terça-feira, 9 de outubro de 2018

Funcionamento da BEE durante a greve dos servidores técnicos administrativos

Funcionamento da BEE durante a greve dos servidores técnicos administrativos

Prezados,

Informamos que durante a greve dos servidores técnicos-administrativos (início em 10/10) a BEE atenderá ao público no horário de 09h às 15h.

Crise climática exige US$ 2,4 trilhões por ano, segundo a ONU

Crise climática exige US$ 2,4 trilhões por ano, segundo a ONU
Por Reed Landberg, Chisaki Watanabe e Heesu Lee.

O mundo precisa investir US$ 2,4 trilhões em energia limpa a cada ano até 2035 e reduzir a quase nada o uso de energia gerada a partir do carvão até 2050 para evitar os danos catastróficos causados pelas mudanças climáticas, segundo cientistas reunidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O relatório deles, divulgado nesta segunda-feira, aumenta a pressão para que autoridades e empresas ampliem suas respostas ao aquecimento global, que está elevando os níveis do mar, tornando as tempestades mais violentas e piorando a pobreza. A atmosfera já está quase 1 grau Celsius mais quente do que no início da revolução industrial e a caminho de subir 3 graus até 2100, segundo o relatório. Esse é o dobro da meta do Acordo Climático de Paris de 2015, endossado por quase 200 nações.
“Já estamos vendo as consequências de ter um grau de aquecimento global no clima mais extremo, no aumento do nível do mar e na redução do gelo marinho do Ártico”, disse Panmao Zhai, um dos copresidentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), que reuniu os trabalhos de centenas de pesquisadores e milhares de artigos científicos.
Mesmo um aumento de 1,5 grau teria enormes consequências, incluindo uma “elevação de vários metros do nível do mar” ao longo de centenas a milhares de anos e a extinção em massa de plantas e animais. Com um aumento de temperatura dessa escala, das 105.000 espécies estudadas, 6 por cento dos insetos, 8 por cento das plantas e 4 por cento dos vertebrados perdem metade de seu habitat. Essas proporções dobram com um aumento de 2 graus.
Os enviados às negociações de Paris de 2015 pediram que o IPCC estudasse o que seria necessário para limitar o aquecimento a 1,5 grau, uma meta mais ambiciosa do que a anterior, de 2 graus. Os cientistas concluíram que as emissões de dióxido de carbono deveriam ser reduzidas em 45 por cento até 2030 em relação aos níveis de 2010 e depois reduzidas a zero até 2050. Isso exigiria “mudanças sem precedentes em todos os aspectos da sociedade”, especialmente dentro do setor de energia. O relatório reconheceu que essas mudanças seriam difíceis e caras, mas não impossíveis.

Restrições para implantação
“Essas transições de sistemas são inéditas em termos de escala, mas não necessariamente em termos de velocidade, e implicam profundas reduções das emissões em todos os setores”, afirmou o IPCC no relatório. “Essas opções estão tecnicamente comprovadas em várias escalas, mas a implantação delas em grande escala pode ser limitada pela capacidade econômica, financeira e humana e por restrições institucionais.”
Para limitar o aquecimento a 1,5 grau seria necessário quase quintuplicar o investimento médio anual em tecnologias energéticas de baixo carbono até 2050 em comparação com 2015, segundo o relatório.
Os US$ 2,4 trilhões necessários anualmente até 2035 também representam um aumento de quase sete vezes em relação aos US$ 333,5 bilhões que, segundo estimativa da Bloomberg NEF, foram investidos em energias renováveis no ano passado.


