Como cientistas recriaram a voz de uma múmia do Egito de 3 mil anos
BBC 24/01/2020
Depois de 3 mil anos, cientistas conseguiram realizar o desejo manifestado por um sacerdote egípcio: ser ouvido após a morte.
A voz de Nesyamun foi reproduzida com um som parecido com uma vogal, que lembra o balido de uma ovelha. O religioso viveu durante o reinado politicamente instável do faraó Ramsés 11, entre 1099 e 1069 a.C. Como sacerdote em Tebas, Nesyamun precisava de uma voz forte para conduzir os rituais, que muitas vezes envolviam cantorias. Quando ele morreu, sua voz se calou, mas agora uma equipe de pesquisadores a trouxe de volta à vida. Direito de imagemScientific ReportsTomografia computadorizada forneceu as dimensões exatas do trato vocal de Nesyamun
Eles reproduziram a estrutura vocal de Nesyamun por
meio de impressão 3D, após digitalizar a estrutura original para obter
as dimensões exatas. E, com o auxílio de uma laringe eletrônica
que gera som, eles conseguiram sintetizar o som de vogal que se supõe
ser semelhante à voz de Nesyamun.
Direito de imagemScientific ReportsO trato vocal artificial de Nesyamun, visto aqui em
duas partes, foi criado usando a tecnologia de impressão 3D
Acredita-se que seja o primeiro projeto
deste tipo a recriar com sucesso a voz de uma pessoa morta. No futuro,
os pesquisadores esperam usar modelos de computador para recriar frases
completas na voz de Nesyamun. A pesquisa — realizada por
acadêmicos do Royal Holloway, da Universidade de Londres, da
Universidade de York e do Leeds City Museum — foi publicada na revista
científica Scientific Reports na quinta-feira (23/01). "(A técnica
de recriação da voz) nos deu a oportunidade única de ouvir o som de
alguém morto há muito tempo", afirma o coautor do estudo Joann Fletcher,
professor de arqueologia da Universidade de York, no Reino Unido. Ele
disse à BBC que era uma "vontade expressa" de Nesyamun ser ouvido na
vida após a morte, crença que fazia parte do sistema religioso do Egito
antigo. "Na verdade, está escrito em seu sarcófago — era o que ele queria", acrescenta Fletcher. "De certa forma, conseguimos realizar esse desejo."
Os detalhes da técnica
Nos
seres humanos, o trato vocal é a passagem por onde o som é filtrado.
Esse som é produzido na laringe — mas só o ouvimos depois que ele passa
pelo trato vocal. Para copiar o som produzido pelo trato vocal de
Nesyamun, as dimensões exatas desta estrutura foram refletidas no modelo
impresso em 3D.
Direito de imagemLeeds Museums and GalleriesA múmia de Nesyamun está em exibição no Leeds City Museum
Mas só é possível realizar este procedimento quando o
tecido mole do trato vocal de um indivíduo está razoavelmente intacto.
No caso de Nesyamun, como seu corpo mumificado estava bem preservado, a
chance era grande — e, de fato, a equipe conseguiu confirmar a
viabilidade por meio de tomografias computadorizadas realizadas no
hospital Leeds General Infirmary, em Leeds, na Inglaterra. Após
ser digitalizado, o trato vocal de Nesyamun foi impresso em 3D — e a
"voz" dele foi gerada por uma laringe eletrônica, método comumente usado
nos sistemas modernos de sintetizador de fala. Segundo Fletcher,
o próximo passo dos pesquisadores será usar modelos de computador "para
gerar palavras e uni-las para formar frases". "Esperamos poder criar uma versão do que ele teria dito no templo de Karnak."
Quem foi Nesyamun?
Nesyamun era um sacerdote do templo de Amon, no complexo de Karnak, em Tebas (atual Luxor). Ele
era um sacerdote wab, o que significava que havia atingido um certo
nível de purificação e, portanto, tinha permissão para se aproximar da
estátua de Amon no santuário interno mais sagrado do templo.
Direito de imagemLeeds Museums and GalleriesNesyamun era um sacerdote no templo de Karnak, na antiga Tebas
Estudos mostraram que Nesyamun tinha gengivite e
deterioração severa dos dentes. Estima-se que ele tenha morrido aos 50
anos, possivelmente após uma reação alérgica grave. Como a única
múmia datada do reinado do faraó Ramsés 11, Nesyamun oferece informações
importantes. A análise científica de seus restos mortais contribuiu
para uma maior compreensão do Egito antigo. A múmia de Nesyamun está em exibição no Leeds City Museum.
