segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Limitar aquecimento global requer "mudanças sem precedentes", diz relatório

Limitar aquecimento global requer "mudanças sem precedentes", diz relatório



EFE Seul 

8 out 2018


EFE/ Kai Forsterling

EFE/ Kai Forsterling


Limitar o aumento da temperatura no planeta a 1,5 grau Celsius necessitará "mudanças sem precedentes" em nível social e global, alerta o novo relatório apresentado neste domingo pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

O texto diz que limitar o "aquecimento global a 1,5 °C", barreira que deve ser superada entre 2030 e 2052 a este ritmo, "necessitaria mudanças rápidas, de amplo alcance e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade", desde o consumo de energia ao planejamento urbano e terrestre e muitos cortes na emissão de gases poluentes.

O relatório, apresentado na cidade sul-coreana de Incheon, analisa caminhos para limitar o aquecimento em até 1,5, em vez de 2 graus, como foi estabelecido no Acordo do Clima de Paris, e adverte que os efeitos para ecossistemas e a vida no planeta serão muito menos catastróficos se for possível deixar esta barreira mais ambiciosa.

As emissões de poluentes de origem humana já elevaram a temperatura média do planeta em torno de 1 grau a respeito de antes da Revolução Industrial no século XIX e transformaram a vida no planeta, segundo lembrou o presidente do IPCC, Hoesung Lee, na apresentação do relatório.

"Manter o aquecimento global em um nível inferior a 1,5 grau, em vez de 2, será muito difícil, mas não é impossível", acrescentou Lee.

Manter o aquecimento abaixo do limite de 1,5 grau evitaria uma maior extinção de espécies e, por exemplo, a destruição total dos corais, básicos para o ecossistema marinho. Também reduziria o aumento do nível do mar em 10 centímetros até 2100, salvando zonas litorâneas e litorais, segundo o relatório.

Superar o limite de 1,5 grau resultaria um maior aumento do calor extremo, as fortes chuvas e a probabilidade de secas, algo que terá efeito direto sobre a produção de alimentos, sobretudo em regiões sensíveis como o Mediterrâneo e a América Latina.

Também afetará a saúde, o fornecimento de água e o crescimento econômico, com um impacto especialmente negativo por volta das populações mais pobres e vulneráveis do planeta, diz o texto, que conta com 6 mil referências científicas e foi assinado por 91 especialistas de 40 países.

Para evitar superar essa barreira, o relatório afirma que são necessários um consumo energético mais eficiente, uma agricultura mais sustentável e menos extensiva, além de destinar mais terreno ao cultivo de recursos energéticos.

Também será preciso multiplicar por cinco o investimento atual no setor tecnológico para conseguir fazer com que transportes, edifícios e as indústrias emitam muito menos poluentes.

O relatório será usado como base para as discussões da 24ª Cúpula do Clima (COP24), que será realizada em Katowice, na Polônia, em dezembro.

Fonte: EFE

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