sexta-feira, 30 de abril de 2021

Como a mudança climática está alterando o eixo de rotação da Terra

Como a mudança climática está alterando o eixo de rotação da Terra

BBC
27 abril 2021

CRÉDITO,SPL
A inclinação do planeta depende em grande parte da forma como sua massa é distribuída

Enchentes e secas, chuvas torrenciais, incêndios infernais, temperaturas extremas, extinção de espécies.

Boa parte dos efeitos das mudanças climáticas provocadas pela ação do homem são visíveis nos quatro cantos do planeta. Alguns, contudo, não são tão óbvios.

Uma pesquisa publicada em março no periódico científico da American Geophysical Union (AGU, na sigla em inglês) mostrou que a mudança climática estaria por trás de uma série de deslocamentos no eixo de rotação da Terra desde a década de 1990.

Nos últimos 30 anos, o eixo do planeta — a linha imaginária em torno da qual a Terra gira em seu movimento sobre si mesma — teve um deslocamento acelerado. Desde 1980, a posição dos polos (que são os pontos onde o eixo de rotação da Terra cruzam a superfície) mudou cerca de quatro metros no sentido leste, diz o trabalho.

A avaliação da chamada deriva polar, o termo que denomina esse o movimento dos pólos, indica que o fluxo mudou completamente de direção em 1995 e, entre aquele ano e 2020, a velocidade do movimento dos pólos aumentou cerca de 17 vezes em comparação com o observado entre 1981 e 1995.

CRÉDITO,GETTY IMAGES
Mudança climática tem provocado derretimento acelerado de gelo nos pólos

As causas
O deslocamento do eixo da Terra, segundo especialistas, é normal.

Mudanças na distribuição da massa do planeta fazem com que o eixo se mova e, por consequência, com que os pólos se movam.

Esse movimento geralmente acontece de forma natural, seja por mudanças na atmosfera, nos oceanos ou na parte sólida da Terra.

O que a pesquisa indica, contudo, é que a ação humana é um dos motores da aceleração observada desde 1990.

Para entender o porquê é preciso revisitar alguns conceitos de física que aprendemos no ensino médio.

A rotação de qualquer objeto é afetada pela forma como sua massa é distribuída.

A distribuição do peso da Terra, por sua vez, está sempre mudando, à medida que as entranhas derretidas do planeta se agitam e sua superfície se transforma.

CRÉDITO,ALAMY
Os polos do planeta têm se deslocado em resposta a diversos fatores

Mas a água, que constitui quase três quartos do planeta, também tem um "peso" fundamental nesse processo.

Assim, os pesquisadores decidiram fazer observações sobre as massas de água, medições da perda de gelo e do volume de lençóis freáticos bombeados para uso humano para verificar seu impacto no deslocamento do eixo.

Planeta água
A pesquisa descobriu que a água é um fator chave: a perda de água das regiões polares - o gelo que derreteu e escoou para os oceanos - seria "o principal motor da rápida deriva polar após a década de 1990".

O derretimento do gelo glacial é uma consequência direta da mudança climática provocada pelo homem.

Estima-se que mais de um terço das geleiras remanescentes no mundo derreterão em menos de um século, antes de 2100. Quanto aos bancos de gelo marinho, 95% dos mais antigos e espessos que se encontravam no Ártico já desapareceram.

Os cientistas estimam que, se as emissões de gases poluentes continuarem a aumentar sem controle, o Ártico poderá ficar sem gelo durante os verões a partir de 2040.

Água para uso humano
O estudo aponta ainda como, em menor grau, a ação de bombear água para agricultura ou consumo humano também teve impacto na deriva polar.

Isso porque a água dos lençóis freáticos antes armazenada no subterrâneo tende a fluir para o mar, redistribuindo seu peso no planeta.

Especialistas estimam que, nos últimos 50 anos, os humanos extraíram 18 trilhões de toneladas de água de reservatórios subterrâneos profundos, o que nunca foi reposto.

CRÉDITO,GETTY IMAGES
Água retirada dos lençóis freáticos na maioria das vezes vai parar no mar

"As descobertas oferecem uma pista para estudar o movimento polar impulsionado pelo clima no passado", disse Suxia Liu, hidróloga da Academia Chinesa de Ciências e principal autora do estudo, em um comunicado.