Fonte: Bloomberg

IT Forum X debate como tirar o máximo proveito do gerenciamento de dados

IT Forum X debate como tirar o máximo proveito do gerenciamento de dados
 
Da Redação IDGNow!
09 de outubro de 2018 - 10h00
 
Evento, que acontece nos dias 17 e 18 de outubro, traz especialista em Analytics para mostrar como a gestão de informações deve assumir estratégia central às corporações
A produção de dados está crescendo em volumes impactantes. Esse aumento deve ser um assunto de alta relevância na agenda dos gestores das organizações, especialmente da área de TI. Isso porque, independentemente do segmento, todas as empresas precisam desse recurso para planejar suas estratégias e serem competitivas no mercado.
O gerenciamento de dados, portanto, tornou-se chave. É claro que uma coisa é o planejamento e outra é a realidade. Além disso, existem alguns obstáculos relacionados a confiança, diversidade, formação e linguagem, que conforme o Gartner, precisam ser trabalhados para garantir um gerenciamento de dados bem-sucedido.
Agora a pergunta é como passar do planejamento à prática? Como tirar o máximo proveito dessas informações? Para falar do assunto chega ao IT Forum X, Augusto Guagliano, head of Analytics da A10. O evento é organizado pela IT Mídia e será realizado nos dias 17 e 18 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP).
Na sessão, Guagliano apresentará e ilustrará com exemplos a gestão de informações como um processo estratégico corporativo, que é suportado por TI como qualquer outro, mas que deve ser central de qualquer empresa.
O especialista é graduado em Ciência da Computação pela UNICAMP, formado em Psicologia e aluno do MBA da FIA em Big Data e Analytics. Guagliano conta com 19 anos no mercado de TI, sendo 13 em Business Intelligence e oito anos como gestor de projetos. Tem ampla vivência em multinacionais, incluindo viagens e residência internacional.

IT Forum X 2018
O IT Forum X é um evento B2B que reúne toda a comunidade cuja vida profissional é influenciada pela Tecnologia. Transportes, Supply Chain, Logística, Recursos Humanos, Marketing e Vendas, TI, Finanças, Compras, entre outros, reunindo as principais empresas de tecnologia e telecom com os decisores do mercado. Realizado nos dias 17 e 18 de outubro no Transamérica Expo Center, na cidade de São Paulo, o evento oferece experiências com muita interatividade e conteúdo de alta qualidade.
Quer participar? Inscreva-se aqui.

Fonte: IDGnow!

Braço biônico aprende a abrir lata de cerveja e moer temperos

Braço biônico aprende a abrir lata de cerveja e moer temperos


Startup americana desenvolveu uma prótese capaz de prever movimentos e se adaptar às necessidades do usuário





São Paulo – Pessoas que nasceram sem algum membro do corpo ou que precisaram amputá-los por necessidade pode usar próteses para simular a existência de braços, mãos, pernas e pés. A partir daí, questões como a precisão dos movimentos e rapidez de resposta dos membros artificiais aos estímulos do cérebro têm desafiado a ciência, que busca chegar o mais perto possível do natural.
Como informa a Wired, na última semana, os Estados Unidos autorizaram a venda do Sense, um sistema eletrônico criado pela startup norte-americana Infinite Biomedical Technologies que usa algoritmos de deep learning (aprendizado profundo, uma das bases da inteligência artificial) para aprimorar a resposta das próteses aos estímulos neurológicos.

Adaptação à rotina do usuário
O funcionamento do Sense permite que eletrodos conectados a uma caixa presente na prótese gravem os padrões de disparo de sinais nervosos, permitindo ao usuário treinar o membro artificial para agir simulando a realidade. Quando a pessoa pensa em fechar a mão, por exemplo, o estímulo gerado contrai alguns músculos do antebraço. O software reconhece os padrões criados por aquele usuário e faz com que a mão artificial se feche.
Infinite Biomedical Technologies
 (Infinite Biomedical Technologies/Divulgação)

A chave da técnica é aumentar a quantidade de dados que o braço protético pode receber e ajudá-lo a interpretar essa informação. Isso daria às pessoas que tiveram membros amputados maiores possibilidades de movimento com suas próteses.
Um sistema similar, fabricado pela empresa Coapt, já teve sua venda autorizada em 2017. Atualmente, mais de 400 pessoas utilizam o software, que pode custar entre 10 e 15 mil dólares, em suas próteses – que, por sua vez, podem chegar a 150 mil dólares. Blais Lock, CEO da empresa, conta como teve a ideia de aprimorar os sistemas.
Coapt
 (LinkedIn/Coapt/Divulgação)

Após trabalhar com cirurgiões que reparavam danos neurológicos em pacientes amputados, Lock percebeu que seria mais produtivo se as próteses conseguissem captar sinais do corpo e se adaptar. “ A novidade é fornecer um método de controle muito mais natural e intuitivo usando sinais bio-eletrônicos”, explica o CEO.