Fala de Guedes sobre desmatamento contraria ciência e até 'mundo econômico' de Davos, diz cientista
Ligia Guimarães Da BBC News Brasil em São Paulo
22 janeiro 2020
Direito de imagemMARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO'O discurso do Paulo Guedes é muito desalinhado ao discurso do mundo econômico em Davos', afirma Nobre
O discurso do
ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Econômico Mundial está na
contramão não só das preocupações científicas globais, mas também do que
tem manifestado o "mundo econômico" global entre os investidores, CEOs e
lideranças internacionais presentes ao evento em Davos, na Suíça. Na
terça-feira (21/01), Guedes afirmou que o pior inimigo do meio ambiente é
a pobreza.
A avaliação é do climatologista Carlos Afonso Nobre,
que também está em Davos e participou nesta quarta-feira (22/01) do
painel Um Futuro Sustentável Para a Amazônia, debatendo o tema ao lado
do presidente da Colômbia, Iván Duque, do ex-vice presidente dos Estados
Unidos, Al Gore, e da naturalista Jane Goodall. "O discurso do Paulo Guedes é muito desalinhado ao discurso do
mundo econômico em Davos", afirmou Nobre, que conversou com a BBC News
Brasil por telefone depois de participar do painel. Segundo
ele, a gravidade dos incêndios na Austrália, que devastaram a costa
leste australiana nos últimos meses, bem como episódios na Califórnia e
na Amazônia, elevaram o tom da preocupação com o clima entre CEOs,
presidentes de multinacionais e lideranças globais do agronegócio que
participam do evento. "Esse discurso vai muito na contramão da
tendência mundial, esse discurso [de Guedes] que parece defensivo: 'eu
sou contra o desmatamento, mas é mais importante eliminar a pobreza',
mas não é verdade." A
declaração do ministro foi dada quando ele comentava a relação entre
indústria e meio ambiente. "O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza.
As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Eles
[pessoas pobres] têm todas as preocupações que não são as preocupações
das pessoas que já destruíram suas florestas, que já lutaram suas
minorias étnicas, essas coisas... É um problema muito complexo, não há
uma solução simples", declarou Guedes. A fala do ministro
continuou a repercutir hoje e chegou a ser citada por Gore em referência
indireta durante o painel. "Hoje é amplamente entendido que o solo da
Amazônia é pobre. Dizer às pessoas no Brasil que elas vão chegar à
Amazônia, cortar tudo e começar a plantar, e que terão colheitas por
muitos anos, isso é dar falsa esperança a elas. Há, sim, respostas para a
Amazônia, mas não esta."
Direito de imagemValter Campanato/Agência BrasiGuedes afirmou em Davos que 'o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza'
A repercussão negativa fez até Guedes tentar se explicar nesta quarta-feira em reunião com presidentes de multinacionais. Segundo
reportagem do site do jornal Valor Econômico, o ministro da Economia
disse em encontro fechado à imprensa que na fala de ontem referia-se ao
fato de que as maiores cobranças ao Brasil vinham justamente de países
que já destruíram suas florestas, por fome e desconhecimento de seus
habitantes em outras épocas, ou por ataques a minorias étnicas. Mas que
nenhum país, nem o Brasil, quer ver suas florestas destruídas. "Agora
falei certo?", perguntou Guedes a interlocutores na saída da reunião em
que, segundo o jornal, havia executivos de empresas como Iberdrola,
Enel, Mastercard e Corporación Améric.
Discurso defensivo
Nobre
afirma que é possível perceber "claramente" que o mundo empresarial
global se preocupa cada vez mais com a questão ambiental. "O
mundo econômico está muito preocupado que, nessa trajetória em que nós
vamos, o meio ambiente está ameaçado e o mundo dos negócios está
ameaçado." Ele acrescenta que, cada vez mais, fala-se no mundo empresarial em deforestation-free supply chains,
algo que poderia ser traduzido amplamente como a preocupação com o
impacto sobre as florestas dos produtos utilizados nas cadeias de
suprimentos das grandes empresas. "Já é uma boa notícia. Muito
melhor isso do que alguém dizer, como disse nosso ministro da Economia,
que o desmatamento é necessário para acabar com a pobreza na Amazônia.
Pelo menos esse não é o discurso dos CEOs, das grandes corporações
mundiais." O cientista cita como exemplo da mudança de foco o fato
de que, em seu 15º Relatório Global de Riscos, publicado neste ano, o
Fórum Econômico Mundial afirma que, pela primeira vez desde que se
começou a publicar o documento, todos os "principais riscos de longo
prazo em relação à probabilidade" são ambientais. Carlos Nobre tem
amplo conhecimento do tema: ele é um dos principais cientistas
brasileiros e tem importante papel como pesquisador sênior do Instituto
de Estudos Avançados (IEA) da USP. Embora tenha se formado em
engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em 1974,
interessou-se pela área do meio ambiente desde o quarto ano do curso.
