sexta-feira, 31 de julho de 2020

Mais de 100 cursos aderem às Atividades Acadêmicas Emergenciais

Mais de 100 cursos aderem às Atividades Acadêmicas Emergenciais

PROGRAD
31 jul 2020

Período Letivo Especial propiciou o sucesso acadêmico de mais de 1500 estudantes

Por meio da Resolução nº 156/2020 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx) foi aprovado o Período Letivo Especial para realização das Atividades Acadêmicas Emergenciais (ACE) para estudantes concluintes da UFF.
No Período Letivo Especial, iniciado no dia 29 de junho, foram ofertados mais de 1000 disciplinas, envolvendo mais de 100 cursos, quase 130 departamentos e mais de 1500 estudantes dos cursos de graduação presencial. Os Departamentos/Coordenação que ofertaram mais de 30 turmas foram:
1 Departamento de Sociedade, Educação e Conhecimento, vinculado à Faculdade de
Educação ofertou 68 turmas. 2. Departamento de Psicologia, vinculado ao Instituto de Psicologia que ofertou 50 turmas. 3. Departamento de Engenharia de Produção de Niterói que ofertou 41 turmas. 4. Departamento de Letras Vernáculas, o Departamento de Administração de Macaé e de Economia de Niterói ofertaram, cada um, 39 turmas. 5. Departamento de Direito de Macaé que ofertou 33 turmas. 6. Coordenação do curso de Ciências Biológicas e o Departamento de Engenharia Elétrica ofertaram 32 turmas cada um. 6. Departamento de Engenharia Civil que ofertou 30 turmas. Os dados dos demais Departamentos podem ser consultados na planilha denominada oferta de turmas por Departamento.
A implementação das Atividades Acadêmicas Emergenciais só foi possível com os esforços das Coordenações de Curso, Docentes e técnicos-administrativos que viabilizaram à participação de mais 1500 estudantes e das ações institucionais de apoio à inclusão e acesso digital.

Veja no anexo deste informe a planilha com a oferta de turmas por Departamento.
Anexo:
oferta_de_turmas_por_departamento.pdf

Fonte: UFF

Nasa lança nova sonda para Marte em busca de vida passada no planeta

Nasa lança nova sonda para Marte em busca de vida passada no planeta

A chegada está prevista para fevereiro

Joey Roulette - Repórter da Reuters - Estados Unidos
30/07/2020 - 12:31

© Reuters/Joe Skipper/Direitos reservados

O Perseverance, sonda marciana de última geração da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, em um foguete Atlas 5, nesta quinta-feira (30), em uma missão de US$ 2,4 bilhões para procurar vestígios de uma possível vida passada no planeta vizinho da Terra.

A sonda robótica de seis rodas do tamanho de um carro também deve levar um mini-helicóptero para Marte e testar equipamentos para futuras missões com humanos no planeta. A expectativa é que a sonda chegue a Marte em fevereiro.

A sonda ganhou o céu claro e ensolarado depois de ser lançada na estação da Força Aérea dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, às 7h50 (horário local, 8h50 em Brasília) com condições climáticas quentes no topo de um foguete Atlas 5 do empreendimento conjunto United Launch Alliance (ULA) da Boeing-Lockheed.

Assista ao vídeo:


Esta é a nona missão da Nasa à superfície de Marte.

"Estou tão aliviado", disse o chefe da divisão científica da Nasa, Thomas Zurbuchen, durante a transmissão ao vivo que a agência espacial fez do lançamento, acrescentando que tudo parece bem.

"É realmente como a chave de um monte de novas pesquisas que vamos fazer e que está concentrada na pergunta... há vida lá?", afirmou.

O Perseverance deve pousar na base de uma cratera de 250 metros de profundidade chamada Jezero, que foi um lago 3,5 bilhões de anos atrás e que cientistas suspeitam conter indícios de vida microbiana extinta em Marte. Há tempos eles debatem se o planeta, que já foi muito mais hospitaleiro, já abrigou vida.

Fonte: EBC

Argentina inicia ensaio clínico com soro equino hiperimune em pacientes com covid-19

Argentina inicia ensaio clínico com soro equino hiperimune em pacientes com covid-19

Cientistas afirmam que o tratamento tem uma capacidade 50 vezes maior de neutralizar o vírus que a média do plasma de convalescentes

Mar Centenera
31 jul 2020 - 12:32 BRT - Buenos Aires

Ampolas do soro hiperimune com anticorpos neutralizantes contra a covid-19 no laboratório da Inmunova, em Buenos Aires.Inmunova

Para desencadear a covid-19, o vírus SARS-CoV-2 infecta as células pulmonares e outros órgãos através de uma proteína que se une a um receptor. Esse pedaço do vírus (o domínio de ligação ao receptor, ou RBD, na sigla em inglês) foi inoculado por cientistas argentinos em cavalos, que geraram altas doses de anticorpos com capacidade de neutralizar a entrada do vírus nas células, conforme ficou demonstrado em estudos in vitro. Depois de obter o aval da agência reguladora argentina (Anmat), o soro equino hiperimune começou a ser utilizado nesta semana em um ensaio clínico em pacientes com covid-19 hospitalizados em Buenos Aires. Os autores do ensaio esperam que os resultados, a serem conhecidos em outubro ou novembro, oferecerão um novo tratamento terapêutico contra a doença pandêmica.

“O equino é uma biofábrica. Com pouquíssimos cavalos se pode obter muito soro”, destacou Fernando Goldbaum, diretor científico da empresa Inmunova e pesquisador do Conicet, em um encontro virtual com correspondentes estrangeiros. “A eficácia do soro hiperimune para frear a entrada do coronavírus nas células é 50 vezes maior que o plasma [de convalescentes]”, afirma Goldbaum, com base na experiência obtida em laboratório. A outra grande vantagem, aponta, é não precisar de doações de pacientes recuperados da covid-19, pois o material é extraído de animais.

Aproximadamente um mês depois de injetar a proteína recombinante do SARS-CoV-2 em cavalos e obter uma reação imunológica, o plasma é extraído do sangue dos animais. Os anticorpos são então submetidos a um processo de purificação e processamento, para a obtenção de fragmentos de alta pureza que são empregados no tratamento agora submetido a prova.

Segundo a chefe de pesquisa clínica da Inmunova, Mariana Colonna, 242 pacientes de covid-19 em estado moderado ou grave ― mas sem necessidade de assistência respiratória nem internados em UTIs ― participarão do ensaio de forma voluntária em quase 20 hospitais da Grande Buenos Aires. Os doentes receberão duas doses de soro hiperimune: uma no momento do diagnóstico e a outra 48 horas depois, após se comprovar que não existe uma reação alérgica ou outro efeito secundário grave. O ensaio clínico se prolongará durante 28 dias, especificou Colonna.

A hipótese dos pesquisadores é que o soro equino hiperimune ajudará a reduzir a replicação viral e, portanto, espera-se que detenha a piora do quadro do paciente e evite a necessidade de internação em UTI. Além disso, esperam que o próprio organismo, durante as duas semanas em que ficará protegido graças aos fragmentos de anticorpos injetados, consiga desenvolver sua própria resposta imunológica ao coronavírus.

