Devido ao jogo do Brasil, a Biblioteca no dia 02/07/2018 (SEGUNDA-FEIRA) abrirá para atendimento aos usuários somente pela tarde, no seguinte horário de funcionamento:
Considerando
a realização do jogo da seleção brasileira de futebol nesta
segunda-feira, dia 2 de julho, às 11h, e a heterogeneidade de situações
no que concerne às Unidades Universitárias, o horário de expediente da
UFF neste dia será o seguinte: a) para as Pró-Reitorias, Superintendências e demais órgãos da Administração Central: - suspensão das atividades, mantidas aquelas consideradas essenciais; b) para as Unidades Universitárias: - os diretores estabelecerão o horário de funcionamento neste dia,
levando em conta as necessidades e especificidades das suas Unidades,
tendo em vista, principalmente, o cumprimento adequado das atividades
previstas no Calendário Escolar. Sidney Mello
Reitor
Uso do ozônio traz vantagens para agricultura e pecuária
Gás ozônio também é responsável pela cor azul do céu.
Brasil Rural
No AR em 27/06/2018 - 09:54
O Brasil Rural de quarta-feira (27) conversa com o fundador da empresaBrasil Ozônio, Samy Menasce. Na entrevista, ele aborda o uso do gás ozônio na pecuária e na agricultura.
A camada de ôzonio protege a Terra dos raios ultravioletas. O gás ozônio é responsável pela cor azul do céu. Na agricultura, o uso do ozônio ataca problemas, como as bactérias,
vírus, fungos. Mesmo com muitos avanços, segundo Samy, é a única solução
ambientalmente correta para tratamento de água e de gases. É usado para
sanitização de frutas e nos animais para desinfecção, explica o
fundador.
“O ozônio é 100 vezes mais potente que o
cloro, 3.000 vezes mais rápido. Tem um poder muito grande quando
utilizado corretamente como qualquer elemento. Ele é um
elemento natural. Não é um produto químico, e sim, um elemento químico",
destacou.
Prótese inteligente se ajusta a terreno acidentado; confira o vídeo
Juliana Américo
26/06/2018 12h00
(Foto: Reprodução/YouTube)
As pessoas que precisam de próteses podem tem dificuldades de
adaptação, principalmente por conta dos movimentos limitados dos novos
membros. Uma das próteses mais complicadas é a do tornozelo, pois ele
consegue se ajustar de acordo com o peso do corpo, inclinação do piso e
ainda recebe quase todo o impacto em casos de queda. No entanto, o avanço da tecnologia está permitindo próteses cada vez mais personalizadas e adaptáveis. Segundo informações do
TechCrunch, o professor de engenharia mecânica da Vanderbilt, Michael
Goldfarb, desenvolveu uma prótese inteligente capaz de se ajustas a
terrenos acidentados.
A prótese conta com um chip que detecta o terreno, classifica o
movimento e determina como cada passo deve ser. “Este dispositivo
primeiramente se adapta ao que está ao seu redor”, afirma Goldfarb.
“Você pode subir as encostas, descer ladeiras, subir e descer escadas, e
o dispositivo descobre o que você está fazendo e funciona como
deveria”. Confira o vídeo abaixo:
A princípio, o dispositivo ainda está em fase de testes e depende de energia cabeada, o que dificulta a locomoção.
10 cursos online e gratuitos do Google em português
Redação Olhar Digital
26/06/2018 16h30
(Foto: pxhere)
Há uma variedade enorme de cursos disponíveis online – tanto que já até sugerimos algumas opções gratuitas aqui
recentemente, para quem quer aprender a programar. Mas além de
universidades, algumas empresas oferecem videoaulas de graça na web. O
Google é uma delas, disponibilizando várias no Udacity. E o melhor:
muitas com legendas em português. Selecionamos dez desses cursos do Google, todos relacionados a
desenvolvimento web e programação, para você conferir e começar a
estudar. Confira a lista a seguir:
1 – Fundamentos de Design Responsivo para a Web.
O curso mostra todos os fundamentos do web design responsivo, ensinando
como criar uma página que funciona bem tanto na tela do PC quanto em um
tablet ou um smartphone. Tem duração estimada de duas semanas e está disponível aqui.
2 – Teste A/B. Usados para verificar o efeito de
mudanças, os testes A/B são essenciais para quem precisa decidir se vai
ou não implementar algum recurso novo em um site ou aplicativo. O curso
mostra como realizá-los, definindo métricas e analisando resultados.
Tem duração estimada de quatro semanas e está disponível aqui.
3 – Otimização de Renderização no Browser. Como a
descrição do curso diz, performance importa para os usuários – e por
isso é importante criar um web app que reaja bem as ações. As aulas
apresentam ferramentas usadas para analisar e identificar problemas de
desempenho e explicam como criar uma aplicação que responda bem no
navegador. O curso tem duração de um mês e está disponível aqui.
4 – Imagens Responsivas. As imagens representam
60% dos bytes necessários para carregar uma página na web. Por isso, é
importante saber como otimizar o carregamento delas de acordo com o
dispositivo do usuário – justamente o que esse curso mostra como fazer.
Tem duração de duas semanas e está disponível aqui.
