Outubro Rosa: 12 avanços tecnológicos no combate ao câncer
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Nota do editor:
essa pauta é uma homenagem da equipe do TecMundo para todos que já
tiveram que enfrentar o câncer em suas vidas — seja próprios ou de
pessoas próximas. Nós sabemos como é essa batalha e torcemos para que os
avanços tecnológicos e científicos nos próximos anos permitam que isso
seja cada vez mais raro!
Cores
para destacar causas nobres durante um mês todo. Foi assim como os 30
dias de prevenção ao suicídio, no Setembro Amarelo, e agora temos o
Outubro Rosa, que vem para nos lembrar da importância de se consultar,
ficar sempre de olho na saúde e, claro, evitar os hábitos que podem
levar aos diferentes casos de câncer.E o que vem sendo feito na tecnologia para que um dia tenhamos menos casos, melhores tratamentos e armas para combater os tumores malignos? Listamos abaixo 14 pesquisas e ferramentas que podem mudar os números de casos de morte decorrentes desse problema no futuro.
1. Microsoft Project Hanover
Desde 2016, a Microsoft
toca o Projeto Hanover, que visa usar o aprendizado de máquina e
processamento de linguagem natural para ajudar médicos a analisar as
grandes quantidades de novas pesquisas médicas publicadas a cada ano.
Assim, eles podem determinar melhor os tratamentos mais eficazes e
individualizados para cada paciente — inclusive com a ajuda dos dados na
nuvem Azure.
A
gigante de Redmond também trabalha com o Instituto Knight Cancer
Institute na Universidade de Saúde e Ciência de Oregon para desenvolver
uma abordagem de aprendizado de máquina que permite customizar os
tratamentos para leucemia mielóide aguda, um tipo complexo e
frequentemente fatal de câncer.2. NASA
Um algoritmo de aprendizado de máquina da NASA
identifica similaridades entre galáxias e também vem sendo utilizado
para analisar amostras de tecido em busca de sinais de câncer. O
Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e o Instituto Nacional do Câncer
renovaram uma parceria de pesquisa até 2021 para coletar pesquisas
sobre esses biomarcadores em rede — de forma semelhante ao seu sistema
de dados planetários, no qual todos podem compartilhar informações.
Dessa
forma, os médicos podem comparar, por exemplo, uma tomografia
computadorizada com um arquivo de imagens semelhantes para pesquisar
sinais precoces de câncer, com base sobre os dados demográficos de um
paciente. Isso poderia se traduzir em novas técnicas para o diagnóstico
precoce de câncer ou risco de câncer.Dezenas de instituições incluindo a Escola de Medicina Geisel do Dartmouth College, o Hospital Geral de Massachusetts da Harvard Medical School e o Grupo de Medição de Escala de Genoma do NIST de Stanford estão no projeto.
3. Google DeepMind
Em agosto, a DeepMind Health, propriedade do Google,
formou uma parceria com o Hospital da Universidade de Londres (UCLH)
para melhorar os exames de radioterapia usados para detectar câncer de
cabeça e pescoço. Esses exames de tomografia computadorizada e
ressonância magnética são complicados e geralmente levam cerca de quatro
horas para criar um mapa detalhado das áreas do corpo que precisam ser
tratadas com radioterapia e as áreas de tecido saudável que devem ser
evitada.
O
DeepMind pode usar o aprendizado de máquina para auxiliar os médicos
nesse processo com um algoritmo que identifica automaticamente células
cancerosas e saudáveis. Ele também pode ser capaz de reduzir o tempo
necessário para uma leitura precisa em apenas uma hora, deixando aos
profissionais mais tempo para gastar em atendimentos, educação e
pesquisa.
Além
disso, cientistas do do Imperial College London estão trabalhando com a
DeepMind Health para melhorar a precisão do rastreamento do câncer de
mama. Ao estudar 7,5 mil mamografias anonimizadas, eles esperam criar um
software que reduza os falsos positivos.4. IBM Watson
A
IBM Watson também usa o aprendizado de máquina com o sistema Watson
Oncology para ajudar os médicos na pesquisa e desenvolvimento de planos
de tratamento. Clínicos e analistas do Centro de Câncer Memorial Sloan
Kettering em Nova York trabalham com a empresa desde 2014, treinando a
inteligência artificial para "interpretar informações clínicas de
pacientes com câncer e identificar opções de tratamento individualizadas
e baseadas em evidências", de acordo com o hospital.
Isso
envolve a interpretação de notas médicas, resultados de laboratório e
as pesquisas clínicas mais recentes. Assim, oncologistas em qualquer
localidade podem acessar o Watson e tomar decisões de tratamento mais
rápidas e específicas. O software pode ser acessado via tablet e já está
em uso na Índia e na Tailândia.5. CRISPR e as mutações do câncer
Em
um estudo publicado na revista Journal of National Cancer Institute, os
pesquisadores usaram a tecnologia CRISPR para diagnosticar e inativar
mutações do câncer. CRISPR, ou repetições palindrômicas curtas agrupadas
regularmente, refere-se a uma ferramenta de edição de genoma natural e
muito precisa, feita de DNA.
6. Inteligência artificial para resultados de mamografia
Além
da já citada iniciativa do Imperial College London com o DeepMind
Health, pesquisadores do Centro Metodista de Câncer de Houston
desenvolveram uma inteligência artificial que interpreta resultados de
mamografia 30 vezes mais rápido que um humano, com 99% de precisão. Em
um estudo publicado em 2016 na revista Cancer, os cientista demonstraram
como o software traduz rápida e intuitivamente os prontuários dos
pacientes em informações de diagnóstico.
