quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

COMUNICADO


COMUNICADO
 Considerando informe expedido, informamos o funcionamento da BEE como segue:

27/02 (4ª feira) – 09h às 19h
28/02 (5ª feira) e 01/03 (6ª feira) – FECHADA
04/03 a 09/03 – Recesso Carnaval (UFF)
A partir de 11/03 – 09h às 19h

Projeto da Microsoft quer usar IA na resolução de crimes

Projeto da Microsoft quer usar IA na resolução de crimes

Estamos diante de mais uma patente envolvendo inteligência artificial, dessa vez relacionada a uma iniciativa da Microsoft. Se um arquivo encontrado recentemente servir como indicativo, a empresa de Bill Gates pretende utilizar essa tecnologia para ajudar na resolução de crimes.
A patente do projeto foi garantida à Microsoft em 21 de fevereiro, além de estar arquivada sob o número US2019057286 e ter sido preenchida no European Patent Office. O documento mostra que a ideia é treinar a IA para identificar sons de armas e, assim, tentar ler uma cena de crime e ter uma ideia de padrões e tipos de ferimentos para criar um perfil do suspeito.
Veja a seguir uma descrição de como o sistema funcionaria:
“Tecnologias são utilizadas para analisar cenas de crime usando machine learning. Modelos de armas de fogo, tipos e até mesmo armas de fogo específicas podem ser automaticamente detectadas por arquivos de áudio capturados ou transmissões contínuas de áudio usando técnicas de machine learning. A detecção também pode ser baseada em capturas de imagens paradas ou arquivos de vídeo. Mais informações, como layout da cena do crime, tipos de ferimentos e local destes, bem como informações similares podem ser entregues ao serviço de análise por captura manual ou automatizada. O número de armas de fogo usadas no crime também pode ser detectado, e tipos específicos podem ser associados a alguns casos criminais. Técnicas similares podem ser usadas para detectar e classificar tipos e quantidades de materiais explosivos”.
Vale mencionar que a simples garantia da patente não significa que veremos essa tecnologia no mundo real em breve — afinal, o registro não passa de um projeto que pode ou não ganhar vida em algum momento. Mas esse produto certamente seria bem útil para auxiliar a polícia em suas tarefas.
 
Fonte(s): MSPower User 
 
Fonte: Tecmundo

Sonda soviética lançada em 1972 deve cair na Terra ainda esse ano

Sonda soviética lançada em 1972 deve cair na Terra ainda esse ano

Uma sonda lançada ao espaço pela União Soviética no ano de 1972 – e que tinha como destino o planeta Vênus – pode cair em algum ponto desconhecido do planeta Terra ainda em 2019. É isso que os especialistas consultados pela publicação Space.com afirmam em uma matéria que conta a história da Kosmos 482 e analisa os riscos que corremos aqui embaixo.
O problema é que o lançamento da sonda não foi bem-sucedido e a Kosmos 482 acabou ficando presa na órbita da Terra
A Kosmos 482 foi lançada pela agência espacial soviética n dia 31 de março de 1972 do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Seu destino era o inóspito planeta Vênus, onde a sonda deveria pousar e enviar de volta para a Terra o máximo possível de informações antes de ser destruído pela atmosfera extremamente mais densa e quente do que a do nosso planeta. Justamente por esse motivo, a Kosmos 482 foi feita com materiais muito resistentes, para prolongar ao máximo sua duração.
O problema é que o lançamento da sonda não foi bem-sucedido e a Kosmos 482 acabou ficando presa na órbita da Terra por não ter conseguido impulso suficiente para se desvencilhar da gravidade terrestre. Na época, em plena Guerra Fria e Corrida Espacial, foi mais uma missão que falhou como muitas outras que aconteceram tanto do lado soviético quando do americano.
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Sonda Venera 8, muito parecida com a Kosmos 482: essa conseguiu chegar com sucesso em Vênus