Tecnologia no caminho para uma vida mais fácil
Nicole Kelly, que é ativista dos direitos das pessoas com deficiência e nasceu sem o braço esquerdo, comemora o fato de que pode moer o tempero de sua comida e abrir uma lata de cerveja mais facilmente desde que adquiriu o novo modelo da prótese. “Meu corpo tem uma curva de aprendizado que está se comunicando com essa tecnologia”, diz em entrevista a Wired. “Estou aprendendo até mesmo o processo de descobrir a melhor maneira de segurar os potes de tempero.”
O sistema da Coapt inclui um botão de reinicialização que permite refazer o padrão de aprendizado caso o usuário não esteja satisfeito.
Outra inovação, ainda em andamento na startup Infinite, são as etiquetas inteligentes, que podem ser coladas nos objetos e orientar a prótese a mudar seu sistema de aperto quando a pessoa se aproxima. Caso entendesse que está perto de uma maçaneta, por exemplo, a prótese se adaptaria para abri-la, mudando logo em seguida se a pessoa desejasse pegar uma xícara de café. Até o momento, a mudança de padrão é feita por um aplicativo no smartphone do usuário.

Fonte: EXAME

Primeiro voo comercial em foguetes pode estar mais perto de acontecer

Primeiro voo comercial em foguetes pode estar mais perto de acontecer


Fundador da “Virgin Galactic” disse que a empresa fará o lançamento de teste em algumas semanas





São Paulo – A corrida acirrada para garantir o primeiro voo da história a bordo de um foguete comercial ganha mais um capítulo. Richard Branson, fundador da empresa Virgin Galactic afirmou em entrevista dada hoje à CNBC que o primeiro lançamento está próximo e que não levará muito tempo para que as pessoas possam comprar voos comerciais para fora do planeta.
“Estaremos no espaço dentro de semanas, não de meses. E depois estaremos no espaço comigo mesmo dentro de meses, e não anos”, afirmou Branson, atualizando suas próprias previsões dadas anteriormente sobre os planos da empresa.
O britânico, que é conhecido por superestimar os prazos dos lançamentos de seu projeto, mantêm uma rivalidade com Jeff Bezos, fundador da Amazon e do projeto espacial Blue Origin, na corrida para dominar o mercado promissor dos voos espaciais.

Questionado sobre a demanda dos consumidores no setor, Branson definiu: “Acho que o mercado para pessoas que gostariam de se tornar astronautas e ir para o espaço é gigantesco, e cabe a nós produzir quantas naves espaciais pudermos para atender essa demanda “.
Atualmente, uma reserva para o projeto Virgin Galactic custa em torno de US$ 250.000 (cerca de R$ 930.000, em conversão direta).

Fonte: EXAME

Chernobil volta a produzir energia — dessa vez, solar

Chernobil volta a produzir energia — dessa vez, solar

Em abril de 1986, Chernobil (Ucrânia) sofreu um dos maiores acidentes nucleares já conhecidos pela humanidade. Zona de exclusão desde o desastre, Chernobil está voltando a gerar energia — só que, dessa vez, por meio de uma fazenda solar.
A energia gerada será suficiente para famílias em 2 mil apartamentos
Segundo a Reuters, por meio de um esforço entre a empresa ucraniana Rodina e a alemã Enerparc AG, a nova fazenda solar será casa de 3,8 mil painéis. A energia gerada, cerca de 1 megawatt limpo, será o suficiente para famílias em 2 mil apartamentos.
O trabalho conjunto das empresas custou mais de US$ 1 milhão, afirma a Reuters. “Não é apenas mais uma usina de energia solar", disse Evhen Variagin, executivo-chefe da Solar Chernobyl LLC. "É realmente difícil subestimar o simbolismo desse projeto em particular".
Vale notar que a Ucrânia tem se destacado em esforços sobre energia limpa, que adicionou mais de 500 MW apenas entre 2017 e 2018 nas redes locais.