Os soros hiperimunes são produzidos há décadas, em especial como antídotos para venenos de cobras e escorpiões. Segundo Goldbaum, sua equipe conseguiu avançar com rapidez na autorização de ensaios clínicos para tratar a covid-19 porque quando a pandemia apareceu já estavam trabalhando com essa técnica contra a síndrome hemolítico-urêmica. Uma empresa costa-riquenha e outra brasileira também trabalham no desenvolvimento de terapias similares, segundo ele.

Se for bem sucedido, o soro hiperimune poderia ser produzido em grande escala, com dezenas de milhares de dose disponíveis antes de fim de ano, segundo Linus Spatz, diretor da Inmunova, empresa pertencente ao conglomerado químico-farmacêutico do grupo Insud.

Desde o início da pandemia, a Argentina dedica grande parte de seus recursos científicos à pesquisa da covid-19. O infectologista e pediatra Fernando Polack encabeça um ensaio clínico sobre plasma de convalescentes, a virologista Andrea Gamarnick comanda a equipe que desenvolveu os primeiros testes sorológicos nacionais para detectar a presença de anticorpos em sangue, e o biólogo Adrián Vojnov está à frente dos cientistas argentinos que criaram o primeiro exame rápido de diagnóstico do vírus SARS-CoV-2, com uma tecnologia mais veloz e simples que a PCR.

Fonte: El País

Congresso dos EUA examina as tecnológicas: “Não devemos nos curvar aos imperadores digitais”


Congresso dos EUA examina as tecnológicas: “Não devemos nos curvar aos imperadores digitais”

CEOs da Apple, Amazon, Google e Facebook testemunham juntos pela primeira vez no comitê antitruste

Pablo Guimón
29 jul 2020 - 17:11 BRT - Washington

Contra a ameaça de regulamentação, a história do sonho americano. Diante dos congressistas que passaram mais de um ano investigando os possíveis danos que o enorme tamanho de suas empresas pode causar aos consumidores e à concorrência, e que finalmente conseguiram reuni-los para questioná-los, mesmo que de maneira virtual, os chefes Gigantes da tecnologia invocam suas histórias de sucesso genuinamente americanas nesta quarta-feira. Quatro das pessoas mais poderosas do mundo ―os CEOs do Facebook, Apple, Amazon e Google― destacaram em seus discursos iniciais os benefícios que trazem ao país e argumentaram que sua necessidade de crescer constantemente se deve justamente à competição que enfrentam.

“Para cumprir nossas promessas aos consumidores neste país, precisamos que os trabalhadores americanos tragam produtos para os consumidores americanos”, disse Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, em sua primeira aparição no Congresso. “A China está construindo sua própria versão da Internet focada em idéias muito diferentes e está exportando essa visão para outros países”, disse Mark Zuckerberg, do Facebook, em sua quarta aparição.

Junto com eles também aparecem Sundar Pichai, do Google, e Tim Cook, da Apple, que defendeu que a empresa é “uma empresa exclusivamente americana, e cujo sucesso só é possível neste país”. Os quatro empresários, que testemunham por videoconferência a partir de seus escritórios, participam de uma audiência marcante na longa investigação, que acumula dezenas de entrevistas e centenas de milhares de documentos, conduzida pelos legisladores dos Estados Unidos sobre a posição no mercado e as práticas de empresas cujo tamanho e poder se multiplicaram nos últimos anos.

O democrata David Cicilline, presidente da subcomissão antitruste da Câmara dos Deputados, onde a audiência é realizada, apelou para as essências americanas, mas, no seu caso, para defender a necessidade de limitar o poder das grandes tecnologias. “Nossos pais fundadores não se curvaram a um rei”, lembrou ele em seu discurso inicial, com mais de uma hora de atraso. “Nem devemos nos curvar aos imperadores da economia digital”.

Seu domínio do mercado, acusam os congressistas, diminui a inovação e reduz a concorrência. O objetivo dos membros do comitê é determinar se o tremendo crescimento das quatro empresas os colocou em posições ilegais de monopólio, suprimindo a concorrência em áreas como pesquisa na Internet (Google), vendas on-line (Amazon), marketing de aplicativos móveis (Apple) ou distribuição de informações (Facebook). “Simplificando: eles têm poder demais”, disse Cicilline, que anunciou que seus quatro convidados nesta quarta-feira não vão gostar das conclusões da investigação, que planejam tornar pública no outono.

Mensagem de Trump
A necessidade de limitar gigantes da tecnologia também é compartilhada pelo presidente Trump, que não perdeu a oportunidade de atacar empresas que são alvo regular de sua fúria. Em particular, as empresas de mídia social, com as quais ele está travando uma batalha que se intensificou nos últimos meses, depois que o Twitter e o Facebook tomaram medidas contra suas mensagens por violarem suas regras. Em resposta, Trump emitiu uma ordem executiva pedindo para reconsiderar a regulamentação que protege as empresas de Internet do conteúdo que elas publicam. “Se o Congresso não trouxer justiça às grandes tecnológicas, algo que deveria ter feito anos atrás, eu mesmo farei isso com ordens executivas. Em Washington, tem sido tudo conversa e nenhuma ação há anos, e o povo do nosso país está farto disso‘‘, tuitou Trump, pouco antes do início da audiência.

O tuíte do presidente enfatiza que, nesta quarta-feira, não são apenas os executivos que passam por um exame, mas também o próprio Congresso, que passou anos tentando agir contra as empresas de tecnologia, mas não conseguiu aprovar nenhuma legislação a esse respeito.

Os executivos defendem que, apesar da imagem onipresente de suas marcas, eles também enfrentam forte concorrência. “Por exemplo, as pessoas têm mais maneiras de procurar informações do que nunca, e isso acontece cada vez mais fora do contexto de um mecanismo de busca”, disse Pichai, do Google.

“As empresas não são ruins apenas porque são grandes”, disse Zuckerberg, que lembra que o Facebook alcançou seu sucesso “à maneira americana, começando do nada”. Bezos também queria destacar a mesma ideia. “Eu amo empreendedores de garagem, eu era um deles”, explicou. “Mas assim como o mundo precisa de pequenas empresas, também precisa de grandes empresas”.

Possíveis práticas monopolistas, que estão no centro dessa investigação no Congresso, não são o único aspecto das empresas que criaram os membros do subcomitê. Os legisladores republicanos foram rápidos em expressar sua queixa recorrente de que os gigantes da tecnologia suprimem consistentemente pontos de vista conservadores. O congressista Jim Jordan, em seu discurso inicial, acusou as empresas de “tentar impactar as eleições” e “censurar os conservadores”,

A audiência histórica servirá para moldar a futura legislação de monopólio. Mas grandes mudanças regulatórias não são esperadas iminentemente. Portanto, seu valor mais imediato será oferecer ao público uma visão do funcionamento das empresas que, além do escrutínio no Congresso, enfrentam investigações do Departamento de Justiça e da Comissão Federal de Comércio.

Fonte: El País

Vacina teuto-americana contra coronavírus entra em fase final de testes

Vacina teuto-americana contra coronavírus entra em fase final de testes

Estudos com participação de 30 mil voluntários serão realizados em 120 centros de estudo em todo o mundo, incluindo o Brasil. Caso seja bem-sucedida, a vacina será submetida à aprovação regulatória já em outubro.