Sonda esquecida, mas perigosa
A União Soviética superou a falha e conseguiu mandar outras sondas de maneira bem-sucedida para explorar Vênus. A Kosmos 482 foi esquecida na nossa órbita junto com outras tantas toneladas de lixo espacial que ficam lá, girando em volta da Terra. Porém, há algum tempo, ela foi relembrada, quando especialistas – entre eles, observadores desses objetos que estão em órbita – notaram que a trajetória da Kosmos 482 indicava que não demoraria muito para ela cair na Terra.
Isso é possível de acontecer porque a sonda foi feita com materiais capazes de penetrar na atmosfera de Vênus e ainda aguentar um tempo sem danos no interior dela. A queda da Kosmos 482 na Terra, mesmo com o atrito sofrido na reentrada, não a destruiria, transformando-a em uma poeira metálica inofensiva.
As primeiras estimativas indicavam que a Kosmos 482 deveria cair na Terra entre os anos de 2023 e 2025 segundo foi apurado no meio do ano passado. Agora, porém, especialistas indicam que esse prazo foi afetado e a sonda deve deixar de girar em torno do planeta e cair em algum lugar imprevisível em torno do fim de 2019 ou começo de 2020.
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Kosmos 482, fotografada em 25 de junho de 2014 de um alcance de 295,2 km, enquanto passava a 268,1 km de distância do solo

Mistério no céu
É um pouco incerto também qual parte do total da sonda que ainda está em órbita, mas estima-se que seja uma peça com massa total de quase 500 kg. Ralf Vandebergh, fotógrafo espacial holandês, é um dos especialistas que registrou as recentes passagens da Kosmos 482 pelos céus e, pela análise de sua trajetória e sua refração de luz, afirmou que a sonda pode cair mais cedo do que se imaginava.
Que a sonda está prestes a cair, mais cedo ou mais tarde, não há nenhuma dúvida
“Minha conclusão preliminar é que a Kosmos 482, observada com um telescópio de abertura de 10 polegadas durante variadas passagens, ângulos de visão, ângulos de iluminação e condições de observação, parece ser um objeto alongado com fortes variações de brilho”, relatou Vandebergh. “Há uma indicação de estruturas menores, mas estas não estão confirmadas. Por isso, o mistério sobre a verdadeira condição da Kosmos 482 e quais elementos da espaçonave ainda estão exatamente em órbita continua sem solução”.
Mas que a sonda está prestes a cair, mais cedo ou mais tarde, não há nenhuma dúvida. Nos resta torcer para que a vasta massa de água que cobre o planeta possa ser o alvo da Kosmos 482 e que ninguém, nem ser humano, nem animal, se machuque com isso.
 
Fonte(s): Space.com 
 
Fonte: Tecmundo

Um Stradivarius pode medir as mudanças climáticas?

Um Stradivarius pode medir as mudanças climáticas?

27.02.2019
Angelo van Schaik (rk)

Floresta de onde vem a madeira para manufatura dos instrumentos de cordas mundialmente famosos é usada há 300 anos. Mas aquecimento global pode estar ameaçando o ofício.
Aobre fundo azul-escuro, um violino de 300 anos fabricado por Antonio Stradivari Fabricado em 1700, violino feito por Antonio Stradivari foi estimado em 1,5 milhões de dólares

