"Ciberescudos"
são usados para proteger o espaço cibernético
EFE Tel
Aviv
22 jun
2018
Amaya Quincoces Riesco.
EFE/Erdem
Sahin
Cooperação
internacional, sistemas de alarme antecipado e monitorização contínua são
algumas das novas estratégias para proteger o ciberespaço, entre as quais
também estão incluídos os "ciberescudos", como o que Israel começará
a construir em breve para detectar ciberameaças de forma proativa.
Enfrentar
melhor os ataques aos quais as empresas e os governos no mundo atual
hiperconectado estão expostos, cada vez mais inteligentes e sofisticados, é o
foco da maior conferência anual sobre cibersegurança que aconteceu esta semana
em Israel.
Frente às
ameaças crescentes, nos próximos meses se construirá um "ciberescudo"
em Israel para a detecção e combate de ciberameaças, com um prazo de dois anos
aproximadamente para concluí-lo, porque o ciberespaço se transformou em
"um dos principais campos de batalha para os inimigos".
Assim
explicou Yigal Unna, chefe da direção nacional de cibersegurança em Israel,
entidade dirigida a coordenar as ações dos diferentes departamentos do governo
neste âmbito, perante um reduzido grupo de jornalistas durante esta conferência
mundial de cibersegurança em Tel Aviv.
"A
pouca superfície deste país e seu isolamento geográfico condicionado pela costa
e o deserto o transformam em candidato ideal para dispor de um 'ciberescudo'
protetor", acrescentou Yigal.
O
desenvolvimento de uma lei sobre cibersegurança que começará agora sua
tramitação junto com o apoio à cooperação entre departamentos e com as agências
responsáveis desta matéria nos demais países, frente àqueles Estados que
colaboram com ciberterroristas, são os outros dois pilares na qual se
sustentarão as próximas estratégias nesta matéria em Israel.
Os
responsáveis das agências nacionais de cibersegurança participantes da
conferência, como Reino Unido e Singapura, insistiram na mensagem do
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a favor de uma maior
cooperação internacional contra as ciberameaças globais, e sempre com o
respeito a esse espírito "livre e aberto" que deu vida à internet e
que consideram irrenunciável em qualquer estratégia de ciberdefesa.
Também
apoiou uma política de alianças internacionais e homogeneidade reguladora contra
o crime eletrônico a especialista Latha Reddy, antiga assessora nacional em
segurança da Índia e agora presidente da Comissão Global de Estabilidade do
Ciberespaço.
A
automatização de ciberameaças com inteligência artificial na era digital exige
novas estratégias para se proteger além dos convencionais antivírus ou sistemas
fechados, rapidamente obsoletos, e de antigos métodos baseados apenas na
capacidade de reação após um ataque, mas sem planos de prevenção nem protocolos
adicionais, segundo concordam empresas e governos.
Só a
lavagem de dinheiro por crime eletrônico representa anualmente entre 3% e 5% do
Produto Nacional Bruto Global (PNB), segundo dados divulgados na conferência.
"A
cada vez mais presente internet das coisas - também de todos os perigos"
-, segundo especialistas, junto com a facilidade de acesso a um mar de dados
que supera ao dos criados até agora em toda a história da Humanidade, assim
como a ilimitada conectividade a partir de qualquer dispositivo móvel,
aumentarão ainda mais os riscos na internet.
Todos
concordam nisso: os responsáveis de multinacionais como Intel, IBM, Microsoft,
Check Point e McAfee, especialistas da indústria aérea de diferentes países, de
companhias de automação, departamentos oficiais de diversas infraestruturas
críticas nacionais ou reguladores.
Também
preocupa o setor a crescente aplicação "da inteligência artificial"
com a automatização de processos para manipular opiniões e fazer com que as
pessoas realizem ações que outros querem sem que os afetados estejam
conscientes disso.
Assim
ocorreu com a empresa de consultoria Cambridge Analytica, vinculada à campanha
eleitoral que deu a vitória ao presidente americano, Donald Trump, após
utilizar dados de usuários do Facebook aos quais teve acesso sem consulta prévia,
como foi lembrado na conferência.
Neste
âmbito da privacidade, os especialistas debateram também sobre como garantir
aplicações que melhorem o bem-estar social e a prosperidade das economias
respeitando uma identidade pessoal na internet, muito mais vulnerável pelo
fácil acesso aos dados e à análise automatizada dos mesmos com as novas
tecnologias.
Fonte: EFE
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