Pesquisa melhora navegabilidade de navios em portos
Desde
o início do século XX estudos das condições de navegabilidade e da
análise de risco de manobras de embarcações vêm sendo conduzidos através
da utilização de diferentes fundamentações teóricas. Estes estudos
estão evoluindo ao longo do tempo, e atualmente existem inúmeros
trabalhos que abordam a influência das condições ambientais de ondas,
correntes e ventos na dinâmica de embarcações. Um desses trabalhos está
sendo desenvolvido por Wiliam Correa Marques,
professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e bolsista de
Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
Diferentes
formulações teóricas são empregadas neste tipo de estudo e desta forma,
metodologias como a do cálculo variacional, também podem ser empregadas
para desenvolver modelos numéricos aplicados à análise das condições de
navegabilidade. Esta formulação teórica foi utilizada para iniciar o
desenvolvimento de um modelo da dinâmica de embarcações influenciadas
pela ação de ondas, correntes e ventos.
Este
modelo foi registrado no ano de 2015, junto ao Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI), com o nome: SHIPMOVE - SHIP MOVEMENT
MODEL. Os primeiros estudos de caso foram realizados para o movimento de
embarcações arbitrárias na zona costeira adjacente à desembocadura da
Lagoa dos Patos, analisando diferentes cenários de condições de mar
observados para esta região. Novos estudos de caso vem sendo realizados
com embarcações que tipicamente trafegam pela região portuária da cidade
de Rio Grande no Rio Grande do Sul. Além disso, testes de validação do
sistema de modelagem estão sendo conduzidos com informações obtidas para
o navio Oceanográfico Atlântico Sul, da Universidade Federal do Rio
Grande (FURG).
Marques
explica que a simulação de fenômenos físicos pela aplicação da modelagem
matemática e numérica vem sendo cada vez mais empregada durante as
diferentes etapas de desenvolvimento de projetos de pesquisa ou
desenvolvimento em diversas áreas. A região costeira do Sul do Brasil
apresenta alta susceptibilidade a eventuais acidentes com derrame de
óleo, já que existe um intenso transporte de óleo na região, devido à
presença do Porto de Rio Grande, do Terminal Aquaviário da Transpetro
(Petrobrás) e da Refinaria de Petróleo Riograndense S/A.
Neste
sentido, simulações das condições ideais de navegabilidade de navios com
cargas potencialmente poluidoras são importantes para que eventos
envolvendo derrames de óleo no ambiente possam ser minimizados. As
consequências adversas que surgem com derrames de óleo de diversas
proporções motivam a capacidade de prever e controlar de maneira eficaz o
comportamento dos navios petroleiros em diferentes condições
ambientais, ao longo de seu trajeto em direção ao continente.
"Portanto",
informa Marques, "o objetivo principal desta proposta é desenvolver um
sistema de modelagem numérica para a simulação do comportamento de
navios sob a influência de diferentes forçantes ambientais, capaz de ser
utilizado na previsão de cenários realísticos, e que possa ser acoplado
a qualquer modelo hidrodinâmico e de ondas geradas pelo vento".
A
metodologia está baseada no desenvolvimento e aplicação de modelos
numéricos tridimensionais e na utilização do formalismo Lagrangeano para
o desenvolvimento do modelo numérico para a simulação da dinâmica de
navios. O principal resultado deste projeto de pesquisa é a obtenção de
um modelo consistente da simulação e previsão da dinâmica de navios em
ambientes costeiros e estuarinos, que represente o maior número de
processos possível, e que possa ser acoplado a qualquer outro modelo
hidrodinâmico e de ondas geradas pelo vento.
A pesquisa, cujo título é Sistema de modelagem numérica da dinâmica de navios: Estudo de caso para a área de atuação do Porto de Rio Grande, foi
financiada pelo CNPq por meio da Chamada MCTI/CNPq/CT-Aquaviário Nº
23/2013 (Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico nas Áreas de Transporte
Aquaviário e Construção Naval ). A Instituição executora do projeto é a
Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
Fonte: CNPq
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