No século 17, Antonio Stradivari viajou durante dois dias da sua cidade natal, Cremona, à floresta de Paneveggio, no norte da Itália, para encontrar a madeira perfeita para confeccionar seus instrumentos, que se tornariam mundialmente famosos.
Apreciado por sua excepcional qualidade de som, um Stradivarius original pode chegar a valer milhões de dólares. E, mais de 300 anos depois da morte do luthier – profissional especializado na fabricação e no reparo de instrumentos de corda com caixa de ressonância e espelho, como guitarra e violino – mais famoso do mundo, as coníferas dessa floresta ainda são usadas para construir violinos, violoncelos, baixos e pianos.
Mas a famosa madeira musical está sentindo os efeitos das mudanças climáticas sob a forma de fenômenos meteorológicos mais extremos, explica o guarda florestal local Paolo Kovacs, enquanto manobra sua camionete com tração nas quatro rodas sobre um estreito caminho nas montanhas do idílico Vale de Fiemme.
Em outubro do ano passado, tempestades extraordinariamente violentas arrancaram mais de 14 milhões de árvores em toda a área da cadeia montanhosa das Dolomitas, no leste dos Alpes, onde fica a floresta de Paneveggio.
"São quase todas abete rosso (abeto vermelho, em tradução livre)", descreve Kovacs, referindo-se ao nome italiano dos acres de pinheiros que cascadearam montanha abaixo. "Eles têm raízes relativamente curtas. Por isso, caem com mais facilidade", afirma.
Apenas uma árvore de 25 metros de altura sobreviveu à tempestade nessa zona específica. "Esse tem cerca de 150 anos", diz Kovacs, apontando para o pinheiro. "É quase um milagre ele ainda estar aqui. Talvez ele tenha sido coberto por outras árvores, ou ele tem raízes longas, o que é incomum", especula.
A mais de 250 quilômetros dali, numa oficina na pequena cidade de Cremona, onde Stradivari viveu e trabalhou, o mestre luthier Stefano Conia passa a unha do polegar pelos aros de um pedaço de madeira. Essas aberturas acústicas estão excepcionalmente próximas, a uma distância de cerca de meio centímetros, e são quase idênticas.
"Escute", pede. "É assim que tem que ser. Esse será um excelente violino", prognostica o mestre de 73 anos, que constrói violinos há 45 anos e diz que esse tipo de uniformidade é o que faz a conífera europeia ser tão adequada para a fabricação de instrumentos.
Oficina de fabricação manual de violinos e instrumentos de corda como violoncelos e baixos em Cremona, na Itália. Na parede amarela, dois ganchos ostentam diversos moldes em madeira para violinos, ao lado de cinzéis e acima de parafusadeiras Ofício centenário do luthier inclui busca pelo pedaço perfeito de madeira

Mas não é toda árvore derrubada que é selecionada. Para cada árvore que acaba sendo usada, 20 ou 30 são consideradas inadequadas.
Conia é um entre 156 luthiers que trabalham no que se tornou a capital dos instrumentos de alta qualidade feitos à mão. A extensa história do ofício e sua proximidade com a floresta atraem pessoas do mundo inteiro, ansiosas para aprender a arte de fabricar violinos, para a região.
O próprio Conia vem da Hungria. Giorgio Grisales – outro luthier que possui oficina própria – mudou-se para a área vindo de Medellín, na Colômbia, nos anos 1970, para seguir os passos de Stradivari. E, num canto da oficina de Stradivari, um jovem japonês trabalha molda um longo pedaço de madeira para construir o espelho (pescoço) de um violoncelo.
Enquanto alguns temem que a tradição centenária esteja ameaçada pelas mudanças climáticas, Sandro Asinari, vice-presidente da Associação de Fabricantes de Violino de Cremona, não está preocupado. Pelo menos não com os danos causados pela tempestade de outubro passado.
"A floresta é enorme", constata. "Sei que muitas árvores foram danificadas, mas também sem que os guardas florestais locais estão trabalhando duro para salvar aquelas que se romperam. A associação contratou uma madeireira local para coletar árvores caídas e serrá-las em pedaços, para que elas possam ser usadas para fazer instrumentos. Além disso, estão plantando novas árvores no momento. Estou muito otimista", acrescenta Asinari.
Ainda assim, o guarda florestal Kovacs afirma que plantar árvores não vai ajudar os fabricantes de instrumentos no curto prazo. Um abeto precisa ter pelo menos 150 anos antes de se tornar um violino. Para fazer um violoncelo ou um baixo, a árvore precisa ser ainda mais antiga.
Além disso, Kovacs se preocupa com a mudança nos padrões meteorológicos que ele atribui às mudanças climáticas. A tempestade de outubro que atingiu as Dolomitas foi fora do comum. "Esta veio do sudeste, do Mar Adriático", lembra, explicando que o vento normalmente vem do nordeste dos Alpes.
O sistema meteorológico se assemelhou à maneira como furacões se formam no litoral leste dos Estados Unidos: "Foi mais quente que o normal, mais forte que o normal e trouxe mais chuvas que o normal", descreve.
Com picos cheios de neve ao fundo, foto mostra floresta de Paneveggio, no norte da Itália, e morro com área cheia de pinheiros caídos Mais de 14 milhões de árvores caíram após tempestade na floresta de Paneveggio, em 2018

