Cientistas questionam papel
de asteroide na extinção dos dinossauros
EFE Washington
22 fev
2019
Parque de
Dinossauros de Lourinha, em Portugal, em foto de 2018. EFE/Antonio Cotrim
Um grupo
de cientistas pôs em dúvida até que ponto o impacto de um enorme asteroide
contra a superfície da Terra há 66 milhões de anos foi o responsável pela
extinção dos dinossauros, uma teoria amplamente aceita, segundo um estudo
publicado nesta quinta-feira na revista especializada "Science".
O
relatório confirma que a queda do asteroide provocou "maciças erupções
vulcânicas" no território onde se encontra atualmente a Índia, muito
distante do ponto houve o choque com a Terra, no mar do Caribe.
No
entanto, os pesquisadores consideram que esta informação "não deixa claro
até que ponto as duas catástrofes - o impacto e as erupções - contribuíram para
a extinção em massa que matou os dinossauros e muitas outras formas de
vida".
O estudo
tem foco nos enormes fluxos de lava que surgiram periodicamente ao longo da
história da Terra e como afetaram a atmosfera e alteraram o curso da vida no
planeta.
Na
análise, os cientistas da Universidade da Califórnia detalharam com datas mais
precisas as intensas erupções vulcânicas na Índia, que coincidiram com a
extinção mundial ao final do Período Cretáceo.
A
sequência de erupções durante milhões de anos gerou fluxos de lava a distâncias
de pelo menos 500 quilômetros ao longo desse continente.
"Diria,
com bastante confiança, que as erupções ocorreram dentro do período de 50 mil
anos, e talvez 30 mil anos, após impacto, o que significa que foram
sincronizadas", apontou o autor principal do estudo, Paul Renne.
"Essa
é uma validação importante da hipótese de que o impacto da lava renovada
flui", acrescentou.
As novas
datas também confirmam estimativas anteriores de que os fluxos de lava
continuaram durante aproximadamente um milhão de anos, mas contêm uma surpresa:
três quartos da lava surgiram depois do impacto.
Se a
maior parte da lava das Armadilhas de Deccan, no centro-oeste da Índia, tivesse
explodido antes do impacto, os gases emitidos durante as erupções podem ter
sido a causa do aquecimento global nos últimos 400 mil anos do Cretáceo, quando
as temperaturas aumentaram em aproximadamente 8 graus centígrados.
Mas,
segundo os autores da pesquisa, se a maior parte da lava das Armadilhas de
Deccan surgiu depois do impacto, este cenário "deve voltar a ser
pensado".
"Isso
muda nossa perspectiva sobre o papel das Armadilhas de Deccan na
extinção", afirmou a coautora do estudo, Courtney Sprain, da mesma
universidade.
Ou as
erupções da região do Deccan não tiveram influência, algo
"improvável", disse Courtney, ou muitos gases que modificam o clima
surgiram durante o fluxo de volume mais baixo das erupções.
No caso
da extinção dos dinossauros, os sintomas de uma mudança climática significativa
ocorreram antes do pico nas erupções vulcânicas.
Fonte: EFE
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