Pesquisa investiga relação entre genes e casos graves de covid-19
Homens são mais propensos a morrer da doença, diz professor
Bruno Bocchini – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
25/06/2020 - 19:03
Um
estudo brasileiro vai investigar se há relação entre fatores genéticos e
o desenvolvimento de formas mais agressivas da covid-19 nos pacientes
infectados. O projeto Abordagem Genômica para Investigar Variações
Genéticas do Sars-CoV-2 e no Hospedeiro Humano será realizado no
Instituto de Pesquisa do Câncer de Guarapuava (Ipec), no Paraná.
De acordo com o presidente do Ipec,
professor David Livingstone Figueiredo, o foco da pesquisa será a
investigação dos fatores que tornam alguns indivíduos, mesmo fora do
grupo de risco, mais propensos a desenvolver quadros de maior gravidade
da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Segundo o professor, já se sabe, por
exemplo, que os fatores de risco são idade avançada, obesidade,
existência de comorbidades, como doenças cardiovasculares, câncer ou
diabetes, e que homens são levemente mais propensos a morrer de covid-19
do que mulheres.
“Todos esses fatores, no entanto, não
explicam por que certos pacientes jovens ou sem comorbidades desenvolvem
quadros graves de covid-19”, ressaltou. “Haveria fatores genéticos
inerentes a determinados indivíduos que os tornam mais propensos a
desenvolver formas graves da doença? Se existem, quais seriam tais
fatores?”, questionou o especialista.
Na pesquisa, serão estudadas geneticamente,
ao longo de quatro meses, amostras de sangue e tecidos de pacientes com
manifestações clínicas de covid-19 leve, moderada e grave, obtidas de
instituições de saúde dos estados do Paraná e de São Paulo. Figueiredo
informou que serão analisadas entre 150 e 500 amostras, mas o número
que pode chegar a 800.
“O estudo tem cuidado com o rigor científico
na seleção dos pacientes. É preciso ser rigoroso com as amostras a
serem analisadas e controlar, por exemplo, e existência das comordidades
de cada paciente para que tenhamos um resultado sem distorções, com
segurança”, destacou o pesquisador.
A pesquisa terá duração de dois anos, que
serão contados a partir de julho. Segundo Figueiredo, no entanto, no
início do primeiro semestre do ano que vem, os primeiros resultados já
deverão ser conhecidos.
Edição: Nádia Franco
Fonte: EBC
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