O ano passado foi o mais quente na Itália desde que os registros começaram em 1800. As temperaturas também foram 1,5 grau mais quentes do que a média registrada entre 1961 e 1990. A temperatura média no país subiu 0,1 grau Celsius a mais do que no restante da Europa, apesar de não estar claro porque a Itália está se aquecendo mais.
Os efeitos estão sendo sentidos em todo o país, não apenas na floresta musical de Paneveggio. Na mesma época em que as tempestades atingiram a província norte de Trento, a Sicília, no extremo sul, viveu pesadas chuvas e inundações que mataram dez pessoas.
"Acho que temos que nos acostumar", conforma-se Kovacs. "A temperatura geral da atmosfera está aumentando – assim, o tempo fica mais extremo. É isso que vimos por aqui", conta.
Apesar da aparente falta de preocupação de Asinari, ele diz que a associação que preside está planejando garantir o futuro do ofício em meio às mudanças climáticas.
"Estamos comprando áreas da floresta para controlá-las melhor no futuro", diz, sobre a floresta de Paneveggio, de propriedade do Estado. "Estamos confiantes de que nossa tradição durará pelos próximos 400 anos."

Fonte: DW

Assim o Brasil vai matando mais um rio

Assim o Brasil vai matando mais um rio

27.02.2019
Nádia Pontes (de Brumadinho)

O rompimento da barragem em Brumadinho tornou o Paraopeba um rio tóxico por mais de 300 km. Nova análise mostra que em alguns pontos, de tão degradado, nem bactérias sobrevivem. Danos podem chegar ao São Francisco.
Um pouco mais de 200 quilômetros depois de brotar de suas nascentes, o Paraopeba se transformou num rio tóxico. Ferro, cobre, manganês e cromo são encontrados na água numa concentração muito maior do que a lei permite - e do que a saúde humana tolera.
A conclusão vem após uma série de análises de laboratório feitas a pedido da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG que organizou uma expedição com pesquisadores pela área afetada com rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, tragédia ocorrida há um mês.
De tão preocupantes, alguns resultados surpreenderam a equipe. "Nos primeiros trechos onde fizemos coleta de água, o rio estava tão morto, tão degradado, que nem bactérias sobreviveram. Isso não aconteceu nem no rio Doce", afirma Malu Ribeiro, especialista em Recursos Hídricos da fundação.
Em 2015, o rio Doce recebeu uma grande carga dos 55 milhões de metros cúbicos de rejeitos que vazaram da barragem de Fundão, em Mariana, da mineradora Samarco, Vale e BHP Billiton. Três anos e dois meses depois, foi a vez de o rio Paraopeba ser impactado por uma catástrofe semelhante, ao receber parte dos 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Ambas as bacias hidrográficas nascem no estado de Minas Gerais e abastecem populações em grandes cidades.
Segundo Ribeiro, os metais pesquisados foram encontrados ao longo de toda a extensão do Paraopeba impactada pelos rejeitos da Vale - cerca de 305 quilômetros, de Brumadinho a Felixlândia.
Dos 22 pontos de coleta da água, todos apresentaram índice de qualidade ruim (10) e péssimo (12). A análise, que segue a legislação vigente no pais, investigou 16 parâmetros, que incluem temperatura da água, oxigênio dissolvido e presença de coliformes, peixes e larvas, para citar alguns exemplo.  