Fonte(s): Reuters
Imagen(s): REUTERS/Gleb Garanich 
Fonte: Tecmundo

Mais de 290 dados sensíveis vazam na internet a cada segundo

Mais de 290 dados sensíveis vazam na internet a cada segundo

Notícias sobre vazamentos estão virando algo comum — e a tendência é que isso não diminua por um bom tempo. Segundo a empresa de segurança digital Gemalto, já contabilizamos 291 dados pessoais vazados a cada segundo nos primeiros seis meses de 2018.
O número de vazamentos cresceu 133% quando comparado ao ano passado
A informação foi entregue no Índice de Violação, nota a UOL, que foi divulgado nesta terça-feira (09). De acordo com o Índice, o primeiro semestre deste ano contabilizou o vazamento de 4,5 bilhões de registros, cerca de 25 milhões por dia. Entre os dados, estão informações como registros pessoais, dados médicos, além de números e senhas de cartões de crédito.
Em comparação com os seis primeiros meses de 2017, a Gemalto afirma que o número de vazamentos cresceu 133% — adicionamento que o número real pode ser bem maior, visto que a quantidade de dados expostos “não foi contabilizada em 20% das violações a grandes bases”, escreve a UOL.
Vale relembrar que, só em 2018, noticiamos exposições de dados de usuários no Facebook, C&A, Netshoes, Buscapé, Banco Inter, Atlas Quantum e Porto Seguro — você pode saber mais detalhes clicando nos links respectivos anteriores.

Fonte(s): UOL 
 
Fonte: Tecmundo

Opinião: Queremos mesmo evitar uma catástrofe climática?

Opinião: Queremos mesmo evitar uma catástrofe climática?

09.10.2018

Sonya Angelica Diehn (rk)

Novo relatório do IPCC traça passos necessários para o aquecimento do planeta ficar abaixo de 1,5°C. Para a jornalista Sonya Diehn, questão central é: as pessoas estão mesmo dispostas a fazer algo?
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é bem claro: meio grau faz uma enorme diferença.

Nós já aquecemos o mundo em cerca de 1°C desde os tempos pré-industriais – com efeitos desastrosos. Nossos recifes de corais estão morrendo, os níveis dos oceanos estão subindo, espécies estão sendo extintas e fenômenos meteorológicos extremos estão aumentando.
Em 2015, com o Acordo de Paris, praticamente todos os países do mundo concordaram em limitar o aquecimento global a no máximo 2°C, mas preferencialmente a 1,5°C.
O novo relatório, divulgado após anos de elaboração pelo órgão científico das Nações Unidas, destaca como manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C ainda pode salvar nossos recifes de corais. O Ártico só teria um verão sem gelo a cada cem anos em vez de um a cada década. Até 2100, a elevação do nível do mar seria 10 centímetros menor.
Ultrapassar 1,5°C significaria uma enorme diferença na frequência e na severidade de eventos climáticos extremos – vamos lembrar das ondas de calor que assolaram o Hemisfério Norte durante o verão deste ano na região. Esta poderia se tornar a nova normalidade.
Resumindo, os sistemas da Terra dos quais dependemos para viver permaneceriam praticamente intactos com um aquecimento abaixo de 1,5°C. Abaixo de 2°C, não há certeza para isso.
Então, podemos conseguir?
O relatório do IPCC traça claramente quais os passos necessários para ficarmos abaixo do limite de 1,5°C. Não é nada menos que uma transformação radical.
Globalmente, precisaríamos cortar nossas emissões de carbono praticamente pela metade durante a próxima década. Seria necessário alcançar emissões "líquidas zero" até a metade deste século.
A produção de energia teria que ser rapidamente deslocada para as renováveis. Combustíveis fósseis – especialmente as mais poluentes, como carvão – teriam que ficar embaixo da terra.
Nossos meios de transporte teriam que ser transferidos para a e-mobilidade, abastecidos por eletricidade renovável. Precisaríamos usar nossas terras agrícolas de forma muito mais eficaz. Teríamos de construir nossos edifícios e cidades para que sejam mais eficientes do ponto de vista energético.
E, claro, seria necessário alterar nosso estilo de vida – especialmente em países industrializados – para consumir e gerar menos lixo. É tudo possível – o relatório esboça um roteiro para concretizar essas medidas.
Então, na verdade, a questão não é se podemos manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. A questão real é se queremos fazê-lo.
Fato é que não será fácil. A política não vem acompanhando o ritmo da ciência. Governos vêm demonstrando uma patética falta de vontade política para a ação climática. Em vários países confirma-se uma tendência global perturbadora de eleger populistas de direita. Hoje em dia, negadores do clima estão sentados nos governos de alguns dos países mais poderosos do mundo.
Alguns dizem que será preciso nada menos que um movimento popular de massas para eleger políticos que priorizem as mudanças climáticas, que cobrem os eleitos, que bloqueiem o poder do lobby dos combustíveis fósseis e que pressionem pela transparência das empresas.
Claro que também muitos de nós terão que fazer algumas renúncias: menos férias com viagens de avião; um carro menor; comer carne com menos frequência.
Mas a questão fundamental é: temos mesmo um opção? Você quer que milhões de pessoas percam suas casas e o seu sustento? Você e sua família estão preparados para enfrentar cada vez mais ondas de calor, secas, chuvas torrenciais e inundações? Você está disposto a ver sua própria segurança alimentar em risco?
Se você se importa com o futuro, deveria estar disposto a fazer alguns sacrifícios agora e agir para cobrar os políticos. Você está disposto?

