Cidade do México afunda de
8 a 12 centímetros por ano, segundo universidade
EFE
Cidade do México
31 ago
2018
EFE/Mario
Guzmán
A
planície lacustre da Cidade do México registra a cada ano um afundamento de
entre 8 e 12 centímetros pela excessiva extração de água dos aquíferos, com
efeitos catastróficos para a infraestrutura urbana, afirmou nesta quinta-feira
um pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
O
especialista Efraín Ovando Shelley, do Instituto de Engenharia da UNAM,
destacou que "o México está exposto a muitos riscos que não são de curta
duração; um deles é o afundamento regional, que ocorre pouco a pouco, mas de
maneira constante, pelo menos desde meados do século XIX".
Shelley
afirmou que tal processo "é causador de situações críticas em muitas
partes da cidade já que contribui para a aparição de fendas no terreno e para
afetações na infraestrutura urbana, nas vias, nas casas e no patrimônio
arquitetônico, artístico e cultural".
O
especialista explicou que os tremores, como fenômenos naturais, duram segundos,
ou quando muito um minuto, e costumam ter consequências catastróficas,
"mas os afundamentos são incidentes que vão em câmera lenta. Sua
velocidade é variável, dependendo da região; inclusive poderia ser mínima, mas
permanente".
Nesse
sentido, afirmou que o Centro Histórico da Cidade do México "é uma das
áreas mais afetadas, porque ali estiveram expostos vários edifícios há muito
tempo, embora toda a bacia esteja danificada".
Além
disso, lembrou que uma boa parte da capital mexicana está construída sobre uma
antiga área lacustre (argilas fracas e deformáveis), "razão pela qual ao
subtrair água o subsolo se deforma e afunda".
O
especialista destacou que em curto prazo é impossível deter o fenômeno, mas uma
das soluções seria deixar de explorar os aquíferos.
Outra
opção seria construir uma rede de drenagem paralela: uma que recolha águas
pluviais e outras as águas negras. Shelley lembrou que tecnicamente é possível
tratar a água de chuva para reutilizá-la, inclusive para ser injetada novamente
no subsolo.
O
pesquisador salientou ainda que uma "iniciativa viável" seria retomar
o exercício que a UNAM realiza no seu campus de Cidade Universitária e
aplicá-lo em diversas partes da Cidade do México que é reciclar a água pluvial,
já que subtrair a água do subsolo já não é realista.
Fonte: EFE
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