China começa a experimentar
transporte público sem motorista
EFE Xangai
(China)
16 mai 2018
Ônibus na
praça de Tiananmen em foto de 2015. EFE/Rolex Dela Pena
Metrô,
bonde e ônibus universitário são alguns exemplos de transportes sem motorista
que estão sendo testados em várias cidades da China, que tem governos
empenhados em transformar suas cidades e fazer do país um líder da direção
autônoma.
"A
primeira linha de metrô autônoma", "o primeiro ônibus universitário
autônomo", "o primeiro veículo monotrilho sem motorista"... Toda
semana, manchetes do tipo estampam os jornais do país.
Da mesma
forma que grandes empresas como o Baidu e o Grupo Alibaba estão investindo no
desenvolvimento dos veículos sem motorista, prefeituras estão apostando no
desenvolvimento do transporte público autônomo e são constantes as suas
tentativas em promovê-lo.
Em
Xangai, cidade considerada a capital financeira do país, há algumas semanas
começou a operar uma nova linha de metrô sem motorista. Ao todo, seis estações,
em um percurso de 6,7 quilômetros - para uma das maiores linhas do mundo, com
mais de 9 milhões de passageiros por dia - e com vagões equipados com sistemas
de comunicação, alertas de emergência, detectores de fumaça e freios de
emergência.
De acordo
com a operadora da linha, a Xangai Keolis, os trens sem motorista consomem
menos energia do que os tradicionais, se movimentam mais rápido e fazem menos
ruído.
Mas esta
não é a primeira do país. Cidades como Guangzhou e a capital Pequim já contam
com algumas linhas de metrô parcial ou totalmente automatizadas.
Nos
últimos meses, a China surgiu como o maior mercado de veículos autônomos do
mundo. Segundo um estudo recentemente divulgado pela consultoria McKinsey &
Company, até 2030, o setor dos veículos autônomos movimentará US$ 500 bilhões
em vendas.
Por
enquanto, a tecnologia ainda está em fase inicial de desenvolvimento, embora
tenha um futuro promissor e grandes expectativas, especialmente no mercado
chinês, segundo especialistas.
Em
declarações ao jornal "Global Times", o chefe da consultoria
Automotive Foresight, Yale Zhang, afirmou que são necessários mais cinco ou dez
anos para que a tecnologia de condução autônoma se desenvolva. Mas o ritmo é
imprescindível.
Na semana
passada começou a operar um micro-ônibus sem motorista na Universidade de Jiao
Tong, em Xangai, para transportar estudantes de dentro do campus para vários
pontos ao longo de uma rota fixa.
O
funcionamento acontece por meio de um sistema especial de posicionamento e
navegação desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Veículos de Inteligência
da instituição.
Para
entrar no carro, que tem oito lugares, transporta cerca de 200 pessoas por dia
e é elétrico, os estudantes têm que escanear um código QR para as portas
abrirem. A bordo, podem usar a tela tátil ou falar com o sistema de interação
de voz para mudar o destino, caso seja necessário.
Quando um
automóvel vem na direção oposta ele desacelera e, quando surge um obstáculo na
parte dianteira (automóveis ou pedestres), ele para e reinicia quando o caminho
estiver liberado.
O diretor
do instituto, Yang Ming, explicou ao jornal "Shine" que o veículo tem
velocidade máxima de 15km/h e afirmou que o custo do desenvolvimento é de quase
um décimo do que custa fabricá-los na Europa. Mesmo assim, existe um longo
caminho pela frente antes de o ônibus sair do campus e circular nas estradas.
"O
sistema precisa aprender mais sobre como enfrentar os cenários em estradas
abertas para todos", disse Yang.
Nesta
semana também começou a operar em fase de teste por três meses o que afirmam
ser o primeiro sistema de passagem rápida de trem autônomo (ART, sigla em
inglês) do mundo na cidade de Zhuzhou.
O sistema
foi desenvolvido pela China Railway Rolling Stock Corp, tem 30 metros de
comprimento e é equipado com sensores que podem ler as dimensões das estradas e
planejar sua rota. Tem velocidade máxima de 70km/h em uma rota de três
quilômetros, com quatro paradas.
Além dos
veículos públicos, a China está sendo pioneira no desenvolvimento de carros
autônomos. Em março, por exemplo, foi inaugurado em Xangai o primeiro circuito
urbano do país para testar legalmente os carros sem motorista.
Com uma
extensão inicial de seis quilômetros, por ele podem circular vários carros de
duas marcas chinesas, a SAIC Motor e a NIO, que receberam as placas para
experimentar legalmente os carros sem motorista.
Embora a
cidade já tenha desde 2016 um circuito fechado para realizar testes, esta é a
primeira vez que os veículos poderão fazer isso de forma legal na China, em
ruas normais abertas ao trânsito.
Da mesma
forma que nos Estados Unidos e na Europa, a China já realiza testes há vários
anos, mas até agora isso era feito de forma não autorizada, já que as
prefeituras são as responsáveis por fazer esse tipo de norma e não há um
conjunto de regras federais para os veículos autônomos.
Paula
Escalada Medrano.
Fonte: EFE
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