CERN dá passo fundamental
na compreensão da antimatéria
EFE Madri
23
ago 2018
Vista do
acelerador linear Linac4 durante sua inauguração na sede do CERN. EFE/Valentin
Flauraud
O
Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) "alcançou um maior
nível na compreensão da antimatéria" ao observar, pela primeira vez, a
transição eletrônica Lyman-alfa em um átomo de anti-hidrogênio, segundo um
comunicado.
A
Lyman-alpha é uma das transições eletrônicas descobertas no átomo de hidrogênio
há mais de um século pelo físico Theodore Lyman e permite aos astrônomos
explorar o espaço existente entre duas galáxias e testar os modelos
cosmológicos.
No caso
dos estudos sobre a antimatéria, a transição Lyman-alfa "poderia permitir
realizar medidas de precisão sobre a forma como o anti-hidrogênio reage à luz e
à gravidade".
Caso
fosse encontrada "a mais mínima diferença" entre a reação da matéria
e a da antimatéria, isso permitiria consolidar os fundamentos do modelo padrão
da física de partículas.
Além
disso, seria possível compreender melhor por que o Universo é formado quase
totalmente de matéria, embora no Big Bang a matéria e a antimatéria tenham sido
criadas em quantidades iguais.
Este novo
avanço tem como responsável o experimento Alpha, que foi iniciado em 2005 e que
tem entre suas tarefas criar, capturar e estudar átomos de anti-hidrogênio e
compará-los com os de hidrogênio.
O
porta-voz do Alpha, Jeffrey Hangst, afirmou que estão "muito contentes com
este resultado", pois a transição Lyma-alpha é "difícil de observar
inclusive no hidrogênio".
Os
especialistas chegaram a este resultado graças à sua capacidade de capturar e
reter um grande número de átomos de anti-hidrogênio e utilizando uma fonte de
luz laser pulsada.
O próximo
passo será o resfriamento a laser, o que melhorará as medições espectroscópicas
e gravitacionais de precisão.
O CERN
considera que o Alpha, graças a este e outros resultados anteriores, "abre
decididamente o caminho para experimentos de precisão que poderiam revelar
certas diferenças de comportamento entre a matéria e a antimatéria".
Fonte: EFE
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