A ciência já tinha vinculado o derretimento das geleiras aos movimentos observados nos pólos entre 2005 e 2012 com dados coletados pela missão Grace (acrônimo para Gravity Recovery and Climate Experiment), que lançou um satélite ao espaço em 2002.

Esta é a primeira pesquisa, contudo, a demonstrar o impacto das mudanças climáticas no eixo de rotação da Terra na década anterior ao lançamento desse sistema de monitoramento.

Fonte: BBC

Geleiras estão derretendo em ritmo acelerado

Geleiras estão derretendo em ritmo acelerado

Revista Nature mostra ainda elevação do nível dos mares em 21%

 Larissa Louhsrania - Estagiária da Rádio Nacional* - Brasília
29/04/2021

Todas as geleiras do mundo estão derretendo em ritmo acelerado. A constatação é de um estudo divulgado essa semana pela revista internacional científica Nature. As placas de gelo da Groelândia e da Antártida ficaram de fora desse estudo.

Com imagens de alta resolução do satélite Terra da Nasa, cientistas descobriram que entre os anos 2000 e 2019 as geleiras perderam em média 267 gigatoneladas de gelo por ano. E que, depois de 2015, a perda de massa subiu para 298 gigatoneladas anuais.

Pra termos a dimensão dessa perda, apenas uma gigatonelada preencheria todo o Central Park da cidade de Nova Iorque, no Estados Unidos, e chegaria a 341 metros de altura.

Os cientistas acreditam que as geleiras tem uma reação mais rápida a mudança climática quando comparadas as placas de gelo da Groelândia e da Antártida, e esse derretimento está provocando elevação no nível dos mares em cerca de 21%.
*Sob supervisão de Sheily Noleto
Edição: Sheily Noleto/ Sumaia Villela

Fonte: EBC

PROAES divulga Resultado Final da Bolsa de Apoio Emergencial referente ao mês de Abril/2021

PROAES divulga Resultado Final da Bolsa de Apoio Emergencial referente ao mês de Abril/2021

PROAES
30 ABR 2021

A Pró - Reitoria de Assuntos Estudantis divulgou hoje a lista com o resultado final e resultado dos recursos do processo seletivo da Bolsa de Apoio Emergencial referente ao mês de Abril de 2021.

Acesse o anexo deste informe para ver o resultado final e resultado dos recursos.
Anexo:

Fonte: UFF

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Embrapa apresenta novas tecnologias para a próxima safra

Embrapa apresenta novas tecnologias para a próxima safra

Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
27/04/2021 

Prestes a completar 48 anos, a Embrapa apresenta novas tecnologias para a próxima safra. Uma nova variedade de algodão transgênico, resistente a pragas, ideal para o cultivo no cerrado, vai estar disponível aos produtores brasileiros para a próxima safra. Também será apresentada a primeira variedade de soja orgânica resistente à ferrugem.

De acordo com o presidente da Embrapa, Celso Moretti, em 2020, o órgão acompanhou 172 tecnologias, desenvolvidas em parceria com representantes do agronegócio, que renderam um lucro social de R$ 61 bilhões.

Para aumentar a produção agrícola em áreas mais secas, como a caatinga do Nordeste, a Embrapa desenvolveu o uso de bactérias encontradas no mandacaru. Resultado de uma década de pesquisa, segundo Celso Moretti, essa técnica vai ajudar no desenvolvimento do milho adaptado a regiões com menos água disponível. Também foi apresentada a Aquaplus, de melhoramentos genéticos e manejo para a produção de peixes, como truta e tambaqui, e de camarão.

Fonte: EBC

Inep começa a avaliar virtualmente pedidos de cursos universitários

Inep começa a avaliar virtualmente pedidos de cursos universitários

Meta é realizar 5 mil inspeções remotas até o fim de outubro

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
28/04/2021

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Especialistas selecionados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realizaram, esta semana, as primeiras avaliações remotas de instituições de ensino superior.