5 – Otimização de Performance de Website. Já que
falamos de desempenho, este curso foca em otimizar um site para que ele
seja rápido. As aulas mostram o caminho que os navegadores seguem para
transformar os códigos HTML, CSS e JavaScript em uma página finalizada e
mostram, a partir disso, as ferramentas que você usar para melhorar a
performance. Tem duração de apenas uma semana e está disponível aqui.
6 – O que é localização. Não, não estamos
falando de mapas. A localização aqui tem a ver com levar um produto ou
serviço para um novo mercado, com um idioma diferente. O curso mostra
tudo o que você precisa saber para traduzir e adaptar um aplicativo, por
exemplo, antes de estreá-lo em um novo país. Tem duração de duas
semanas e está disponível aqui.
7 – Deep Learning. A “aprendizagem profund”, ou
simplesmente deep learning, está cada vez mais importante no mercado.
Ela é aplicada em pesquisas, comandos de voz, reconhecimento e busca de
imagens e em muitas outras soluções muito usadas atualmente. Este curso
fala sobre o conceito desde o começo, apresentando os conceitos básicos e
indo até o desenvolvimento de sistemas que aprendem a partir de dados.
Tem duração de 12 semanas e está disponível aqui.
8 – Android TV e Desenvolvimento Google Cast. Um
pouco menos densas, as aulas aqui mostram como levar sua aplicação
Android para a tela da televisão, adaptando-a para funcionar em
realidade virtual e também no Google Cast sem precisar reescrevê-la. Tem
duração de uma semana e está disponível aqui.
9 – Material Design para Desenvolvedores Android.
Anunciada há quatro anos, a linguagem visual do Google transformou os
aplicativos do Android. Nessas aulas, você vai aprender como aplicar os
princípios dela e utilizar todos os elementos do Material Design nos
seus apps. O curso dura quatro semanas e está disponível aqui.
10 – Introdução à Realidade Virtual. As
videoaulas daqui não são em realidade virtual, mas abordam todos os
princípios por trás do conceito, de telas e rastreamento de visão até
ótica e estereopsia. A descrição do curso garante que, ao final dele,
você terá criado uma aplicação em VR. As aulas tem duração de duas
semanas e estão disponíveis aqui. Fonte: OlharDigital
Veja os salários de desenvolvedores e de outras profissões quentes de TI
Com alta demanda, estudo mostra que apenas o salário competitivo não é mais o bastante para reter talentos nestas áreas
Por
Luísa Granato
26 jun 2018, 15h00
(oatawa/Thinkstock)
São Paulo – Com a evolução da tecnologiae sua maior importância no cotidiano, os especialistas da área estão cada vez mais valorizados. A demanda por profissionais qualificados é crescente, enquanto a
oferta dessa mão de obra ainda é limitada. O resultado é a necessidade
das empresas oferecerem salários competitivos. Para os desenvolvedores, a remuneração média nacional na carreira é
de 6.452 reais. O dado faz parte de estudo feito pela Revelo sobre o
panorama de salário em tecnologia, que reuniu dados de 9 mil ofertas de
emprego e 100 mil candidatos. Segundo Lachlan de Crespigny, cofundador da Revelo, startup de
recrutamento de profissionais de tecnologia, a procura por
desenvolvedores é a mais aquecida do mercado. “Empresas grandes estão
investindo pesado em aplicativos. Muitos bancos procuram ter seu acesso
mobile mais sofisticado”, explica ele. A Revelo analisou quatro áreas de TI que apresentam as maiores
demandas de profissionais. Atrás dos desenvolvedores na média nacional,
aparecem os especialistas em business intelligence, que recebem 6.241
reais. Depois, vêm os de design UX/UI, com 5.466 reais, e de marketing
online, com 4.588 reais. Confira a tabela completa:
Média salarial por foco
R$
Data Scientist
6.732
Business Intelligence
5.740
Product Owner
8.190
Full-stack
6.518
Back-end
6.486
Mobile
6.421
Front-end
5.762
UX Design
5.853
UI Design
5.055
Marketing Digital
4.832
Marketing, Publicidade e Propaganda
4.462
Social Media
3.718
O executivo da Revelo observa falta de profissionais para todas as
empresas que estão recrutando agora- e até mesmo prevê uma escassez
mundial nos próximos anos. Assim, as empresas têm procurado atrativos a
mais para reter seus talentos. E as formas de agradar vão além da vantajosa remuneração. O estudo
revelou que 61% das contratações não tiveram a maior oferta salarial. Com tantas ofertas, os candidatos demandam mais do futuro empregador.
Para Lachlan de Crespigny existem dois principais diferenciais de
atração: a equipe e o tipo de tarefa. “Saber que vão gostar do dia a dia
do trabalho pesa bastante na escolha da empresa, aí entra as pessoas
com quem conviver e se o cargo oferece desafios que os motivem”, fala
Crespigny. O estudo também aponta qual o peso do tempo de casa na remuneração do
funcionário. Para quem fica nos cargos por até seis anos, os efeitos
ficam ainda mais claros: para desenvolvedores, o aumento é de 64%. O
maior avanço foi em Design UX/UI, de 70,7%.