DW
28.07.2020

Alemã Biontech desenvolve vacina em conjunto com Pfizer americana

A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica americana Pfizer receberam permissão das autoridades dos Estados Unidos nesta terça-feira (28/07) para iniciar a fase final de testes de uma vacina contra a covid-19. Os testes das fases 2 e 3 contarão com a participação de cerca de 30 mil voluntários, com idades entre 18 e 85, e serão realizados em 120 centros de estudo em todo o mundo, entre eles o Brasil. O anúncio fez subirem as cotações das duas empresas na bolsa de valores.

A vacina da Pfizer e da BioNTech, batizada de BNT162, mostrou resultados promissores em pequenos estudos preliminares com 60 participantes, estimulando as respostas de anticorpos e células T, mesmo em doses baixas. "O início da fase 2/3 do estudo é um importante passo no nosso progresso em direção a fornecer a potencial vacina para ajudar na luta contra a atual pandemia de covid-19", declarou Kathrin Jansen, chefe de Pesquisas e Desenvolvimento de Vacinas da Pfizer.

A possível vacina usa ácido ribonucleico (RNA) como mensageiro químico. Ele induz as células humanas a produzirem proteínas que imitam a superfície externa do novo coronavírus. O corpo reconhece essas proteínas como intrusas, desencadeando uma resposta imunológica contra o vírus real.

Caso seja bem-sucedida, a vacina será submetida à aprovação regulatória já em outubro. De acordo com os planos da BioNTech, 100 milhões de doses poderão ser entregues até o fim do ano. Até o fim de 2021, a Biontech e a Pfizer pretendem fornecer mais de 1,3 bilhão de doses.

Todas as doses desse ano, porém, podem já ter destino certo. Na terceira semana de julho, o governo dos Estados Unidos acertou que pagará 1,95 bilhão de dólares por 100 milhões de doses dessa vacina, caso ela dê resultado. Como a vacina tem duas doses, aplicada com sete dias de distância, 50 milhões de americanos poderiam ser imunizados. Com base no preço acertado por Washington, custará cerca de 39 dólares para imunizar uma pessoa com a BNT162. Em comparação, a Universidade de Oxford e a empresa AstraZeneca prometeram disponibilizar a vacina que estão desenvolvendo "a preço de custo", por cerca de 2,90 dólares a dose.

Em todo o mundo, outras vacinas também estão na fase 3 de estudos clínicos. Nesta segunda-feira, a farmacêutica americana Moderna começou a terceira e última fase de testes de uma substância experimental contra a covid-19, com a participação de 30 mil voluntários. A empresa recebeu quase 1 bilhão de dólares do governo americano para financiar o projeto.

Recentemente, voluntários brasileiros passaram a testar a vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech. Os primeiros 890 participantes receberam doses no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo. Os pesquisadores do hospital vão analisar os voluntários a cada duas semanas, e estima-se que as primeiras análises estarão concluídas em até três meses. No total, participarão dessa fase 9 mil voluntários brasileiros, todos profissionais da saúde.

O Brasil também está participando da fase 3 da vacina experimental desenvolvida pela Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica AstraZeneca. Os resultados preliminares recém-divulgados indicam que ela é segura e induziu resposta imunológica. Está em andamento a terceira fase dos estudos clínicos, que inclui testes em 50 mil voluntários, entre os quais 5 mil brasileiros, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em todo mundo, já foram registrados mais de 16,5 milhões de casos de covid-19 e 655 mil óbitos em decorrência da doença respiratória, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Fonte: DW

Por que próximo veículo espacial da Nasa pode descobrir se já houve vida em Marte

Por que próximo veículo espacial da Nasa pode descobrir se já houve vida em Marte

Paul Rincon Editor de ciência da BBC News
29 julho 2020

Direito de imagem NASA/JPL-CALTECH Ilustração do Perseverance
Perseverance é projeto que promete avançar na exploração do Planeta Vermelho

O Perseverance, o novo robô que a Nasa lançou rumo a Marte nesta quinta-feira (30/07), fará buscas no local em que ficava um antigo lago de cratera por sinais de vidas passadas. Mas se chegou a haver biologia no Planeta Vermelho, como os cientistas a reconhecerão?

Hoje, Marte é um ambiente hostil à vida. É frio demais para a água se manter líquida na superfície, e sua atmosfera fina permite a entrada de altos níveis de radiação, o que pode esterilizar a parte superior do solo.

Mas não foi sempre assim. Há cerca de 3,5 bilhões de anos ou mais, a água fluía na superfície. Ela esculpiu canais ainda visíveis hoje e criou crateras. Uma atmosfera mais espessa de dióxido de carbono (CO2) teria bloqueado a radiação mais nociva.

A água é um ingrediente comum na biologia, por isso, parece plausível que Marte, em um passado longínquo, tivesse oferecido condições para vida.

Na década de 1970, as missões chamadas de Viking realizaram um experimento para procurar micróbios no solo marciano. Mas os resultados foram inconclusivos.

Indícios de água
No início dos anos 2000, os robôs chamados de Veículos Exploradores de Marte da Nasa foram incumbidos de "seguir a água". O Opportunity e o Spirit encontraram evidências geológicas da presença de água líquida no passado.

O veículo explorador Curiosity, que aterrissou em 2012, encontrou o lago que, no passado, cobria o lugar onde pousou, a cratera Gale, onde pode ter havido vida. Ele também detectou moléculas orgânicas (contendo carbono) que servem como "blocos de construção da vida".

Agora, o robô Perseverance explorará um ambiente semelhante com instrumentos projetados para realizar testes em busca de traços de biologia.

"Eu diria que é a primeira missão da Nasa desde a Viking a fazer isso", disse Ken Williford cientista do Jet Propulsion Laboratory (JPL), laboratório da Nasa em Pasadena, na Califórnia, responsável pelos projetos da missão.

"O Viking buscou vida existente — ou seja, vida que ainda poderia haver em Marte. Mais recentemente, a abordagem da Nasa tem sido a de explorar ambientes mais antigos, porque os dados que temos sugerem que Marte era mais habitável durante seus primeiros bilhões de anos."

O alvo do Perserverance, que deverá pousar em Marte em fevereiro de 2021, é a cratera Jezero, onde os sinais de existência passada de líquido são ainda mais claros, quando vistos em órbita, do que os da cratera Gale.

O veículo explorador perfurará rochas marcianas, extraindo núcleos do tamanho de um pedaço de giz. Estes serão armazenados em recipientes selados e deixados na superfície. Mais tarde, estes serão coletados por outro veículo explorador, lançados à órbita de Marte e levados à Terra para análise. Tudo faz parte de uma colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA na sigla inglesa), um projeto chamado Mars Sample Return (Devolução de Amostra de Marte, em tradução livre).

Mas o veículo explorador também terá outras tarefas na superfície de Marte.

A cratera de Jezero apresenta um dos exemplos marcianos mais bem preservados de um delta: estruturas em camadas formadas quando os rios entram em corpos abertos de água e depositam rochas, areia — e, potencialmente, carbono orgânico.

"Há um canal de rio que flui do oeste, penetrando na borda da cratera; e logo depois, dentro da cratera, na foz do rio, há um belo leque de delta. Nosso plano é pousar bem na frente desse delta e começar a explorar", disse Williford.

O delta contém grãos de areia originários de rochas localizadas rio acima, incluindo de uma bacia hidrográfica que fica a noroeste.

