UFF aumenta em quase 40% o número de diplomados da graduação presencial
20 jun 2018
Escrito por jornalismo
Dados do Censo 2017 da Educação Superior divulgados no último mês foram motivo de muita comemoração na UFF. No ano passado, a universidade registrou mais de 6 mil alunos concluintes no ensino de graduação, superando com uma margem significativa de diferença os números relativos ao ano de 2015, quando cerca de 3900 alunos se diplomaram. O resultado, ao contrário do que muitos podem imaginar, não é consequência apenas das ações do Reuni: reflete a ação conjunta e sistemática das pró-reitorias da universidade nos últimos anos para aperfeiçoar seus sistemas internos de organização e, consequentemente, os serviços oferecidos à comunidade pela instituição.
A Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) é um dos setores que vem encabeçando essas mudanças. De acordo com o seu coordenador de Gestão de Informação José Márcio, algumas medidas vêm sendo adotadas, como a adequação na matriz curricular de determinados cursos e a transformação de cursos integrais em turnos únicos. Dessa forma, segundo ele, aumenta-se a possibilidade de os estudantes que precisam trabalhar permanecerem na instituição e, com isso, diminui-se a evasão.
Para o coordenador, que recentemente presidiu uma comissão de estudos sobre a evasão e a diplomação nas IFES, “a universidade precisa entender que os cursos são diferentes e as soluções também. No caso das licenciaturas, por exemplo, as razões que explicam a não permanência nos cursos muitas vezes estão relacionadas a questões externas, como mercado de trabalho. Os salários são muito baixos”.
“Em situações como essa, mas não apenas”, relatou o pró-reitor de Graduação (Prograd), José Rodrigues Farias, “temos buscado aperfeiçoar o acolhimento dos alunos, tornando os campi mais receptivos e oferecendo boas condições para que consigam permanecer na instituição”. No entanto, são muitas as direções de trabalho. Segundo ele, o setor disponibiliza uma grande quantidade de bolsas para os alunos. Busca-se, com isso, não só oferecer uma experiência profissional, mas contribuir também para a diminuição das taxas de evasão. Um exemplo é a bolsa de tutoria, na qual estudantes da pós-graduação oferecem apoio acadêmico aos ingressantes.
Além de estimular que o aluno fique na universidade, explicou o pró-reitor: “estamos buscando potencializar a ida do estudante para o mercado de trabalho, diminuindo a retenção e aumentando o fluxo de entrada e saída na instituição. E também estamos conscientizando as pessoas da comunidade acadêmica, criando programas e estabelecendo parcerias com outros setores da universidade”.
Um parceiro da Prograd nesse processo é a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), que atualmente oferece cerca de 2900 bolsas e auxílios, voltados a estudantes de baixa renda da graduação. São onze modalidades, dentre as quais se destaca o Auxílio Alimentação, que passou a ser disponibilizado em maior quantidade nos últimos anos. Além do aumento significativo em seu valor, ocorreram mudanças no processo de distribuição que o readequaram à realidade do graduando. “Antes a prestação de gastos estava restrita a restaurantes e agora passaram a valer notas fiscais de outros estabelecimentos alimentícios, como mercados”, destaca a assistente social da Divisão de Programas Sociais, Jaqueline Brum.
“As iniciativas não são implementadas aleatoriamente, mas sustentadas em informações objetivas e mensuradas. Desta forma, temos maior eficiência e, portanto, maior chance de êxito, além de economia de recursos”, Antonio Claudio da Nóbrega.Satisfeito com as conquistas da Proaes relativas à assistência estudantil, o Pró-Reitor Leonardo Vargas explicou que recentemente foi aberto um edital, que oferecerá cerca de 500 bolsas extras. O intuito é zerar a demanda reprimida e, assim, diminuir a evasão. Leonardo reforça também que, além das bolsas e auxílios, a Pró-Reitoria tem oferecido apoio aos estudantes sob a forma de cuidados preventivos, voltados à sua saúde.
A Divisão de Saúde do Estudante é um dos braços do Proaes Itinerante, e faz incursões nas diferentes unidades e campi da UFF no estado do Rio. Inaugurado esse mês, o projeto estruturou uma equipe formada por um psicólogo, um psiquiatra, um profissional de enfermagem e outro de serviço social, para atender às demandas de caráter psicossocial da comunidade estudantil. “Sem contar os serviços básicos que já oferecemos, como o restaurante universitário, o BusUFF, que atualmente está expandindo para algumas unidades do interior e também a moradia estudantil, que nos últimos anos, conta com duas novas alas no campus do Gragoatá”, ressalta.
Além dessas medidas para assegurar a permanência do estudante na instituição, a ocupação das vagas ociosas também é uma preocupação. Ela pode se dar sob a forma de transferências, reingressos, mudanças de curso e de localidade, o que, segundo José Márcio Lima, atende tanto à sociedade como às necessidades da universidade, tendo em vista o impacto gerado em sua matriz orçamentária. “As pessoas desconhecem o fato, mas o MEC bonifica a universidade a cada aluno que ingressa e a cada aluno que se forma. A preocupação da instituição não é diplomar a qualquer custo, mas assegurar que todas as vagas disponíveis possam ser preenchidas o mais rapidamente possível”, enfatiza.
A modalidade de Ensino a Distância (EAD) também tem favorecido a permanência do graduando. Através das possibilidades oferecidas por esse recurso, a aposta é tentar tornar os currículos mais flexíveis. “Temos estimulado a mobilidade, incentivando que o graduando da EAD faça cursos presenciais e vice-versa”, explica o Pró-Reitor da Prograd, José Rodrigues. “Porém, é necessário reduzir os estigmas relacionados ao ensino a distância para que possamos consolidar essas ações. Apesar de a UFF representar quase 40% do Consórcio Cederj, possuindo quase 20 mil alunos nessa modalidade, essa realidade é nova para nós”, esclarece José Rodrigues.
Ainda de acordo com ele, as pró-reitorias estão totalmente comprometidas com o crescimento da UFF: “Perseguimos uma taxa de sucesso de 70%, um índice muito superior aos 30% de alguns anos antes, quando demos início a todas essas ações”. A taxa, vale ressaltar, é medida pela quantidade de estudantes que saem da instituição em relação à quantidade que entra quatro anos antes; através dela, pode-se avaliar se o estabelecimento de ensino tem sido bem-sucedido em diplomar alunos. O trabalho árduo e conjunto de profissionais de diferentes setores da universidade está por trás do êxito alcançado pela universidade no Censo 2017. Com esse resultado, não só a comunidade acadêmica se beneficia, mas a sociedade como um todo.
O atual vice-reitor e reitor eleito para o quadriênio 2018-2022, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, reforça a visão de José Rodrigues de que a busca por um taxa de sucesso cada vez mais alta da UFF se baseia em múltiplas ações administrativas, acadêmicas e de assistência estudantil. “As iniciativas não são implementadas aleatoriamente, mas sustentadas em informações objetivas e mensuradas. Desta forma, temos maior eficiência e, portanto, maior chance de êxito, além de economia de recursos”, conclui.
Fonte: UFF
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