quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Informe: Interrupção do fornecimento de energia elétrica no Campus da Praia Vermelha

Informe: Interrupção do fornecimento de energia elétrica no Campus da Praia Vermelha





Após incidente ocorrido nos dias 28 e 29/11, de falta de energia elétrica no Campus da Praia Vermelha, por falha na rede externa do Campus sob responsabilidade da concessionária ENEL, que ao iniciar o desligamento das chaves seccionadoras do poste denominado "ponto de entrega" do Campus as duas cruzetas de sustentação se quebraram. Em virtude desse ocorrido, a CMA/SOMA realizará intervenção de substituição de peças e acessórios no poste, de forma emergencial, evitando um nova falha no fornecimento, no entanto para isso a concessionária terá que efetuar o desligamento da rede elétrica. Isso ocorrerá, excepcionalmente, nesta sexta-feira. dia 20/12/2019 no período de 08h às 18h. Não nos restou outra opção, pois a ENEL somente confirmou o desligamento às 16:30h de hoje (19/12/2019), apesar dos insistentes apelos a companhia. 

Fonte: UFF

O vaso sanitário projetado para ser desconfortável e reduzir tempo no banheiro

O vaso sanitário projetado para ser desconfortável e reduzir tempo no banheiro





BBC
18 dezembro 2019


Direito de imagem STANDARDTOILET
Foto do projeto StandardToilet  
Intenção do vaso inclinado é causar desconforto e evitar que as pessoas fiquem muito tempo no banheiro
Um vaso sanitário projetado para se inclinar um pouco para baixo, tornando desconfortável ficar sentado por mais de alguns minutos, viralizou nas redes sociais.
A peça tem uma superfície superior que se inclina para baixo em um ângulo de 13 graus.
No entanto, o conceito — para o qual um pedido de patente foi apresentado no Reino Unido — enfrentou resistência.
A BBC conversou com Mahabir Gill, o criador do equpamento, dono da marca StandardToilet.
"Veio da minha experiência pessoal. Sempre que eu parava na estrada para ir ao banheiro, percebia que havia uma fila enorme", explicou.
"Eu me perguntava o que as pessoas estavam fazendo lá. Algumas saíam mexendo nos seus celulares."
Gill disse que um protótipo do vaso sanitário foi construído e ele próprio o testou.

Ele acrescentou que o ângulo ideal é entre 11 graus — onde permanecer sentado por mais de 15 minutos ainda é confortável — e 13 graus, onde "cinco a sete" minutos são o limite.

'Horas perdidas'
A ideia foi recebida com muito humor nas redes sociais.
Alguns brincaram dizendo que tentariam "derrotar" o vaso inclinado com algum aparato colocado em cima dele para nivelar o assento.
Um usuário do Twitter brincou dizendo que seria possível aliviar os efeitos do vaso sanitário sentando-se ao contrário.
"Se é real, acho que é uma representação perfeita do desdém que o capitalismo tem com os trabalhadores e os seres humanos", disse à BBC Hilary Gardiner, que usa o nome de usuário do Twitter @plume__.
Um site com informações sobre o banheiro foi publicado.
"Os assentos sanitários atuais fornecem uma superfície horizontal", diz o site. "Isso permite que o usuário se sente relativamente confortavelmente."
"Como resultado, uma pessoa pode passar mais tempo do que o necessário sentado no vaso sanitário sem um desconforto a curto prazo. Sentar-se no vaso sanitário por mais tempo do que o necessário é geralmente indesejável."
O design inclinado pode economizar bilhões de dólares da indústria por conta das horas perdidas, afirma a StandardToilet.
Direito de imagem TERRY WOOLLISCROFT/TWYFORDS
Projeto de vaso inclinado de 108 anos atrás 
Usuário do Twitter encontrou projeto de vaso sanitário inclinado feito há 108 anos
Usuários de redes sociais também questionaram se o banheiro apresentaria dificuldades genuínas para pessoas com problemas nas costas e nos joelhos ou problemas intestinais, como a Síndrome do Intestino Irritável ou a doença de Crohn.
No entanto, Raymond Martin, diretor da British Toilet Association (Associação Britânica de Sanitários, em tradução livre), tentou defender o design, descrevendo a reação online como "um pouco instintiva".
"Há certos lugares onde esse esse limite de tempo será útil", disse ele à BBC.
Um usuário do Twitter, grande conhecedor da história dos vasos sanitários, apontou que uma privada inclinada já havia sido projetada antes - 108 anos atrás, pela empresa de acessórios para banheiros Twyfords.
"A Twyfords tentou isso há mais de um século, mas não conseguiu", disse Terry Woolliscroft à BBC.
Woolliscroft tem um blog onde documenta vários projetos de banheiros exóticos publicados pela Twyfords.
Ele diz estar cético quanto ao fato do conceito de StandardToilet ter muito apelo.
Ele também questiona se a perda de tempo no banheiro pode realmente estar diretamente ligada ao advento das redes sociais.
"Se as redes sociais e celulares não existissem, as pessoas ainda passariam certo tempo no banheiro, provavelmente lendo o jornal."