Ingressou em 1975 no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),
em Manaus, e liderou a implementação do Experimento de Grande Escala da
Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), complexo conjunto de mais de 100
estudos multidisciplinares e integrados, voltados para entender o
funcionamento dos ecossistemas amazônicos em função das alterações do
clima e das provocadas pelo uso da terra.
Preocupação com incêndios da Austrália
Além
de debater no painel de hoje, Nobre foi um dos integrantes de um painel
ontem em Davos sobre os efeitos dos incêndios na Austrália sobre o
clima global. Nobre diz que, embora incêndios sazonais sejam comuns na
Austrália, a frequência e a ferocidade do fogo nos últimos anos
alarmaram a comunidade internacional, inclusive as lideranças
econômicas.
Direito de imagemGetty ImagesNobre diz que, embora incêndios sazonais sejam
comuns na Austrália, a frequência e a ferocidade do fogo nos últimos
anos alarmaram a comunidade internacional
Na apresentação de ontem, em que ele participou de
debate ao lado do ministro das Finanças da Austrália, Mathias Cormann,
ele disse que é perceptível a mudança do tom do governo australiano em
relação ao que se via até pouco tempo por parte do primeiro-ministro,
Scott Morrison, que defende o setor do carvão independentemente dos
efeitos sobre a natureza. "Alguém pode falar 'ah, mas não é a
mudança climática que causa incêndios. Os incêndios na Austrália são
fenômenos naturais, causados por descargas elétricas que começam o fogo
na vegetação seca, e essa vegetação seca, especialmente os eucaliptos,
são totalmente adaptadas aos incêndios do passado'", diz. "A
comunidade aborígene da Austrália há 16 mil anos aprendeu a controlar os
incêndios, eles monitoram, não deixam explodir. Mas isso eles sabiam
sobre os incêndios do passado. Não os incêndios que estão se repetindo
com essa velocidade, e com a ferocidade do que vimos esse ano, que foi
recorde", afirmou. "Até o ministro das Finanças reconheceu que as
mudanças climáticas estão tornando o problema mais grave, e isso já é um
progresso muito grande."
'Desmatamento não tira ninguém da pobreza'
Nobre
enfatizou que, na ciência ou na história da ocupação da Amazônia,
jamais se observou alguma correlação entre o aumento do desmatamento de
florestas e a redução da pobreza. "Não há nenhuma evidência
científica de nenhum estudo que o desmatamento da Amazônia acabou com a
pobreza. A Amazônia continua a região mais pobre do Brasil", afirmou. Ele
destaca que, por décadas, desde os anos 70, a estratégia do Brasil em
relação à Amazônia foi a de levar pessoas para lá com o intuito de
ocupar os espaços para proteger território, inclusive estimulando o
desmatamento por meio de financiamentos e crédito. "Para liberar o
empréstimo no banco tinha que mostrar a área desmatada. Foram levadas
as pessoas para desmatar. Você pergunta: a preocupação do governo
militar era reduzir a pobreza? Não. A preocupação do governo militar era
o medo que eles têm de uma invasão internacional", diz. "O
modelo não avançou, transferiu pobreza de um lugar para outro. Aí as
críticas internacionais [sobre o desmatamento] começaram a aumentar
demais, e já na redemocratização, a partir do governo Sarney, em 1989,
já começa a mudar essa regra. Nos anos 1990 pararam o financiamento para
desmatamento. Nos anos 1990, por conta da pressão em função do
desmatamento, o [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso aumentou para
80% a exigência de preservação da floresta." "As populações
amazônicas que vivem no campo elas continuam pobres, tanto na Amazônia
quanto na maioria dos países de floresta tropical. Na África, a expansão
e o crescimento demográfico estão afetando as florestas, mas eles
continuam muito pobres. Mais pobres até que em qualquer outro lugar dos
trópicos. Então não existe correlação entre eliminação da pobreza da
população como um todo e desmatamento. Não existe no sudeste asiático,
não existe na África e não existe na Amazônia." Para o climatologista, a estratégia de invocar a redução da pobreza em eventos do porte do fórum de Davos tampouco é nova. "Eu
tenho 68 anos, eu nunca vi na minha vida nenhum presidente do Brasil,
inclusive no regime militar, que não dissesse que a principal
preocupação dele era a redução da pobreza. É, lógico, um país pobre como
o Brasil, que nunca se tornou desenvolvido, em que 50% da população são
pobres, que o presidente tem que falar isso. Todos falam." Fonte: BBC
A missão espacial que vai criar 'impressão digital' da Terra e ajudar a combater mudanças climáticas
Jonathan AmosRepórter de Ciência da BBC
22 janeiro 2020
Direito de imagemUKSA/NPLIlustração: Truths trabalhará com outros satélites para calibrar e validar suas observações
O Reino Unido vai liderar uma missão espacial para fazer uma medida absoluta da luz refletida na superfície da Terra.