"O cimento entre os grãos é muito interessante. Ele registra a história da água interagindo com a areia no momento da deposição no lago", diz Ken Williford.

"Ele fornece habitats em potencial para qualquer organismo que vive entre esses grãos de areia. Pedaços de matéria orgânica de qualquer organismo rio acima podem ter sido potencialmente levados para o delta."

Direito de imagem NASA robô viking
Modelo de robô da linha Viking, dos anos 1970

A Jezero está localizada em uma região que há muito interessa a ciência. Fica no lado ocidental de uma bacia de impacto (formada pelo impacto de um meteorito ou cometa) gigante chamada Isidis, que mostra os sinais mais fortes de presença dos minerais olivina e carbonato medidos a partir do espaço. "Os minerais carbonáticos são um dos principais alvos que nos levaram a explorar esta região", diz Ken Williford.

Uma pesquisa sobre os minerais na cratera Jezero, realizada por Briony Horgan, da Universidade Purdue, Melissa Rice, da Western Washington University (ambos cientistas da missão) e colegas, revelou depósitos de carbonatos na margem ocidental da antiga bacia. Esses carbonato que sobraram foram comparados ao que se vê em um ralo de banheira — o acúmulo de espuma de sabão que resta depois que a água é drenada.

Carbonatos terrestres podem conter evidências biológicas dentro de seus cristais. Um tipo de estrutura que às vezes sobrevive é o estromatólito.

Eles são formados quando muitas camadas de bactérias e sedimentos, em escala milimétrica, se acumulam ao longo do tempo. Na Terra, eles ocorrem ao longo de linhas costeiras antigas, onde a luz do sol e a água são abundantes.

Há bilhões de anos, a costa de Jezero era exatamente o tipo de lugar onde estromatólitos poderiam ter se formado — e se preservado.

O Perseverance examinará o tal ralo da banheira rico em carbonato com seus instrumentos científicos, para ver se estruturas como essa já se formaram ali.

Um instrumento chamado Sherloc captura imagens de perto de uma rocha e produz um mapa detalhado dos minerais presentes ali, incluindo qualquer material orgânico. Outro instrumento chamado Pixl fornecerá aos cientistas a composição química detalhada da mesma área.

Com esse conjunto de dados, os cientistas "procurarão concentrações de elementos biologicamente importantes, minerais e moléculas — incluindo matéria orgânica, especialmente quando essas coisas estiverem concentradas em formas que são potencialmente sugestivas de biologia", diz Ken Williford.

Reunir muitos tipos de evidência é vital; a identificação visual por si só não será suficiente para convencer os cientistas de origem biológica. A não ser que haja uma grande surpresa, as descobertas provavelmente serão descritas apenas como "bioassinaturas" em potencial até que as rochas sejam enviadas à Terra para análise.

Direito de imagem Science Photo Library estromatólito
As camadas em um estromatólito são irregulares e enrugadas; a nave procurará formas semelhantes

Sobre os estromatólitos, Williford explica: "As camadas tendem a ser irregulares e enrugadas, como seria de se esperar de um monte de micróbios vivendo um em cima do outro. Essa coisa toda pode fossilizar de uma maneira visível até mesmo para as câmeras. Em formas assim, talvez possamos ver uma camada que tenha uma composição química diferente da seguinte, ou que seja possível identificar algum padrão repetitivo, ou achamos matéria orgânica concentrada em camadas específicas — essas seriam as 'bioassinaturas' que poderíamos esperar encontrar."

No entanto, Marte pode não desistir de seus segredos facilmente. Em 2019, cientistas da missão visitaram a Austrália para se familiarizar com estromatólitos fósseis formados há 3,48 bilhões de anos na região de Pilbara.

"Teremos que olhar mais [em Marte] do que quando fomos para Pilbara. Nosso conhecimento da área ali vem de décadas de muitos geólogos indo ano após ano e mapeando o território", diz Ken Williford.

Em Marte, diz, "nós somos os primeiros".

Mas e se o veículo explorador não enxergar algo tão grande e óbvio quanto um estromatólito?

Na Terra, podemos detectar micróbios fossilizados no nível de células individuais. Mas, para vê-los, os cientistas precisam cortar uma fatia de pedra, triturá-la até a espessura de uma folha de papel e estudá-la em uma lâmina de vidro.

Nenhum veículo explorador é capaz de fazer isso. Mas pode não ser necessário.

"É muito raro encontrar um micróbio individual por conta própria", diz Williford.

"Quando eles estavam vivos — se fossem parecidos com os micróbios da Terra — eles teriam se unido em pequenas comunidades que se acumulam em estruturas ou aglomerados de células que são detectáveis pelo veículo espacial."

Direito de imagem Science Photo Library Estromatólitos em Shark Bay, Austrália
Estromatólitos em Shark Bay, na Austrália

Depois de explorar o chão da cratera, os cientistas querem dirigir o veículo explorador até a borda. Os núcleos de rochas levados dessa parte, quando forem analisados na Terra, podem fornecer uma estimativa de idade para o impacto que escavou a cratera e uma idade máxima para o lago.

Mas há outra razão para estar interessado na borda da cratera. Quando um grande objeto espacial bate nas rochas que contêm água, a energia gerada pode criar sistemas hidrotérmicos — onde a água quente circula pelas rochas. A água quente dissolve minerais das rochas que fornecem os ingredientes necessários para a vida.

"Se isso aconteceu, teria sido o primeiro ambiente habitável na cratera Jezero", diz Ken Williford. A prova disso — juntamente com sinais de vida do que colonizou o ambiente — poderia estar preservada na borda.

O cenário atual da missão prevê que o veículo explorador se dirija para a região de Syrtis, mas é um objetivo mais longínquo.

Syrtis é mais antiga que Jezero e também possui a promessa de ter carbonatos expostos — que podem ter se formado de maneira diferente dos da cratera.

Se, no final desta missão, os sinais de vida passada não surgirem, a busca não terminará. O foco se voltará para os núcleos extraídos das rochas, quando chegarem à Terra.

Mas a perspectiva continua sendo que a missão não apenas levante mais perguntas, mas de fato traga algumas respostas. Isso seria incrível. O que quer que esteja à espera do Perseverance, estamos à beira de uma nova fase em nossa compreensão do vizinho da Terra.

Fonte: BBC

Tubarões estão 'funcionalmente extintos' em 20% dos recifes, diz pesquisa

Tubarões estão 'funcionalmente extintos' em 20% dos recifes, diz pesquisa

BBC
28 julho 2020

Direito de imagem Getty Images
tubarões e peixes
A população de tubarões — os temidos predadores dos mares — caiu, segundo um novo estudo.

Uma pesquisa publicada na revista científica Nature diz que a pesca é responsável pela diminuição da quantidade de tubarões em muitos dos recifes de coral do mundo.

A partir de uma rede de câmeras subaquáticas, os pesquisadores descobriram que os tubarões estavam "funcionalmente extintos" em 20% dos recifes pesquisados.

Uma espécie é "funcionalmente extinta", segundo classificação da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, quando sua população reduzida não mais representa um papel significante no ecossistema ou quando a população de reprodutores é tão pequena que ela não é mais capaz de se sustentar.

Os pesquisadores culpam as técnicas de pesca "destrutivas e não-sustentáveis" pelos problemas que identificaram em 58 países.

