Médicos brasileiros reconstroem crânio de ciclista usando molde em 3D
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Médicos brasileiros reconstroem crânio de ciclista usando molde em 3D
Cirurgia inédita ajudou jovem moçambicano que teve caixa craniana deformada
em acidente ocorrido em 2018
Da Redação PCWorld
28/03/2019
Foto: Shutterstock
Um ciclista atropelado em 2018 teve o formato do crânio reconstituído por
meio de uma técnica inédita em Foz do Iguaçu, no Paraná. O método foi
desenvolvido pelo Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), construído pela
usina de Itaipu e gerido pela Fundação Itaiguapy, instituída pela binacional. No último dia 4 de março, o estudante nascido em Moçambique, Arcenio
Agostinho Tsmbe, de 21 anos, foi submetido à primeira cirurgia de reconstrução
de calota craniana (cranioplastia) do HMCC. Para isso, os médicos usaram uma
prótese em 3D customizada e produzida exclusivamente para ele. O procedimento é
indicado para a reconstrução de falhas do osso do crânio, que podem ocorrer
devido a tumores ou traumatismo craniano, como no caso de Arcenio. A
reconstrução envolveu os neurocirurgiões Elton Gomes da Silva e Edgar Farina,
ambos da equipe de neurocirurgia do hospital, e levou duas horas para ser
realizada. Depois, o jovem passou apenas dois dias internado. Os pontos foram
retirados em dez dias. Para desenvolver a prótese, foi realizada uma tomografia, na qual foi
identificada a falha no crânio do paciente. "Comparando com o formato do
crânio, um software faz um desenho para reconstrução e um molde em três
dimensões para preencher a falha óssea. Com isso, a peça é projetada para ficar
milimetricamente encaixada", explicou o neurocirurgião responsável pelo
procedimento, Elton Silva. Na hora da cirurgia, o polimetilmetacrilato, um acrílico cirúrgico que é
biocompatível e pode ser colocado na cabeça do paciente, é preparado e colocado
no molde da falha criado a partir da reconstrução da tomografia. "A ideia
é proteger o cérebro que ficou sem a calota óssea do crânio, com um resultado
de forma mais natural possível", completou. "O mais interessante é
que eu fiquei com o molde e, caso eu precise novamente, os médicos poderão
fazer outra cirurgia igualzinha", brincou o paciente, já recuperado. Ele
disse ainda ser grato aos profissionais, mas que não deseja ter outro acidente
para fazer uso do molde.
O moçambicano, que é estudante de Biomedicina da Uniamérica, foi atingido
por um carro em 24 de setembro do ano passado, entre as ruas Edmundo de Barros
e Mato Grosso, região central de Foz. Ele estava de bicicleta. O jovem ficou 15
dias internado no Hospital Municipal e deu sequência ao tratamento no Hospital
Ministro Costa Cavalcanti. A cirurgia foi coberta pelo convênio médico de
Arcenio. Agora, o sonho do jovem é ser neurocirurgião, como os médicos que o
atenderam, e ajudar outras pessoas que passaram pelo mesmo problema dele.
"Quero resgatar vidas. Minha experiência serviu para eu me inspirar e
mudar meu foco", finalizou.
Comentários
Postar um comentário
Todas postagem é previamente analisada antes de ser publicada.