sexta-feira, 27 de julho de 2018

Inteligência Artificial pode ajudar no combate à falsificação de produtos

Inteligência Artificial pode ajudar no combate à falsificação de produtos
 
Mike Elgan, Computerworld EUA
25 de julho de 2018 - 07h00

Associação estima que o valor deslocado pelas falsificações poderá chegar a US$ 2,3 trilhões até 2022; Como a tecnologia pode mudar este cenário?
Aproximadamente 2,5% de todo o comércio é de produtos falsificados, um mercado que pode chegar a meio trilhão de dólares. Os Estados Unidos são os mais atingidos pelos produtos falsificados, sendo que as marcas americanas contabilizaram, em 2013, 20% da propriedade intelectual infringida do mundo.
Quando a maioria das pessoas pensa em falsificação, pensam em produtos como as bolsas da Louis Vuitton. Mas os produtos falsificados também incluem produtos comerciais e empresariais, bem como bens de consumo do dia a dia.
Drogas farmacêuticas falsas e bebidas falsas matam milhares de pessoas todos os anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 10% de todas as drogas farmacêuticas vendidas em países de baixa e média renda sejam precárias ou falsas.
E o problema deve piorar: a Associação Internacional de Marcas Comerciais (INTA) e a Câmara de Comércio Internacional dizem que o valor deslocado pelas falsificações poderá chegar a US$ 2,3 trilhões até 2022.

As falsificações são fabulosas
A maior e mais perigosa tendência da falsificação, de acordo com o CEO da Entrupy, Vidyuth Srinivasan, é a aplicação da inteligência artificial (AI) para criar melhores falsificações – produtos melhor falsificados, além de coisas falsas, como dinheiro, conteúdo, publicidade, sites e notícias.
A AI é mais usada para vídeos falsos. Deepfakes (vídeos que convincentemente adicionam o rosto de uma pessoa ao corpo de outra pessoa) usam deep learning, redes neurais simuladas e grandes conjuntos de dados para criar vídeos falsos convincentes. Em janeiro, foi lançado um aplicativo chamado FakeApp que permitia a qualquer usuário criar facilmente vídeos de troca de rosto.
Tecnologia semelhante será cada vez mais utilizada para criar melhores produtos de luxo. De maneira simplificada, os falsificadores fornecerão atributos de produtos legítimos para um sistema de AI que escolherá materiais e guiará o processo de fabricação para um resultado mais convincente.
Por outro lado, empresas já estão oferecendo soluções sofisticadas para empresas e marcas se protegerem. A Entrupy, assim como a Red Points, a Cypheme e outras, é especializada na identificação de baixo custo e alto volume de produtos falsificados. Essas empresas oferecem tecnologias que analisam materiais, cores, embalagens e outros atributos para identificar falsificações.
A IBM Research desenvolveu uma ferramenta chamada Crypto Anchor Verifier, que é um detector de falsificação de AI, que usa blockchain e roda em um smartphone. Para usá-lo, o usuário tira uma foto de qualquer produto e o aplicativo faz uma comparação dessa imagem com um banco de dados em um livro de registros blockchain para determinar a autenticidade.
Esse banco de dados seria abastecido com imagens de itens autênticos fornecidos pelas empresas que os fazem e é baseado na ideia de que todos os objetos, incluindo produtos, têm padrões ópticos distintos que podem ser identificados. Esses padrões são encontrados na textura, cor e padrões nos materiais usados ​​para fabricar os produtos.

Fakes estão por toda parte
Mesmo fontes confiáveis, como a Amazon, vendem um grande número de produtos falsificados. Todo o modelo de comércio on-line possibilita falsificações, já que as páginas e detalhes do produto são públicos e replicáveis e a escala torna quase impossível verificar todos os produtos.
O Counterfeit Repor (TCR), que trabalha com marcas para expor produtos falsificados, afirma ter encontrado cerca de 58 mil produtos falsificados na Amazon desde maio de 2016. Cerca de 35 mil itens foram removidos com base em suas descobertas. No entanto, essa organização procurava apenas versões falsas das marcas que representa, é possível que ainda haja um número muito maior.
A Amazon usa machine learning, com engenheiros de software, cientistas de pesquisa, gerentes de programas e investigadores, para o seu programa de registro de marca, que, segundo a empresa, reduziu as infrações em 99%. No entanto, muitas marcas não fazem parte do registro.
O Alibaba criou uma aliança chamada Big Data Anti-Counterfeiting, com 20 marcas internacionais. A iniciativa usa AI para detectar falhas nas listagens de produtos e nas avaliações de clientes.
O governo chinês chegou a apoiar um centro de avaliação para resolver o problema dos produtos falsificados. Uma empresa de Pequim construiu um aplicativo chamado Smart Detective, que usa inteligência artificial para avaliar produtos de luxo. Ele se concentra em bagagem e bolsas e está trabalhando na capacidade de avaliar jóias.
Um elemento-chave para fazer esses sistemas funcionarem é o sigilo. Os critérios específicos usados ​​para identificar produtos falsificados são segredos e eles mudam constantemente para manter os falsificadores fora de equilíbrio.

Porque AI não pode ajudar com vídeos e fotos falsos
Vídeos falsos são especialmente preocupantes. Eles trarão o mundo das notícias falsas para o vídeo, tornando histórias falsas, propaganda e desinformação ainda mais poderosas e críveis. A maioria das desinformações tem objetivos políticos. Mas, cada vez mais, a desinformação será usada nos negócios.
As forças armadas dos EUA têm financiado um programa para descobrir como identificar vídeos Deep Fake e outros conteúdos falsos criados usando AI. A Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) está reunindo especialistas do mundo para um concurso para ver quem pode criar as falsificações mais convincentes e quem pode criar a melhor ferramenta de AI para identificar falsificações.
Além disso, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, construíram um sistema de aprendizagem profunda que pode detectar automaticamente vídeos falsos.
Mas o grande problema não é a tecnologia, mas as pessoas. Por exemplo: o governo russo cria um vídeo falso e afirma que é real. O governo dos EUA diz que aplicou AI e determinou que o vídeo é falso. Tal como acontece com todas as notícias falsas e propaganda, os espectadores ainda terão que decidir em quem eles confiam.

Porque é hora de lutar contra a falsificação
Embora a guerra contra as falsificações nunca seja vencida, é possível que empresas e marcas obtenham a vantagem. Ao democratizar e automatizar os sistemas anti-falsificação, será possível parar as falsificações em grande escala. Mas não vai funcionar sem a cooperação e participação das empresas que produzem produtos legítimos.
E é por isso que é vital para qualquer empresa com produtos, conteúdo, marcas ou outros ativos que possam ser falsificados explorar as opções de como usar melhor AI para combater os falsificadores.

Fonte: IDGNow!

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