EUA estão precisando de engenheiros e dentistas (brasileiros se destacam)
Dentistas e
engenheiros estão entre os profissionais mais desejados e brasileiros
estão se dando bem. Veja como funciona o processo de imigração
Por
Camila Pati
26 jun 2018, 09h50 - Publicado em 26 jun 2018, 08h15
Estados Unidos: engenheiros e dentistas brasileiros estão em falta (foto/Thinkstock)
São Paulo – A dentista brasileira
Camila Castro de Sá, de 36 anos, tinha vontade de morar em outro país,
mas faltava coragem para começar tudo de novo em outro lugar. Quando a
crise econômica apertou, a falta de perspectiva deu o ânimo de que ela
precisava para emigrar para os Estados Unidos, há pouco menos de dois anos. O emprego não demorou a chegar. “Um amigo, também brasileiro e
dentista, já residente aqui nos EUA há alguns anos, me ofereceu a
possibilidade de trabalhar em seu consultório”, conta. Hoje, ela – que ficou sócia do amigo – tem dois consultórios, na
Flórida, um em Orlando e outro em Fort Lauderdale. “Em princípio não
penso em voltar. Os EUA oferecem muitas oportunidades. Além disso, tenho
dois filhos pequenos, de seis e de oito anos. A chance de terem um
futuro melhor aqui é bem maior”, diz. A profissão de Camila ajudou muito no processo de mudança. Faltam dentistas nos Estados Unidos,
que têm uma taxa de 65,7 profissionais por 100 mil habitantes. No
Brasil, um dos países com maior número de dentistas em todo planeta,
esse número é mais do que o dobro: são 140 para cada 100 mil habitantes. Mas não são só os dentistas os profissionais qualificados que estão na mira do Tio Sam. Engenheiros – sobretudo os de software,
civis, eletricistas e mecânicos – encontram cenário muito mais
promissor lá do que aqui no Brasil, onde jovens recém-formados se
perguntam o que fazer com o diploma de engenharia. A escassez faz subir os salários em até 20% para os profissionais “importados”. Engenheiros
estrangeiros chegam a ganhar entre 6,5 mil a 9,5 mil dólares por mês, a
depender da área e da qualificação, segundo o advogado de imigração, Miguel Risch, sócio da Hayman-Woodward, escritório especializado em expatriação e investimentos no exterior. Os números divulgados pela Hayman-Woodward comprovam que odontologia e
engenharia são campos promissores para os profissionais estrangeiros
nos Estados Unidos. O número de clientes dentistas ou engenheiros
cresceu perto dos 40% nos últimos dois anos. Profissionais que vêm de países com grande quantidade de engenheiros e
dentistas em geral são bem recebidos pelos empregadores estadunidenses.
Mas, a qualidade da formação acadêmica brasileira é um ponto que faz os
profissionais dentistas e os engenheiros daqui se destacarem lá. “O
Brasil certamente é uma referência nessas duas áreas. Não se trata,
portanto, só de quantidade, mas também de qualidade. Como funciona processo de imigração para profissionais qualificados Encarar todos os trâmites da imigração
para trabalhar e viver nos Estados Unidos sem ajuda especializada é
quase impossível. “São 187 tipos de vistos tanto para imigrantes quanto
para não imigrantes”, diz Risch. Saber qual é o tipo de documento mais apropriado é um dos primeiros
passos. Pessoas qualificadas podem, por exemplo, conseguir um tipo de
visto- e em seguida um green card – concedido por conta da falta de mão-de-obra em determinadas regiões do país. Nesse caso, nem é preciso ter uma proposta de emprego na manga. “Os
vistos EB-1A e EB-2 National Interest Waiver são concedidos sem a
necessidade de uma oferta de trabalho prévia e baseiam-se apenas no
histórico acadêmico e profissional do candidato”, diz Risch. Essas categorias de visto ainda são pouco conhecidas, segundo ele. O
“EB-1A” é dado a pessoas com habilidades extraordinárias e o “EB-2
National Interest Waiver” é concedido a profissionais bem qualificados e
que atuam em áreas que estão em falta e são de interesse dos EUA. Os dois vistos são definitivos, sem necessidade de renovação. “Após a
entrada nos Estados Unidos, os portadores desses vistos devem aguardar a
chegada de seus green cards, algo que normalmente leva aproximadamente
seis meses após o pedido ser aprovado”, diz Risch. Quem consegue esses dois tipos de visto, sabe o que quer fazer nos
Estados Unidos, antes de dar entrada na papelada. “Já possuem alguma
atividade em mente, seja para trabalhar para algum empregador já
estabelecido ou montar seu próprio negócio”, diz. Como em qualquer país, para atuar profissionalmente nos Estados
Unidos como dentista ou como engenheiro é necessário ter diploma válido
por lá. Segundo a dentista brasileira, essa sim é que foi a parte mais
desafiadora da mudança. “O que foi mais complicado foi fazer a equivalência do meu diploma
brasileiro, sem o qual não poderia exercer minha profissão aqui”, lembra
a dentista Camila. Ela recomenda que a validação do diploma seja
prioridade no planejamento dos interessados em emigrar. Segundo Risch, os requisitos de validação de diploma
variam de acordo com o estado dos EUA. Mas, via de regra, o profissional
precisará atesta por meio de documentação que realmente tem o
conhecimento e capacidade para o trabalho. “A primeira providência é
pedir um histórico escolar e diploma das instituições de ensino que o
profissional cursou no Brasil”, diz. Os documentos precisam ser autenticados e traduzidos por tradutor
juramentado. “Além disso, existem instituições de ensino nos EUA que
podem auxiliar uma pessoa com o processo de equivalência ou revalidação
de um diploma”, diz Risch.