"O rio Paraopeba perdeu a condição de ser fonte de abastecimento de água. Os rejeitos da mineração tonaram suas águas impróprias e indisponíveis para usos em uma extensão de 305 quilômetros", afirma o relatório, divulgado nesta terça-feira (27/02).
Segundo as companhias de abastecimento que retiravam água do rio para consumo humano, as captações estão suspensas.
Para os pesquisadores, os metais ferro, cobre, manganês e cromo identificados no Paraopeba têm, sem dúvida, origem na mina de rejeitos que rompeu. Metais tóxicos foram localizados, como chumbo e mercúrio, mas a sua fonte não foi confirmada.
Estudos científicos comprovam que, para ter uma vida saudável, o ser humano precisa de doses pequenas de alguns metais como cobre, ferro, manganês e zinco - os chamados micronutrientes.
Por outro lado, a ingestão direta desses metais dissolvidos na água ou acumulados nos peixes, por exemplo, provoca distúrbios no metabolismo.
Como estão em níveis muito elevados no Paraopeba depois do rompimento da barragem, esses elementos causam problemas para os ecossistemas, para os animais e seres humanos.
Em alguns trechos, a concentração de cobre ultrapassa em 400 vezes o nível seguro fixado pela lei. Ingerido em grandes quantidades, o metal pode danificar rins, inibir a produção de urina e causar anemia. O cromo, por sua vez, pode causar mutações e até morte.
"A diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem", pontua Marta Marcondes, professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), numa referência a Paracelso, médico do século 16.
No laboratório da universidade, Marcondes conduziu diversos testes com o material coletado de Brumadinho a Felixlândia. "O manganês, por exemplo, é um elemento que está na natureza, precisamos dele no corpo. Mas, se ingerido em grande quantidade, ele vai se alojar em tecidos que vão ocasionar algum tipo de lesão", comenta.
Além dos metais e da qualidade da água, Marcondes investigou a presença de bactérias. Segundo a pesquisadora, a avalanche de rejeitos, ao varrer zonas que continham fossas e criações de animais, arrastou para o rio organismos que podem também provocar danos à saúde humana.
"Isso é um efeito preocupante. As pessoas do entorno, que já estão debilitadas, podem sofrer um processo infeccioso causado por essas bactérias", comenta Marcondes. "Segundo nossas análises, pelos menos oito espécies encontradas são resistentes a antibióticos”, comenta sobre os resultados preliminares.
De posse dessas informações, produzidas de forma independente pela SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro espera que os dados sejam usados na tomada de decisões sobre a recuperação da bacia hidrográfica do Paraopeba.
"A gente espera também que a legislação ambiental brasileira não seja fragilizada. A fragilização das leis pode potencializar situações como essa a que estamos assistindo em Minas Gerais", afirma.
Para Marta Marcondes, os resultados deveriam funcionar como um alerta. "Não se pode manter a população afetada na ignorância", alerta. Com base na experiência em análises de dinâmica de rios ao longo dos últimos 15 anos, ela faz uma previsão. "Os rejeitos que escorrem pelo Paraopeba, mais cedo ou mais tarde, chegarão ao São Francisco". Com mais de 2800 quilômetros de extensão e 18 milhões de moradores no entorno de sua bacia, o rio é um dos mais importantes do país. 

