Agenda política na A.Latina
ignora tema das energias limpas, diz pesquisador
EFE Madri
18 jun
2018
EFE/Mike
Nelson
As
diferentes eleições presidenciais que neste ano serão realizadas em diversos
países da América Latina deixam de lado o tema da transição energética durante
a corrida eleitoral, alertou nesta segunda-feira um pesquisador mexicano.
"Me
preocupa que não se pronunciam sobre as energias limpas", disse Antonio
Rodríguez, coordenador da Rede "Soma".
O
professor da Universidade Autônoma do Estado de Morelos (México) falou hoje em
Madri, durante o seminário "Perspectivas Ibero-Americanas sobre Transição
Energética e Mudança Climática", com representantes do Brasil, Reino
Unido, Estados Unidos e Espanha.
Segundo o
especialista mexicano, a segurança energética de seu país está sendo ameaçada,
já que depende basicamente dos recursos de petróleo, cuja produção anual está
caindo por baixos investimentos e pela dependência dos Estados Unidos.
Por sua
vez, o brasileiro Ruderico Pimentel, analista internacional da Fundação Getulio
Vargas, explicou que seu país passa por uma mudança institucional "muito
forte na área de energia" porque os atores "mudaram".
"O
modelo das hidrelétricas depende do Estado e das grandes construtoras e ambos
atores estão muito mal", disse Pimentel.
Este
analista lamentou que o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) esteja
"parado" no que diz respeito aos temas energéticos.
Para
Alina Averchenkova, pesquisadora do instituto britânico London School of
Economics and Political Science, a América Latina passa por uma transição
energética.
"O
ponto fundamental deste processo é a mudança climática, particularmente na
América Latina porque esta é uma das regiões mais vulneráveis do mundo aos
efeitos produzidos pelo aquecimento global", afirmou.
Segundo
Averchenkova, a região ocupou uma importante liderança nesta tendência
sustentada: Em 2012, o México aplicou uma lei de mudança climática, uma
estratégia de compromissos climáticos até 2050.
A Lei da
Mudança Climática e a Lei de Transição Energética não podem ser mudada por
governos individuais senão após uma decisão do Congresso.
Por fim,
o diretor-geral para Iberoamérica e Caribe do Ministério das Relações
Exteriores e de Cooperação de Espanha, Antonio Pérez-Hernández e Torra,
considerou que a região é uma potência energética "emergente e
diferente".
"A
América Latina tem potenciais recursos tantos naturais quantos institucionais
para projetar um modelo equilibrado de transição energética a outros países
emergentes e em desenvolvimento", assegurou o diplomata.
Para
Pérez-Hernández, a zona apresenta uma boa governança dos recursos energéticos e
é capaz de contribuir para uma "segurança energética" ao oferecer um
"mix diversificado" com grande importância das energias renováveis e
potencial de hidrocarbonetos.
"A
América Latina oferece uma oportunidade para a Espanha no plano energético e
climático, é mercado e vitrine para as empresas espanholas e diversifica o
nosso abastecimento de hidrocarbonetos ", explicou.
Fonte: EFE
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