“Pescoço de tablet” afeta 84,6% dos usuários, revela estudo médico
Por Claudio Yuge
A Universidade de Nevada publicou recentemente
um estudo sobre o impacto da tecnologia em problemas físicos em nosso
corpo, mais especificamente a respeito de como o uso de tablets tem
causado rigidez, dor e sofrimento a 84,6% dos consumidores. A mesma
pesquisa mostra que 65,4% também acusam incômodo nas costas e nos ombros
e esse “mal moderno” ganhou até mesmo um nome (ou dois): “Pescoço de tablet” ou “Pescoço de iPad”.
"As
pessoas estão chegando com dores no pescoço e não estão percebendo que
(o uso de tablets) é de onde vêm esses problemas. Perguntamos a eles: 'O
que você anda fazendo bastante?’ E todo mundo diz que anda olhando
muito para o telefone ou para o tablet", afirmou o médico John Abrahams,
do Brain & Spine Surgeons of New York, em entrevista ao New York Post. Um
outro ponto curioso relacionado a esses dados é que dos 412 estudantes
universitários examinados, mais de 70% que apresentaram esses sintomas
são do sexo feminino. Mas quais as razões pelas quais as mulheres têm
sofrido mais com isso? Bem, a análise do pessoal da Universidade de
Nevada tem boas teorias para isso.
Mulheres costumam usar o tablet com uma postura não recomendada
Os
pesquisadores descobriram que a posição que mais leva à dor é a que faz
com que nossas costas e o pescoço fiquem arqueados de forma irregular,
para baixo. Isso porque flexionar o pescoço para frente por longos
períodos pressiona a coluna, o que tensiona os músculos da região,
incluindo os ombros. E sentar sem o apoio das costas aumenta as chances
desse desconforto piorar.
Como
as mulheres costumam ter o quadril mais largo ou possuem braços mais
curtos e ombros estreitos, elas são mais propensas a se sentar no chão
sem algum encosto para as costas ou de outras formas inadequadas, o que
levam a esse quadro descrito acima. Por isso, entre o consumidores mais
afetados por esse problemas, segundo a pesquisa, a maioria absoluta,
77%, é composta pelo público feminino, enquanto os 23% restantes ficaram
com os homens. “Mas
e se eu sentar com o tablet no colo ou me sentar em uma cadeira com o
tablet na mesa, em uma superfície plana?” Bem, esses dois casos também
levaram ao “Pescoço de tablet”, com 55% acusando desconforto moderado,
10% apontando sintomas graves e 15% admitindo dificuldade para dormir.
Qual é a solução, então?
Bem,
infelizmente, não há algo que possa ser feito a não ser evitar as
posições que induzam ao quadro ilustrado anteriormente. A solução mais
fácil seria conseguir um bom assento como suporte, como uma boa cadeira,
ou sustentar o dispositivo em um nível mais confortável, onde você
possa olhar sem ter que forçar o pescoço e as costas.
Ou, fazer algo que a própria indústria vem martelando nesta temporada, a exemplo das iniciativas recentes da Google, da Apple e do Facebook/Instagram: diminuir consideravelmente o tempo que você fica colado com o rosto nas telinhas.
Ações para cuidar de um planeta asfixiado pelo plástico
Reduzir
o uso desse material se tornou o principal desafio ambiental ao lado
mudança climática. Consumidores, instituições e empresas começam a tomar
medidas
Silvia Blanco
Madrid
Diego Quijano
O cachalote achado em uma praia em Múrcia (sudeste da Espanha) em
fevereiro estava morto havia 15 dias. Foi no cabo de Palos, perto do
farol. Nas fotos feitas pelas equipes de resgate, o animal aparece na
beira do mar, sozinho, enorme, deslocado. Um trator rebocou-o para
terra. Foi medido e pesado. Seus 6.520 quilos foram levados a um
armazém. Dez metros de mamífero inerte ficaram no chão. Uma equipe do Centro El Valle de Recuperação da Fauna Silvestre
realizou a necropsia. Colocaram-no de lado e começaram a cortar. Usaram
serras, facas e machados. Naquele estado de decomposição, explica
Fernando Escribano, um dos veterinários que participaram da operação,
não esperavam averiguar grande coisa. A ideia era obter amostras de seus
órgãos para analisá-las. Mas enquanto avançavam através da carne e da
gordura, posicionados praticamente dentro do animal, descobriram que
todo o aparelho digestivo, dos estômagos ao reto, estava cheio de plástico. Tiraram de seu interior 29 quilos de sacos plásticos
e de ráfia, cordas, um pedaço de rede, uma bolsa de praia e uma lata.