Fonte: BBC

Governo define número de estagiários na Administração Pública

Governo define número de estagiários na Administração Pública



Marcela Rebelo
18/12/2019 - 13h06 Brasília  

O Ministério da Economia divulgou orientações sobre estágios na Administração Pública Federal.



Uma instrução normativa, publicada nesta quarta-feira (18), no Diário Oficial da União define, por exemplo, que a quantidade de estagiários vai corresponder, no máximo, a 8% da força de trabalho da entidade.



Além disso, 10% das vagas de estágios são reservadas a estudantes com deficiência e 30% a estudantes negros.


O estagiário poderá atuar quatro ou 6 horas, por dia, de acordo com o horário escolar e com o horário de funcionamento do órgão.



O governo definiu também o valor da bolsa-estágio, que pode variar de R$ 486  a R$ 1.665, dependendo da carga horária e do nível de escolaridade, que pode ser nível médio e nível superior, nas modalidades graduação ou pós-graduação. O valor do auxílio-transporte é de R$ 10, por dia.



O estudante pode ter recesso de 15 dias consecutivos a cada 6 meses de estágio a ser tirado, de preferência nas férias escolares.



As orientações da instrução normativa passam a valer a partir de 1º de janeiro de 2020.

Fonte: EBC

Pesquisador fala sobre saneamento básico e solução tecnológica para tratamento da água

Pesquisador fala sobre saneamento básico e solução tecnológica para tratamento da água


Ouça a entrevista com Wilson Tadeu Lopes, pesquisador em saneamento básico da Embrapa Instrumental




Brasil Rural

No AR em 18/12/2019 - 09:50



Dados recentes sobre o saneamento básico do Brasil mostra que cerca da metade da população brasileira não tem acesso ao saneamento básico.  Para falar sobre o assunto, o Brasil Rural desta quarta-feira (180) conversou com Wilson Tadeu Lopes, pesquisador em saneamento básico da Embrapa Instrumental, São Carlos – SP.


Ouça a entrevista completa clicando aqui.



Ele explica que a fossa rudimentar pode levar doenças e atingir o lençol freático. Foi desenvolvida na Embrapa uma fossa adequada, a fossa séptica biodigestora que promove o tratamento da água do vaso sanitário. Além disso, essa água também tem a possibilidade de melhorar o rendimento para uma pequena área agrícola.

O outro sistema ele chama de jardim filtrante,  que é um pequeno lago para tratar a água do restante da casa.

Fonte: EBC

Pesquisadores desenvolvem nanorreservatório anticâncer para evitar efeitos colaterais de tratamento

Pesquisadores desenvolvem nanorreservatório anticâncer para evitar efeitos colaterais de tratamento


Carol Barreto
17/12/2019 - 16h47 Rio de Janeiro 




Todo mundo conhece os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer: perda de cabelos, fadiga, hematomas, perda de apetite, náuseas e vômitos, entre outras reações desagradáveis.


Pensando em como minimizar ou até mesmo eliminar esses efeitos, um grupo de pesquisadores da UFF, Universidade Federal Fluminense, INCA, Instituto Nacional do Câncer, e CBPF, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, desenvolveu um nanorreservatório que permite que o fármaco anticâncer ataque somente as células doentes, preservando as sadias.



Coordenadora do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia da UFF, a Professora Célia Ronconi explica a ideia por trás do desenvolvimento do dispositivo.



“As células cancerosas têm um PH mais ácido do que uma célula sadia. O que a gente pensou? Vamos desenvolver um sistema em que a gente use um fármaco que já é conhecido, mas desenvolver um método para que a gente conseguisse direcionar esse fármaco só para a célula de câncer. E que ele liberasse o conteúdo só nesse local, sem que fossem atingidas as células sadias”.



Célia explica como o nanorreservatório funciona.