Fonte: DW

Microplástico é encontrado em animais no fundo dos oceanos

Microplástico é encontrado em animais no fundo dos oceanos

27.02.2019 
DW

Cientistas encontram micropartículas de plástico no intestino de pequenos camarões que habitam seis das regiões oceânicas mais profundas do planeta.
Ao menos 5 trilhões de materiais plásticos estão flutuando nos oceanos Ao menos 5 trilhões de materiais plásticos estão flutuando nos oceanos

Pesquisadores britânicos descobriram micropartículas de plástico no intestino de animais que habitam algumas das regiões oceânicas mais profundas da Terra, mostrando que a poluição humana não se limita à superfície dos mares e já atingiu os locais mais inacessíveis do planeta.
A maior parte dos estudos existentes sobre poluição plástica se limita a avaliar áreas de superfície devido aos altos custos da exploração do fundo dos oceanos. As pesquisas demonstraram que a contaminação por plástico é generalizada tanto em peixes quanto em tartarugas, baleias e pássaros marítimos.
Mas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Newcastle descobriu casos de ingestão de plástico por pequenos camarões vivendo em seis das regiões oceânicas mais profundas do planeta. O estudo foi publicado no Royal Society Open Science nesta quarta-feira (27/02).
Na Fossa das Marianas, a leste das Filipinas, 100% dos animais estudados tinham fibras de plástico em seu trato digestivo. A Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos terrestres, localizada a 11 quilômetros da superfície oceânica.
Entre todos os animais coletados nas seis regiões avaliadas pelos pesquisadores, 72% haviam ingerido ao menos uma micropartícula de plástico. "Parte de mim estava esperando encontrar alguma coisa, mas essa descoberta foi enorme", disse Alan Jamieson, da Universidade de Newcastle.
A equipe de Jamieson costuma procurar novas espécies nas profundidades do oceano, mas quando percebeu ter acumulado dezenas de unidades de um pequeno tipo de camarão que vive numa faixa entre 6 e 11 quilômetros abaixo da superfície, decidiu procurar evidências de consumo de plástico.
A equipe descobriu que a contaminação nas profundezas dos oceanos é generalizada, tendo atingido tanto a Fossa do Peru-Chile, no sudeste do Pacífico, quanto a Fossa do Japão, que ficam a 15 mil quilômetros uma da outra.
"Está na região do Japão, da Nova Zelândia, do Peru, e cada fossa é extremamente profunda", disse Jamieson. "(O plástico) é encontrado consistentemente em animais em todas as profundezas extraordinárias do Pacífico, então não vamos perder tempo em concluir: ele está em toda parte."
Antes do estudo conduzido pela equipe de Jamieson, a localização mais profunda em que partículas de microplástico haviam sido encontradas no estômago de seres vivos foi a 2,2 quilômetros da superfície do Atlântico Norte.
Os microplásticos, que medem entre 0,1 micrômetro e cinco milímetros, confundem os animais marinhos porque têm tamanho semelhante ao de pequenas presas ou partículas de comida, facilitando assim sua entrada na cadeia alimentar. Algumas partículas resultam de processos industriais e são diretamente liberadas nos oceanos por meio de esgotos ou rios. Outras se originam da decomposição de materiais plásticos de maiores dimensões.
Não está claro se as partículas encontradas pelos cientistas da Universidade de Newcastle foram ingeridas por peixes em profundidades mais rasas que morreram e depois afundaram. Os pesquisadores acreditam, contudo, que as fibras de plástico possuem muitos anos de idade. Muitas parecem pertencer a tecidos de roupas, como nylon.
"Mesmo se nem uma única fibra entrasse no mar a partir de agora, tudo que já está no oceano vai afundar em algum momento. Uma vez que esse material entra no oceano profundo, qual seria o mecanismo para trazê-lo de volta?", perguntou Jamieson. "Estamos empilhando todo o nosso lixo no lugar sobre o qual temos menos conhecimento."
Cerca de 322 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente no planeta, enquanto ao menos 5 trilhões de materiais plásticos, com peso equivalente a 250 mil toneladas, estão flutuando nos oceanos.

