Comércio ilegal de dados pessoais de brasileiros é exposto em vazamento
Precisamos
montar um plano de ação urgente, pois estão saindo muitas reportagens
sobre o assunto e estou começando a ficar com medo
Entre
as empresas afetadas, estão: Assert, Stormtech, Fontes Seguros,
PassePag, Deu Crédito, Fontes Promotora, Dinamo Promotora, Sim Cash,
Retentiva e Medeiros Santos Advogados Associados.
De
acordo com o hacker, “a publicação revela o que parece ser um conluio
nefasto em que empresas privadas (Holding Jeaholding, Assert)
comercializam dados pessoais (incluindo financeiros) da população
brasileira”.
Posicionamento recebido pelo TecMundo:
A
J&A Soluções Inteligentes Multissetoriais acionou, na noite de
ontem (20), todo seu departamento de Tecnologia de Informação e
solucionou as tentativas de ataques cibernéticos nos sistemas das
empresas da holding. Além da TI, a assessoria jurídica também foi
alertada e, desde então, já está tomando as medidas legais cabíveis
contra o ataque. A J&A tranquiliza seus colaboradores, clientes e
parceiros, assegurando que todos os dados, sigilosos ou não, estão
protegidos e nenhum dano ou prejuízo será refletido na atuação das
empresas. A holding informa que até o momento não foi detectada
divulgação de nenhum dado confidencial financeiro ou bancário e que
todas as medidas contingenciais e corretoras de proteção, além de
denúncia a falsos comentários online, estão em andamento.
A
J&A reafirma que suas operações seguem normais, sem comprometimento
dos seus sistemas e reforçando ainda mais a segurança de informação.

O
vazamento de dados ainda trouxe alguns emails supostamente trocados
entre os funcionários da Assert. Em um deles, o diretor comercial da
Assert combina com o departamento jurídico maneiras de proteger a
empresas caso exista uma investigação sobre os dados pessoais
negociados: “Precisamos montar um plano de ação urgente, pois estão
saindo muitas reportagens sobre o assunto e estou começando a ficar com
medo”.
De acordo com o Defcon lab, “o arranjo [entre
empresas] incluiria empresas subsidiárias responsáveis pela
comercialização dos dados e a falsificação de negócios jurídicos com
empresas para legitimar a origem dos dados. Essas ações foram tomadas
como forma de proteção da empresa, formuladas com a consultoria
especializada de renomados escritórios de advocacia brasileiros (os
quais seriam especialistas em “proteção” de dados pessoais)”.
Constata-se
que eles têm total ciência que não poderiam vender esses dados,
inclusive fazendo a empresa de advocacia deles trabalhar numa garantia
jurídica
“Através de uma rápida análise nos emails
interno da empresa, constata-se que eles têm total ciência que não
poderiam vender esses dados, inclusive fazendo a empresa de advocacia
deles trabalhar numa garantia jurídica, envolvendo mentiras como
contratos fakes entre empresas do grupo e de que essas informações são
obtidas da navegação dos usuários nos sites e parceria com as outras
empresas do grupo”, completa RobinHood.
No Pastebin, que
já foi retirado do ar, era possível encontrar todos os detalhes e provas
dos vazamentos. “De alguma forma eles possuem os dados de INSS de toda a
população e eles vendem essa informação através dos sites http://consulta.plus/
e http://app.asserttecnologia.com.br/" , escreveu RobinHood. O hacker
também ensinou como cidadãos podem checar dados de INSS expostos pelas
empresas.
Vale notar que a Polícia Federal deflagrou hoje (21) a segunda fase da Operação Data Leak,
que envolve o comércio ilegal de dados pessoais de brasileiros. As
empresas que supostamente sofreram este vazamento não foram afetadas
pela operação.

Fonte: Tecmundo
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