Fonte: DW

Justiça obriga Holanda a cortar emissões de gases de efeito estufa

Justiça obriga Holanda a cortar emissões de gases de efeito estufa

09.10.2018 
DW

Governo perdeu recurso contra decisão que exige corte de ao menos 25% nas emissões até 2020. Em três décadas, houve redução de apenas 13%.
Uso de energia renovável na Holanda (picture-alliance/ImageBroker/J. Tack) Holanda é particularmente vulnerável à alta do nível do mar causada pelas mudanças climáticas

Um tribunal holandês manteve nesta terça-feira (09/10) uma decisão histórica de que o governo tem a obrigação de cortar a emissão de gases de efeito estufa do país em ao menos 25% até 2020, decisão que pode inspirar desfechos semelhantes para outros processos do tipo ao redor do mundo.
O Tribunal de Apelações de Haia negou um recurso apresentado pelo governo holandês contra uma decisão anterior, de junho de 2015, em caso levantado pelo grupo ambientalista Urgenda em nome de 900 cidadãos holandeses.
"Considerando os grandes riscos que devem ocorrer, medidas mais ambiciosas precisam ser tomadas no curto prazo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger a vida e a família de cidadãos da Holanda", disse o tribunal em comunicado.
Para a corte, o governo do país tem a obrigação legal de proteger sua população contra as mudanças climáticas, que ameaçam o litoral da Holanda com o aumento do nível do mar.
O governo havia argumentado que a decisão estaria fora da jurisdição do poder Judiciário, afirmando que um tribunal não poderia formular políticas de governo.
Mas o tribunal rebateu que juízes precisam garantir o cumprimento de tratados internacionais como a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, da qual a Holanda é signatária.
A rejeição do recurso pelo tribunal vem apenas um dia após o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU ter divulgado um relatório sobre a necessidade de "mudanças sem precedentes" para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, o que teria consequências muito menos catastróficas do que se ater à meta de 2°C do Acordo de Paris.
Em comunicado, o governo holandês afirmou que estudaria a decisão "mirando um possível recurso", ao mesmo tempo em que manifestou a intenção de cumprir a decisão. Uma avaliação recente teria sugerido que é possível alcançar a meta de redução das emissões até 2020.
O Urgenda considerou a decisão uma vitória. "O tribunal disse que talvez uma redução de 40% fosse necessária, mas nesse caso pedimos apenas um corte de 25% para que o julgamento não fosse baseado nisso”, disse Marjan Minnesma, ativista do grupo. "Mas eles claramente afirmaram que as mudanças climáticas são um problema muito urgente, com enormes riscos, então o governo deveria fazer ao menos o mínimo.”
O corte nas emissões é calculado com base nos níveis de 1990. Em três décadas, a Holanda reduziu suas emissões em apenas cerca de 13%.
O governo do primeiro-ministro holandês Mark Rutte prometeu reduzir as emissões em 49% até 2030, sem detalhar uma estratégia para atingir tal objetivo. Contudo, o Urgenda avalia que mais precisa ser feito antes de 2030, tendo sugerido algumas medidas ao governo como a redução da velocidade máxima em algumas rodovias holandesas e o fechamento de termelétricas movidas a carvão.
A decisão tomada na Holanda em 2015 a favor do Urgenda deu a primeira vitória da história a ativistas do clima em uma disputa para forçar um governo a reduzir emissões, o que abriu caminho para que grupos de ativistas em outros países tomassem medidas legais semelhantes.