Fonte: DW

O projeto bilionário de satélites para conectar todos os cantos do mundo à internet

O projeto bilionário de satélites para conectar todos os cantos do mundo à internet




27/02/2019
Direito de imagem ONEWEB
Ilustração mostra rede de conecção de internet ao redor da Terra 
  A rede ficará a 1.200 km acima da Terra. Satélites serão lançados nesta quarta-feira
A OneWeb, empresa com sede em Londres, está pronta para lançar os primeiros seis satélites de seu projeto bilionário para levar internet a todos os cantos do planeta.
O plano é de colocar cerca de 2 mil objetos do tipo na órbita em torno da Terra.
Outras empresas também prometem colocar chamadas megaconstelações - redes de novos satélites - em órbita, mas a OneWeb acredita ter a vantagem de tomado a frente nessa iniciativa, e de contar com um sistema operacional próprio.
O lançamento de seus satélites, nesta quarta-feira, em um foguete russo Soyuz, a partir da Guiana Francesa, é programado para as 18h37, horário de Brasília.
Controladores na sede da OneWeb em Londres estarão esperando para captar sinais do equipamento quando eles se soltarem da parte superior do foguete russo.
Stéphane Israël, CEO da Arianespace SAS, empresa que colocará os satélites em órbita para a OneWeb, usou o Twitter domingo para comemorar "o sucesso" dos preparativos para o lançamento.
"Operações bem sucedidas ontem (sábado)! Os satélites da @OneWeb estão agora no nosso veículo de lançamento #Soyuz. Lançamento em breve! Vai OneWeb! Vai !", escreveu ele.
A tarefa mais importante dos satélites é garantir as frequências necessárias que permitirão a transmissão de dados em alta velocidade de internet.
Supondo que esses desbravadores tenham o desempenho esperado, a OneWeb seguirá com a colocação do restante da constelação de satélites no final do ano.
Haverá um lançamento mensal de foguetes Soyuz, que levarão até 36 satélites por vez.
Para fornecer cobertura global de internet, serão necessárias 648 unidades em órbita.
"Nós vamos conectar muita gente que não está conectada no momento", explicou Adrian Steckel, CEO da OneWeb. "Vamos começar focando em conectar escolas, navios, aviões e grandes áreas do planeta que não fazem sentido para fibra (internet por fibra óptica)", disse ele à BBC News.
Direito de imagem ONEWEBB
Ilustração de satélite artificial 
Cada satélite tem cerca de um metro de diâmetro e pesa menos de 150 kg
Quem está apoiando a OneWeb?
A empresa foi criada pelo empresário de telecomunicações americano Greg Wyler.
Ele já havia fundado outra constelação, chamada O3b, que significa "outros três bilhões" - uma referência à metade do planeta sem conectividade.
A O3b opera uma frota de 16 satélites que se deslocam pelo equador a uma altitude de 8.000 km.
A OneWeb é uma ideia ainda mais grandiosa de Wyler - uma rede muito mais densa que voa a apenas 1.200 km acima do solo.
A proximidade dos satélites, sua alta taxa de transferência - mais de um terabit por segundo através da constelação - e a cobertura global prometem transformar o provimento de internet para aqueles que estão atualmente desassistidos ou simplesmente não contam com o serviço.
Pelo menos essa é a visão compartilhada pelos parceiros da OneWeb, grupo que inclui empresas como a fabricante de chips Qualcomm, o Virgin Group, de Richard Branson, a gigante Coca-Cola, a especialista em comunicações via satélite Hughes e a financiadora de tecnologia SoftBank.
Direito de imagem Getty Images
Ilustração mostra vários carros em uma estrada conectados à internet 
Carros conectados: A OneWeb quer expandir os usos da internet via satélite
Quais são os custos dessa iniciativa?
Os custos são bem altos.
A tecnologia de satélites é muito mais barata do que costumava ser, e o grande número de satélites necessários para a rede reduz o custo unitário. Mesmo assim, os satélites, produzidos pela Airbus, parceira da OneWeb, tem um preço estimado em cerca de US$ 1 milhão (o equivalente a R$ 3,75 milhões) cada.
