Weintraub nega cortes em universidades e defende educação básica
Segundo ele, investimentos voltarão após aprovação da Previdência
Publicado em 07/05/2019 - 14:46 e atualizado em 07/05/2019 - 16:30
Por Karine Melo – Repórter da Agência Brasil Brasília
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou nesta
terça-feira (7) que tenha havido cortes na verba das universidades
federais. Segundo ele, o que houve foi um contingenciamento. “Não houve
corte, não há corte. Há um contingenciamento. Se a economia tiver um
crescimento com a aprovação da nova Previdência, e eu acredito nisso,
isso vai retomar a economia. Retomando a dinâmica, aumenta a arrecadação
e descontigencia”, garantiu ao ser questionado na Comissão e Educação
do Senado sobre o anúncio feito na semana passada de bloqueio de 30% da
verba de instituições federais de ensino superior.
Weintraub se disse surpreso com a repercussão da decisão e defendeu o contingenciamento que, segundo ele, é sobre “uma parte pequena do volume total de despesas”, que atinge apenas a parte discricionária das universidades federais: “A folha de pagamento e o refeitório estão integralmente preservados”. Ele disse ainda que as 65 universidades federais custam, em média, R$ 1 bilhão por ano.
O ministro disse que pretende dar mais autonomia às universidades, mas que isso não pode ser confundido com apoio ao que chamou de “soberania” dessas instituições. Nesse sentido, ele criticou o uso de drogas dentro de universidades públicas e defendeu a entrada da polícia nos campi universitários para combater o consumo de substâncias ilícitas. “A autonomia universitária não é soberania”, disse. “Se tem coisa acontecendo dentro, por que a polícia não pode entrar [nas universidades]? Não tem que ter consumo de drogas, está errado. Sou contra isso”, afirmou.
Educação básica
Ao falar sobre os desafios do MEC, Weintraub enfatizou que a educação básica será a prioridade da pasta. “A gente aqui no Brasil quis pular etapas, colocou dinheiro demais no teto e esqueceu a base”, disse.
As diretrizes apontadas no âmbito do Plano Nacional de Educação (PNE) incluem alfabetização, investimentos no ensino médio e valorização do ensino técnico. Weintraub defendeu ainda que o governo descentralize as tomadas de decisão da área. “Os heróis da alfabetização estão lá na ponta, nas cidades”, disse ao ressaltar que os alfabetizadores precisam voltar a ser respeitados.
Humanas X Exatas
Weintraub também falou sobre a decisão de reduzir investimentos na área de humanas e priorizar as disciplinas de exatas e biológicas, como engenharia e medicina. Segundo ele, a decisão está baseada em números e critérios técnicos.
Weintraub disse que apenas 13% da produção na área de Ciências Sociais Aplicadas, Humanas e Linguística têm impacto científico. Ainda assim, segundo ele, a maioria das bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) são de estudantes da área de Humanas. "Gente que é paga para estudar", disse acrescentando que, na maioria dos casos, esse investimento não traz retorno efetivo ao país.
O ministro se colocou à disposição para debater o tema "de peito aberto" com o Congresso e disse que o MEC não quer impor nada a ninguém: "o diálogo tem que ser feito com base em números, dados e premissas racionais. [Espero] que a gente se livre um pouco dos preconceitos”.
Fies
Sobre o programa de financiamento estudantil (Fies) o ministro voltou a dizer que o dinheiro investido pelos governos anteriores serviu para inflar os cursos de graduação nas instituições privadas. Na avaliação de Weintraub, o programa fez com que os alunos criassem dívidas e ficassem sem emprego. “É uma tragédia o financiamento estudantil. São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo“, criticou.
Fonte: EBC
Segundo ele, investimentos voltarão após aprovação da Previdência
Publicado em 07/05/2019 - 14:46 e atualizado em 07/05/2019 - 16:30
Por Karine Melo – Repórter da Agência Brasil Brasília
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Weintraub se disse surpreso com a repercussão da decisão e defendeu o contingenciamento que, segundo ele, é sobre “uma parte pequena do volume total de despesas”, que atinge apenas a parte discricionária das universidades federais: “A folha de pagamento e o refeitório estão integralmente preservados”. Ele disse ainda que as 65 universidades federais custam, em média, R$ 1 bilhão por ano.
O ministro disse que pretende dar mais autonomia às universidades, mas que isso não pode ser confundido com apoio ao que chamou de “soberania” dessas instituições. Nesse sentido, ele criticou o uso de drogas dentro de universidades públicas e defendeu a entrada da polícia nos campi universitários para combater o consumo de substâncias ilícitas. “A autonomia universitária não é soberania”, disse. “Se tem coisa acontecendo dentro, por que a polícia não pode entrar [nas universidades]? Não tem que ter consumo de drogas, está errado. Sou contra isso”, afirmou.
Educação básica
Ao falar sobre os desafios do MEC, Weintraub enfatizou que a educação básica será a prioridade da pasta. “A gente aqui no Brasil quis pular etapas, colocou dinheiro demais no teto e esqueceu a base”, disse.
As diretrizes apontadas no âmbito do Plano Nacional de Educação (PNE) incluem alfabetização, investimentos no ensino médio e valorização do ensino técnico. Weintraub defendeu ainda que o governo descentralize as tomadas de decisão da área. “Os heróis da alfabetização estão lá na ponta, nas cidades”, disse ao ressaltar que os alfabetizadores precisam voltar a ser respeitados.
Humanas X Exatas
Weintraub também falou sobre a decisão de reduzir investimentos na área de humanas e priorizar as disciplinas de exatas e biológicas, como engenharia e medicina. Segundo ele, a decisão está baseada em números e critérios técnicos.
Weintraub disse que apenas 13% da produção na área de Ciências Sociais Aplicadas, Humanas e Linguística têm impacto científico. Ainda assim, segundo ele, a maioria das bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) são de estudantes da área de Humanas. "Gente que é paga para estudar", disse acrescentando que, na maioria dos casos, esse investimento não traz retorno efetivo ao país.
O ministro se colocou à disposição para debater o tema "de peito aberto" com o Congresso e disse que o MEC não quer impor nada a ninguém: "o diálogo tem que ser feito com base em números, dados e premissas racionais. [Espero] que a gente se livre um pouco dos preconceitos”.
Fies
Sobre o programa de financiamento estudantil (Fies) o ministro voltou a dizer que o dinheiro investido pelos governos anteriores serviu para inflar os cursos de graduação nas instituições privadas. Na avaliação de Weintraub, o programa fez com que os alunos criassem dívidas e ficassem sem emprego. “É uma tragédia o financiamento estudantil. São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo“, criticou.
Fonte: EBC
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