Implementada com a justificativa de manter e melhorar o processo de avaliação dos cursos de graduação em todo o país, a nova modalidade de inspeção foi instituída por meio da Portaria nº 165, publicada no Diário Oficial da União da última terça-feira (20).

Segundo o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Luís Filipe de Miranda Grochocki, na segunda (26) e terça-feiras (27), comissões de especialistas avaliaram, por videoconferência, seis instituições de ensino privadas responsáveis por sete diferentes cursos de graduação. Por razões legais, a autarquia ainda não divulgou o nome das instituições, mas informou à Agência Brasil que duas delas ficam no estado de São Paulo e as demais na Bahia, no Espírito Santo, em Minas Gerais e no Paraná.

Segundo Grochocki, que acompanhou parte das avaliações, o uso de tecnologias da informação e comunicação ocorreu sem problemas. “A experiência foi excelente. Não houve dificuldades com o sistema; avaliadores e representantes das instituições ficaram à vontade e todas as inspeções foram concluídas dentro do prazo”, comentou o diretor, acrescentando que outros quatro processos para autorização de criação de novos cursos serão avaliados remotamente ainda esta semana.

A meta do Inep é realizar 5 mil inspeções remotas até o fim de outubro deste ano.

As avaliações on-line duram, no mínimo, dois dias. Cumprida esta etapa, os especialistas têm cinco dias para apresentar seus relatórios. Durante a visita virtual, os avaliadores analisam documentos, entrevistam representantes institucionais e docentes, além de avaliar as instalações físicas da instituição responsável pelo pedido de credenciamento e autorização de novos cursos, cujos processos estão sendo priorizados neste primeiro momento. Tudo por meio de videochamada.

“Não houve mudanças nos procedimentos de avaliação. Mantivemos o rigor do processo, cumprindo as normas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Tudo acontece ao vivo, e o local é verificado por meio de geolocalização”, comentou Grochocki, explicando que a possibilidade de estender o modelo de avaliação virtual para os processos de recredenciamento de cursos já em funcionamento ainda será avaliado com o Ministério da Educação e com a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes).

Para o diretor, além de agilizar o processo de avaliação e otimizar o uso de recursos públicos, a análise remota pode dar mais transparência ao sistema. “Este procedimento permite que técnicos do Inep passem a acompanhar de perto [o trabalho dos especialistas selecionados], o que nem sempre tínhamos condições de fazer. Além disso, as visitas agora ficarão gravadas, permitindo, quando necessário, que tudo seja conferido”, disse Grochocki, minimizando a possibilidade de aspectos que seriam constatados presencialmente não serem percebidos na videochamada.

“Não vejo grandes riscos. Inclusive porque estamos pedindo documentação adicional, como a planta dos prédios. Pode acontecer de, às vezes, termos uma visão melhor do todo”, acrescentou o diretor, destacando que os especialistas que prestam serviço ao Inep estão sendo capacitados a utilizar a tecnologia.

Os avaliadores são profissionais de diferentes áreas de especialização, selecionados por meio de chamada pública. Atualmente, o instituto tem mais de 8 mil interessados no trabalho inscritos em sua base de dados. “Em meio à pandemia, a avaliação remota dá mais segurança também aos avaliadores”, concluiu Grochocki.

A fim de orientar avaliadores e representantes das instituições de ensino, o Inep elaborou o Guia de Boas Práticas de Avaliação Externa Virtual in Loco, que está disponível na internet do instituto. Mais detalhes sobre a avaliação remota podem ser consultados na página do instituto.
Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC

Trabalhadores da Educação poderão se vacinar contra a Covid-19 a partir da próxima semana

Trabalhadores da Educação poderão se vacinar contra a Covid-19 a partir da próxima semana

SCS
28 ABR 2021

A partir do dia 03 de Maio começarão a ser vacinadas as pessoas com comorbidades e os grupos prioritários, que incluem trabalhadores da educação, rodoviários, profissionais de limpeza urbana, agentes de trânsito, e profissionais da área de segurança em atividade na cidade de Niterói. Isto inclui docentes, técnicos-administrativos e terceirizados que trabalham nos campi da UFF localizados no Município.