As
informações serão usadas para calibrar as observações de outros
satélites, permitindo que seus dados sejam comparados com mais
facilidade. Os planos para desenvolvimento da nova sonda, chamada
de Truths, foram aprovados em novembro pelos países da Agência Espacial
Europeia (Esa, na sigla em inglês). O objetivo é que os dados ajudem a reduzir a incerteza nas projeções de futuras mudanças climáticas. Cientistas
e engenheiros se reuniram na terça-feira (22/01) para começar o
processo. Representantes da indústria do Reino Unido, Suíça, Grécia,
República Tcheca e Romênia se reuniram no centro técnico da Esa, na
Inglaterra. A
fase inicial do projeto conta com financiamento de 32,4 milhões de
euros (R$ 160 milhões). A liderança científica da missão ficará sob
responsabilidade do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido (NPL,
na sigla em inglês). O NPL é o guardião dos "padrões" no Reino Unido — tem
as referências para o quilograma, o metro, o segundo e todas as outras
unidades usadas no sistema internacional de medição. É nesse
laboratório que se mede com precisão, por exemplo, a intensidade de uma
fonte de luz — algo que pode ser feito usando um dispositivo chamado
radiômetro criogênico. E o objetivo da missão Truths é colocar um instrumento desses em órbita.
Mapa da luz
Trabalhando
em conjunto com uma câmera hiperespectral, o radiômetro fará um mapa
detalhado da luz solar refletida na superfície da Terra — e de seus
desertos, campos de neve, florestas e oceanos. O mapa deve ter uma
qualidade tão boa que é esperado que se torne a referência padrão para
todas as outras missões espaciais de imagem, que poderão ajustar e
corrigir suas próprias observações. Isso pode simplificar a
comparação das imagens de diferentes satélites, não apenas das missões
que voam hoje, mas também daquelas que há muito foram aposentadas e
cujos dados agora estão em arquivos.
Direito de imagemNASA/DSCOVR/EPICFase inicial do projeto tem financiamento de 32,4 milhões de euros (R$ 160 milhões)
Um dos grandes objetivos da missão Truths é, ao
medir a luz refletida pela Terra com tanta precisão, estabelecer um tipo
de "impressão digital climática" que uma versão futura do satélite, 10 a
15 anos depois, pode refazer. "Ao fazer isso, seremos capazes de
detectar mudanças muito antes do nosso sistema de observação atual",
explicou Nigel Fox, professor da NPL. "Isso nos permitirá limitar e
testar os modelos de previsão climática. Portanto, saberemos mais cedo
se as temperaturas previstas que os modelos estão nos dando são
consistentes ou não com as observações". Um grande plano de como
implementar a missão Truths deve estar pronto até a próxima grande
reunião de pesquisadores dos Estados-membros da Esa, em 2022. O
trabalho de viabilidade também precisará chegar a um custo total para o
projeto, provavelmente por volta de 250 a 300 milhões de euros (R$ 1,2 a
1,4 bilhão). Exceto por obstáculos técnicos, os ministros devem dar sinal verde à missão com um lançamento em 2026. O Reino Unido deve arcar com a maior parte do custo da implementação da missão. "O
NPL é notável. Tem o 'tempo padrão' para o mundo, tem o padrão do
metro. Gostamos de pensar em nós mesmos liderando na área de mudanças
climáticas, por isso devemos fornecer a referência padrão para radiação
da Terra", disse Beth Greenaway, chefe de observações da Terra e clima
da Agência Espacial do Reino Unido. Truths é um acrônimo, em
inglês, para "Radiometria Rastreável de Apoio aos Estudos Terrestres".
Será sensível à luz na parte visível e no infravermelho próximo do
espectro eletromagnético. A Esa concordou recentemente em
implementar outra missão liderada pelo Reino Unido chamada Forum, que
mapeará a radiação da Terra de forma mais precisa.
