Pesquisa descobre quais células são invadidas pelo Sars-CoV-2
Fontes: MIT News
Fonte: Tecmundo
O vírus usa suas espículas (como as pontas de uma coroa – corona
em latim, daí seu nome) para se ligar à membrana da célula, em um
sistema conhecido como chave e fechadura (sendo a espícula, a chave).
Ele introduz sua “chave falsa” nos receptores ACE2 (a fechadura) na
membrana da célula, usado por uma enzima conversora da proteína
angiotensina. Outra proteína, a enzima TMPRSS2, facilita a entrada do
vírus na célula hospedeira.
Micrografia eletrônica de varredura colorida de uma célula humana infectada pelo vírus Sars-CoV-2 (em rosa).Fonte: NIAID/Divulgação
Os pesquisadores rastrearam as células que produzem as duas proteínas facilitadoras do Sars-CoV-2 – e, como se desconfiava, elas estão nos pulmões, nas vias nasais e no intestino. "Assim que confirmamos bioquimicamente o papel dessas proteínas, começamos a procurar onde elas estavam para saber que células o vírus pode atingir", explicou o imunologista Jose Ordovas-Montanes, um dos autores do estudo publicado na revista científica Cell.
Células mais visadas
O laboratório do físico-químico Alex K. Shalek (também autor da pesquisa) uniu-se a outros pelo mundo para sequenciar, em larga escala, o RNA de dezenas de milhares de células humanas, primatas e de camundongos. O DNA envia o RNA do núcleo para o citoplasma com as instruções do que deve ser sintetizado pela célula – incluindo proteínas e enzimas.
Desde 2019 o MIT vem construindo um banco de dados celulares e conta com a colaboração de inúmeros laboratórios – inclusive os do Human Cell Atlas (ou Atlas de Células Humanas). Usando todas essas informações, foi possível rastrear as células que contêm as duas proteínas ajudantes do Sars-CoV-19. Nas dos pulmões, das passagens nasais e do intestino, foi encontrado o RNA dessas duas proteínas em muito mais quantidade do que em outras células.
No canto inferior esquerdo (círculo claro), é possível ver uma célula, morta e infestada de vírus.Fonte: IOC/Fiocruz/Débora F. Barreto Vieira/Divulgação
Nas passagens nasais, as células que produzem muco apresentaram RNA para as duas proteínas que o vírus usa para infectar células. Nos pulmões, ele está nas células que revestem os alvéolos (onde ocorre a troca de gás carbônico e oxigênio). No intestino, o RNA está presente nos enterócitos (células que absorvem alguns nutrientes).
Interferon pode estar ajudando o vírus
Uma surpresa preocupante surgiu da pesquisa: ao tratar as células que revestem as vias aéreas com Interferon (droga que está sendo usada no tratamento de doentes da covid-19), os pesquisadores descobriram que ele ativa o receptor ACE2, o mesmo usado pelo Sars-CoV-2 para entrar na célula. Isso sugere que o vírus está evoluindo para usar as defesas naturais das células em proveito próprio.
O Interferon, droga usada no tratamento dos infectados pelo Sars-CoV-2, pode estar mostrando ao vírus que células atacar.Fonte: Reuters/Str/Reprodução
Para a equipe de cientistas do MIT, o papel do Interferon no combate à doença pode ser mais complexo do que se imagina: se ele ajuda o organismo a combater a infecção, também parece indicar ao vírus quais células ele deve atacar. “Só saberemos através de ensaios clínicos controlados”, diz Shalek.
Micrografia eletrônica de varredura colorida de uma célula humana infectada pelo vírus Sars-CoV-2 (em rosa).Fonte: NIAID/Divulgação
Os pesquisadores rastrearam as células que produzem as duas proteínas facilitadoras do Sars-CoV-2 – e, como se desconfiava, elas estão nos pulmões, nas vias nasais e no intestino. "Assim que confirmamos bioquimicamente o papel dessas proteínas, começamos a procurar onde elas estavam para saber que células o vírus pode atingir", explicou o imunologista Jose Ordovas-Montanes, um dos autores do estudo publicado na revista científica Cell.
Células mais visadas
O laboratório do físico-químico Alex K. Shalek (também autor da pesquisa) uniu-se a outros pelo mundo para sequenciar, em larga escala, o RNA de dezenas de milhares de células humanas, primatas e de camundongos. O DNA envia o RNA do núcleo para o citoplasma com as instruções do que deve ser sintetizado pela célula – incluindo proteínas e enzimas.
Desde 2019 o MIT vem construindo um banco de dados celulares e conta com a colaboração de inúmeros laboratórios – inclusive os do Human Cell Atlas (ou Atlas de Células Humanas). Usando todas essas informações, foi possível rastrear as células que contêm as duas proteínas ajudantes do Sars-CoV-19. Nas dos pulmões, das passagens nasais e do intestino, foi encontrado o RNA dessas duas proteínas em muito mais quantidade do que em outras células.
No canto inferior esquerdo (círculo claro), é possível ver uma célula, morta e infestada de vírus.Fonte: IOC/Fiocruz/Débora F. Barreto Vieira/Divulgação
Nas passagens nasais, as células que produzem muco apresentaram RNA para as duas proteínas que o vírus usa para infectar células. Nos pulmões, ele está nas células que revestem os alvéolos (onde ocorre a troca de gás carbônico e oxigênio). No intestino, o RNA está presente nos enterócitos (células que absorvem alguns nutrientes).
Interferon pode estar ajudando o vírus
Uma surpresa preocupante surgiu da pesquisa: ao tratar as células que revestem as vias aéreas com Interferon (droga que está sendo usada no tratamento de doentes da covid-19), os pesquisadores descobriram que ele ativa o receptor ACE2, o mesmo usado pelo Sars-CoV-2 para entrar na célula. Isso sugere que o vírus está evoluindo para usar as defesas naturais das células em proveito próprio.
O Interferon, droga usada no tratamento dos infectados pelo Sars-CoV-2, pode estar mostrando ao vírus que células atacar.Fonte: Reuters/Str/Reprodução
Para a equipe de cientistas do MIT, o papel do Interferon no combate à doença pode ser mais complexo do que se imagina: se ele ajuda o organismo a combater a infecção, também parece indicar ao vírus quais células ele deve atacar. “Só saberemos através de ensaios clínicos controlados”, diz Shalek.
Fontes: MIT News
Fonte: Tecmundo
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