"Os tubarões estavam quase completamente ausentes dos recifes em vários países", diz o estudo.

Direito de imagem Getty Images um tubarão
Pesquisadores estudaram tubarões em 371 recifes ao longo de quatro anos.

Os tubarões desempenham um papel fundamental para manter o ecossistema do oceano saudável — de onde vem parte da alimentação de muitos de nós.

Uma população saudável de tubarões também é crucial para países cuja economia depende do turismo, já que muitos destinos têm o mergulho como atração.

Globalmente, estima-se que cerca de 100 milhões de tubarões sejam mortos a cada ano por quem busca extrair suas barbatanas e carne.

Direito de imagem Getty Images um tubarão
Mais de 15 mil horas de filmagem capturaram 59 espécies diferentes de tubarões.

Segundo o estudo, os recifes mais afetados são os que ficam próximos de populações humanas em países com práticas fracas de governança.

Os pesquisadores apontam que os países com pior classificação para tubarões de recife incluem Catar, República Dominicana, Colômbia, Sri Lanka e o território americano de Guam.

Dos 58 países estudados, 34 tinham número de tubarões que correspondia à metade do que era esperado pelos cientistas. Isso, segundo eles, sugere que a perda de tubarões é bastante comum entre os recifes em todo o mundo.

Mas eles encontraram exceções. A população de tubarões continua relativamente alta no maior sistema de recifes de corais do mundo, a Grande Barreira de Corais, na costa da Austrália.

Direito de imagem Getty Images
um tubarão
A redução no número de tubarões está afetando a saúde dos recifes de coral.

Lugares como as Bahamas e a Austrália tinham características que os cientistas associaram a "aumento da abundância de tubarões de recife".

Esses lugares eram vistos como "bem governados e com forte administração" nos santuários de tubarões, áreas em que a pesca comercial é proibida.

Como resolver esse problema?
A boa notícia sobre a população de tubarões é que essa queda pode ser revertida, de acordo com os especialistas.

Para alcançar "ganhos significativos em conservação", é importante implementar políticas que provavelmente serão aceitas em diferentes sociedades, segundo os especialistas.

O estudo identifica duas formas de ajudar nos esforços de conservação dos tubarões. Uma delas é a gestão responsável da pesca, que consegue extrair benefícios sustentáveis ​​a partir de recursos oceânicos renováveis.

Outra medida, segundo eles, é a adoção de medidas em todo o mundo de proibição de caça e do comércio de tubarões.

Fonte: BBC

Fies encerra inscrições nesta sexta-feira

Fies encerra inscrições nesta sexta-feira

Interessados tem até as 23h59 de hoje para se inscreverem

Karine Melo - Repórter Agência Brasil - Brasília
31/07/2020 - 09:25

© Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Interessados em se inscrever no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) tem até as 23h59 desta sexta-feira (31) para disputar uma das 30 mil vagas ofertadas no processo seletivo do segundo semestre de 2020. Até as 18h de ontem (30), o Ministério da Educação (MEC) registrou 74 mil 397 inscrições. Ainda segundo registros do sistema, tanto a velocidade de navegação quanto o volume de candidatos inscritos superam os dados registrados na edição do Fies do segundo semestre de 2019, quando, ao final do terceiro dia de inscrições, o registro era de 61.408 inscritos.

Resultado
O resultado do Fies será divulgado no dia 4 de agosto. O período para complementação da inscrição dos candidatos pré-selecionados será do dia 4 até as 23h59 de 6 de agosto. Os candidatos não pré-selecionados na chamada única do Fies poderão disputar uma das vagas ofertadas por meio da lista de espera, a inclusão será automática. Nesse caso, o prazo de convocação será do dia 4 até as 23h59 de 31 de agosto.

Fonte: EBC

Plástico nos oceanos pode chegar a 600 milhões de toneladas em 2040

Plástico nos oceanos pode chegar a 600 milhões de toneladas em 2040

Projeção é feita pelo estudo Breaking the Plastic Wave

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
31/07/2020 - 06:14
© Foto ONU: Martine Perret

Caso não sejam tomadas medidas urgentes e de impactos ambientais e financeiros, o volume de plástico existente no mercado dobrará, o volume anual do produto que entra no oceano subirá de 11 milhões de toneladas, em 2016, para 29 milhões de toneladas, em 2040, e a quantidade nos oceanos quadruplicará, atingindo, no mesmo período, mais de 600 milhões de toneladas.

A projeção foi feita pelo estudo Breaking the Plastic Wave (Quebrando a Onda dos Plásticos, em tradução livre), publicado este mês pela Pew Charitable Trusts e a Systemiq e feito em parceria pela Fundação Ellen MacArthur, Universidade de Oxford, Universidade de Leeds e Common Seas.

Os 29 milhões de toneladas de plástico que poderão entrar nos oceanos em 2040 representarão 100% de emissão de gases de efeito estufa, envolvendo um cenário sem mudanças na cultura ou no comportamento do consumidor. O custo líquido desse vazamento é estimado em US$ 940 bilhões por ano.

Em entrevista por e-mail à Agência Brasil, o líder da iniciativa Nova Economia do Plástico, criada em 2016 pela Fundação Ellen MacArthur, Sander Defruyt, explicou que o cenário descrito no estudo é uma projeção do que pode ocorrer caso o cenário permaneça como está. “Ele revela o quanto é poluente e desperdiçador o atual sistema e reforça a necessidade de uma mudança. A transição para uma economia circular do plástico poderia gerar economia anual estimada em US$ 200 bilhões, em comparação ao cenário atual, além dos benefícios ambientais e climáticos”.

Solução prévia
Para a idealizadora da fundação, Ellen MacArthur, a solução tem que ser encontrada muito antes que o plástico chegue aos oceanos. Ela reiterou que uma mudança em direção a uma economia circular, com a máxima redução do uso do plástico, da coleta e reciclagem, e a substituição do produto sempre que possível, permitiria que,até 2040 o volume que entra nos oceanos caísse para 5 milhões de toneladas por ano.

O custo líquido total para todo o sistema, que abrange desde a matéria-prima até a produção e o gerenciamento pós-uso, seria reduzido para US$ 740 bilhões. Considerando dados de 2016, que indicam um vazamento de 11 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, a redução seria de 52%. A emissão de gases poluentes na atmosfera diminuiria para 75% ao ano.

A economia circular é um conceito econômico que faz parte do desenvolvimento sustentável. É uma nova forma de pensar o futuro e como os seres humanos de relacionam com o planeta, dissociando o crescimento econômico e o bem-estar humano do consumo crescente de novos recursos.

Plástico retirado de oceanos é mostrado em exposição - Marieta Cazarré/Agência Brasil

Medidas
A Fundação Ellen MacArthur enumera, entre as ações urgentes a serem adotadas pelos países e pela sociedade, a eliminação dos plásticos não necessários, “não só removendo os canudos e as sacolas, mas também ampliando modelos de entrega inovadores, que levem os produtos aos clientes sem embalagem ou utilizando embalagens retornáveis e estabelecendo metas ambiciosas para reduzir o uso de plástico virgem”. A entidade avalia que a redução do uso em cerca de 50% até 2040 equivaleria a um crescimento líquido nulo no uso de plásticos para o período.