Bitucas de cigarro são a maior parte do lixo em praias brasileiras Estudo mostra também tampas, plásticos, pirulitos e metais
Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
São Paulo 23/01/2020 - 15:27
Fernando Frazão/Agência Brasil
Um estudo inédito revelou que os banhistas que frequentam
as praias no país dividem espaço, a cada trecho de 8 quilômetros (km),
com mais de 200 mil bitucas de cigarro, 15 mil lacres, tampas e anéis de
lata, 150 mil fragmentos de plásticos diversos, 7 mil palitos de
sorvete e churrasco e 19 mil hastes plásticas de pirulitos e cotonetes. Os dados são resultado da segunda fase do projeto Lixo Fora D’Água,
que visa combater as fontes de poluição marinha por resíduos sólidos,
coordenado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (Abrelpe) e um acordo de cooperação com Secretaria de
Meio Ambiente de Santos, com apoio da Agência de Proteção Ambiental da
Suécia. O projeto existe desde 2018 e nesse período identificou que as três
principais fontes de vazamento de lixo e resíduos para o mar são as
comunidades nas áreas de palafitas, os canais de drenagem que atravessam
a malha urbana e a própria orla da praia em sua faixa de areia. De acordo com o estudo, entre os resíduos mais encontrados e em maior
quantidade nas praias estão os materiais plásticos e de forma variada,
como plástico filme, pequenos tubos plásticos, hastes plásticas e isopor
(52,5%); a bituca de cigarro, responsável por 40,4% do lixo coletado; e
borracha, metal, madeiras, embalagens e outros (7,11%). “Os resultados desse projeto inédito são fundamentais para enfrentar o
problema do lixo no mar. Mais do que limpar praias e retirar resíduos
do oceano, o plano de ação permitirá às cidades o desenvolvimento de
melhores práticas para evitar que os resíduos continuem a poluir o
estuário e a orla da praia”, disse o diretor presidente da Abrelpe,
Carlos Silva Filho.
Microlixo vindo do mar coletado na areia da praia de Botafogo - Fernando Frazão/Agência Brasil
Operação Areia Limpa Com base nos números apurados a Abrelpe decidiu criar a Operação
Areia Limpa, que começa no dia 25 de janeiro e dura um mês. Serão
escolhidas duas barracas na praia de Santos, litoral de São Paulo, que
receberão mobília e acessórios novos, como mesa de apoio com lixeira;
taças e copos retornáveis; canudos compostáveis que serão segregados e,
ao final do projeto, levados para compostagem; bituqueiras ‘individuais'
de bambu; e carrinho coletor (de 100 litros) para limpeza frequente ao
longo do dia. Haverá ainda placas sinalizadoras e um "cardápio" com
informações sobre descarte e sobre a operação. “É a primeira vez que uma ação de prevenção e combate ao lixo no mar é
pensada e implementada a partir de estudos metodológicos
multissetoriais, com a execução idealizada a partir da prototipagem de
soluções que tenham viabilidade econômica, técnica e operacional com
vistas à mudança de comportamentos para que se possa alcançar o objetivo
maior de reduzir a quantidade de resíduos que vão parar no mar”,
explicou Filho. Indicadores internacionais mostram que cerca de 80% do lixo marinho
tem origem no ambiente terrestre. No Brasil, mais de 2 milhões de
toneladas de resíduos sólidos urbanos vão parar nos rios e mares todos
os anos, quantidade suficiente para cobrir 7 mil campos de futebol. O Projeto Lixo Fora D’Água acontece simultaneamente em outras seis
cidades litorâneas: Balneário Camboriú (SC), Bertioga (SP), Fortaleza
(CE), Ipojuca (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Para essas
cidades também serão elaborados diagnósticos individualizados. As ações
de prevenção, limpeza e monitoramento do lixo no mar serão desenvolvidas
e implementadas com base no aprendizado desenvolvido inicialmente em
Santos. Fonte: EBC
Alterações climáticas provocam instabilidade e incerteza, diz Guterres Problema ameaça existência humana, destaca secretário-geral da ONU
RTP, emissora pública de TV de Portugal
Lisboa 23/01/2020 - 19:28
Mark Garten/ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU),
António Guterres, identificou, em uma intervenção no Fórum Econômico
Mundial, em Davos, na Suíça, o que chamou de "Quatro Cavaleiros do
Apocalipse", que provocam atualmente incertezas e instabilidade no
mundo: alterações climáticas, desconfiança dos cidadãos, tensões
geopolíticas e ameaças tecnológicas. Entre as quatro ameaças assinaladas, Guterres destacou as alterações
climáticas que, pela primeira vez na história da humanidade, estão
impondo, segundo ele, um limite físico e real às possibilidades de
crescimento. O secretário-geral da ONU acrescentou que é "absolutamente
necessário" admitir que as alterações climáticas são uma ameaça à
existência humana e que estão progredindo mais rápido do que o esperado.
Calor de erupção do monte Vesúvio transformou cérebro de vítima em vidro
BBC
23 janeiro 2020
Direito de imagemThe New England Journal of Medicine/Dr Pier PaoloO estudo conclui que o material encontrado é um pedaço de um cérebro humano vitrificado
O calor da mais
notória erupção do Monte Vesúvio, na Itália, foi tão extremo que
transformou o cérebro da uma das vítimas em vidro, segundo um estudo
publicado nesta quinta-feira (23), na revista científica New England
Journal of Medicine.