Limparam e classificaram o material. Ao terminar, tinham uma causa mortis clara, a roupa empesteada com o cheiro de gordura rançosa e uma persistente sensação de tristeza. “Engasgou-se
com plástico, e além disso teve a má sorte de comer uma lata. Não foi
capaz de expeli-la e isso provocou um tamponamento que paralisou o seu
sistema digestivo”, relata Escribano. Pode ter morrido pela obstrução ou
porque esses materiais perfuraram-lhe o intestino. Um cachalote dessa
idade deveria pesar o dobro. Passava fome com a tripa cheia de plástico.
Os veterinários calcularam que era um adolescente, que devia ter 15
anos, dos 70 que essa espécie pode alcançar. Os cachalotes costumam
mergulhar a grande profundidade para pescar lulas. “Ele tentava se
alimentar, em um dos estômagos tinha uns bicos de lula, mas muito
poucos. É a pior morte que há”, comenta o especialista. Dos 2.500
animais vivos que passam a cada ano pelo centro de recuperação, os mais
afetados pelo plástico são as tartarugas-amarelas.
“É a principal causa de internação dessa espécie, seja por ingestão, ou
porque as aletas ficam enredadas em estruturas plásticas. Algumas
chegam amputadas”, conta. “Antes o problema era a pesca, agora é o
plástico.”
Longe da praia, o gesto cotidiano de voltar do supermercado para casa
e colocar a compra em seu lugar começa a ter algo de perturbador para
cada vez mais cidadãos. Ambos os cenários estão conectados pelo mesmo
desastre, o dos 150 milhões de toneladas de plástico
que, segundo estimativas, estão dentro dos oceanos, e cuja massa até
2050 será maior que a dos peixes, de acordo com uma conhecida projeção
da Fundação Ellen McArthur, dedicada a promover uma economia circular que rompa a cadeia de usar e jogar fora. Esse exercício de contemplar a quantidade de embalagens, sacolas e potes colocados sobre a mesa da cozinha
dá uma ideia da assombrosa capacidade que um só lar tem de gerar
refugos plásticos. O problema se agrava quando se leva em conta que, em
escala mundial, só 9% de todo o material produzido acaba sendo
reciclado. Uma das principais razões é que é mais fácil e barato
fabricar do que reciclar. Nos últimos três anos, o plástico entrou totalmente na agenda
política internacional e das multinacionais, que começam a notar a
pressão da opinião pública para minimizar ou eliminar o uso do plástico
descartável. A Comissão Europeia apresentou no fim de maio sua
estratégia para reduzir a poluição por plástico,
que deverá ser aprovada pelos países do bloco. Os cotonetes e os pratos
e talheres desse material serão proibidos e substituídos por
alternativas sustentáveis. Essas medidas, que também preveem que a indústria se responsabilize
em parte pela limpeza e reciclagem do lixo plástico que gera, são só o
princípio de uma solução para um problema complexo e global. A migração
para uma economia circular, na qual se reutiliza ou se recicla quase
todo o material, ainda está acontecendo, assim como o estabelecimento de
sistemas de reciclagem eficazes em países que encabeçam a lista dos que
mais despejam plástico no mar, como a China, a Indonésia e as
Filipinas. No Brasil, o Rio de Janeiro
se tornou a primeira cidade brasileira a aprovar um projeto de lei que
proíbe a utilização do canudo de plástico, um dos vilões da natureza, já
que demora cerca de cem anos para se decompor. Casa a medida seja
sancionada pelo prefeito Marcelo Crivella, os estabelecimentos
comerciais terão que usar canudos de papel biodegradável. Preocupados
com o danos que os aparentemente inofensivos canudos podem causar a
natureza, artistas como Sérgio Marone, Fernanda Paes Leme, Mateus Solano e Sheron Menezes, resolveram se unir ao movimento #paredechupar. O movimento é inspirado no #stopsucking
e tem por objetivo sensibilizar e mobilizar a sociedade, empresas e
governos a repensarem seus consumos, e caminhar para o banimento e
substituição desses materiais. A atitude dos consumidores, enquanto isso, começa a mudar as
coisas. O caso das sacolas é uma prova clara. A partir de 1º. de julho
se cobrará por elas nos comércios do continente, e algumas empresas já
percebem que é necessário ir além, como a rede alemã de supermercados
Lidl, que as suprimirá de todos os seus estabelecimentos antes do final
do ano. Segundo uma pesquisa feita em 2017 pelo Eurobarômetro, 87% dos
europeus se preocupam com o impacto ambiental do plástico. Mas isso
ainda não se traduz de forma maciça em uma mudança de comportamento no
cotidiano. A montanha de embalagens sobre a mesa da cozinha continua aí,
e depois, na melhor das hipóteses, é atirada em uma lixeira específica. Mas podemos viver sem plástico? A resposta curta é não. Desde que seu
uso começou a se generalizar, na década de 1950, este material está por
toda parte: de autopeças a brinquedos, móveis de escritório, máquinas
de diagnóstico médico, frascos de detergente e sacos de batatas fritas.
