Estação espacial chinesa Tiangong-1 cairá na Terra sem controle nas próximas semanas
Agências espaciais monitoram a reentrada, que não é considerada um evento especialmente perigoso
Bruno Martín
Embora a nave pesasse 8,5 toneladas no momento de lançamento, essa cifra inclui o combustível, por isso é provável que a massa atual seja muito menor. A ESA afirma que seria “comparável à massa de satélites em desuso que fazem descidas não controlados normalmente duas vezes por mês”. Em janeiro deste ano reentrou na atmosfera um fragmento de 8 toneladas do foguete russo Zenit, do qual foram encontrados restos no Peru.
A última estação espacial a cair na Terra foi a russa MIR, de 120 toneladas. Por ora, a orientação da Tiangong-1 se mantém estável, mas todos os dias sua órbita perde vários metros de altura. Quando estava operacional, a estação voava entre 300 e 400 quilômetros de altitude; em 16 de março pairava sobre a Terra a 237,8 quilômetros, segundo o último comunicado da China Manned Space. A partir dos 100 quilômetros de altitude a densidade da atmosfera será suficiente para enredar o artefato, diz o engenheiro Benjamim Bastida, que trabalha na Agência de Lixo Espacial da ESA. Então a fricção fará com que o corpo comece a esquentar. “A 80 quilômetros mais ou menos haverá um pico de calor. É possível que se fragmente”, explica. E prossegue: “Se restarem partes que cheguem a 30 quilômetros de altura elas cairão sem velocidade horizontal, com a velocidade terminal de qualquer objeto que cai vertical, como uma pedra, que são uns 300 quilômetros por hora. Se criar uma cratera, será muito pequena”.
A última estação espacial a cair na Terra foi a russa MIR, de 120 toneladas, cujos restos impactaram o oceano Pacífico, em uma reentrada controlada em março de 2001. Segundo Bastida, todos os dias entra alguma partícula, e duas ou três vezes por ano entram objetos de uma envergadura comparável à do Tiangong-1. O engenheiro enfatiza que o risco é “como o de qualquer outra reentrada” e afirma que nunca houve um acidente pela queda de destroços espaciais. O maior artefato que caiu na Terra em uma entrada não controlada foi a estação norte-americana Skylab, de 69 a 74 toneladas, que desceu em 1979.
Os fragmentos da Tiangong-1 poderão conter restos do combustível tóxico hidrazina, embora Bastida pondere que, “se perderam o controle [da estação], provavelmente não resta combustível”, Normalmente o combustível está armazenado em tanques de titânio que são muito resistentes à desintegração da reentrada, mas o engenheiro afirma que a hidrazina, se houver, tende a se evaporar por completo durante a descida. A Aerospace Company recomenda não tocar nos restos de destroços espaciais nem inalar os vapores que possam emitir.
Fonte: El País
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