Capacete nas mãos e sorria:
reconhecimento facial no canteiro de obras
Ter total controle sobre quem entra e sai das obras
é um dos grandes desafios das construtoras e incorporadoras
Valmor
Fernandes*
31/01/2019
Foto:
Shutterstock
https://computerworld.com.br/2019/01/31/capacete-nas-maos-e-sorria-reconhecimento-facial-no-canteiro-de-obras/
Reconhecimento
facial para
identificar os trabalhadores que entram no canteiro de obras? Se eu te convidar
para imaginar isso em um cenário de construção civil, cheio de terra e poeira,
este tipo de controle de acesso (que não é muito comum nem em ambientes super
tecnológicos) pode parecer algo futurístico. Mas, hoje, aqui no Brasil, já
temos grandes players do setor apostando nessa inovação – e colhendo
benefícios, inclusive, para outras áreas extremamente sensíveis dos seus
negócios.
Ter total
controle sobre quem entra e sai das obras é um dos grandes desafios das
construtoras e incorporadoras. A alternativa de realizar a identificação por
biometria digital nas catracas de acesso, por exemplo, acaba dificultada pelo
desgaste natural da pele das mãos dos trabalhadores da construção civil. Para
lidar com este e outros pontos das suas operações no dia a dia, as empresas
encontraram respostas na tecnologia.
Com o
reconhecimento facial, garante-se que apenas a pessoa autorizada entre na obra,
mas isso vai muito além da segurança de acesso ao espaço físico. Normalmente, a
construtora contrata uma empreiteira para a realização da obra e, a partir daí,
ela é responsável por todos os funcionários, inclusive dos seus fornecedores
terceirizados. Porém, há algumas peculiaridades nessa dinâmica.
Todo
trabalhador precisa estar com uma série de atestados em dia, como alguns exames
de audiometria ou de saúde ocupacional. Existe uma fiscalização constante em
cima disso por parte dos Órgãos responsáveis e, caso sejam identificados
funcionários em atividade com a documentação irregular, a incorporadora é
punida, juntamente com as suas subcontratadas.
E como o
reconhecimento facial pode ajudar a eliminar esse risco? É possível integrar o
sistema de leitura facial nas catracas a um software de cadastro dos
trabalhadores, com as suas respectivas documentações. No primeiro acesso, a
tecnologia faz a identificação dessas pessoas, cruzando os seus dados à sua
imagem. A partir daí a entrada só é liberada para quem está com a documentação
100% em dia, caso contrário, o bloqueio é imediato e automático.
Dessa
forma, a construtora se protege, com a certeza que todos estejam dentro das
exigências legais, e garante que o trabalhador no canteiro seja, de fato,
aquele que consta em registro e não um substituto, que não tenha passado por um
controle interno, algo comum de acontecer. Assim, a tecnologia também ajuda a
reduzir, consideravelmente, possíveis perdas com multas trabalhistas.
Posso
citar, ainda, outro benefício da adoção do reconhecimento facial. As
construtoras passam a ter em mãos relatórios diários de entrada e saída, com os
horários e o número exato de trabalhadores em campo. Com isso, têm melhor
visibilidade em relação ao avanço da obra, por parte do serviço prestado pela
empreiteira contratada. Em caso de queda na produtividade, por exemplo, é
possível determinar se houve uma redução de profissionais alocados e se isso
implicará em atrasos na conclusão do projeto. A incorporadora consegue ser mais
rígida nas suas cobranças, baseada em dados, e, com isso, executa uma gestão
cada vez mais precisa, com foco no cumprimento dos prazos.
O mundo
já se digitalizou e essa transformação também precisa fazer parte da construção
civil, não apenas na forma de levantar as paredes, mas na inclusão da
tecnologia no dia a dia dos trabalhadores. Os benefícios da inovação na
segurança e controle são múltiplos para as construtoras, profissionais e todo o
ecossistema. Portanto, sorria! Você pode estar sendo filmado!
*Valmor
Fernandes é diretor presidente Teltex
Fonte: Computerworld
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