Mas é possível evitar sua utilização desnecessária e reduzir ao máximo o
uso de embalagens descartáveis. Em 2015, Patricia Reina e Fernando Gómez, autores do blog Vivir Sin Plástico,
decidiram prescindir ao máximo desse material. “Chegava do supermercado
e tinha uma sacola praticamente cheia de embalagens. Eu me sentia mal. E
jogar isso no contêiner amarelo para reciclar não representava uma
lavagem de consciência para mim”, diz Reina. Começaram a questionar
hábitos que até então eram normais para o casal, como “voltar do
trabalho cansado e passar no supermercado para comprar sei lá o quê, e,
como não tinha levado sacola, pegava uma de lá”, diz Gómez. Começaram o
blog para documentar o processo de ir se desfazendo desse material
ubíquo: “Guardávamos todos os plásticos que tínhamos acumulado de
segunda-feira a domingo, o colocávamos sobre uma mesa e tirávamos uma
foto para publicar junto com a lista de tudo o que era. É importante ver
tudo junto”, conta Reina. Depois analisaram a procedência, e logo
descobriram que sua principal fonte de plástico era a comida. Não se
tratava de produtos processados: “Eram sobretudo legumes, sacos de
salada, espinafres, vagens, arroz, frutos secos”, enumera. Nos supermercados é fácil ver um abacate solitário envolto em
plástico transparente, ou bananas num saco, ou que na peixaria coloquem
os filés recém-cortados em bandejas de poliestireno. Mesmo quando se
compra a granel, na maioria dos estabelecimentos é preciso colocar cada
grupo de produtos em um saco diferente, e em alguns, além disso, usar
luvas do mesmo material para manuseá-los. “O mais complicado foi mudar
de hábitos”, afirma Reina. “Antes eu descia ao supermercado quando tinha
fome e comprava o que me ocorria. Se você quer viver sem plástico não
pode fazer isso, precisa de planejamento. Também nos custou encontrar o
lugar onde comprar cada coisa. Mas você se acostuma e torna isso
rotineiro.” Conseguiram colocar todo o plástico gerado por cada um deles ao longo
de dois anos em um pote de um litro; algo que por enquanto é bastante
insólito. Entretanto, cada vez mais gente parece interessada em seu
modelo. “Muitos nos escrevem dizendo que já tomaram a decisão. O
importante é reduzir, há muitíssimo que se pode evitar. Não é preciso
que você vá viver numa montanha. Continuamos usando o celular e o
computador, que também têm plástico. A indústria e os Governos têm sua
parcela de responsabilidade. Mas também os consumidores”, diz Reina. Um
exemplo desse poder é a campanha Desnude a Fruta,
que eles impulsionaram com outras organizações e que funcionou em
vários países. Consiste em fotografar um exemplo de embalagem
desnecessária – uma única cebola sobre uma bandeja de plástico e coberta
de mais plástico, por exemplo –, publicá-la nas redes sociais e
mencionar o estabelecimento que as vende. Seu blog está cheio de
conselhos sobre como fazer desodorante caseiro ou sobre alternativas em
termos de cosméticos e produtos de limpeza doméstica. Sua luta cotidiana é parte daquele que já virou o principal desafio ambiental do mundo ao lado da mudança climática.
A ciência vem apontando a magnitude do problema. Sabe-se, por exemplo,
que há pelo menos 700 espécies afetadas pelo plástico, segundo um estudo
da Universidade de Plymouth, e que, delas, 17% estão ameaçadas de
extinção, como a foca-monge-do-havaí e a tartaruga-amarela. Está
demonstrado que o plástico que chega ao mar se fragmenta em muitos
pequenos pedaços, que se distribuem em altas concentrações ao redor dos
cinco giros subtropicais, enormes massas de água que os transportam a
grande velocidade por todos os oceanos. Esses microplásticos infestam
mares semifechados, como o Mediterrâneo, e alcançam os lugares mais
remotos, praticamente sem população que seja capaz de gerá-los, como o
Ártico. Está provado que penetraram na cadeia alimentar dos oceanos e
que há plástico até no sal de mesa e na água engarrafada. Não se sabe, entretanto, qual é o efeito da sua ingestão sobre a saúde humana. Sua inquietante onipresença atravessa os animais maiores, como baleias e cachalotes, e se infiltra nos seres microscópicos. Um estudo publicado há um mês na Nature Communications
constata que está afetando inclusive as bactérias. Como explica sua
autora principal, Cristina Romera-Castillo, pesquisadora do Instituto de
Ciências do Mar, em Barcelona, o plástico libera carbono orgânico
dissolvido que se soma ao que se encontra de maneira natural no oceano, e
as bactérias se alimentam dele e crescem mais rápido. Ainda não se
conhecem as implicações dessa conclusão, mas ela mostra até que ponto o
lixo plástico é capaz de alterar o ecossistema marítimo. Se está tão claro que o uso que se faz do plástico é um problema, o
que impede que mais gente se una ao movimento para reduzi-lo? “Em parte é
por desconhecimento”, diz Reina. “Preguiça”, decreta Fernando Gómez.