“Diminuímos o PH, colocamos um PH ácido. Quando o PH diminuiu, essa tampa a gente percebeu que ela sai da superfície, dos poros que estavam tampando, e o fármaco é liberado. No PH do sangue, que é o PH fisiológico, a tampa não sai, ela fica presa e o fármaco não sai. Ou seja, a gente conseguiu desenvolver como se fosse uma válvula que vai abrir só quando encontrar o pH mais ácido, das células de câncer”.



A pesquisa ainda está no início, tendo sido feita, até o momento, inteiramente em laboratório. O próximo passo é o início dos testes em ratos para que, no futuro, o dispositivo possa ser testado em seres humanos. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na conceituada revista Journal of Materials Chemistry B, da Royal Society of Chemistry.

Fonte: EBC

CNI: aumentam pedidos de patentes de tecnologias da Indústria 4.0

CNI: aumentam pedidos de patentes de tecnologias da Indústria 4.0



Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo
18/12/2019 - 06:20


João Emílio Gonçalves, gerente-executivo de Política Industrial da CNI.
 
José Paulo Lacerda/CNI



O número de pedidos de patentes de tecnologias da Indústria 4.0 no Brasil tem aumentado ao longo da última década, de acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em 2008, o Brasil registrou 1.202 depósitos de patentes de invenções relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0, o que representa 5% do total de 23.170 pedidos feitos naquele ano. Já em 2017, o Brasil depositou 14.634 patentes relacionadas à Indústria 4.0, o que representa 57% do total de 25.658 depósitos no ano.

Para o gerente executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, o crescimento no número de pedidos de patentes relacionadas à Indústria 4.0 reflete uma tendência mundial. “Para se tornarem líderes nessa corrida tecnológica, as empresas têm investido cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias habilitadoras da indústria 4.0”, disse. Ele considera que o Brasil precisa acelerar o processo de implementação das tecnologias do setor.

No levantamento da CNI, as tecnologias dessa indústria foram divididas em três grupos: tecnologias centrais, habilitadoras e setores de aplicação. Somando os três grupos, foram depositadas 35.196 patentes no Brasil em 10 anos. A confederação mostra que os pedidos aumentaram de forma significativa nos últimos três anos do período analisado: quase 75% foram feitos entre 2015 e 2017.

As tecnologias centrais permitem transformar um produto em dispositivo inteligente conectado à internet. Elas incluem as tecnologias de hardware, de software e de conectividade. Já as tecnologias habilitadoras são aquelas construídas de forma complementar às centrais, incluindo inovações relacionadas à análise de dados, interface com o usuário, computação 3D, inteligência artificial, sistemas de localização, sistemas de energia e sistemas de segurança.

No terceiro grupo, de aplicação, estão as tecnologias destinadas aos usuários finais e incluem, por exemplo, artigos pessoais, como de monitoramento de saúde ou de entretenimento, e inovações para as residências, como sistemas de alarme, iluminação e aquecimento inteligentes. Na indústria, são tecnologias digitais que permitem aumento da produtividade e uma produção mais eficiente, explicou a CNI.

“Além do desenvolvimento de tecnologias da Indústria 4.0, temos no Brasil o desafio de adotá-las com rapidez, a fim de reduzirmos a diferença de produtividade existente entre o Brasil e seus principais competidores internacionais”, acrescentou Gonçalves.

Fonte: EBC

Pesquisa revela alta quantidade de lixo em área de conservação na Amazônia

Pesquisa revela alta quantidade de lixo em área de conservação na Amazônia


Mais da metade dos resíduos encontrados são de plástico


Tarde Nacional - Amazônia

No AR em 18/12/2019 - 14:30



O Tarde Nacional Amazônia desta quarta-feira (18) falou sobre uma pesquisa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Instituto Mamirauá que alertou para a quantidade de lixo encontrada em uma unidade de conservação ambiental no Médio Solimões, na Amazônia Central. O entrevistado foi o coorientador do projeto e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Ecologia Florestal do Instituto Mamirauá, Elias Neto.

O estudo foi realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada no estado do Amazonas, onde foram encontrados diversos tipos de resíduos, compostos em sua maioria por plástico, borracha e isopor. De acordo com o pesquisador, a presença desses itens em uma área remota, onde não há presença de turistas ou moradores, é um alerta para os impactos da quantidade de lixo que produzimos.

Para Elias, esse é um problema social e ambiental que pode ser revertido por meio da adoção de medidas como o consumo consciente dando preferência a produtos recicláveis e fazendo o descarte correto do lixo, entre outras.

Ainda segundo ele, as próximas etapas da pesquisa têm o intuito de descobrir a dimensão do problema. Entre as ações programadas estão a expansão da área de estudo e a análise da presença de microplástico no solo.


Confira a entrevista completa clicando aqui.

