Você está preparado para o emprego do futuro?

Você está preparado para o emprego do futuro?

Por Sérgio Agudo*
22/03/2018 - 14h38
 
São muitas as iniciativas que multiplicaram as possibilidades para futuros profissionais. Mas, em um mundo em constante evolução, é preciso sempre estar a um passo à frente
Sou de uma geração em que o importante era passar no vestibular, ter um curso superior e, assim, “vencer na vida” em profissões como medicina ou engenharia. Anos depois, era comum ouvir de crianças e jovens o desejo de tornar-se modelo ou jogador de futebol. Hoje, o sonho é ser youtuber, e prova disso é que a pergunta “quanto ganha um youtuber?” foi uma das mais buscadas na internet em 2017. Logo, este novo momento do mercado de trabalho pode provocar algumas dúvidas: as profissões do futuro exigirão diplomas? Melhor: essas profissões já existem?
Há uma corrente de profissionais priorizando competências em vez de formação universitária, embora elas não sejam excludentes entre si. Na verdade, uma complementa a outra, estimulando o profissional a ir além do que é ensinado em sala de aula, a fim de adquirir conhecimentos práticos que podem fazer diferença dentro de uma organização.
É importante saber que o mundo está em constante transformação, seja por mudanças na sociedade ou pelo frequente advento de inovações tecnológicas. Recentemente, durante um grande evento de tecnologia, presenciei uma corrida de drones. Pude notar o grande interesse dos jovens brasileiros pela novidade, que pode fazer parte da realidade profissional daqueles espectadores em breve.
Além dos drones, que são apenas um exemplo, são muitas as iniciativas ao redor do mundo que multiplicaram as possibilidades para esses futuros profissionais. Ao contrário das gerações anteriores, eles poderão considerar carreiras em desenvolvimento de carros autônomos, robótica, automatização a partir da Internet das Coisas e projetos relacionados a nanochips, além de outras opções que surgem aos montes, com uma velocidade avassaladora e que podem melhorar a qualidade de vida dos seres humanos.
Entendo, no entanto, que o modelo convencional de aprendizado, com a presença em sala de aula e com livros, precisa absorver as novas tecnologias e a nova mão de obra que está emergindo. De novo: uma coisa complementa a outra. A educação tradicional é insubstituível, mas a educação online está crescendo e pode proporcionar o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas habilidades que já são - ou serão - muito importantes para os empregos do futuro. 
A transformação trazida pela revolução digital, que é irreversível, pode ser verificada em pesquisas recentes que mostram, por exemplo, que a demanda por cursos online de capacitação aumentou, sendo eles fornecidos ou não por universidades. De acordo com o Censo de Educação Superior do Inep de 2016, enquanto a educação presencial apresentou queda de 0,08%, o EAD cresceu 7,2%.
Outro estudo que ratifica isso, publicado pela Udemy no final de 2017, revela que 43% dos brasileiros procuram cursos online para aprimorar ou desenvolver novas capacidades. Isso se deve, provavelmente, ao melhor custo-benefício e à maior flexibilidade que a modalidade entrega. De fato, na pesquisa da Udemy, 92% dos entrevistados afirmaram que a falta de recursos financeiros é um problema para se investir em capacitação, enquanto 42% dos brasileiros veem a falta de infraestrutura urbana, com opções adequadas de locomoção, como um entrave para estudar.
É claro que profissões tradicionais como advogado, engenheiro ou médico nunca perderão sua importância, mas a realidade contemporânea impõe a certeza que muitos empregos deixarão de existir, dando lugar a outras formas de trabalho, novas oportunidades de carreira. Por isso, é imprescindível questionar: você está preparado para os empregos do futuro?
*Sérgio Agudo é country manager da Udemy, marketplace global de ensino e aprendizagem, com mais de 65 mil cursos ministrados e 30 mil instrutores em mais de 50 idiomas

Fonte: IDGNow!

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