, de acordo com dados apresentados nesta
quarta-feira pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) no Fórum
Mundial de Água.
"A
água deve estar no centro do desenvolvimento sustentável" pois sem ela não
haverá crescimento econômico e nem a necessária inclusão social, disse o
colombiano Jaime Holguín, representante do CAF no Brasil, durante um dos
painéis do fórum realizado em Brasília.
Holguín
explicou que o CAF dedica cerca de 5% da sua bolsa de créditos ao setor
hídrico, o que representa US$ 3,5 bilhões anuais, mas sustentou que na região
existem "níveis de execução muito baixos" e que falta
"eficiência" no desenvolvimento dos projetos.
"O
investimento em água, que é econômico e social, tem excelente retorno para as
sociedades", mas mesmo assim os erros na gestão do próprio recurso e na
execução das obras necessárias ajudam ao déficit hídrico regional se manter,
apontou.
Em
declarações à Agência Efe, Holguín citou, entre os muitos problemas, as
recorrentes demoras no desenvolvimento das obras, que acabam por encarecer os
projetos e "postergam as soluções", ao mesmo tempo que o crescimento
populacional continua e a reivindica aumento.
Segundo
Holguín, a América Latina está em condições financeiras de alcançar a meta para
a água traçada no ponto 6 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que as
Nações Unidas colocaram na Agenda 2030.
"O
dinheiro está", afirmou o funcionário do CAF, que sustentou que entre esse
e outros organismos financeiros, entre os quais citou o Banco Mundial (BM) e o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é possível apoiar a construção
das infraestruturas necessárias.
No
entanto, insistiu que, para avançar ao ritmo requerido, é necessária uma maior
"vontade política" e, sobretudo, uma melhor e eficiente gestão dos
recursos, sejam financeiros ou hídricos.
O Fórum
Mundial, que começou na segunda-feira, terminará na sexta-feira após cinco dias
de debates que reúnem na capital brasileira delegações oficiais e empresas de
cerca de 150 países, junto a organismos internacionais e da sociedade civil.
Fonte: EFE
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