O famoso vulcão teve uma erupção no ano 79
d.C., matando milhares de pessoas e destruíndo assentamentos romanos na
região onde hoje fica Nápoles. O vilarejo de Herculaneum e seus habitantes foram soterrados por
material vulcânico. O local virou um enorme túmulo, preservando os
restos mortais de quem estava por ali. Recentemente, uma equipe
de pesquisadores estudou um dos corpos mumificados, desenterrado no
vilarejo em uma escavação nos anos 1960, e retirou fragmentos de um
material negro e envidraçado do crânio da vítima. Os pesquisadores acreditam que o material negro é formado pelos restos vitrificados do cérebro do homem.
Direito de imagemGetty ImagesO Vesúvio enterrou o vilarejo de Herculaneum em cinzas e lava
O estudo explica que vitrificação é um processo no
qual um material, normalmente areia, é aquecido a altas temperaturas e
resfriado rapidamente, formando vidro.
Fragmento raro
"A
preservação de um cérebro antigo é algo extremamente raro, muito
difícil de encontrar", diz o antropólogo forense Pier Paolo Petrone, da
Universidade de Nápoles Frederico 2º, principal autor do estudo. "Essa é a primeira vez que encontramos restos de cérebro humano vitrificados por calor."
Direito de imagemNew England Journal of Medicine/Pier PaoloFragmento encontrado pelos pesquisadores nas ruínas de Herculaneum
Os pesquisadores acreditam que a vítima era um homem
de pouco mais de 20 de idade. Ele foi encontrado deitado em uma cama da
madeira, enterrado por material vulcânico, em Herculaneum. Ele
provavelmente foi morto instantaneamente pela erupção, diz Petrone. Uma análise da madeira queimada encontrada perto do corpo mostrou que a temperatura máxima atingida foi de 520° C.
Direito de imagemThe New England Journal of Medicine/Dr Pier PaoloA vítima foi encontrada deitada em uma cama da madeira, enterrada por material vulcânico
Essa altíssima temperatura significa que "o calor
extremo irradiado foi capaz de incendiar a gordura corporal e vaporizar
tecidos macios", antes de uma "rápida queda de temperatura". O
estudo conclui que houve vitrificação de tecido cerebral humano com base
em vários indícios: a detecção de material envidraçado na cabeça da
vítima, além de proteínas que existem no cérebro humano e de ácidos
graxos que existem no cabelo humano. O material envidraçado não foi encontrado em outros locais do sítio arqueológico. Durante
a erupção do Vesúvio, Herculaneum foi enterrada por rios de lava,
rápidas correntes de rocha fragmentada, cinzas e gases quentes. O material vulcânico carbonizou e preservou parte da cidade, incluindo os esqueletos de moradores que não conseguiram escapar. Arqueólogos
investigam há séculos as ruínas de Herculaneum e de Pompeia — outro
vilarejo romano famoso por ter sido destruído pelo Vesúvio. Fonte: BBC
Krakatoa, o inferno de Java: a erupção há 137 anos que foi sentida no planeta inteiro
BBC
24/01/2020
Em 1883, o mundo presenciou um evento natural tão bombástico
e violento que pôde ser notado de alguma forma por praticamente todos
os habitantes do planeta. A erupção do vulcão Krakatoa, na
Indonésia, lançou detritos a até 100 km de altura, causou megatsunamis
que mataram milhares de pessoas e foram percebidos até no Canal da
Mancha. O fenômeno alterou o clima do planeta, mexeu com a luz, com o ar
e até com as cores do crepúsculo em vários cantos da Terra. Além disso,
teve grande — e talvez pouco conhecido — impacto no mundo das artes,
das comunicações e da ciência. A história desse extraordinário evento é contada em um podcast da série Que História!, da BBC Brasil, que traz, também, o depoimento de uma testemunha da erupção, encontrado nos arquivos da BBC.
Tiro de canhão A
pequena ilha de Krakatoa, no meio do estreito de Sunda, entre as
grandes ilhas de Sumatra e Java na Indonésia, foi praticamente destruída
no dia 27 de agosto de 1883, uma segunda-feira, pela explosão de um
vulcão. As erupções tinham começado no domingo, mas a mais violenta
delas foi a terceira erupção da segunda-feira, uma explosão gigantesca,
um barulho tão alto que foi ouvido a 5 mil quilômetros de distância, nas
ilhas Mauricio — onde se achou que era um tiro de canhão dado por um
navio. Imagine um som gerado no Rio de Janeiro, que cruza o
Atlântico e é ouvido em Dakar, no Senegal. Não à toa, a explosão do
Krakatoa é tida até hoje como o som mais alto já ouvido na História. Foi
tão poderoso que há relatos de ter rompido os tímpanos de marinheiros
que estavam a dezenas de quilômetros de distância.
