Missão no lado oculto da Lua tenta explicar sua origem
Amostras recolhidas pelo rover Yutu-2 revelaram vestígios de olivina, material também presente no manto terrestre
Cientistas chineses publicaram nesta quarta-feira (15/05) na revista científica Nature as primeiras descobertas da coleta de dados do rover Yutu-2 na face oculta da Lua, lado que não pode ser visto da Terra e onde os seres humanos nunca estiveram.
A missão chinesa Chang'e-4 foi a primeira a aterrissar no lado mais afastado da Lua. A sonda investiga a composição do manto lunar, para explicar a evolução e formação do satélite. Com as recentes descobertas, ganha força a hipótese de que a origem da Lua esteja relacionada à colisão da Terra com um corpo celeste.
A sonda Chang'e-4 aterrissou na cratera lunar Vón Kármán no dia 3 de janeiro e instalou o rover Yutu-2 para explorar a Bacia do Polo-Sul-Aitken. A Vón Kármán tem 2,5 mil quilômetros de diâmetro e é considerada uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar.
As amostras recolhidas pelo rover revelaram vestígios de olivina, o que levou os investigadores a especular que o manto pode conter olivina e piroxena em iguais quantidades, em vez do domínio de um destes minerais. A olivina é um dos principais componentes do manto terrestre, o que pode confirmar a teoria de que a Lua se formou de algum material que a Terra perdeu após um choque com um corpo celeste. Os minerais encontrados são, por sua vez, distintos das amostras da superfície lunar. De acordo com a hipótese, quando a Terra sofreu o impacto da colisão com um corpo celeste, algum material teria se desprendido, aglomerando-se e formando a Lua. Os elementos mais leves ficaram na superfície, mas os minerais mais densos, como é o caso da olivina, caíram no manto lunar. Desta forma, a investigação chinesa poderá conduzir a um maior conhecimento acerca da evolução lunar e à confirmação da existência de um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.
"Nossos resultados apoiam a teoria do oceano de magma lunar e demonstram que a hipótese pode ser usada para descrever a história da evolução inicial da Lua", disse Chunlai Li, um dos cientistas que assinam o estudo publicado na Nature.
Para a equipe da pesquisa, conhecer a história da Lua pode abrir uma janela sobre a evolução da Terra e de outros planetas rochosos, porque sua superfície está relativamente intacta em comparação com a superfície inicial da Terra.
O rover continuará explorando o local e retirará mais material do solo. O plano da China é, em 2020, enviar à Lua a sonda Chang'e 5, com o objetivo de regressar à Terra com as amostras recolhidas.
Ao contrário do lado mais próximo da Lua, que sempre está voltado para a Terra e tem muitas áreas planas, o outro lado é montanhoso e acidentado.
Fonte: DW
Primeiras amostras coletadas por robô enviado pela
China dão força à teoria de que satélite se formou a partir de uma
colisão da Terra com um corpo celeste.
DW
16.05.2019
Amostras recolhidas pelo rover Yutu-2 revelaram vestígios de olivina, material também presente no manto terrestre
Cientistas chineses publicaram nesta quarta-feira (15/05) na revista científica Nature as primeiras descobertas da coleta de dados do rover Yutu-2 na face oculta da Lua, lado que não pode ser visto da Terra e onde os seres humanos nunca estiveram.
A missão chinesa Chang'e-4 foi a primeira a aterrissar no lado mais afastado da Lua. A sonda investiga a composição do manto lunar, para explicar a evolução e formação do satélite. Com as recentes descobertas, ganha força a hipótese de que a origem da Lua esteja relacionada à colisão da Terra com um corpo celeste.
A sonda Chang'e-4 aterrissou na cratera lunar Vón Kármán no dia 3 de janeiro e instalou o rover Yutu-2 para explorar a Bacia do Polo-Sul-Aitken. A Vón Kármán tem 2,5 mil quilômetros de diâmetro e é considerada uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar.
As amostras recolhidas pelo rover revelaram vestígios de olivina, o que levou os investigadores a especular que o manto pode conter olivina e piroxena em iguais quantidades, em vez do domínio de um destes minerais. A olivina é um dos principais componentes do manto terrestre, o que pode confirmar a teoria de que a Lua se formou de algum material que a Terra perdeu após um choque com um corpo celeste. Os minerais encontrados são, por sua vez, distintos das amostras da superfície lunar. De acordo com a hipótese, quando a Terra sofreu o impacto da colisão com um corpo celeste, algum material teria se desprendido, aglomerando-se e formando a Lua. Os elementos mais leves ficaram na superfície, mas os minerais mais densos, como é o caso da olivina, caíram no manto lunar. Desta forma, a investigação chinesa poderá conduzir a um maior conhecimento acerca da evolução lunar e à confirmação da existência de um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.
"Nossos resultados apoiam a teoria do oceano de magma lunar e demonstram que a hipótese pode ser usada para descrever a história da evolução inicial da Lua", disse Chunlai Li, um dos cientistas que assinam o estudo publicado na Nature.
Para a equipe da pesquisa, conhecer a história da Lua pode abrir uma janela sobre a evolução da Terra e de outros planetas rochosos, porque sua superfície está relativamente intacta em comparação com a superfície inicial da Terra.
O rover continuará explorando o local e retirará mais material do solo. O plano da China é, em 2020, enviar à Lua a sonda Chang'e 5, com o objetivo de regressar à Terra com as amostras recolhidas.
Ao contrário do lado mais próximo da Lua, que sempre está voltado para a Terra e tem muitas áreas planas, o outro lado é montanhoso e acidentado.
Fonte: DW
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