IA não consegue identificar pessoas trans e não binárias
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IA não consegue identificar pessoas trans e não binárias
A
modelo Rain Dove está bebendo em um bar e precisa ir ao banheiro. Ao
caminhar pelo corredor de acesso, uma câmera digitaliza o rosto dela
para destrancar a porta do toalete de acordo com seu gênero. Que porta o
rosto de Rain Dove destrancaria? Provavelmente a do banheiro masculino.
Uma pesquisa realizada pela Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, descobriu que os principais softwares de reconhecimento facial, baseados em inteligência artificial, não conseguem identificar pessoas trans e não binárias. Enquanto
homens e mulheres cisgêneros foram classificados com precisão em 98%
dos casos, pessoas trans (que não se identificam com seu gênero de
nascimento) foram categorizados de maneira errada em cerca de 30% das
vezes. No caso dos não binários (que não se identificam como homem nem
como mulher), a máquina errou todas as tentativas.
Rain Dove é a modelo americana não binária mais famosa da moda. (Fonte: Instagram/Rain Dove)Para realizar a pesquisa foram coletadas 2.450 fotos de rostos no Instagram
com as hashtags #woman, #man, #transwoman, #transman, #agenderqueer e
#nonbinary. Depois de eliminados os registros em grupo ou com rostos
meio ocultos, o que restou foi dividido em grupos de 350 imagens que
foram usadas para testar os softwares de reconhecimento facial
Rekognition (Amazon), Watson (IBM), Azure (Microsoft) e Clarifai. Inteligência artificial replica preconceitos Os
pesquisadores acreditam que os algoritmos usam estereótipos
ultrapassados, o que aumenta ainda mais as taxas de erro. Um exemplo
veio da própria equipe: um dos pesquisadores, que tem cabelos longos,
foi classificado como mulher por metade dos softwares. Não só o
gênero é mal interpretado: um estudo do MIT Media Lab divulgado em
janeiro indica que o Rekognition identificou mulheres negras como homens
em 30% das vezes que foi acionado. Enquanto falhas como essas não são
corrigidas, o preconceito aparece nos lugares mais inusitados: em
2015, o Google Fotos, usando inteligência artificial, marcou selfies de
usuários negros como imagens de gorilas.
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