Morre o cientista que
popularizou o termo "aquecimento global"
EFE Nova
York
19 fev
2019
EFE/Zipi
O
geoquímico Wallace Broecker, conhecido por ser o cientista que popularizou em
1975 a expressão "aquecimento global", morreu nesta segunda-feira em
Nova York aos 87 anos de idade em decorrência de uma parada cardíaca.
Segundo
informou a Universidade de Columbia em seu site, Broecker foi reconhecido por
introduzir essa expressão no vocabulário científico da época graças ao seu
artigo acadêmico "Mudança climática: estamos à beira de um aquecimento
global pronunciado?" em meados da década de 1970.
Nessa
publicação, Broecker previu o atual aumento das temperaturas no mundo todo como
resultado de um aumento nos níveis de dióxido de carbono, popularizando o termo
"aquecimento global" - do qual se tinha falado previamente - para
definir tal fenômeno.
Broecker
argumentava que os humanos estavam mudando o clima com as emissões de dióxido
de carbono embora os efeitos não fossem ainda visíveis devido a um ciclo
refrigerador do planeta que durou 40 anos.
No
entanto, garantia que tal ciclo se reverteria e que os efeitos pelas mãos do
homem seriam visíveis.
Broecker
se especializou no estudo dos oceanos, analisando a química marinha e o estudo
das correntes marítimas, com seus efeitos sobre o clima.
Entre
alguns dos seus estudos, Broecker se interessou no processo por meio do qual os
oceanos absorvem dióxido de carbono do ar e que efeitos isto poderia ter no
clima.
Nascido
em Chicago em 29 de novembro de 1931 no seio de uma família cristã evangélica,
Broecker se iniciou nos estudos de geologia apesar de seus pais rejeitarem a
teoria geológica moderna para a interpretação bíblica literal de que a Terra
tem apenas alguns milhares de anos.
Foi
durante práticas em um laboratório em Nova York no verão de 1952 quando começou
com o estudo da geoquímica e da datação com o emprego de radiocarbono, uma
técnica então revolucionária que permitiu aos pesquisadores cifrar a idade de
materiais de até 40.000 anos de antiguidade.
Após
aquilo, se mudou para Columbia para seguir os estudos e se doutorou em geologia
em 1958.
Apesar de
muitos imaginarem que sua mudança representou o abandono das crenças
familiares, vários companheiros o chamavam pelas costas de
"teoquímico".
Apesar de
ser disléxico e não saber escrever com computador - fazia tudo à mão em papel
-, Broecker assinou cerca de 500 artigos de pesquisa e pelo menos 17 livros.
Segundo
sua última vontade, o geoquímico pediu para ser cremado e que suas cinzas sejam
jogadas no mar.
Fonte: EFE
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