Fonte: DW

Coca-Cola, Pepsi e Nestlé: as empresas que mais poluem os mares com plástico

Coca-Cola, Pepsi e Nestlé: as empresas que mais poluem os mares com plástico

EFE Manila
9 out 2018

EFE/Jim Lo Scalzo
EFE/Jim Lo Scalzo

As multinacionais Coca-Cola, Pepsi e Nestlé são as empresas que mais contribuem para a poluição dos oceanos com plásticos descartáveis, indicou um estudo da iniciativa "Break Free from Plastic", que limpou a costa de 42 países no mundo todo.
"O relatório demonstra de forma irrefutável o papel das grandes corporações em perpetuar a poluição mundial de plástico", afirmou Von Hernández o coordenador global do movimento "Break Free from Plastic", no lançamento do estudo em Manila.
Mais de 10 mil voluntários fizeram, entre 9 e 15 de setembro 239 ações de limpeza de plásticos em litorais e outros entornos naturais de 42 países como Filipinas, Tailândia, Vietnã, Índia, Indonésia, Austrália, Chile, Equador, Brasil, México, Estados Unidos, Canadá, Marrocos e Espanha.
Foram recolhidas 187 mil peças de plástico, e 65% correspondiam a embalagens de produtos de grandes corporações mundiais, com Coca-Cola, Pepsi e Nestlé à frente.
Elas são seguidas no ranking de empresas mais poluidoras por Danone, Mondelez, Procter & Gamble, Unilever, Perfetti Van Melle, Mars Incorporated e Colgate-Palmolive, todas multinacionais ligadas a alimentação, higiene e produtos de limpeza doméstica.
"Essas companhias têm que escolher, podem ser parte do problema ou da solução. Se continuarem a utilizar em seus produtos revestimentos desnecessários de plástico, continuarão encorajando sua fabricação e, portanto, a poluição", destacou Hernández em declarações à Agência Efe.
Cerca de 100 mil peças ou porções de plástico recolhidos eram de materiais que são impossíveis ou muito difíceis de reciclar, como o poliestireno, o PVC (policloreto de polivinila), PET (tereftalato de polietileno) - usado sobretudo em garrafas - e o filme de plástico de apenas um uso.
Atualmente, a produção de plástico alcançou as 320 milhões de toneladas métricas por ano e, na próxima década, está previsto que cresça 40%, o que aumentará exponencialmente a liberação de gases do efeito estufa, já que 90% dos plásticos são produzidos a partir de energias fósseis e contaminantes.
"Devemos exigir das corporações responsáveis por essas marcas de consumo em massa que deixem esse mau hábito de sobrelotar seus produtos e reverter a demanda por mais plástico", indicou Hernández, que lidera este movimento global após dirigir o Greenpeace no sudeste asiático entre 2014 e 2018.
O relatório enfatiza que as grandes corporações devem assumir sua responsabilidade na poluição do meio ambiente em vários níveis, já que a produção de plásticos expõe as comunidades que vivem perto das fábricas a substâncias nocivas, mas também contaminam os alimentos e produtos contidos nas embalagens de plástico.
"A população está acumulando ftalatos e outras substâncias que alteram o sistema endócrino no sangue, além de pagar com seus impostos o elevado custo da gestão dos resíduos de plástico", advertiu a "Break Free from Plastic".
Além disso, 80% das 8,3 bilhões de toneladas métricas de plástico produzidas desde 1950 ainda permanecem no meio ambiente, fundamentalmente nos oceanos.
Desde então, apenas 9% dessa quantidade de plástico foi reciclada adequadamente e 12% incinerada.
A iniciativa "Break Free from Plastic" nasceu em 2016 com o propósito de defender um futuro livre de plásticos, já que, durante o longo processo de sua desintegração, eles liberam gases do efeito estufa, principalmente metano, que contribuem para a mudança climática.
Este movimento já conta com o apoio de seis mil pessoas e mais de 1.300 organizações e grupos de defesa do meio ambiente como Greenpeace, GAIA e Zero Waste.