Fonte: EBC

Programa leva inovação tecnológica para o nordeste

Programa leva inovação tecnológica para o Nordeste


Agroindústria AgroNordeste é um plano de ação para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável




Brasil Rural

No AR em 19/12/2019 - 07:16



Atendendo o pedido de um ouvinte, o Brasil Rural conversou com Marco Bonfim Tadeu, chefe da Embrapa Caprinos e Ovinos,  para explicar mais sobre o Agroindústria AgroNordeste, plano de ação para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável.

Ele explica que o programa é um processo de inovação para o agro do nordeste.

Um dos princípios é fazer uma rede de parceiros em torno de polos produtivos do nordeste para trazer inovação tecnológica e social.

No programa, um dos grande desafios é voltados pra organização dos produtores. Outra parte é levar soluções tecnológicas , no qual a Embrapa tem esse papel junto com a assistência técnica do SENAR. E por ultimo, é agroindustria e o acesso ao mercado que o SEBRAE tem expertise.

Nessa perpectiva, Marco acredita que a caprinocultura e ovinocultura no nordeste pode trazer benefícios como uma atividade adaptada, resiliente e mais demandante.


Ouça a entrevista completa clicando aqui.

Fonte: EBC

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Nota sobre o recesso de fim de ano

Nota sobre o recesso de fim de ano







Considerando  que, em virtude das restrições orçamentárias que impactaram a prestação de serviços na Universidade, as operações de manutenção das edificações e controle de pragas não puderam ser executadas integralmente ao longo do ano de 2019;
Considerando que o recente descontingenciamento orçamentário permitirá a retomada de ações de manutenção nas unidades da Universidade Federal Fluminense (UFF)  e, evocando os princípios da economicidade e razoabilidade no que se refere ao planejamento do calendário de ações,  um novo posicionamento sobre a organização das atividades no recesso de fim de ano se fez necessário;
Considerando o laudo técnico da Superintendência de Arquitetura, Engenharia e Patrimônio (SAEP) que aponta a situação de risco iminente de queda de árvores nos fundos da Reitoria devido a infestação de cupim e a necessidade de intervenção nestas árvores;
Considerando que a concentração no mesmo período da execução dos procedimentos de desinsetização, desratização, descupinização, limpeza e desinfecção química de caixas dágua, células e reservatórios atendem aos princípios da razoabilidade e economicidade de gastos públicos, trazendo segurança e bem-estar aos servidores, estudantes, terceirizados e usuários;
Considerando o descontingenciamento orçamentário recente e a finalização dos processos licitatórios para contratação dos serviços especializados, se faz oportuno e necessário o planejamento e execução pela Superintendência de Operações e Manutenção (SOMA) de ações especializadas e integradas de manutenção das edificações e controle de pragas nas unidades acadêmicas e administrativas da UFF;
Considerando que a Procuradoria Federal Junto à UFF (PF/UFF) emitiu parecer que aponta a adequação da concentração da execução dos procedimentos de manutenção no período de recesso de fim de ano, uma vez que atende aos princípios da razoabilidade e economicidade, pois esse período coincide com o recesso escolar e se caracteriza como um dos períodos de menor fluxo de atividades e trânsito de pessoas;
Fica estabelecida, para cumprimento das ações especializadas e integradas de manutenção das edificações e controle de pragas, a suspensão das atividades no período de 23 de dezembro de 2019 a 03 de janeiro de 2020 nas unidades acadêmicas e administrativas de todos os Campi da UFF;
As atividades dos serviços essenciais deverão ser planejadas previamente junto à SOMA, para garantir o atendimento das demandas específicas de cada serviço.

Fonte: UFF

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Brasil pode manter ritmo agrícola, mas com conduta sustentável, diz estudo

Brasil pode manter ritmo agrícola, mas com conduta sustentável, diz estudo


EFE Madri 

Isadora Camargo

12 dez 2019


Brasil pode manter ritmo agrícola, mas com conduta sustentável, diz estudo
Vista geral de um incêndio em uma propriedade no estado de Rondônia. EFE/Arquivo


Sem perder de vista a preservação da Amazônia e a luta contra o desmatamento, pesquisadores brasileiros apresentaram nesta quinta-feira, na Cúpula do Clima da ONU (COP25), um estudo inédito que propõe quatro estratégias para frear a expansão da fronteira agrícola sem deixar de intensificar a produção.

De acordo com o diretor-executivo do Instituto Ambiental de Pesquisa da Amazônia (Ipam), André Guimarães, conseguir o desmatamento zero não significa interromper a produção agrícola na Amazônia.

