Ilha de plástico no Pacífico já tem quase três vezes o tamanho da França
Novas análises revelam que a região contém muito mais plástico que o estimado anteriormente
1 abr 2018, 07h15
São Paulo – O imenso aglomerado de centenas de milhares de toneladas de detritos plásticos no oceano Pacífico,
conhecido como “Great Pacific Garbage Patch”, situado entre o Havaí e a
Califórnia, tem de quatro a 16 vezes mais lixo plástico do que se
imaginava. Segundo uma pesquisa científica, a maior zona de acumulação
de detritos plásticos do mundo tem no mínimo o tamanho de três Franças.
Atualmente, ao menos 1,8 trilhão de peças
de plástico pesando 80.000 toneladas estão atualmente à deriva na área,
o que equivale ao peso de 500 aeronaves Boeing 747. Os dados são de um
mapeamento de três anos conduzido por uma equipe internacional de
cientistas afiliados à The Ocean Cleanup Foundation, seis universidades e uma empresa de sensores aéreos.
As descobertas foram publicadas na revista Scientific Reports. Para
analisar a extensão total de resíduos plásticos, a equipe realizou o
mais abrangente esforço de amostragem, cruzando o campo de detritos com
30 navios simultaneamente, complementados por duas pesquisas de
aeronaves.
Para aumentar a área de superfície
levantada e quantificar os maiores pedaços de plástico – objetos que
incluem redes de pesca descartadas com vários metros de tamanho – uma
aeronave C-130 Hercules foi equipada com sensores avançados para coletar
imagens multiespectrais (que garantem medições de forma muito mais precisa) e imagens 3D do lixo oceânico.
A frota coletou um total de 1,2 milhão de
amostras de plástico, enquanto os sensores aéreos escanearam mais de
300 km2 da superfície do oceano.
Os resultados revelam que o depósito
flutuante de lixo plástico mede 1,6 milhão de quilômetros quadrados,
quase três vezes o tamanho da França. Apenas 8% da massa de detritos é
formada por microplásticos, definidos como peças menores que 5
milímetros de tamanho, e os outros 92% são de detritos maiores.
Ao comparar a quantidade de microplásticos com as medições históricas, a equipe descobriu que os níveis de poluição plástica na zona têm crescido exponencialmente desde que as medições começaram na década de 1970.
Fonte: EXAME
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