Fonte: EFE

Por que diferença de temperatura entre Atlântico e Pacífico aumentou inundações extremas do rio Amazonas

Por que diferença de temperatura entre Atlântico e Pacífico aumentou inundações extremas do rio Amazonas

8 outubro 2018
Direito de imagem JOCHEN SCHONGART/INPA
Casas inundadas na cidade de Itacoatiara em 2009  
No início do século 20, cheias extremas do Amazonas ocorriam a cada 20 anos; hoje, acontecem a cada quatro
Algo preocupante está acontecendo no rio Amazonas, segundo um novo estudo. As inundações extremas causadas pelas enchentes do rio quintuplicaram nas últimas duas décadas. E a explicação para este fenômeno está em uma importante diferença entre o oceano Atlântico e o oceano Pacífico, na altura da linha do Equador, segundo os cientistas.
Os pesquisadores primeiro analisaram os registros dos níveis do rio Negro em seu encontro com o Amazonas, que foram computados em Manaus durante mais de um século.
"Em 1902, uma régua foi colocada no leito do rio Negro e se começou a medir seu nível diariamente, já que isso é representativo do braço principal do Amazonas", explicou à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, o especialista em clima Jonathan Barichivich, da Universidade Austral do Chile, líder do estudo.
"Esse registro se manteve até o presente e é o registro mais longo dos rios da Amazônia."
Os registros detalhados permitiram constatar que a frequências das inundações extremas havia aumentado de forma dramática. Na primeira parte do século 20, esses eventos aconteciam aproximadamente uma vez a cada duas décadas.
Mas, segundo Barichivich e seus colegas do Brasil, da Inglaterra, da França e do Peru, as inundações extremas do Amazonas ocorrem agora pelo menos uma vez a cada quatro anos.
O estudo foi divulgado na revista Science Advances.

A régua de Manaus
De acordo com o pesquisador, o Amazonas tem, todos os anos, uma variação em seu nível porque há uma estação chuvosa e outra seca.
"Ou seja, todos os anos o rio sobe e há inundações. Isso é normal", explica.
Direito de imagem JOCHEN SHONGART/INPA
Ruas inundadas em Manaus 
'Quando o rio ultrapassa o nível de 29 metros na régua, Manaus começa a inundar, e é aí que se declara o estado de emergência', diz o pesquisador chileno Jonathan Barichivich
No entanto, "quando o rio ultrapassa um nível de 29 metros na régua, a cidade de Manaus começa a inundar, e é aí que se declara o estado de emergência".
"Por isso dizemos que, se o rio ultrapassa esse nível, a inundação é extrema", disse.
Por outro lado, os pesquisadores já sabiam que o ciclo hidrológico da bacia do Amazonas estava se intensificando - a estação seca está se tornando mais seca e a estação chuvosa, mais chuvosa. Mas por quê?

Temperaturas diferentes
"Encontrar a causa foi o que nos tomou mais tempo", admitiu Barichivich.
"É preciso entender como funciona o sistema climático da bacia do Amazonas. E o que está acontecendo é que, no contexto do clima tropical, houve uma mudança forte desde 1998: o Pacífico tropical esfriou muito rápido, enquanto que o Atlântico tropical esquentou muito rápido."
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Mapa do mundo 
'Houve uma mudança forte desde 1998: o Pacífico tropical esfriou muito rápido, enquanto o Atlântico tropical esquentou muito rápido'
Os pesquisadores até agora não tinham uma visão clara de como essa mudança nas temperaturas do oceanos estavam afetando o ciclo de chuvas e inundações nos trópicos.
Mas o estudo conclui que o aumento das chuvas que causam as enchentes se deve à aceleração de uma corrente atmosférica chamada "circulação de Walker", que conecta ambos os oceanos "como uma ponte atmosférica".
"A circulação de Walker é uma corrente atmosférica (composta de ar e vapor d'água) tropical que vai de leste a oeste e se movimenta por causa das diferenças de temperatura e de pressão entre os oceanos", explica.
"O Pacífico estava esfriando muito rapidamente e o Atlântico, esquentando muito rapidamente. Como há uma diferença maior de temperatura entre os dois oceanos, a circulação e o transporte do vapor de água entre eles ficam mais acelerados."
"Na Amazônia, há uma zona onde este ar ascende e, como a circulação de ar se acelera, há mais convecção - ou seja, há mais chuva durante a estação chuvosa e os níveis dos rios sobem mais rápido", afirma.
Para Manuel Gloor, professor do Departamento de Geografia da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e outro dos autores do estudo, o efeito desta aceleração da circulação de Walker é "aproximadamente o oposto do que ocorre durante um evento de El Niño".
"Em vez de causar secas, há mais chuvas intensas na parte norte e na parte central da bacia amazônica", disse à BBC News Mundo.