"O Brasil precisa mudar de paradigma, assumir que é o maior produtor de alimentos do mundo, mas precisa se converter em maior exemplo de preservação", afirmou Guimarães em entrevista à Agência Efe.

Sem contrariar a pressão mundial pelo aumento de produtividade agropecuária e aproveitando o espaço de negociações da COP25, a meta da pesquisa foi apresentar estratégias para conseguir controlar as terras griladas, as propriedades fora dos parâmetros ambientais exigidos internacionalmente e o desmatamento das áreas de vegetação nativa.

O estudo foi apresentado durante um painel que discutiu o futuro da Amazônia e as mudanças políticas necessárias para combater a crise climática. O desmatamento foi um dos principais assuntos da Cúpula que apareceu também em sessões alternativas, abertas ao público, realizadas fora do pavilhão da Cop.

O trabalho foi publicado em uma das revistas científicas mais renomadas da área ambiental, a "Land Use Policy", e mostra pela primeira vez como a implementação de estratégias específicas voltadas para o desenvolvimento sustentável na região, considerando sua complexidade.

Para o diretor do Ipam, o estudo é conceitual e dá uma prova à comunidade internacional e um argumento ao governo brasileiro de que há viabilidade na ideia de acabar com a expansão da fronteira agrícola "em grande escala observada pelas pesquisas do Instituto nos últimos 25 anos".

A pesquisa identificou zonas de desmatamento e de ocupação na Amazônia e desenvolveu a visão "equação do uso de solo", que é uma solução apresentada pela primeira vez por nove pesquisadores do Ipam em parceria com cientistas do Woods Hole Research Center, dos Estados Unidos.

O plano apresenta quatro ações a serem aplicadas em zonas fundiárias da Amazônia, como áreas de vegetação nativa dominadas pela grilagem, áreas privadas que não seguem parâmetros ambientais sustentáveis, áreas de agricultura familiar e áreas de produção pecuária.

A primeira delas é a eliminação da grilagem e da especulação de 65 milhões de hectares de terras públicas - índice atual da Amazônia -, designando-as para conservação coordenada com instâncias governamentais.

A segunda ação é evitar o desmatamento legal de 28 milhões de hectares em propriedades privadas através de fiscalização e pagamento por serviços ambientais (PSA) através da implementação total do Código Florestal, usando a produção agrícola como reguladora do desmatamento.

A terceira é incentivar o aumento de produtividade fornecendo crédito dirigido, ou seja, condições de financiamento para produtores que promovem ações ambientais sustentáveis, acompanhados de fiscalização e assistência técnica em propriedades de pequeno e médio porte já instaladas em terras amazônicas, especialmente aquelas voltadas para pecuária.

"Através da intensificação da pecuária e da agricultura, além da diversificação e acesso aos mercados para pequenos agricultores, o Brasil pode provar ao mundo que é possível conter o desmatamento e aumentar a produção", dizem os autores.

Os pesquisadores apontam como quarta ação a assistência técnica rural fornecida pelos estados e pelo setor privado para regulamentar os assentamentos de produção familiar que somam 77 milhões de hectares na Amazônia, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas.

"As estratégias são interdependentes: temos de destinar áreas não-designadas ao mesmo tempo que nos esforçamos para reduzir o desmatamento nas propriedades rurais, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida das pessoas do campo", afirma um dos autores do estudo, Marcelo Stabile.

Por sua vez, Guimarães disse que o objetivo de captar recursos que o governo brasileiro mostrou na COP25 é um começo "louvável", mas "ninguém vai dar dinheiro se não houver resultados".

"Ninguém vai assinar um cheque em branco para o Brasil para depois analisar se apresenta resultados. Precisamos já estar com os resultados prontos para participar desses encontros e congressos", reiterou.

De acordo com os pesquisadores, a expansão da agricultura brasileira nos estados legais da Amazônia ocorreu às custas de quase 65 milhões de hectares de ecossistemas nativos, que foram convertidos em pastagens ou áreas de cultivo de 1985 a 2018, apontam os dados do MapBiomas deste ano.

Nesses 33 anos, a produção anual de soja na região saltou de 1,7 milhão de toneladas para 40 milhões, enquanto o rebanho bovino aumentou de 15 para 86 milhões de animais na Amazônia, como mapeou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O Brasil pode provar aos outros países que é possível conter o desmatamento e aumentar a produção, ajudando a alimentar o mundo enquanto combate as mudanças climáticas e promove o desenvolvimento regional", reforçou Guimarães. 

Fonte: EFE