“Acham que coisas como levar sempre sua própria sacola é um esforço
extra. É difícil mudar a forma de comprar.” Além disso, os produtos
alternativos geram certo rechaço. “Há muita resistência em deixar o
creme dental ou o desodorante.” Apesar dessas reticências, a batalha contra o plástico avança com
grande rapidez em comparação, por exemplo, com a luta contra a mudança
climática. “Todo mundo entende o problema, é mais tangível. Basta ir ao
supermercado, à praia…”, diz Ferran Rosa, da ONG Zero Waste Europe, que
tem sede em Bruxelas e agrupa 30 entidades de 25 países europeus,
dedicadas a reduzir a geração de resíduos. A proposta da Comissão
Europeia é um sintoma desse avanço. “É um passo adiante, embora se
centre muito na reciclagem e menos na redução de embalagens. Mas há um
ano e meio essa legislação era impensável”, comenta. “Apostamos na
redução do plástico na origem e achamos que o de um só uso, como
talheres e canudinhos, é dispensável. Trata-se de achar soluções mais
inteligentes. Por exemplo, nas festas populares, onde há milhares de
copos de plástico descartáveis, pode-se instituir um depósito [de cinco
reais, por exemplo] pelos copos reutilizáveis”. Também trabalham para “dessocializar” o plástico de um só uso,
transformá-lo em algo que gere rejeição. “Assim como o cigarro antes era
visto como algo atrativo e agora se sabe que é prejudicial e é mal
visto, acredito que em alguns anos o que agora nos parece normal com o
plástico, como beber coquetéis com canudinho, comprar sacolas cada vez
que se vai ao supermercado… Será visto como algo marciano.”
Direito de imagemLPS.1/WIKIMEDIA COMMONSA Lâmpada Centenária, que ilumina uma unidade dos
bombeiros na Califórnia (EUA) há 117 anos, tem mais de 1 milhão de horas
de uso
Ela é uma lâmpada tão famosa que tem a própria página na internet, um perfil no Facebook e até uma câmera exclusiva que a filma dia e noite.
É
a Lâmpada Centenária (Centennial Bulb, em inglês), que, segundo o Livro
Guinness dos Recordes, é o foco de luz elétrica que há mais tempo está
aceso em toda a história. A
lâmpada fica em uma unidade dos bombeiros na cidade de Livermore, na
Califórnia (EUA). Ainda no século passado, em 1901, os bombeiros queriam
manter iluminados seus alojamentos dia e noite para poderem responder
com prontidão quando necessário. Decidiram, então, instalar uma
lâmpada. Ela foi doada por um empresário local e fabricada à mão por uma empresa pioneira no setor. Décadas se passaram e, exceto breves cortes de energia e duas mudanças, a lâmpada continuou iluminando o ambiente. Em
2001, quando completou um século, ganhou oficialmente o título de
Lâmpada Centenária. E, no dia 18 de junho deste ano, completou 117 anos
com mais de 1 milhão de horas de uso. E continua funcionando. Estima-se que em 117 anos, a lâmpada ficou apagada por apenas 20 minutos
'Operação translado'
Os
bombeiros que instalaram a lâmpada no começo do século passado dividiam
o escritório com a polícia. Quando ambos os departamento se mudaram, a
lâmpada foi levada para a nova unidade. Em 1976, quando o foco de luz já havia entrado para o Guinness, os bombeiros se mudaram novamente para outra sede. As autoridades da Califórnia planejaram uma grande operação para cuidar da famosa lâmpada durante o translado. Para
começar, cortaram o cabo por temer que, ao desenroscá-la, poderiam
quebrá-la. Depois, um caminhão dos bombeiros e a polícia escoltaram a
lâmpada até o novo lugar: a estação número 6 dos bombeiros, onde, ainda
hoje, continua iluminando. Segundo os registros, ela só ficou
apagada por um total de 22 minutos, quando foi transferida - e nunca
passou um dia inteiro sem funcionar. Direito de imagemiStockOs filamentos da lâmpada que funciona desde 1901 são
oito vezes mais grossos que os das lâmpadas comercializadas atualmente
Do que é feita a lâmpada que não apaga
A
lâmpada centenária foi feita à mão em 1897 pela Shelby Eletronic
Company, empresa que já não existe mais. O fundador da empresa, Adolphe
Chaillet, era um dos rivais do famoso inventor Thomas Edison. A
lâmpada de Chaillet que entrou para a história mede oito centímetros e
tem uma forma mais arredondada que as lâmpadas modernas. Acredita-se
que, originalmente, era uma lâmpada de 30 watts. Com o tempo, contudo,
enfraqueceu. Atualmente emite uma luz tênue, de aproximadamente 4 watts. Esse pode ser um dos segredos que ainda a fazem brilhar. Um
ponto considerado chave para explicar por que a lâmpada ainda emite luz
está em seu interior. Em 2007, a física Debora Katz, da Academia Naval
dos EUA, analisou outras lâmpadas da mesma coleção que a Centenária -
que não pode ser trocada pelo receio de que quebre. Ela descobriu duas
diferenças significativas em relação às lâmpadas comercializadas
atualmente. Em primeiro lugar, o filamento é oito vezes mais
grosso que o de uma lâmpada moderna. Em segundo, que esse filamento,
possivelmente feito de carbono, é semicondutor. Assim, quando a lâmpada
esquenta, os filamentos se convertem em um condutor mais potente - em
contraste com o comportamento de filamentos atuais, que perdem potência
quando esquentam.
Teoria da conspiração
Os
especialistas também assinalam que, ironicamente, o fato de estar presa
no mesmo soquete e jamais ter sido apagada também pode contribuir com a
sua longevidade. O desgaste em acender e apagar lâmpadas
incandescentes é maior do que quando ela permanece acesa continuamente.
