Ameaças à neutralidade e à
privacidade na rede marcam Dia Mundial da Internet
EFE Bogotá
17 mai
2018
Internet
Café em Havana em foto de 2013. EFE/Alejandro Ernesto
Com o
futuro da neutralidade em risco e sob alerta devido ao aumento do fluxo de
informações trocadas em todo o planeta, o Dia Mundial da Internet é celebrado
nesta quinta-feira com, ao menos, um dado positivo: 53% da população do mundo
já tem acesso à rede.
Várias
organizações se uniram à celebração, organizada pela primeira vez em 2005 por
iniciativa da Associação de Usuários de Internet da Espanha e depois ganhou
caráter internacional, quando a ONU decretou a data como Dia Mundial da
Internet.
A
quantidade de dados transmitidos, a neutralidade e a segurança da rede marcam
as discussões deste ano. Outros assuntos debatidos são o crescimento das
conexões em dispositivos móveis, a velocidade de navegação, o papel da internet
como veículo político e a lacuna de acesso no mundo, além do preço entre as
diferentes regiões.
A
internet cresce de maneira exponencial no mundo todo, como destacaram estudos
como o "2018 Global Digital", produzido por We Are Social e
Hootsuite. Segundo o documento, mais de 4 bilhões de pessoas usam a internet
atualmente, o que representa 53% do total da população e uma alta de 7% em
relação a 2017. Desse total, 3 bilhões são usuários de redes sociais.
O número
de conexões móveis também cresceu 4% em relação a 2017, chegando a 5,13
bilhões, o que destaca a rápida evolução e os riscos que isso está gerando
sobre a internet e a sociedade.
O cenário
enfrentado pela internet hoje está repleto de desafios de grande calibre, como
as discussões sobre a neutralidade da rede e a regulação sobre a privacidade
dos milhões de dados dos usuários.
A
Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) aprovou no fim do ano
passado uma norma que acaba com a neutralidade na rede. Se entrar em vigor, ela
reverterá uma lei do governo de Barack Obama, que impedia que os provedores
bloqueassem ou diminuíssem a velocidade de acesso dos usuários a qualquer
portal.
A
hipótese despertou preocupação de ativistas e gerou uma onda de protestos
contra a iniciativa nos EUA e outros lugares do mundo.
O Senado
americano aprovou ontem um projeto que busca reverter a decisão da FCC, mas ele
ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, onde os republicanos têm ampla
maioria, e ainda ser sancionada pelo presidente Donald Trump, algo pouco
provável.
Além
disso, o dia também foi marcado pelas lembranças do escândalo envolvendo o
Facebook, que teve dados de seus usuários acessados de forma indevida pela
consultoria política Cambrigde Analytica através de um aplicativo na rede
social. As informações foram usadas para prever decisões de eleitores e
influenciá-los.
A
estimativa é que 87 milhões de usuários tiveram seus dados vazados,
especialmente nos Estados Unidos, onde a empresa ganhou US$ 15 milhões pelo
trabalho desenvolvido para a campanha de Trump.
Fonte: EFE
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