Os profissionais dos grupos prioritários, entre esses os servidores e terceirizados da Universidade, deverão apresentar RG e CPF, contracheque do mês corrente ou uma declaração atual do local de trabalho, com data, assinatura e carimbo do empregador.
Confira abaixo a relação dos postos de atendimento, que funcionam de segunda à sexta, com entrada das 08h às 16h. E aos sábados, das 8h às 12h, em postos específicos que você pode conferir no site da prefeitura.


O calendário com a faixa etária e data para a vacinação está disponível no site da Prefeitura Municipal.

1. Policlínica Regional Sérgio Arouca: Rua Vital Brasil Filho, s/n, Vital Brasil.
2. Policlínica Regional Carlos Antônio da Silva: Av. Jansen de Melo, s/n - São Lourenço.
3. Policlínica Dr. João da Silva Vizella: Rua Luiz Palmier, 726-Barreto.
4. Policlínica Regional de Itaipu: Avenida Irene Lopes Sodré - Itaipu.
5. Policlínica Regional Dr. Guilherme Taylor March: Rua Desembargador Lima Castro, 238- Fonseca.
6. Policlínica Regional de Piratininga Dom Luíz Orione: Rua Doutor Marcolino Gomes Candau, 111- Piratininga.
7. Policlínica Regional Dr. Renato Silva: Avenida João Brasil, s/nº- Engenhoca.
8. Drive Thru UFF Gragoatá, posto na Rua Alexandre Moura, 8 - São Domingos.
9. Posto volante no Clube Central: Av. Jorn. Alberto Francisco Torres, 335 – Icaraí.
10. Posto volante no Colégio Gomes Pereira: Av. Rui Barbosa, 1250 – Largo da Batalha
11. Posto volante no Campo de São Bento: Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Icaraí (das 9h às 16h).

#UFFContraOCoronaVirus

Fonte: UFF

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Nasa extrai oxigênio respirável da atmosfera de Marte

Nasa extrai oxigênio respirável da atmosfera de Marte

É a primeira vez que processo é realizado em outro planeta. Procedimento prepara caminho para viagens tripuladas ao planeta, possibilitando sobrevivência de astronautas e produção de combustível para foguetes.

DW
22.04.2021

Superfície de Marte pelas lentes do rover Perseverance

A missão dos EUA em Marte alcançou outro feito pioneiro. O rover Perseverance conseguiu converter dióxido de carbono da atmosfera do Planeta Vermelho em oxigênio, anunciou a agência espacial americana Nasa nesta quarta-feira (21/04).

É a primeira vez na história que este processo é realizado em outro planeta.

O experimento, que aconteceu no dia 20 de abril, usou um equipamento batizado de Moxie, uma caixa dourada do tamanho de uma bateria de carro. O dispositivo usa processos elétricos e químicos para quebrar o CO2, gerando, assim, oxigênio. Também produz monóxido de carbono como subproduto.

Dez minutos de respiração
O procedimento não torna possível somente a respiração de astronautas que um dia venham a colocar os pés em Marte, mas pode vir a fornecer o oxigênio necessário em grandes quantidades para alimentar a propulsão de foguetes para uma viagem de retorno à Terra.

No primeiro experimento, foram produzidos 5 gramas de oxigênio, o suficiente para cerca de 10 minutos de respiração de um astronauta que realiza uma atividade normal. Serão realizados novos testes, visando aumentar o rendimento e testar a durabilidade do aparelho sob diversas condições.

A atmosfera de Marte é composta emcerca de 95% por dióxido de carbono. Os 5% restantes consistem principalmente em nitrogênio molecular e argônio. Oxigênio existe no planeta em quantidades insignificantes.

Na segunda-feira, a Nasa já havia conseguido fazer voar o mini-helicóptero Ingenuity em Marte por mais de meio minuto. O Perseverance pousou em Marte, portando o Ingenuity, em 18 de fevereiro, após uma viagem de sete meses a partir da Terra, em uma missão para buscar sinais fossilizados de vida microbiana que pode ter existido bilhões de anos atrás.