Isso acontece porque os filamentos aquecem e esfriam, fazendo com que o
material dilate e contraia, o que provoca o surgimento de microfissuras e
reduz a vida útil das lâmpadas. Apesar dessas explicações, tanto
Katz quanto outros especialistas reconhecem que há um certo mistério no
fato de a lâmpada estar funcionando há tanto tempo. Direito de imagemGAZEBO/WIKIMEDIA COMMONSQuando os bombeiros mudaram de sede, cortaram o fio
da lâmpada, com receio de que ela quebrasse ao ser desenroscada do
soquete
Em 2010, um documentário espanhol sugeriu uma polêmica explicação. O filme A Conspiração da Lâmpada de Luz (The Light Bulb Conspiracy, em inglês), que em espanhol levou o nome de Comprar, tirar, comprar, afirma que a Lâmpada Centenária seria uma prova do que chamou de "obsolescência programada". Trata-se
da teoria de que produtos são feitos com uma vida útil limitada, para
fomentar o consumo. Segundo a documentarista Cosima Dannoritzer,
enquanto inventores como Chaillet aspiravam criar lâmpadas de longa
duração, um acordo secreto de fabricantes firmado em 1924 teria
resultado na decisão de limitar a vida útil dos produtos. Atualmente,
as lâmpadas de LED duram de 25 mil a 50 mil horas. Já as fluorescentes
têm vida útil de 6 mil horas e as incandescentes de 1 mil horas. Em
meio à polêmica assinalada pelo filme, a Lâmpada Centenária já dura mil
vezes mais do que isso e chega, neste ano, à mesma idade da pessoa mais
velha do mundo - Chico Miyako, do Japão, que completou 117 anos este
ano.
Horário da BEE de atendimento ao público no dia 27/06/2018
Devido ao jogo do Brasil, a Biblioteca no dia 27/06/2018 (QUARTA-FEIRA) abrirá para atendimento aos usuários somente pela manhã, no seguinte horário de funcionamento:
Sensor detecta predisposição genética ao câncer de mama
O sensor eletroquímico de DNA detecta mutações no gene BRCA1, que estão associadas aos tumores de mama triplo-negativos
Por
Maria Fernanda Ziegler, da Agência Fapesp
25 jun 2018, 11h08
Câncer de mama: Dispositivo
desenvolvido por pesquisador da UFSCar recebe menção honrosa no Prêmio
Mercosul de Ciência e Tecnologia (Bakerstmd/Wikimedia Commons)
O professor Bruno Campos Janegitz, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),
conquistou menção honrosa na 13ª edição do prêmio Mercosul de Ciência e
Tecnologia pelo desenvolvimento de um sensor eletroquímico de DNA que detecta a predisposição genética ao câncer de mama. Com o tema “Tecnologias para a Economia do Conhecimento”, o prêmio é
uma parceria da Unesco e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC) com a participação de pesquisadores da Argentina,
Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e
Venezuela. “O prêmio é um incentivo e também uma oportunidade para alguma
empresa mostrar interesse em investir no desenvolvimento do produto. Com
testes clínicos e mais pesquisa, futuramente poderemos ter um
dispositivo que detecta a predisposição de um tipo de câncer de mama a
partir de um teste de saliva ou sangue, que acreditamos teria o custo de
R$ 70 a R$ 80, algo bastante viável e que poderia salvar muitas vidas”,
disse Janegitz, que é coordenador do Laboratório de Sensores,
Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) na Universidade
Federal de São Carlos, campus Araras. O sensor eletroquímico de DNA detecta mutações no gene BRCA1, que
estão associadas aos tumores de mama triplo-negativos. Esse tipo de
câncer ficou conhecido mundialmente em 2013, quando a atriz
norte-americana Angelina Jolie se submeteu a duas mastectomias após ter
descoberto, a partir de um exame com base no sequenciamento genético,
que teria risco de 87% de desenvolver a doença. Janegitz explica que o trabalho premiado também foi tema da
dissertação de mestrado em Física Biomolecular de Laís Ribovski, do
Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo
(IFSC-USP), sob sua orientação. O dispositivo, patenteado pela USP, foi testado com material genético
sintético a partir de métodos eletroquímicos. Para obter o diagnóstico
de predisposição da doença, o bastão de polímero com um condutor
elétrico interno é posto em contato com uma amostra sintética do código
genético. “O que fazemos é pegar parte desse DNA e colocar em contato com o
eletrodo. Caso haja a mutação em BRCA1, por exemplo, as bases
nitrogenadas vão formar dupla hélice com o eletrodo. Porém, se não
houver, não vai dar sinal, não vai ocorrer a formação clássica de dupla
hélice do DNA. Assim é possível identificar a predisposição para a
doença a partir de diferentes sinais eletroquímicos”, disse Janegitz à
Agência FAPESP. O pesquisador ressalta, no entanto, que o teste indica predisposição,
não a ocorrência da doença. “Conseguimos identificar se há a alteração
genética, se tem o genótipo. O grande diferencial desse teste é ele ser
muito mais barato e consequentemente mais abrangente que o método
tradicional por sequenciamento genético do paciente”, disse.