A 'força extra' do Atlântico
O oceano Pacífico tem oscilações naturais, com uma fase quente e outra fria que duram várias décadas. Atualmente estamos saindo de uma fase fria.
No entanto, os cientistas também descobriram um fenômeno surpreendente nesta complexa cadeia de eventos oceânicos e atmosféricos.
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Oceano Atlântico 
A diferença de temperatura entre Atlântico e Pacífico acelera o transporte de vapor de água para a atmosfera na Amazônia e causa mais chuvas
Agora se sabe também que o Atlântico desempenhou um papel crucial no rápido esfriamento do Pacífico.
"Sabemos que o Atlântico teve esse papel central porque os modelos de clima indicam que ele fez com que o Pacífico esfriasse mais do que deveria apenas pela variabilidade natural", diz Barichivich.
"É como uma força extra, e grande parte desse esfriamento do Pacífico se deve ao aquecimento do Atlântico."
Por isso, outra das perguntas-chave para os climatologistas é: a que se deve o rápido aumento de temperatura no Atlântico?
Em parte, esse aumento se explica porque o oceano Atlântico "está em uma fase quente natural de várias décadas", segundo o pesquisador chileno.
Além disso, diz ele, o Atlântico "recebe o impacto do aquecimento global".
Direito de imagem JOCHEN SCHONGART/INPA
Casa com água na altura do teto no rio Solimões em 2012 
Aquecimento global e gases estufa têm efeitos diretos e indiretos sobre as chuvas amazônicas, que incluem até um 'portal entre os oceanos Atlântico e Índico'
Por um lado, a mudança climática impacta no Atlântico de forma direta, devido ao aumento da temperatura do oceano por efeito dos gases do efeito estufa. Mas há também um impacto indireto da mudança climática.
"Acreditamos que parte do aquecimento do Atlântico se deve à passagem das águas do oceano Índico, que também esquentou muito rapidamente."
De acordo com Manuel Gloor, essa passagem se dá através de redemoinhos da corrente oceânica Agulhas, que transporta água quente do oceano Índico na direção sul até o extremo sul da África. Quando eles alcançam o oceano Atlântico, podem ser transportados até o Atlântico tropical.
"Mas esta chegada ao Atlântico só foi possível recentemente, porque os cinturões de vento do hemisfério Sul se moveram mais para o sul, possivelmente por causa do aquecimento global e do buraco na camada de Ozônio", afirma.
"Esta mudança nos ventos abriu uma comporta do oceano Índico para o Atlântico."

A possibilidade de prever as inundações na Amazônia
Para Barichivich, a mensagem do estudo é que "o que acontece com o Atlântico tropical tem um papel muito importante para a Amazônia, tanto para secas como para inundações extremas".
Mas é importante para comunidades e autoridades saberem que "o contraste de temperaturas entre o Pacífico e o Atlântico tropical pode ser previsto com até três anos de antecedência nos modelos de previsão climática".
Direito de imagem JOCHEN SCHONGART/INPA
Pessoas em um bairro de Itacoatiara em 2009 
O contraste das temperaturas do Pacífico e do Atlântico tropical pode ser previsto até três anos antes, o que permite melhorar a preparação para as cheias extremas
Para efeitos de comparação, o fenômeno El Niño no Pacífico tropical só pode ser previsto cerca de um ano antes.
Para o climatologista chileno, a possibilidade de antecipar a diferença de temperatura entre os oceanos "nos dá uma oportunidade de melhorar a previsão das inundações extremas".
No momento, o que está em jogo com estas previsões é a segurança de milhares de pessoas.
"O impacto das inundações é desastroso para as cidades e comunidades ribeirinhas. Pensem que a Amazônia foi povoada através de rios que são como estradas", diz Barichivich.
"Um dos maiores problemas, pelo menos em Manaus, é que o rio pode ficar acima de 29 metros durante 60 dias ou mais. Nesse período, as pessoas sequer conseguem voltar para suas casas. E isso acontece com cada vez mais frequência."

Fonte: BBC