Fonte: DW

Os cinco principais mitos sobre Tchernobil

Os cinco principais mitos sobre Tchernobil

A área em torno da antiga usina nuclear na Ucrânia é segura para turistas? Houve recuperação total da natureza? Ou há lobos de duas cabeças? DW examina algumas das questões mais frequentes sobre Tchernobil.

Tetyana Klug
26.04.2021

Zona de exclusão de Tchernobil abriga dúvidas e mitos

Tchernobil é o maior desastre nuclear de todos os tempos?
O acidente da usina de Tchernobil, em 26 de abril de 1986, perto da cidade de Pripyat, no norte da Ucrânia, costuma ser descrito como o pior desastre nuclear da história. No entanto essa descrição sensacionalista é raramente explicada em maiores detalhes.

A Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (Ines) de fato classifica os eventos nucleares de zero a sete, entre acidentes, incidentes e anomalias. Desenvolvida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Agência de Energia Atômica da OCDE, ela foi introduzida em 1990.

O nível sete indica "acidente grave", envolvendo "grande liberação de material radioativo com amplos efeitos para a saúde e o meio ambiente, exigindo implementação de contramedidas planejadas e ampliadas". Tanto o acidente de Tchernobil como o de Fukushima, em 2011, foram categorizados assim (a Ines não prevê subcategorias).

Como explica Kate Brown, professora de ciência, tecnologia e sociedade do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), contudo, se o termo "desastre nuclear" não for só empregado para classificar eventos ou acidentes em reatores nucleares, mas também emissões radioativas causadas por humanos, então houve diversas ocasiões em que a contaminação nuclear foi maior do que a de Tchernobil.

Por exemplo, as usinas americanas e soviéticas que produziram o plutônio destinado à bombas nucleares "emitiram, cada uma, como parte de sua rotina diária de trabalho, pelo menos 350 milhões de curies [unidade de radioatividade] no meio ambiente circundante, e não foi um acidente".

"Vamos olhar, ainda mais grave, a emissão de resíduos radioativos na detonação de bombas nucleares nos testes realizados em todo o mundo. Basta um só isótopo, de iodo radioativo, que é nocivo à saúde humana, porque é absorvido pela tireoide, causando câncer ou outras moléstias dessa glândula."

"Tchernobil emitiu 45 milhões de curies de iodo radioativo em apenas dois anos de testes, em 1961 e 62. Os soviéticos e os americanos emitiram, não 45 milhões, mas 20 bilhões de curies de iodo radioativo." E esses testes, insiste Brown, não foram por acidente ou erro humano, mas intencionais.

Há mutantes na zona de exclusão?
Uma das perguntas mais populares aos guias turísticos na zona de exclusão, a área em torno do antigo reator nuclear, é se existem mutantes. Propagada por numerosos jogos de computador, filmes e livros de horror, essa noção é equivocada.

Denis Vishnevsky, diretor do departamento de ecologia, flora e fauna da Reserva da Biosfera Radioativa e Ecológica de Tchernobil, assegura que nunca viu lobos de duas cabeças nem roedores de cinco pernas: "A influência da radiação ionizante pode causar uma certa reestruturação do corpo, porém no mais do caso ela simplesmente reduz a viabilidade de um organismo."

Um exemplo é a alta mortalidade entre embriões de roedores, devido a defeitos genômicos que impedem o organismo de funcionar. Quando sobrevivem a fase intrauterina, esses animais por vezes portam deficiências que os impedem de subsistir em condições naturais.

Vishnevsky e seus colegas examinaram milhares de espécimes na zona de exclusão, mas não encontraram qualquer alteração morfológica inusitada. "Porque se trata sempre de animais que sobreviveram e venceram a luta pela sobrevivência", é difícil compará-los com cobaias expostas deliberadamente por cientistas a radiação nos laboratórios.

Cientistas examinam mutações nas espécies selvagens em torno da área do desastre nuclear

A natureza voltou a tomar conta do local do desastre?
Relatórios intitulados "Vida florescendo em torno de Tchernobil" e séries de fotos sugerindo que a zona de exclusão se transformou num "paraíso natural" podem dar a impressão de que a natureza tenha se recuperado. Após pesquisar o local do desastre durante 25 anos, contudo, a professora Brown é taxativa: "Isso não é verdade."

