“Nobel da Computação” vai para trio conhecido como 'os padrinhos da IA'
Por
Você
talvez não conheça Yoshua Bengio, Geoffrey Hinton e Yann LeCun, mas é
bem provável que já tenha interagido com algum dos seus “filhotes” hoje
mesmo. O trio é pioneiro em inteligência artificial
(IA) e é justamente por conta de trabalhos como os deles é que
atualmente podemos ter sistemas de identificação facial ou tradução e
pronúncia tão precisas em diversos idiomas.
Por
isso mesmo, os “padrinhos da IA” receberam nesta quarta-feira (27) o
Prêmio Turing 2018, com o “Prêmio Nobel da Computação” e dividem US$ 1
milhão — além, claro, de serem condecorados como agentes fundamentais no
desenvolvimento do aprendizado de máquina.Fonte: Pixabay
As
técnicas desenvolvidas por Bengio (de 55 anos), Hinton (71) e LeCun
(58) nas décadas de 1990 e 2000 permitiram grandes avanços em tarefas
como visão computacional e reconhecimento de fala. Seus trabalhos
sustentam, por exemplo, tecnologias que vão desde carros autônomos até
diagnósticos médicos automatizados.
O “inverno da IA”
Embora
redes neurais e aprendizado de máquina sejam assuntos comuns na
tecnologia atual, eram temas simplesmente conhecidos como IA e que
viviam em ciclos de oscilação de popularidade. Quando as expectativas
não eram preenchidas, o investimento no setor ficava congelado — e isso
era conhecido como “inverno da IA”.
Isso criou uma pequena comunidade que, por volta de 2012, 2013 realmente engrenou
Foi
no final de um desses períodos, no final dos anos 80, que Bengio,
Hinton e LeCun começaram a trocar ideias e trabalhar em questões
semelhantes. Um deles era justamente sobre os programas de computador
feitos a partir de “neurônios digitais” conectados — as redes neurais,
que se tornaram o alicerce fundamental para a IA moderna.O trio decidiu que precisavam reacender o interesse de todos conseguiu um financiamento do governo canadense para patrocinar um centro de pesquisa inter-relacionada. “Organizamos reuniões regulares, workshops regulares e escolas de verão para nossos alunos. Isso criou uma pequena comunidade que, por volta de 2012, 2013 realmente engrenou", lembra LeCun.
Fonte: Pixabay
Eles
mostraram grandes resultados em tarefas como reconhecimento de
caracteres e, em 2012, chamaram a atenção que queriam quando um grupo
liderado por Hinton assumiu o ImageNet. O projeto é simplesmente o pilar
fundamental para o aprendizado profundo no reconhecimento de imagens.
E para onde vamos?
Com
o avanço de hardware, como o maior poder de processamento e com menor
custo em placas gráficas e a abundância de dados digitais com o avanço
da internet, todos os mecanismos cognitivos introduzidos pelo trio se
propagaram e evoluíram — tornaram-se onipresentes na maioria dos
dispositivos que usamos diariamente.
Nós simplesmente não temos máquinas com bom senso, diz LeCun
LeCun
diz que está otimista com as perspectivas da IA, mas deixa claro que há
muito trabalho a ser feito. Os sistemas atuais precisam de muitos
dados para entender o mundo e podem ser facilmente enganados e são bons
apenas em tarefas específicas. "Nós simplesmente não temos máquinas com
bom senso."
Fonte: Wikipedia/CC Jéremy Barande
Se
o campo continuar na direção de hoje, novos métodos precisarão ser
descobertos, tão fundamentais quanto os desenvolvidos pelos “padrinhos
da IA”. "Mesmo se pudermos usar novos métodos para criar inteligência em
nível humano, haverão outras 50 montanhas para escalar, incluindo
aquelas que ainda não conseguimos ver. Nós escalamos apenas a primeira
montanha. Talvez a segunda.”
Imagen(s): Wkipedia/Creative Commons Jéremy Barande
Fonte: Tecmundo
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