Camilo Stefanelli - CEO da Compaq Brasil
27 de julho de 2018 - 08h30
Tendência é que tenhamos linhas próprias de
computadores e sistemas operacionais produzidos para aqueles que
convivem com algum tipo deficiência
Justamente por isso é que acho estimulante demais acompanhar os esforços e inovações em
prol desse grupo. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, já reforça a obrigatoriedade
de seguir diretrizes de acessibilidade digital, garantindo acesso completo às informações,
conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.
Mas é preciso caminhar além da obrigatoriedade e em outras direções.
Felizmente, nos próximos anos, a tendência é que já tenhamos linhas
próprias de
computadores e sistemas operacionais produzidos para quem tem algum tipo
deficiência. E
não só isso. Itens como os mouses oculares, por exemplo, que usam os
músculos do globo
ocular para controlar o cursor do mouse – voltados principalmente para
quem é tetraplégico –,
já são realidade e sinalizam um cenário otimista. Cito aqui outras
práticas positivas que merecem destaque, caso de aplicativos que mapeiam
prédios, bares e restaurantes acessíveis para cadeirantes ou softwares
desenvolvidos para a
educação de pessoas portadoras de síndrome de Down e Autismo.
Curiosamente, o mais fascinante nessa questão é que grande parte dessas soluções são de
empresas e entidades brasileiras, cujos profissionais engajados têm expertise suficiente para
colocar em prática ideias que muitos consideram impossíveis. Isso mostra, acima de tudo,
como é urgente valorizar o capital intelectual do nosso país. Já imaginou se houvesse ainda
mais estímulo para produção de tecnologias nacionais de acessibilidade?
Som visual - Para portadores de deficiência auditiva, é oportuno frisar que inúmeros sites já contam com
ferramentas avançadas e, claro, de custos elevados. Elas transformam textos, imagens e
arquivos de vídeo em sinais de LIBRAS, auxiliando quem não entende bem a língua portuguesa
(ou é analfabeto) e tornando simples a interação com os conteúdos da web.
Um novo olhar - Já para os portadores de deficiência visual as inovações focadas no uso do computador ou na
leitura de livros, como softwares que transformam em áudio conteúdos em texto e até
hardwares, como o display Braille, que apresenta informações exibidas nas tela dos
dispositivos nessa linguagem, são alguns dos exemplos – exemplos caros, vale ressaltar.
Braille portátil - A propósito, o sistema Braille, que permitiu que
as pessoas portadoras de deficiência visual
pudessem explorar um universo totalmente novo, sentindo a leitura com os
dedos, agora alia-se à tecnologia para proporcionar novas oportunidade
para este público. Isso porque em breve
os livros digitais poderão usar esse sistema de linguagem para cegos,
representando um marco
e tanto na acessibilidade. Já pensou em transportar uma biblioteca
inteira de livros em uma
estrutura leve e acessível na linguagem Braille e tudo isso por um preço
baixo, ao contrário do
que vemos hoje? Não seria interessante?
Fonte: IDGNow!
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