Todos os itens plásticos devem ser projetados para ser reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis, indica a fundação. Para a entidade, é essencial financiar a infraestrutura de modo a aumentar a capacidade de coleta e circulação desses itens, o que demandaria recursos em torno de US$ 30 bilhões anuais. Por essa razão, recomenda que devem ser implementados em todo o mundo, com urgência, “mecanismos que melhorem as condições econômicas da reciclagem e forneçam fluxos de financiamento estáveis com contribuições justas da indústria”, como a responsabilidade estendida do produtor e outras iniciativas.

Sander Defruyt afirmou que não existe uma solução única para o problema do plástico, como mostra o estudo. “Reduzir, reutilizar e reciclar são todos elementos que precisam compor a solução”. Ele informou que, atualmente, apenas 14% das embalagens são recolhidas para reciclagem no mundo. “Sem um redesenho fundamental e inovação, cerca de 30% das embalagens plásticas nunca serão reutilizadas ou recicladas. Portanto, embora a reciclagem seja um componente da solução, ela não é uma solução em si.”
Inovação

A busca da inovação deve ser constante na direção de novos modelos de negócio, design de produtos, materiais, tecnologias e sistemas de coleta, com o objetivo de acelerar a transição para uma economia circular. De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, “se as indústrias do plástico e de gestão de resíduos intensificassem as atividades de pesquisa e desenvolvimento, para alcançar um nível equivalente à da indústria de maquinário, por exemplo, isso criaria uma agenda no setor de US$ 100 bilhões até 2040”, o que significaria quadruplicar os investimentos nessas áreas em relação ao que ocorre atualmente.

A adoção dessas ações de economia limpa, ou circular, poderia gerar economia anual de US$ 200 bilhões, com a criação de um saldo líquido de 700 mil empregos adicionais até 2040 e redução das emissões de gases de efeito estufa da ordem de 25 pontos percentuais, indica o estudo. Defruyt completou que é preciso uma abordagem robusta de economia circular para eliminar os plásticos que não são necessários, inovar para que todos aqueles de que o mundo precisa possam ser reutilizados de maneira segura e circular todos os plásticos necessários, mantendo-os na economia e fora do meio ambiente”.

Para Ellen MacArthur, o estudo confirma que caso não ocorra uma mudança expressiva, até 2050 os oceanos podem conter mais plásticos do que peixes. "Para combater o desperdício e a poluição, temos que intensificar os esforços radicalmente e acelerar a transição para uma economia circular. Precisamos eliminar os plásticos dos quais não precisamos e reduzir significativamente o uso de plástico virgem. Precisamos inovar para criar novos materiais e modelos de reuso. E precisamos de melhor infraestrutura para garantir que todos os plásticos que usamos circulem na economia e nunca se tornem resíduo ou poluição."

Nova economia
A Fundação Ellen MacArthur foi criada em 2010 e estabeleceu a economia circular como agenda prioritária para líderes de todo o mundo. Seu trabalho se concentra em sete áreas, que são pesquisa e análise, empresas, instituições, governos e cidades, iniciativas sistêmicas, design circular, aprendizagem e comunicação.

Em 2016, a fundação criou a iniciativa Nova Economia do Plástico, que mobiliza governos e empresas para uma visão comum sobre o problema. Em outubro de 2018, lançou o Compromisso Global, com a missão de eliminar embalagens plásticas desnecessárias ou problemáticas e inovar para que todas sejam 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis e possam circular de maneira fácil e segura sem se que se tornem poluição.

Embora os consumidores possam tentar melhores escolhas em suas decisões de compra, eles ainda ficam restritos a escolher entre uma série de alternativas que são disponibilizadas pela indústria, observou Sander Defruyt. Sugeriu que as marcas e varejistas, por sua vez, podem optar pela adoção de modelos de reúso ou de uso único, pelo emprego de plásticos virgens ou incorporação de conteúdo reciclado.

Fim da distribuição gratuita de sacolas pelos supermercados, a fim de reduzir o excesso de plástico descartado no meio ambiente - Fernando Frazão/Agência Brasil

“Mais de 850 organizações em todo o mundo já se comprometeram com essa visão de uma economia circular para os plásticos. Por meio do nosso Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico, governos, líderes e empresas, que juntos representam 20% da produção global de embalagens plásticas, assumiram metas ambiciosas e mensuráveis para acelerar a transição para uma economia circular do plástico. Além disso, a nossa rede de Pactos do Plástico está reunindo atores da indústria em iniciativas regionais e nacionais para criar soluções de economia circular para o setor”, disse Defruyt.
Engajamento

Empresas como a Amcor, Coca-Cola Company, Danone, L’Oréal, Nestlé, PepsiCo, Unilever, Walmart são parceiras da ação, que tem também entre os signatários os governos da França e do Chile, entre outros, a Prefeitura Municipal de São Paulo e organizações não governamentais (ONG) como a WWF. O livro Reuse, publicado pela fundação no ano passado, mostra que a substituição de 20% das embalagens de uso único por embalagens reutilizáveis representa, em termos globais, oportunidade econômica equivalente a pelo menos US$ 10 bilhões.

O líder da Nova Economia do Plástico relatou que, ao longo dos últimos anos, foram observados avanços relevantes de alguns dos principais representantes da indústria global do produto em relação aos seus compromissos.A Coca-Cola, por exemplo, está aplicando modelos de reúso em 27% do seu volume de negócios na América Latina, e a Danone hoje usa esses modelos em 50% do seu negócio de águas.

A Nestlé investiu US$ 2 bilhões para incentivar o mercado a fornecer plásticos reciclados de boa qualidade, que possam ser usados para embalar produtos alimentícios. Diversas marcas, varejistas e fabricantes de embalagens plásticas estão eliminando do portfólio formatos de embalagem de uso único, como canudos e sacolas.

“Nós também percebemos uma mudança de atitude em relação a esquemas de responsabilidade estendida do produtor, que antes eram vistos como custo a ser evitado. Hoje, as empresas já reconhecem a necessidade de investir em sistemas de recuperação de materiais a fim de atingir as metas da indústria”, afirmou Defruyt.

Ranking
Embora não haja um ranking de países ou regiões em relação a ações para criar uma economia circular do plástico, Dreuyt disse que pode ser identificada uma série de governos que já assumiram compromissos públicos para acelerar a transição para uma economia circular e, com isso, estabelecem uma visão para guiar os esforços da indústria.

