China se prepara para
quando a robótica for obrigatória nas escolas
EFE Alejandra
Olcese, Shenzhen (China)
24 abr 2018
Arquivo.
EFE/Javier Lizón
Construir
um robô com peças metálicas interconectadas e aprender a programá-lo com um
computador em breve será matéria obrigatória nos sistemas de ensino de todo o
mundo, segundo prevê a empresa chinesa de robótica Makeblock, que pretende
aproveitar a tendência.
Na sede
da companhia na cidade de Shenzhen, conhecida como o Vale do Silício da China,
são exibidos diferentes kits para a criação de robôs com os quais crianças a
partir de 6 anos podem aprender a programar com um software e depois comprovar
fisicamente, em um brinquedo, quais são suas funcionalidades.
Além de
comercializar esses produtos em pontos de venda de 140 países (70% do
faturamento da empresa procede do exterior), a Makeblock desenvolveu um
conceito de "laboratório de robótica" que já está implantado em 20
mil colégios de todo o mundo.
Kenny
Wang, representante da empresa na Europa e na África, explicou à Agência Efe
que na Europa os países nos quais a Makeblock tem mais presença são Reino Unido
e França, onde "os sistemas educacionais estão mais avançados".
A implantação
de robótica e programação como matéria estudantil requer primeiramente uma
legislação sobre o tema, depois é necessário formar os professores para que
estejam preparados.
"A
chave da educação é empoderar as crianças e jovens para que sejam capazes de criar
coisas", disse Wang ao explicar que a programação serve para
"conectar as pessoas com a inteligência artificial e os robôs".
Essa
matéria escolar do futuro próximo faz parte da chamada metodologia STEAM, que
engloba o estudo e aprendizagem de diversas disciplinas como ciências,
tecnologia, engenharia, arte e matemática.
A
implantação dessa matéria como sendo obrigatória pode despertar as críticas dos
que lamentam que as crianças e jovens passam muitas horas em frente a monitores
em vez de brincarem ao ar livre ou praticarem esporte.
"O
nosso sistema combina o computador com o brinquedo, o mundo digital com o mundo
físico", por isso é preferível isso aos videogames, defende a Makeblock.
Entre os
produtos da empresa se destacam um robô leve com forma de drone que pode voar e
deslizar pelo chão ou pela água, e um robô inteligente com forma de carro que
combina um suporte de quatro rodas e é capaz de evitar obstáculos, identificar
cores e seguir linhas.
A empresa
chinesa também organiza competições de robótica para crianças e jovens em
diversos países do mundo em parceria com empresas ou associações.
Um
exemplo é o evento realizado nos Estados Unidos no ano passado em colaboração
com o jornal "The Washington Post", no qual os participantes eram
desafiados a construir em 12 horas um robô que ajudasse jornalistas a obter
informação em situações adversas como um incêndio ou um vazamento de gás.
O modelo
de negócio da companhia se divide entre a venda ao consumidor final e os
acordos com colégios e institutos, que representam respectivamente de 30% a 40%
e 60% a 70% do faturamento total.
Em 2017,
a empresa chinesa aumentou o faturamento em 61%, até US$ 320 milhões. No ano
anterior, esse número era de US$ 200 milhões.
Fonte: EFE
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