Direito de imagemGetty ImagesIlustração do Krakatoa antes da erupção de 1883
"As reverberações das explosões foram
inacreditáveis, é difícil descrever o barulho e o caos que eu
presenciei", disse à BBC, em 1946, Sidney Baker, que na época do
Karakatoa era um adolescente no navio de seu pai, o W.H. Besse, de
bandeira americana, que viajava de Batávia (nome da então capital das
Índias Orientais Holandesas, atualmente Jacarta, capital da Indonésia)
aos Estados Unidos. O navio estava no Oceano Índico a noroeste de
Krakatoa. "O ar tinha tanta poeira, que a gente achou que fosse
sufocar. E estava tão escuro, que você não conseguia ver a mão colocada
na frente do rosto. E as cinzas choviam no mar... Sobre o navio havia
quase 20 centímetros de camadas de cinzas", contou Baker. Simon Winchester, o autor de Krakatoa, The Day the World Exploded (Krakatoa: o Dia em que o Mundo Explodiu, em tradução livre) dá uma ideia da destruição deixada pelo vulcão em entrevista ao programa Witness History, da BBC. "Precisamente
às 10h e 5 minutos locais, a ilha, basicamente de 10 quilômetros
cúbicos, foi desintegrada por uma explosão, que lançou rochas e cinzas a
até 100 quilômetros de altura. A ilha desapareceu, e deixou, por alguns
segundos, um enorme buraco no mar. Esse buraco foi enchido por trilhões
de toneladas de água. Estava tão quente no interior desse buraco que a
água imediatamente se converteu em vapor. Esse vapor causou tsunamis
gigantes, quatro ao todo, que causaram um enorme estrago nas costas de
Sumatra e Java."
Direito de imagemTropenmuseum/NetherlandsÀ direita, homem posa ao lado de coral arremessado
pela erupção do Krakatoa sobre região de Anjer, na ilha de Java, em foto
de cerca de 1885
E não foi apenas a cratera e o vapor que causaram os
tsunamis, mas também a enorme quantidade de água deslocada pela lava,
rochas e outros detritos expelidos pelas erupções. Vários vilarejos e
cidades costeiras na Indonésia foram invadidas pelas ondas e
completamente inundados. Entre elas, a cidade de Anjer, na ilha de Java. "O
barco de meu pai estava a caminho de Anjer" contou Sidney Baker, "e a
cidade desapareceu completamente sob a água. A gente estava navegando
por cima dela. Me lembro de ouvir meu pai dizendo que se jogasse uma
âncora, ela ficaria presa na chaminé de uma casa." "O mar estava cheio de toda espécie de destroços. Vilarejos levados pela água, corpos por tudo o que é lado." Os
tsunamis mataram cerca de 40 mil pessoas nas cidades costeiras do
estreito de Sunda, e avançaram pelos oceanos Índico e Pacífico. Segundo
Winchester, as ondas "chegaram à costa leste da África e subiram o
Atlântico". "Marégrafos (aparelhos medidores das variações do nível do
mar) detectaram as ondas empurradas pelos tsunamis em lugares distantes
como Biarritz, na França, o Canal da Mancha e Portland, na costa oeste
americana."
O céu, o ar e as cores
E
não foi apenas nos oceanos que o Krakatoa deixou sua marca. A incrível
força da explosão liberou uma energia estimada em 200 megatons — mais de
10 mil vezes a força da bomba atômica de Hiroxima. Isso criou uma onda
de pressão que deu a volta no planeta três vezes.
Direito de imagemWilliam Ascroft/Science MuseumCrepúsculo sobre o rio Tâmisa em Chelsea, Londres,
em 26 de novembro de 1883, em desenhos em pastel de William Ascroft
Os efeitos da luz do sol refratada pelas partículas
na estratosfera expelidas pelo vulcão mexeram com a aparência dos
crepúsculos e das auroras. "Quando chegamos em casa, nos Estados Unidos,
notamos que isso estava acontecendo no mundo inteiro." Descrições
da época dão conta de crepúsculos extraordinariamente vívidos e
brilhantes, que teriam inspirado poetas e pintores em lugares distantes
como a Europa. "Um pintor em Chelsea, Londres, William Ascroft,
ficou encantado com os deslumbrantes tons de roxo, vermelho e laranja do
pôr do sol — pelo que hoje sabemos ter sido o efeito da poeira
suspensa na estratosfera —, e produziu, no inverno de 1883, à beira do
Tâmisa, centenas de aquarelas que parecem fotos e dão uma ideia do
fenômeno", disse Winchester.
