Técnica inovadora é aposta da ciência para um tipo de câncer do rim

Técnica inovadora é aposta da ciência para um tipo de câncer do rim

Entre os pesquisadores está um brasileiro

Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro
12 Fevereiro 2021

Pesquisa com uma substância derivada da clorofila, conduzida por um brasileiro, tem resultados iniciais animadores no tratamento de um tipo de câncer de rim. O tumor urotelial do trato superior, responsável por 5% a 10% dos cânceres do trato urinário, ganha uma perspectiva de tratamento inovadora que consegue preservar o rim do paciente.

O estudo em fase 1 mostrou evidências importantes da terapia para eliminar o tumor com uma ou no máximo duas sessões. O urologista mineiro Lucas Nogueira, um dos responsáveis pela pesquisa realizada na Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, explicou como é realizada a técnica inovadora.

Nogueira destaca as vantagens para os pacientes, pelo baixo impacto que o método oferece. Após cerca de 11 meses de acompanhamento, 93% dos voluntários mantiveram o rim que tinha sido afetado pelo câncer e a função renal não foi significativamente prejudica.

O tratamento, no entanto, é contraindicado para pacientes com distúrbios de coagulação ou que fazem uso de anticoagulante. O resultado promissor levou a FDA, agência reguladora americana, a autorizar a realização de estudo fase 3, sem a necessidade da etapa anterior. A nova fase do estudo começa em abril e vai envolver cerca de 20 centros localizados nos Estados Unidos, Europa e Israel.

De acordo com o urologista, se os resultados forem mantidos, o tratamento deverá ser avaliado pela FDA para uso em três anos. O Tumor Urotelial do Trato Alto é contabilizado junto ao câncer de rim e por isso não há dados exatos sobre a incidência no Brasil. Mas se sabe que é duas vezes mais comum em homens, principalmente a partir dos 60 anos.

O câncer é assintomático, sendo descoberto muitas vezes devido ao aparecimento de sangue na urina. o aumento da frequência urinária e dor ao urinar são outros sintomas que podem levar à descoberta da doença.
Edição: Joana Lima

Fonte: EBC

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