Criança-robô medonha sangra, grita e simula dor para treinar médicos
Imagine
um boneco que simula várias das condições de uma criança normal e
inclusive sangra, grita, simula dor, se espanta, segue seus dedos com os
olhos e faz uma série de outras coisas “humanas”. Esse é o Pediatric
HAL, “o mais avançado simulador de paciente pediátrico, capaz de
transmitir emoções por meio de expressões faciais, movimentos e fala”,
criado pela Gaumard Scientific para ajudar no ensino de estudantes de
Medicina e no treinamento de profissionais.
"Robô causa certo desconforto em algumas pessoas, e engenheiros acham isso 'decepcionante'"
Bem,
mas cá entre nós, basta dar uma olhadinha de novo para se assustar um
pouco e chamá-lo de criança-robô medonha. Ele é capaz de emular medo,
surpresa, raiva, preocupação, ansiedade e dor — incluindo choro e
gritos. Sua cabeça se move, a pupila se contrai, e ele pode apresentar
várias disfunções, inclusive cardíacas, e realmente servir como base
para avaliação bem próxima de um garotinho “de verdade”.A tecnologia foi desenvolvida a partir da Segunda Guerra Mundial e aprimorada com o uso de software com algoritmos avançados. O sistema operacional UNI inclui uma base de dados de comportamentos e respostas, coletados em diversos cenários que podem acontecer em uma operação ou situação de emergência real.
"Somos humanos. A medicina é estressante… se pudermos praticar e ensaiar em uma simulação, então quando enfrentarmos uma situação real estaremos muito mais preparados", explicou em entrevista à BBC a médica Jen Arnold, diretora médica de simulações do hospital infantil Johns Hopkins All Children's, em Saint Petersburg, Flórida.
Pediatric Hal causa arrepios em algumas pessoas
O
hospital infantil Lucile Packard, da Universidade de Stanford, nos
Estados Unidos, é o primeiro a utilizar o Pediatric Hal, e a escolha por
um modelo que lembra uma criança se dá porque os pequenos costumam
exigir cuidados específicos. "Os pacientes pediátricos apresentam
desafios únicos para estudantes e profissionais. Crianças não são
adultos em miniatura: a forma como processam informação, como seus
corpos funcionam, como respondem a medicamentos e como se comunicam é
muito diferente", diz a empresa em seu site.
Só
que a Gaumard Scientific se viu obrigada a reduzir um pouco o nível de
realismo do robô porque ele poderia ser “traumático” demais para os
estudantes e médicos — dessa forma, não pode “morrer” no caso de falhas
graves no atendimento nem possui pelos. Ainda assim, tem causado certo
incômodo em algumas pessoas.
Os engenheiros acham isso
“decepcionante” e dizem que nenhum dos profissionais que trabalham com a
máquina diz se sentir perturbado. Aliás, é bem possível que o Pediatric
HAL sirva como mais um passo no desenvolvimento de inteligência
artificial e outros modelos que possam não somente servir como simulador
de pacientes, mas também vir a se tornarem os próprios médicos —
incluindo cirurgiões.
A
Gaumard Scientific já possui outras versões, incluindo uma mulher
adulta e um bebê. E aí, preparados para treinar ou serem atendidos por
autômatos como esses?
Fonte(s): G1/BBC
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