Degelo dos polos causa instabilidade na rotação da Terra, aponta estudo


Degelo dos polos causa instabilidade na rotação da Terra, aponta estudo

EFE Los Angeles
26 set 2018

EFE/Cézaro
EFE/Cézaro

O descongelamento dos polos está provocando uma sobrecarga lateral que torna a rotação da Terra sobre seu próprio eixo menos estável, afirmou nesta terça-feira a Nasa.
Devido ao aquecimento global, provocado em parte pela ação humana, a camada de gelo da Groelândia perdeu uma massa equivalente 7,5 bilhões de toneladas que foi parar no oceano após o derretimento, afetando a estabilidade de rotação do planeta.
As conclusões foram apresentadas em uma pesquisa do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, que aponta que o deslocamento dessa massa é um dos principais fatores que afetam a estabilidade de rotação da Terra.
"Uma massa que está a 45 graus em relação ao Polo Norte, que é a Groelândia, ou em relação ao Polo Sul, como as geleiras da Patagônia, ao se deslocar, terá um impacto maior em modificar o eixo sobre o qual a Terra se desloca do que a movimentação de uma massa que está logo ao lado do polo", afirmou Eric Ivins, pesquisador do JPL e coautor do estudo.
O deslocamento das massas de gelo é um dos três fatores que os cientistas apontam como causas de instabilidade e de deslocamento do eixo de rotação terrestre. Outro tem relação com o "surgimento" de rochas onde anteriormente havia uma camada de gelo e que já não estão sob pressão desse peso.
Um terceiro motivo apresentado pelos especialistas é a chamada convecção do manto, causada pelos movimentos das rochas fundidas que estão sob altas temperaturas nas profundezas da Terra.
Segundo o estudo, a camada que está entre o núcleo e a superfície do manto terrestre pode sofrer variações com os movimentos de subida ou descida das rochas incandescentes, o que gera também instabilidade no rotação do planeta e modifica o eixo.
Ao analisar as medições realizadas durante o século XX, o JPL calculou que o eixo de rotação da Terra se deslocou aproximadamente 10 centímetros por ano, o que representa cerca de 100 metros ao longo de todo o século.

Fonte: EFE

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