Os signatários do Compromisso Global incluem governos nacionais em cinco continentes (entre eles Chile, França, Granada, Nova Zelândia, Peru, Portugal, Reino Unido e Seychelles), além de cidades líderes como Austin, Copenhague, Buenos Aires e, no Brasil, São Paulo. A rede de Pactos do Plástico já tem hoje iniciativas estabelecidas no Reino Unido, na França, no Chile, nos Países Baixos, na África do Sul e em Portugal, além de um pacto regional na Europa.
Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Coleção Biblioteca Básica UFF: inscrições abertas para seleção de originais

Coleção Biblioteca Básica UFF: inscrições abertas para seleção de originais
Novos tempos exigem ações capazes de suprir os anseios da sociedade, sem perder de vista os desafios futuros. Pensando nisso, a Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio de sua Editora, a Eduff, lançou o edital da Coleção Biblioteca Básica UFF, que tem por objetivo a publicação de e-books voltados para a formação de alunos de graduação.
Além de abarcar diversas disciplinas, os volumes da nova coleção serão disponibilizados gratuitamente, contribuindo para o acesso democrático ao conhecimento. “A Coleção Biblioteca Básica UFF pretende incentivar a produção de obras que aliem rigor e excelência, no intuito de garantir sobretudo aos alunos de graduação o acesso a materiais de ponta nas mais diferentes áreas do conhecimento humano. Essa é uma iniciativa da Reitoria e da Eduff, que envolve os docentes da UFF, mas deve se constituir em um patrimônio aberto a todos os estudantes do país”, explica Renato Franco, diretor da Eduff.
Para participar do processo seletivo, os autores devem ter título de doutor e pertencer ao quadro docente da UFF. Em se tratando de obras em coautoria, poderá haver autor(res) com, pelo menos, título de mestre, sem necessariamente estar vinculado à Universidade. As propostas serão aceitas até 20 de dezembro, pelo e-mail editaiseduff@gmail.com.
Serão selecionadas até 20 originais para publicação, nos formatos de ePub e PDF. As obras inscritas deverão ser inéditas e de caráter formativo, como manuais, obras de referência, trabalhos sobre o “estado da arte” e livros-textos que apresentem sínteses sobre determinada temática do campo científico. Serão aceitas propostas de todas as áreas do conhecimento.
Confira o edital completo e o formulário de inscrição.

Fonte: UFF

Ferramenta mapeia trânsito de resíduos sólidos no Brasil

Ferramenta mapeia trânsito de resíduos sólidos no Brasil

A cada ano, país gera 79 milhões de toneladas de resíduos e descarta 42 milhões de maneira irregular

Revista Brasil
No AR em 14/07/2020 - 14:08

Na corrida contra os lixões, a Associação Brasileira de Empresas de Resíduos e Efluentes (Abetre) e Ministério do Meio Ambiente lançaram recentemente o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR). A ferramenta digital mapeia o trânsito de resíduos sólidos do país. É a primeira vez que o Brasil adotará um sistema eficiente de mapeamento.
Para falar mais sobre essa ferramenta, o Revista Brasil desta terça-feira (14) conversou com o presidente da Abetre, Luiz Gonzaga.

Acompanhe a entrevista completa clicando aqui.

Segundo ele, o sistema começou em 2019 quando já dispunham de um programa on-line que fazia a rastreabilidade do ponto onde o resíduo é gerado até o seu destino adequado. Então, o que melhora com a obrigatoriedade através da portaria do Ministério?
A partir daí, ele garante que todas as empresas que geram resíduos em estabelecimentos públicos e outros passarão, a partir de 1º de janeiro de 2021, a informar toda a condução dessas 79 milhões de toneladas, anual, que geramos no país. E quanto aos lixões clandestinos?
De acordo com Luiz Gonzaga, o Brasil tem atualmente 3.257 lixões. Infelizmente, segundo ele, isso se deve muito às autoridades locais que postergam o assunto.
Na entrevista, ele comentou também a expectativa para a sanção presidencial ao Marco Regulatório do Saneamento, previsto para esta quarta-feira (15).

Fonte: EBC

O médico que descobriu como a cólera se espalha (e impediu a doença de causar mais mortes)

O médico que descobriu como a cólera se espalha (e impediu a doença de causar mais mortes)

11 julho 2020
Dr John Snow 
John Snow descobriu transmissão da cólera e salvou vidas
No século 19, médicos estavam perplexos com a morte de milhões de pessoas em todo o mundo por causa de uma doença misteriosa.
Era a cólera e ninguém sabia como evitá-la, até que um médico inglês, John Snow, começou a investigar o surto de 1854.
Naquela época, Londres estava em pleno vapor - coração do vasto império da rainha Vitória e, portanto, um centro de comércio internacional.
Sua população estava crescendo rapidamente; havia aglomeração e miséria.
"Era entre os pobres, com famílias que viviam, dormiam, cozinhavam, comiam e se asseavam juntas em um um único cômodo que a cólera se expandia", escreveu Snow.
Como muitos outros na época, ele ficou horrorizado com as condições em que muitos londrinos viviam, mas observou algo importante durante os surtos de cólera das décadas de 1840 e 1850.
"Quando, por outro lado, a cólera é introduzida em casas menores, raramente passa de um membro da família para outro. O uso constante da pia e da toalha, e o fato de que os cômodos para cozinhar e comer não sejam as mesmas do que a do doente, é a razão disso".
Snow concluiu que a cólera não se espalhava pelo ar ou pela respiração. Ele acreditava que a doença era contraída quando algo contaminado era ingerido.
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"Uma corte para o rei da cólera", diz esta ilustração feita em 1852, que descreve uma cena típica de condições superlotadas e insalubres nas favelas de Londres. A cólera apareceu pela primeira vez na Grã-Bretanha em 1831, e surtos ocorreram regularmente em Londres em meados do século 19 
"Uma corte para o rei da cólera", diz esta ilustração feita em 1852, que descreve uma cena típica de condições superlotadas e insalubres nas favelas de Londres. A cólera apareceu pela primeira vez na Grã-Bretanha em 1831, e surtos ocorreram regularmente em Londres em meados do século 19
Monitoramento abrangente
Naquela época, a doença aterrorizante era constantemente rastreada: "Ela está em Moscou"; "Ela está em Paris"; "Ela está na Ásia", diziam as manchetes dos jornais.
Seu primeiro registro na Inglaterra é de 1831.
Mas muito pouco se sabia sobre a cólera, exceto que ela matava rapidamente, muitas vezes em questão de horas.
Também não se sabia como ou por que era tão contagiosa.
Alguns cientistas acreditavam que um agente infeccioso poderia ser transmitido de pessoa para pessoa, mas levaria 30 anos até que a teoria germinativa ou microbiana das doenças infecciosas fosse comprovada cientificamente.
Em vez de ouvi-los, as autoridades de saúde de Londres se concentraram na poluição da cidade.
A teoria era a miasmática, segundo a qual as partículas de doenças flutuavam no cheiro repugnante de vegetais podres, carne, lixo humano e esterco de cavalo, tudo misturado com o ar repleto de fuligem de Londres.
Fazia sentido, especialmente para quem queria despoluir a cidade.
Mas John Snow não era apenas um especialista em fluxo de ar e gás - ele já havia desenvolvido a ciência da anestesia - mas também visto a cólera de perto durante a primeira epidemia do Reino Unido no início da década de 1830.
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Caricatura satirizando medidas de prevenção contra cólera 
Sem saber o que causava a cólera, multiplicavam-se medidas preventivas, como mostra esta litografia publicada durante uma epidemia de cólera. Ela retrata um homem vestido com um traje volumoso feito de preventivos inúteis, incluindo chiclete da Índia, máscara facial e bagas de zimbro. O comentário satírico abaixo também recomenda arrastar um carrinho pequeno contendo mais itens e conclui que "seguindo exatamente essas instruções, você pode ter certeza de que a cólera... o atacará primeiro".
Médico aprendiz
Como um médico aprendiz de 18 anos, Snow fora enviado para uma mina de carvão no nordeste da Inglaterra para tratar os doentes.
"A comunidade de mineração sofreu mais do que qualquer outra na Inglaterra, uma circunstância que eu acho que só pode ser explicada pelo modo de transmissão da doença: não há banheiros nas minas, os trabalhadores passam tanto tempo ali que são obrigados a levar sua própria comida, que comem, invariavelmente, com as mãos sujas e sem talheres."
John Snow e mapa 
Colera matava milhões em todo o mundo no século 19
Snow se deu conta de que a cólera estava se espalhando de pessoa para pessoa, especificamente quando as fezes que continham o patógeno que causa a doença eram ingeridas inadvertidamente.
Ele desenvolveu sua teoria ao longo dos anos; portanto, quando o surto de cólera de 1854 chegou, rapidamente começou a testá-la.
"O mais terrível surto de cólera que já ocorreu neste reino é provavelmente o que ocorreu em Broad St., Golden Sq. E nas ruas próximas algumas semanas atrás. Houve mais de 500 casos fatais de cólera em 10 dias".
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Kit de primeiros socorros para a cólera 
Kit de primeiros socorros para a cólera usado na Inglaterra entre 1849-1900 com medicamentos para o tratamento de doenças gastrointestinais infecciosas: inclui gotas de ópio para aliviar a dor e outras com catechu (extrato de acácia) para reduzir a inflamação no revestimento do intestino, além de instruções para misturar os remédios
"A mortalidade nesta área limitada provavelmente é igual àquela que foi causada neste país, mesmo pela peste negra".
Embora não fosse oficialmente membro do Conselho de Saúde, ele se sentiu obrigado a investigar o que estava acontecendo, movido por seu interesse pela ciência.

