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O Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão (CEPEx) da Universidade Federal Fluminense (UFF)
aprovou a reorganização dos Calendários Escolar e Administrativo dos
cursos de Graduação para 2020. Com isso, o primeiro semestre letivo de
2020 está marcado para iniciar em 14 de setembro, com duração até 15 de
dezembro; e o segundo semestre ocorrerá entre 01 de fevereiro e 10 de
maio. De acordo com as evidências científicas atualmente disponíveis, é
provável que não haja retorno presencial em 2020. O projeto de retomada
tem quatro princípios para preparar a comunidade acadêmica: planejamento
institucional, capacitação docente, auxílios de inclusão digital para
apoio aos estudantes em vulnerabilidade social e com deficiência e
atendimento de saúde mental.
A decisão autoriza, em
caráter excepcional, a substituição das atividades acadêmicas
presenciais de componentes curriculares teóricos, práticos e/ou
teórico-práticos dos cursos de graduação presencial da UFF por
atividades remotas, mediadas por tecnologias digitais de informação e
comunicação, durante o período de pandemia da Covid-19. A inscrição nas
disciplinas será facultativa.
A definição dos calendários é
desdobramento de um longo processo institucional, de debates e dá
continuidade às ações iniciadas em maio, como a criação de grupos de
trabalho, atividades complementares emergenciais, aprovação de ensino
remoto para concluintes e ingresso de estudantes por meio do Sistema de
Seleção Unificada (SiSU). Durante este processo, foram realizadas
auscultas à comunidade na forma de mapeamento de dados, constituição de
grupos locais e consulta formal aos coordenadores de cursos, chefes de
departamentos de ensino e diretores de unidades acadêmicas.
Sabemos que o período de
pandemia impõe múltiplas incertezas, problemas, dificuldades e angústias
à nossa comunidade universitária. Entretanto, a aprovação dos
calendários é um avanço fundamental para reduzir essas preocupações e
dar continuidade às atividades acadêmicas, contemplando o corpo discente
atual, os ingressantes de 2020 e os futuros estudantes que almejam uma
formação universitária.
Não há solução pronta e
universal. Temos a convicção de que é impossível substituir as aulas
presenciais por atividades remotas de forma definitiva, mas é
fundamental que sejam tomadas ações para que a Universidade volte a
oferecer seus cursos de formação aos estudantes da melhor forma possível
no atual cenário. Reconhecemos os problemas impostos pela pandemia e
estamos adotando as atitudes necessárias para mitigar os danos, seguindo
em frente com responsabilidade institucional e social.
Serão dois meses para preparar a comunidade para esta transição. Para isso, estão em andamento diversas iniciativas de capacitação pedagógica e tecnológica
do corpo docente da Universidade. A UFF foi a instituição de ensino do
Rio de Janeiro com maior número de servidores no programa de capacitação
da Multirio, com 692 inscritos, cerca de 15% do total. Além disso, uma
grande quantidade de material de apoio para discentes e docentes está
disponível no site http://www.uff.br/digital.
Outra importante iniciativa
refere-se à necessária ampliação da inclusão digital dos nossos
estudantes. Nesse sentido, foram disponibilizados editais emergenciais
do Programa Integrado de Inclusão Digital e Apoio às Atividades
Acadêmicas, para oferta de chips, internet, modem, equipamentos e
auxílios, contemplando um total esperado de 8 mil estudantes de
graduação e 2 mil de pós-graduação a serem atendidos. Os editais de
inclusão digital serão re-editados para garantir que todos os alunos em
vulnerabilidade social consigam acompanhar as aulas em regime remoto.
Além disso, a adaptação ao
modelo de ensino remoto não encontra entraves somente em questões
materiais de acesso à internet. Há elementos como o entrelaçamento com
rotinas pessoais e de trabalho e pressões e ansiedades relativas ao
avanço da pandemia, que são preocupantes. A UFF oferece apoio à saúde mental
com serviços de acolhimento e escuta psicológica para estudantes e
servidores; projeto de saúde e bem-estar na graduação e apoio à saúde
mental da comunidade do Coluni.
Por fim, ressaltamos que o
modelo de ensino remoto é o único disponível frente à impossibilidade de
retorno presencial. Levantamento de dados realizado pela
Superintendência de Relações Internacionais demonstrou consenso das
instituições de vários países nesse sentido. A Universidade está
enfrentando este desafio, preparando-se para a mudança com qualidade,
inclusão e responsabilidade institucional, que são os princípios
basilares de sua política educacional.
A nota também está disponível neste endereço: https://bit.ly/2CIleiX
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