quarta-feira, 29 de agosto de 2018

CERN dá passo fundamental na compreensão da antimatéria

CERN dá passo fundamental na compreensão da antimatéria

EFE Madri
23 ago 2018

Vista do acelerador linear Linac4 durante sua inauguração na sede do CERN. EFE/Valentin Flauraud
Vista do acelerador linear Linac4 durante sua inauguração na sede do CERN. EFE/Valentin Flauraud

O Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) "alcançou um maior nível na compreensão da antimatéria" ao observar, pela primeira vez, a transição eletrônica Lyman-alfa em um átomo de anti-hidrogênio, segundo um comunicado.
A Lyman-alpha é uma das transições eletrônicas descobertas no átomo de hidrogênio há mais de um século pelo físico Theodore Lyman e permite aos astrônomos explorar o espaço existente entre duas galáxias e testar os modelos cosmológicos.
No caso dos estudos sobre a antimatéria, a transição Lyman-alfa "poderia permitir realizar medidas de precisão sobre a forma como o anti-hidrogênio reage à luz e à gravidade".
Caso fosse encontrada "a mais mínima diferença" entre a reação da matéria e a da antimatéria, isso permitiria consolidar os fundamentos do modelo padrão da física de partículas.
Além disso, seria possível compreender melhor por que o Universo é formado quase totalmente de matéria, embora no Big Bang a matéria e a antimatéria tenham sido criadas em quantidades iguais.
Este novo avanço tem como responsável o experimento Alpha, que foi iniciado em 2005 e que tem entre suas tarefas criar, capturar e estudar átomos de anti-hidrogênio e compará-los com os de hidrogênio.
O porta-voz do Alpha, Jeffrey Hangst, afirmou que estão "muito contentes com este resultado", pois a transição Lyma-alpha é "difícil de observar inclusive no hidrogênio".
Os especialistas chegaram a este resultado graças à sua capacidade de capturar e reter um grande número de átomos de anti-hidrogênio e utilizando uma fonte de luz laser pulsada.
O próximo passo será o resfriamento a laser, o que melhorará as medições espectroscópicas e gravitacionais de precisão.
O CERN considera que o Alpha, graças a este e outros resultados anteriores, "abre decididamente o caminho para experimentos de precisão que poderiam revelar certas diferenças de comportamento entre a matéria e a antimatéria".

Fonte: EFE

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