Girl Power: como as
mulheres estão dominando a indústria dos games
Pesquisas mostram que as meninas são cada vez mais
presentes no mundo dos jogos eletrônicos. Só no Brasil, elas representam 58% do
público
Flávio
Costa, sócio-diretor da Daten
20/03/2019
Foto: Shutterstock
O mercado
de games na América Latina já fatura mais de US$ 130 bilhões por ano. Esses
números mostram que o segmento de jogos eletrônicos é, cada vez mais, uma
indústria com oportunidades e produtos para todos os públicos e gostos. Ainda
assim, frequentemente ouvimos dizer que os videogames são brinquedos “de
garotos”. As pesquisas, porém, indicam que as mulheres estão assumindo os
controles.
Levantamentos
realizados em 2018 apontam que mais de 58% dos gamers do Brasil são do sexo
feminino. As mulheres dominam o ambiente de jogos eletrônicos no país,
representando um grande e importante grupo de consumo para toda a cadeia
nacional de desenvolvimento e venda de games – e não apenas por conta dos
joguinhos de smartphones. Embora os títulos mobile estejam em expansão,
estimativas apontam que o setor de jogos para computador deve alcançar US$ 390
milhões em faturamento no mundo até 2021.
O número
de mulheres que se definem como PC Gamers nunca foi tão grande, assim como a
participação das “meninas” cresce a cada dia no mercado profissional, nas
competições de e-Sport. Esse cenário é apenas mais um dos inúmeros reflexos da
ascensão da mulher na sociedade atual. Para quem vende ou desenvolve games e
equipamentos relacionados a esse mercado, a inclusão das mulheres não poderia
representar uma notícia melhor. As garotas estão à procura de novos jogos e,
por consequência, de hardware mais poderoso que maximize suas experiências como
jogadoras.
As PC
Gamers há muito perceberam as vantagens de um equipamento mais robusto, como
ter uma plataforma que simule melhor a realidade virtual, com capacidade para
realizar tarefas complexas que exigem mais poder de processamento, além de
contar com uma variedade maior de títulos e a possibilidade de participar de
ambientes multiplayer sem pagar taxas adicionais.
Impacto
na profissão
O contato
ainda na infância e na adolescência com esse ambiente também influencia o
futuro das mulheres. Uma recente pesquisa realizada no Reino Unido mostrou como
os jogos eletrônicos podem impactar a escolha da carreira profissional – e o
resultado foi surpreendente. Segundo dados da pesquisa, garotas que jogam
videogame por mais de nove horas por dia têm três vezes mais chances de seguir
carreira nas áreas de Tecnologia, Engenharia, Ciência e Matemática. O estudo
analisou o interesse das meninas por videogames em sua adolescência e comparou
as carreiras que seguiram na faculdade e na vida profissional.
Outro
benefício da maior participação feminina no mercado é a forma como os games têm
proposto seu conteúdo e contribuído na disseminação da igualdade de gênero.
Existem inúmeros exemplos de jogos que alteraram significativamente o visual
das personagens para melhor representar a figura da mulher. Os trajes femininos
apelativos, por exemplo, estão cedendo espaço para novas heroínas cheias de
poder e energia. A tendência é que as empresas continuem ouvindo esse público
na hora da tomada de decisões estratégicas sobre seus produtos e sigam
auxiliando a mudança dos discursos de segregação, que excluem a perspectiva
feminina da indústria.
Para se
beneficiar desse movimento positivo, as revendas e os demais profissionais do
setor de jogos devem se apoiar nessas informações para apresentar as novidades
do mercado e aproximar ainda mais as mulheres do ambiente gamer. Além de
cativar novas e poderosas consumidoras, essas empresas certamente podem atuar
para desfazer a ideia de que os videogames são apenas brinquedos ou algo
exclusivo do universo masculino. As mulheres, nesses novos projetos, podem
assumir todos os papeis: criadoras, desenvolvedoras e consumidoras dos jogos.
Preconceito,
aqui não!
Ao abrir
espaço para todos os gêneros, a indústria de games favorece a presença das
mulheres no segmento, ganhando aliadas e reforçando a lucratividade de toda a
cadeia do setor. Além disso, adotar uma postura inclusiva traz ganhos para a
imagem e alinha as empresas da área à realidade atual.
É preciso
que as empresas olhem com atenção e apoiem a chegada dessas jogadoras e
profissionais a outros níveis do mercado. É possível pensar em um cenário
diferente, em que todas as mulheres tenham seu potencial reconhecido. Seja no
âmbito da representatividade ou do potencial de consumo, a indústria dos
videogames deve estar atenta às demandas de um mundo globalizado e cada vez
mais inclusivo para alçar voos ainda maiores, alcançando e expandindo suas
propostas para diferentes segmentos e públicos. É hora de potencializar as
oportunidades e entender que um bom jogo é aquele em que todo mundo ganha.
Fonte: PC World
Comentários
Postar um comentário
Todas postagem é previamente analisada antes de ser publicada.