Direito de imagemWilliam Ascroft/Science MuseumDez esboços do pôr do sol em Chelsea, pintados em 8 de setembro de 1883 por William Ascroft
"E nos Estados Unidos também. Teve um pôr do sol tão
intenso em Poughkeepsie, uma cidade à beira do rio Hudson, no Estado de
Nova York, que os bombeiros enviaram carruagens com água achando que
havia um incêndio na beira do rio. Chegando ali, viram que não havia
fogo algum, apenas esse pôr do sol extraordinário. E hoje, muitos
especialistas estão convencidos de que o famoso quadro O Grito, de Edvard Munch retrata um céu de intenso laranja e roxo, que teria sido inspirado nesse céu." Para
Winchester, a explosão do Krakatoa também marcou uma grande mudança no
mundo das comunicações, pois teria sido o primeiro grande evento
noticiado em rede global. "Quando (Abraham) Lincoln, o presidente
americano, foi assassinado, cerca de 20 anos antes, demorou 12 dias pra
que a notícia chegasse a Londres. Mas, nesse meio tempo, houve avanços
na tecnologia de instalar cabos de telégrafo atravessando os oceanos. E
isso permitiu que uma mensagem enviada pelo correspondente da agência
Reuters em Java — "explosão gigante, Krakatoa, vários mortos" — chegasse
a Batávia e de lá fosse telegrafada a Londres, onde chegou quatro
minutos depois. E pouco depois chegava a várias cidades do mundo. Eu
acho que a erupção do Krakatoa e a cobertura desse evento marca o
nascimento do que a hoje a gente conhece como aldeia global." O establishment
da ciência, liderado na época pela Royal Society, a tradicional
academia de ciências do Império Britânico, queria entender as possíveis
razões para que os efeitos do Krakatoa fossem sentidos em lugares tão
distantes. Essas pesquisas levaram à descoberta das correntes de ar na
atmosfera. E os cientistas começaram a entender que o mundo era
governado por forças globais.
Direito de imagemGetty ImagesO Anak Krakatoa em foto aérea de agosto de 2018, o
"filho do Krakatoa" emergiu da caldeira do vulcão original em 1929
"Foi o primeiro evento que fez o mundo entender que
era uma entidade interconectada", disse Winchester. "Coisas que hoje a
gente aceita naturalmente, como aquecimento global, aumento dos níveis
do mar, tudo isso vem da percepção de um mundo interconectado que nasceu
com a erupção do Krakatoa." Os efeitos da explosão de 27 de
agosto de 1883 foram sentidos por muito tempo. A queda na temperatura
média global no ano seguinte, chuvas recordes nos Estados Unidos e um
aumento na concentração de ácido sulfúrico nas nuvens, tudo isso foi
atribuído ao vulcão. Há estimativas de que o clima só voltou ao normal cinco anos depois, em 1888. O
pôr do sol roxo, vermelho, laranja, infelizmente nunca mais deu as
caras, mas a mesma ilha do Krakatoa voltou a causar destruição e mortes
em 2018, com a erupção do Anak Krakatoa — nome indonésio que quer dizer
"filho de Krakatoa". O Anak Krakatoa emergiu da caldeira deixada pela
explosão do Krakatoa em 1929, tem crescido em tamanho desde então e hoje
tem cerca de 2 km de diâmetro.
Direito de imagemReutersO Anak Krakatoa em 23 de dezembro de 2018
Em dezembro passado, uma violenta erupção do Anak provocou um tsunami que matou quase 300 pessoas e deixou mais 1 mil feridos.
Nova espécie de macaco foi descoberta na Amazônia Apelidado carinhosamente de “zogue-zogue dos Parecis”, o
primata foi encontrado na região da Chapada dos Parecis, entre o Mato
Grosso e Rondônia
Repórter Nacional - Amazônia
No AR em 24/01/2020 - 09:16
A descoberta foi publicada recentemente em forma de
artigo na revista Primate Conservation, um dos principais periódicos de
pesquisas sobre conservação de primatas do mundo. O texto é de autoria de Almério Câmara Gusmão, pesquisador da
Universidade do Estado de Mato Grosso. Além dele, o estudo contou com a
contribuição de 15 pesquisadores de 9 instituições nacionais e
estrangeiras. O cientista explica que o macaco é da espécie Plecturocebus. As
primeiras populações da espécie foram encontradas em 2011 nos municípios
rondonienses de Pimenta Bueno e Vilhena. Ele conta que o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foram as
cores do animal, que são muito diferentes da pelagem branca típica do
Plecturocebus ja conhecidos. Durante o processo de investigação, foram
mais de 50 variáveis investigadas. Gusmão ainda explica que o macaco zogue-zogue corre risco de extinção
porque a espécie vive em áreas com altos índices de desmatamento. Agora, os pesquisadores esperam que a espécie Plecturocebus Parecis
seja incluída na lista de animais quase ameaçados de extinção da União
Internacional para a Conservação da Natureza. A organização reúne dados com graus de ameaça das espécies no mundo e elabora planos para manter a conservação dos bichos. Ouça a entrevista completa clicando aqui. Fonte: EBC