Os dez principais pontos do
acordo final da COP25
EFE Madri
16
dez 2019
EFE/ Zipi
O acordo
firmado pelos quase 200 países que participaram da 25ª edição da Cúpula do
Clima da ONU (COP25) estabelece as bases para ampliar a atuação contra a
mudança climática.
Estes são
os dez pontos chaves de um documento elaborado apesar dos muitos impasses entre
os negociadores, o que fez com que o evento durasse dois dias a mais do que o
inicialmente previsto.
1. MAIOR
AMBIÇÃO
Fazer com
que os países fossem mais ambiciosos no combate à mudança climática foi um dos
principais temas da COP25. Os compromissos assumidos até então foram
considerados como insuficientes, e o texto final pede que isso seja modificado.
O documento estabelece as bases para que, na COP26, em 2020, os governos
apresentem novos compromissos de redução de emissões.
2. PAPEL
DA CIÊNCIA
O acordo
da COP25 reconhece que as políticas climáticas devem ser permanentemente
atualizadas com base nos avanços da ciência. Também destaca o papel do Painel
Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática da ONU (IPCC) e o
agradece pelos dois relatórios especiais publicados neste ano.
3.
TRANSVERSALIDADE
A cúpula
de Madri termina com o consenso de que a luta contra a mudança climática é uma
questão transversal, que afeta âmbitos como o mercado financeiro, a ciência, a
indústria, a energia, o transporte, a agricultura, entre outros. Ministros de
vários países disseram na COP25 disseram que seus governos assumem a agenda
climática como própria.
4.
OCEANOS E USO DO SOLO
Esses
dois pontos estão entre os mais debatidos no plenário. O Brasil tentou tirar
ambos no texto final, foi muito criticado por outros países e acabou cedendo no
fim. O acordo traz referências o impacto dos oceanos e o uso dos solos no
clima, em linha com um dos relatórios publicados pelo IPCC durante 2019. Haverá
uma reunião específica sobre o assunto em junho de 2020.
5. GÊNERO
Os
representantes dos quase 200 países que estão em Madri chegaram a um acordo
para aprovar um novo Plano de Ação de Gênero, que será mais uma vez revisado em
2025. O objetivo é ampliar a participação de mulheres nas negociações
climáticas internacionais e promover o papel delas como agentes da mudança rumo
a um mundo livre de emissões.
6.
FINANCIAMENTO DE PERDAS E DANOS
O acordo
prevê a criação de diretrizes para o Fundo Verde do Clima para que, pela
primeira vez, o órgão destine recursos às perdas dos países mais vulneráveis a
fenômenos climáticos extremos. Essa era a principal reivindicação dos pequenos
países insulares, que sofrem diariamente com os efeitos do aquecimento global.
O
documento também pede que os países desenvolvidos proporcionem recursos
financeiros para ajudar os países em desenvolvimento. Além disso, nasce a Rede
de Santiago, que levará assistência técnica de organizações e especialistas a
esses países vulneráveis.
7.
MERCADOS
A
regulação dos mercados de carbono foi um dos temas mais debatidos da COP25.
Inicialmente incluída no documento, o tema acabou de fora do texto final por
falta de acordo e será discutido outra vez na próxima edição do evento. Muitas
delegações de países disseram que era melhor não ter acordo do que firmar um
pacto ruim.
8.
MULTILATERALISMO
O
multilateralismo e a cooperação internacional foram pontos destacado pela
ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera. Para ela, a COP25 é
uma reafirmação desses valores para resolver um desafio global como a mudança
climática. "Ainda que em um contexto global complexo, a COP25 não deixou a
agenda climática cair em um momento fundamental para a implementação do Acordo
de Paris. Pelo contrário, exibiu um multilateralismo ativista", disse.
9.
SOCIEDADE E TRANSIÇÃO JUSTA
A
importância da dimensão social foi reconhecida na COP25. Os países concordaram
que as pessoas devem estar no centro da resposta à crise climática. Nesse
sentido, o acordo diz ser imperativo que a transição para um mundo livre de
emissões seja justa, promovendo a criação de empregos decentes e de qualidade.
10. NOVO
CICLO
O
documento final também reconhece a importância dos atores não governamentais na
ação climática e os convida a ampliar as ações para combater o problema. A
existência de um marco de governança global como o Acordo de Paris abre um novo
ciclo e faz com que a COP não seja apenas um fórum para fixar regras.
Fonte: EFE
Comentários
Postar um comentário
Todas postagem é previamente analisada antes de ser publicada.