quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Pesquisadores desenvolvem nanorreservatório anticâncer para evitar efeitos colaterais de tratamento

Pesquisadores desenvolvem nanorreservatório anticâncer para evitar efeitos colaterais de tratamento


Carol Barreto
17/12/2019 - 16h47 Rio de Janeiro 




Todo mundo conhece os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer: perda de cabelos, fadiga, hematomas, perda de apetite, náuseas e vômitos, entre outras reações desagradáveis.


Pensando em como minimizar ou até mesmo eliminar esses efeitos, um grupo de pesquisadores da UFF, Universidade Federal Fluminense, INCA, Instituto Nacional do Câncer, e CBPF, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, desenvolveu um nanorreservatório que permite que o fármaco anticâncer ataque somente as células doentes, preservando as sadias.



Coordenadora do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia da UFF, a Professora Célia Ronconi explica a ideia por trás do desenvolvimento do dispositivo.



“As células cancerosas têm um PH mais ácido do que uma célula sadia. O que a gente pensou? Vamos desenvolver um sistema em que a gente use um fármaco que já é conhecido, mas desenvolver um método para que a gente conseguisse direcionar esse fármaco só para a célula de câncer. E que ele liberasse o conteúdo só nesse local, sem que fossem atingidas as células sadias”.



Célia explica como o nanorreservatório funciona.




“Diminuímos o PH, colocamos um PH ácido. Quando o PH diminuiu, essa tampa a gente percebeu que ela sai da superfície, dos poros que estavam tampando, e o fármaco é liberado. No PH do sangue, que é o PH fisiológico, a tampa não sai, ela fica presa e o fármaco não sai. Ou seja, a gente conseguiu desenvolver como se fosse uma válvula que vai abrir só quando encontrar o pH mais ácido, das células de câncer”.



A pesquisa ainda está no início, tendo sido feita, até o momento, inteiramente em laboratório. O próximo passo é o início dos testes em ratos para que, no futuro, o dispositivo possa ser testado em seres humanos. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na conceituada revista Journal of Materials Chemistry B, da Royal Society of Chemistry.

Fonte: EBC

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