Uma bomba de água
Ele logo percebeu que aquele surto em particular ocorrera em torno de uma bomba de água compartilhada que a maioria dos habitantes usava para coletar água para beber e lavar.
"Assim que cheguei ao local, percebi que todas as mortes haviam ocorrido nas proximidades da bomba de água".
Mais tarde, foi descoberto que uma fossa localizada embaixo de uma das casas próximas vazava no poço que abastecia a bomba de água. Mas, curiosamente, um grande grupo de pessoas próximas à bomba não foi afetado.
John Snow investigou mais.
"Há uma cervejaria perto da bomba de água, e percebendo que nenhum cervejeiro estava na lista dos que tinham morrido de cólera, visitei o Sr. Hoggins, o proprietário".
"Ele me informou que havia mais de 70 funcionários em sua fábrica de cerveja e nenhum tinha sofrido de cólera. Os homens foram autorizados a beber uma certa quantidade de licor de malte, e o Sr. Hoggins pensou que eles nem sequer bebiam água."
Isso levou Snow a postular uma hipótese de que a transmissão não ocorria apenas pela ingestão de água suja, mas com água contaminada por um bicho (no caso, a bactéria Vibrio cholerae).
E ele encontrou a maneira perfeita de demonstrar isso, quando descobriu uma área no sul de Londres que recebia água de dois fornecedores diferentes.
Um deles retirou a água de uma parte do Rio Tâmisa contaminada com esgoto; o outro de uma fonte pura.
Ele descobriu que aqueles que bebiam água da primeira fonte eram mais propensos a morrer de cólera do que os outros e, como eram vizinhos, a teoria miasmática não se aplicava nesses casos.
John Snow morreu vítima de um derrame apenas alguns anos depois: ele nunca viveu para ver o Conselho de Saúde Pública do Reino Unido reconhecer completamente sua teoria, nem o sistema de esgoto de Londres, que começou a ser construído logo após sua morte.
A Organização Mundial da Saúde diz que até 4 milhões de casos de cólera ocorrem por ano no mundo, que poderiam ser evitados com o fornecimento de água potável e saneamento.
No Brasil, "a partir de 2006, não houve casos autóctones de cólera, tendo sido notificados apenas três casos importados, um de Angola (2006), um da República Dominicana (2011) e um de Moçambique (2016)", segundo o Ministério da Saúde.

Fonte: BBC

Estudante do Paraná cria respirador emergencial de baixo custo

Estudante do Paraná cria respirador emergencial de baixo custo 

Preço médio do equipamento é de R$ 2,5 mil

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro 
27/07/2020 - 05:55

O estudante Robson Muniz, do curso de engenharia civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), criou um respirador emergencial de baixo custo, utilizando componentes nacionais. O custo médio total, de R$ 2,5 mil, é bem inferior ao dos ventiladores mecânicos de preços mais acessíveis, como os adquiridos pelo Ministério da Saúde em abril deste ano, a US$ 13 mil cada, cerca de R$ 69,6 mil em valores atuais.
Para desenvolver o aparelho, foi usada uma bolsa de ressuscitação manual, conhecida como “bolsa Ambu”, um motor de vidro elétrico de carro, disponível em qualquer lugar, e peças mecânicas, projetadas de modo a permitir que a máquina seja potente, mas leve. “Na parte eletrônica que controla o motor, o respirador usa uma placa (de prototipagem eletrônica de código aberto) chamada Arduíno, que tem hardware (parte física de um computador) incorporado”, explicou Muniz à Agência Brasil. Esse hardware serve para controlar a velocidade com que a bolsa vai ser pressionada, bem como o volume de ar que o paciente vai receber por minuto.
Robson Muniz esclareceu que o projeto foi desenvolvido obedecendo a todos os requisitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e contou com apoio de todo os professores do curso de engenharia da PUCPR. O estudante vem trabalhando no respirador manual desde maio e aguarda para esta semana a certificação pela Anvisa, para que possa buscar investidor interessado em produzir em escala.

Estudante paranaense desenvolve respirador de baixo custo
Estudante paranaense desenvolve respirador de baixo custo - Divulgação PUCPR

A ideia, segundo ele, é “fazer uma coisa bem acessível que possa servir em postos de saúde, hospitais, no atendimento a pessoas infectadas pela covid-19, desde a unidade de pronto-atendimento até a unidade de terapia intensiva”. Testes foram realizados nos dois hospitais da PUCPR, que são o Universitário Cajuru (HUC) e o Marcelino Champagnat.

Montagem rápida
Como a demanda mundial durante a pandemia do novo coronavírus era muito maior que a oferta, a intenção do estudante da PUCPR era desenvolver um respirador artificial que pudesse ser produzido rapidamente. Cada motor desse tipo que ele desenvolveu é montado em menos de uma hora, por uma pessoa sozinha. “Dá para montar centenas em um dia só”, destacou. O projeto pode ser reproduzido em nível nacional, para alcançar maior número possível de pessoas.
Muniz observou, no entanto, que esse é um equipamento emergencial, liberado pela Anvisa para uso durante a pandemia. “Depois da pandemia, ele tem que ser recolhido. Ele é, justamente, para aliviar o sistema de saúde neste momento”, esclareceu. O projeto tem que ser muito robusto porque fica ligado direto, no minimo, durante 15 dias. “Ele não pode dar defeito porque o paciente fica sedado e respira por meio dele.
A máquina foi validada no Centro de Simulação da PUCPR, sob a supervisão da direção geral do Hospital Universitário Cajuru (HUC), localizado em Curitiba. O diretor geral do HUC, Juliano Gasparetto, afirmou que, pelos testes executados, “o aparelho já teria condições de ser utilizado para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus e até em cirurgias”. 
Edição: Graça Adjuto 

Fonte: EBC