Cerca
de 12,1 milhões de mamografias são realizadas anualmente nos EUA, com
50% produzindo falsos positivos, de acordo com a American Cancer
Society. Um total de 20% do 1,6 milhão de biópsias de mama feitas a cada
ano não são necessárias. Essa tecnologia pode reduzir o tempo que os
médicos levam para interpretar os resultados e ajudá-los a avaliar com
mais precisão o risco e a necessidade de mais testes.7. Nanorrobótica
Pesquisadores
da Polytechnique Montréal, Universidade de Montreal e McGill University
criaram agentes nanorrobóticos que podem viajar através da corrente
sangüínea de um paciente para atacar células cancerosas em tumores com
medicação. O estudo, publicado na Nature Nanotechnology, foi realizado
em camundongos, que receberam com sucesso os agentes nanorrobóticos em
tumores colorretais.
"A
quimioterapia, que é tão tóxica para todo o corpo humano, poderia fazer
uso desses nanorrobôs naturais para mover drogas diretamente para a
área-alvo, eliminando os efeitos colaterais prejudiciais e aumentando
sua eficácia terapêutica", disse Sylvain Martel, diretor da
Polytechnique. Laboratório de Nanorobótica de Montréal, em um comunicado
de imprensa.
Vale
destacar que algumas iniciativas mais recentes com nanorrobôs e
supercomputadores vêm diminuindo o impacto das pesquisas na vida animal —
evitando assim a agressão à natureza com o uso de cobaias para testes.
Um dos projetos que ajuda nisso é um software criado por cientistas de
Yokohama e que pode identificar câncer colorretal com até 86% de
precisão.
8. Imagens por ressonância magnética
A
ViewRay Inc. recebeu recentemente a aprovação da China e do Japão para
comercializar sua máquina de radioterapia baseada nas imagens por
ressonância magnética, em um sistema chamado de MRIdian. Ele usa
radiação de cobalto e automação de software para fornecer dados de
pré-tratamento de alta qualidade.
Isso
permite aos médicos observar os tecidos e ajustar as doses de radiação
em tempo real, enquanto o tratamento está sendo realizado. Desta forma, o
profissional pode alinhar o tumor para os feixes de tratamento e evitar
outros órgãos internos sensíveis. A máquina não expõe o paciente a
radiação ionizante adicional que é comum com outros sistemas e o
procedimento é o único no mercado capaz de visualizar e tratar pacientes
simultaneamente.9. Engenharia de células
Cientistas
do Instituto de Câncer da Universidade College London estão usando a
tecnologia na projeção de células imunológicas para melhorar sua
capacidade de matar o câncer. Em um estudo publicado na revista Cancer
Research, os pesquisadores usaram a tecnologia de “edição” de genes para
alterar o DNA dentro das células do sistema imunológico de camundongos,
tornando-os resistentes à capacidade de uma unidade tumoral de
desligá-los.
Pacientes
freqüentemente usam remédios chamados de inibidores de ponto de
verificação para bloquear a ação das células cancerígenas no
desligamento do sistema imunológico. No entanto, esses medicamentos
afetam todas as células da defesa interna de um paciente e, muitas
vezes, têm efeitos colaterais indesejáveis. Se esta pesquisa for
bem-sucedida em humanos, pode ser outra maneira de fortalecer o sistema
imunológico no combate à doença.10. CIVO
Em
2015, pesquisadores do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson e
da Presage Biosciences em Seattle criaram um dispositivo que pode
injetar vários medicamentos em tumores para testar o efeito de cada
droga e determinar qual funciona melhor para o tratamento. Chamado de
CIVO, a máquina envolve até oito agulhas carregadas com remédios que são
pressionadas em um tumor localizado próximo à pele do paciente. Depois
de removidas, elas deixam um rastro de cada droga.
Alguns
dias depois, os médicos removem um pedaço do tumor e examinam as
células para ver cada droga que matou as células tumorais, assim como as
que diminuíram seu crescimento eas que não tiveram efeito. O CIVO foi
testado em camundongos, cães e alguns pacientes com linfoma humano e não
houve até agora relatos de efeitos adversos.11. IA para dermatologistas e para o câncer da próstata
Um
sistema de IA desenvolvido por uma equipe da Alemanha, França e Estados
Unidos pode diagnosticar o câncer de pele com mais precisão do que os
dermatologistas. No estudo, o software foi capaz de detectar com
precisão o câncer em 95% das imagens de manchas cancerosas e manchas
benignas, enquanto uma equipe de 58 dermatologistas teve um desempenho
inferior, com 87% do tempo.
Pesquisadores
chineses desenvolveram um algoritmo que pode diagnosticar o câncer de
próstata com a mesma precisão que um patologista. O líder da pesquisa,
Hongqian Guo, da Universidade de Nanjing, disse: "Isso ajudará os
patologistas a fazer diagnósticos melhores e mais rápidos, além de
eliminar a variação cotidiana de julgamento que pode se infiltrar nas
avaliações humanas".12. Tumores na cabeça e no pescoço
Pesquisadores
da Universidade do Texas, em Houston, desenvolveram software para
contornar com precisão a forma dos tumores de câncer de cabeça e
pescoço. Em estudos, médicos treinados demonstraram fazer avaliações
amplamente variáveis do volume do tumor.
O
aplicativo permite que os oncologistas direcionem a radiação do
tratamento com mais precisão — especialmente nos casos críticos desses
tipos de câncer — e evite outros tecidos vulneráveis localizados nas
proximidades dos alvos.
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