"É uma ideia muito sedutora, de que os humanos baguncem a natureza e tudo o que precisam fazer é se afastar, e a natureza se restabelece." Na realidade, os biólogos registram um número de espécies de insetos, pássaros e mamíferos menor do que antes do acidente.

O fato de algumas espécies ameaçadas de extinção serem encontradas na zona de exclusão não é prova de saúde e vitalidade da área. Pelo contrário: houve significativo aumento da taxa de mortalidade e redução da expectativa de vida da população animal, com o registro de mais tumores e defeitos imunológicos, distúrbios dos sistemas sanguíneo e circulatório e envelhecimento precoce.

Os cientistas têm atribuído a aparente biodiversidade à migração de espécies e à grande extensão do território. "A zona de exclusão compreende 2.600 quilômetros quadrados, e há ainda outros 2 mil quilômetros quadrados ao norte da zona de exclusão de Belarus", observa Vishnevsky.

"Há também áreas no leste e oeste onde a densidade populacional humana é extremamente baixa. Temos um gigantesco potencial para preservar a fauna selvagem local", a qual inclui linces, ursos e lobos, que precisam de muito espaço.

No entanto, mesmo 35 anos após o desastre, a terra ainda está contaminada de radiação, um terço da qual proveniente de elementos transuranianos com uma meia-vida de mais de 24 mil anos.

Tchernobil é segura para turistas?
A zona de exclusão já era um ímã para os turistas de catástrofes, mas em 2019, após o sucesso da minissérie da HBO Chernobyl, os números de visitas dobraram, para 124 mil por ano. A Agência Estatal da Ucrânia para Gestão da Zona de Exclusão estabeleceu uma série de rotas, permitindo aos turistas visitarem a região por terra, água ou ar.

Além disso, estabeleceu diversos regulamentos para proteger os turistas: eles devem estar cobertos da cabeça aos pés, não comer ou beber ao ar livre, e sempre seguir as trilhas oficiais. O Departamento Federal Alemão de Proteção Radiotiva calcula que a dose após um dia de visita não exceda 0,1 millisievert – aproximadamente a mesma absorvida durante um voo de longa distância entre a Alemanha e o Japão.

Certos tratamentos médicos expõem os pacientes a doses muito superiores, observa Sven Dokter, porta-voz da organização alemã de segurança nuclear Pesquisa Global de Segurança (GRS, na sigla em inglês): uma radiografia pélvica efetiva envolve de 0,3 a 0,7 millisievert, enquanto uma tomografia computadorizada do tórax chega a 4 a 7 millisieverts. Assim, uma visita à zona de exclusão não deveria representar danos, se os visitantes seguirem as regras e se ativerem ao tour oficial.

"Estamos bem longe das doses que exigiriam uma advertência contra tais visitas. Em média, cada cidadão da Alemanha recebe uma dose de 4 millisieverts por ano, a metade proveniente da radiação natural a que se está sempre exposto, a outra de procedimentos médicos padrão e de voos."

Em seu site, a AIEA tampouco expressa ressalvas: "Certamente se pode visitar a área de Tchernobil, inclusive a zona de exclusão, que é de o raio de 40 quilômetros em torno da usina, cujos reatores estão agora todos desativados. Embora alguns isótopos radioativos liberados ainda permaneçam na atmosfera (como estrôncio 90 e césio 137), os níveis são toleráveis por períodos limitados."

Alguns dos antigos moradores voltaram a Tchernobil

A área é habitada por humanos?
Hoje, Pripyat, a localidade fechada construída para servir a usina nuclear e abrigar seus empregados, costuma ser descrita como cidade-fantasma, assim como o município vizinho de Tchernobil. Contudo, nenhuma das duas tem estado totalmente vazia desde 1986. Milhares, principalmente homens, têm se hospedado lá, trabalhando em geral em turnos de duas semanas para manter funcional a infraestrutura básica de ambas as localidades.

Após a explosão do reator 4, os outros três seguiram operando, só sendo desativados em 1991, 96 e 2000. Unidades especiais do Ministério ucraniano do Interior patrulham a zona. Há também lojas e pelo menos dois hotéis em Tchernobil, sobretudo para visitantes de negócios.