E quando você adiciona toda a infraestrutura necessária para operar o sistema, o custo total é de mais de US$ 3 bilhões (R$ 11,25 bilhões).
Algumas iniciativas anteriores nessa área, voltadas para a criação de constelações semelhantes, não deram certo. Empresas de comunicação por satélites, como a Iridium e a Globalstar, só existem hoje porque processos de falência as dispensaram de suas dívidas.
Vários outros grupos registraram interesse em competir com a OneWeb, incluindo a SpaceX, do empresário Elon Musk. Engenheiros da Space até já colocaram (dois) satélites em órbita para demonstrar tecnologias.
Analistas parecem seguros de apenas uma coisa: o mercado não dará conta de todas as megaconstelações propostas.
Direito de imagem ONEWEB
Sala de controle da OneWeb, nos Estados Unidos 
Controladores na Virgínia, nos Estados Unidos, e em Londres têm estado ocupados ensaiando o dia do lançamento
Qual é a perspectiva do Reino Unido aqui?
A OneWeb estabeleceu sua sede no oeste de Londres, capital do Reino Unido, em escritórios antes ocupados pela BBC. A empresa tem cerca de 70 funcionários atualmente e espera aumentar o número para cerca de 200.
A sede tem uma sala de controle de satélites, embora essa função também seja realizada nos EUA.
Sucessivos governos do Reino Unido tentaram fomentar um ambiente regulatório e de negócios que estimulasse empresas espaciais a fazerem da Grã-Bretanha sua base - e eles conseguiram, acredita o CEO da OneWeb, Adrian Steckel.
"Acreditamos que a Agência Espacial do Reino Unido (UKSA) fez um trabalho fantástico, olhando para a OneWeb como um novo marco na indústria de satélites e ampliando as possibilidades de uso de nossos serviços", disse ele à BBC News.
"E eles têm trabalhado conosco, de mãos dadas, no que diz respeito a analisar o processo de regulamentação. Eles têm sido grandes defensores disso."
A UKSA gasta somas significativas em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de telecomunicações via satélite. A agência faz isso por meio de sua participação na Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla erm inglês).
A ESA desenvolve novas tecnologias que, esperamos, manterão as empresas europeias globalmente competitivas. E a UKSA acaba de colocar 18 milhões de libras em um programa que deve beneficiar a próxima geração de satélites da OneWeb, em particular na forma como elas interagem e trabalham junto às redes móveis terrestres 5G que agora estão sendo fomentadas.
Direito de imagem ESA
Ilustração mostra detritos espaciais  
Estudo mostra que as novas redes precisarão tirar de órbita seus veículos espaciais antigos, para evitar colisões
O espaço já não está cheio demais?
Este é um ponto muito debatido. Há mais de 4 mil satélites operando em órbita, voando em várias altitudes; e um número um pouco maior de equipamentos espaciais antigos que interromperam as operações.
Se várias megaconstelações forem lançadas, haverá uma aumento significativo nessa população em órbita - e o potencial de colisões tem preocupado especialistas.
Um estudo recente - patrocinado pela Agência Espacial Europeia e apoiado pela Airbus - descobriu que as novas redes precisarão tirar de órbita seus veículos espaciais antigos, obsoletos, dentro de cinco anos ou correrão o risco de aumentar seriamente a probabilidade dos objetos se chocarem uns com os outros.
A OneWeb diz estar com essa preocupação em mente. A UKSA, como o órgão de licenciamento, tem trabalhado em estreita colaboração com a empresa para garantir que equipamento ultrapassado seja retirado do céu o quanto antes.
"Todos os candidatos aprovados para as licenças do Outer Space Act devem demonstrar adequação às melhores práticas estabelecidas em termos de operações seguras e sustentáveis", disse um porta-voz.
"Isso inclui o descarte seguro de satélites em fim de vida útil, por exemplo, retirando-os de órbita para minimizar o potencial de colisões e a criação de detritos espaciais."

Fonte: BBC