Especialistas promovem manifesto para uso ético da
inteligência artificial
EFE Barcelona
6 mar 2017
Personagens como Bill Gates, Elon Musk e Stephen Hawking
advertiram sobre os possíveis perigos desses avanços como a perda de postos de
trabalho, a substituição de pessoas em tarefas próprias dos humanos e o risco
de que a inteligência artificial fique fora de controle. EFE/Felipe Trueba
Especialistas em inteligência artificial de todo o mundo se
reunirão a partir de amanhã, terça-feira, em Barcelona para elaborar um
manifesto em favor do uso ético e adequado da inteligência artificial, que
consideram que pode colocar em perigo as democracias no mundo da pós-verdade.
Os especialistas, convocados pela plataforma B·Debate, uma
iniciativa de Biocat e Obra Social "La Caixa", citarão como exemplo o
fato de que os algoritmos nos quais a inteligência artificial é baseada
manipulam os resultados das buscas na internet e têm consequências sobre a
opinião pública, cada vez mais fragmentada e polarizada.
A inteligência artificial, que já está presente no
desenvolvimento de carros autônomos, edifícios inteligentes, tradução
automática e medicina personalizada, tem, no entanto, muitos riscos, segundo
estes especialistas, que apresentarão as conclusões de seus debates na
"Declaração de Barcelona para o desenvolvimento e o uso adequado da
inteligência artificial".
Segundo os organizadores do encontro, intitulado
"Inteligência artificial: sonhos, riscos e realidade", à medida que a
tecnologia se insere na sociedade, também começam a aparecer "algumas
aplicações preocupantes que podem representar riscos e desafios".
De fato, personagens como Bill Gates, Elon Musk e Stephen
Hawking advertiram sobre os possíveis perigos desses avanços como a perda de
postos de trabalho, a substituição de pessoas em tarefas próprias dos humanos e
o risco de que a inteligência artificial fique fora de controle.
"Os especialistas evidenciam que a inteligência
artificial pode ser um perigo para a democracia, sobretudo em um contexto de
pós-verdade no qual a emoção e as crenças têm mais influência que os fatos
objetivos na tomada de decisões", assinalaram os organizadores.
Isto traz consequências na hora de enfrentar as grandes
questões atuais da sociedade como a mudança climática, a poluição e a migração.
"O uso de 'chatbots', robôs capazes de simular uma
conversa com uma pessoa, e a propaganda e a informação dirigidas estão
polarizando a sociedade e afetando as escolhas democráticas", segundo a
B·Debate.
"Todos buscamos informação constantemente na internet.
Os buscadores oferecem uma resposta aos usuários a partir das características
de seu perfil. A informação que obtemos dos resultados da busca influenciam
nossa maneira de ver o mundo", concluíram os organizadores do encontro.
Fonte: EFE
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