Além disso, há um número desconhecido de habitantes não oficiais, entre os quais antigos residentes da área que optaram por retornar e se instalaram em lugarejos evacuados após o desastre. Entretanto, indagado pela DW sobre quantas pessoas vivem em Tchernobil, a resposta oficial da Agência Estatal para Gestão da Zona de Exclusão foi "ninguém".

Em 2016, estimava-se que 180 indivíduos vivessem em toda a zona de exclusão. Como eram principalmente idosos, esse número pode ter caído. Embora oficialmente só sejam tolerados, o Estado os apoia financeiramente no dia a dia, entregando-lhes suas pensões uma vez ao mês e fornecendo-lhes mantimentos a cada dois ou três meses, numa loja ambulante.

Fonte: DW

terça-feira, 27 de abril de 2021

Manuscritos do Mar Morto: inteligência artificial desvenda mistério

Manuscritos do Mar Morto: inteligência artificial desvenda mistério

BBC
26 abril 2021

CRÉDITO,KOLDERAL
Os pergaminhos foram encontrados pela primeira vez em cavernas perto do Mar Morto

Cientistas dizem ter conseguido mostrar pela primeira vez, com ajuda de Inteligência Artificial (IA), que dois escribas — e não apenas uma pessoa, como se acreditava anteriormente — escreveram parte dos misteriosos antigos manuscritos do Mar Morto.

Os testes foram realizados no texto mais longo dos antigos manuscritos do Mar Morto, conhecido como o Grande Pergaminho de Isaías.

Os pesquisadores descobriram que provavelmente dois indivíduos, cuja identidade permanece desconhecida, copiaram as palavras usando uma caligrafia quase idêntica.

Os pergaminhos, que incluem a versão mais antiga conhecida da Bíblia, têm sido uma fonte de fascínio desde sua descoberta, há cerca de 70 anos.

Os primeiros conjuntos foram encontrados por um beduíno em uma caverna em Qumran, perto do Mar Morto, onde hoje é a Cisjordânia ocupada por Israel.

Eles contêm manuscritos, a maioria escritos em hebraico, bem como em aramaico e grego, e acredita-se que datem de cerca do século 3 a.C.

O Grande Pergaminho de Isaías é um dos cerca de 950 textos diferentes descobertos nas décadas de 1940 e 1950. Ele é diferente de todos os demais textos por ser o único com suas 54 colunas são divididas em metades, escritas em um estilo quase uniforme.

CRÉDITO,UNIVERSITY OF GRONINGEN
Os pesquisadores usaram mapas de calor para examinar letras individuais

Pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, examinaram o Grande Pergaminho de Isaías usando IA e tecnologia de ponta para reconhecimento de padrões. Eles analisaram uma única letra hebraica, aleph, que aparece mais de 5 mil vezes no pergaminho.

Em um artigo publicado pelos estudiosos Mladen Popovic, Maruf Dhali e Lambert Schomaker, eles disseram que "conseguiram extrair os vestígios de tinta antigos conforme aparecem nas imagens digitais".

"Os traços de tinta antigos estão diretamente relacionados ao movimento muscular de uma pessoa e são específicos dessa pessoa", disseram eles, usando uma técnica que ajudou a produzir evidências de que mais de um escriba esteve envolvido no pergaminho.

"[O] cenário provável é [de que havia] dois escribas diferentes trabalhando juntos e tentando manter o mesmo estilo de escrita, mas [cada um] revelando sua individualidade."

Os pesquisadores disseram que a semelhança na caligrafia sugere que os escribas podem ter passado pelo mesmo treinamento em uma escola ou família.

Eles disseram que a capacidade dos escribas de "imitar" um ao outro era tão boa que até agora os estudiosos modernos não tinham sido capazes de distingui-los.

Fonte: EBC

Certificação de manejo florestal atrai produtores e empresários

Certificação de manejo florestal atrai produtores e empresários

Maíra Heinen - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
26/04/2021

Produtores e empresários brasileiros têm buscado demonstrar que trabalham com produção ecologicamente correta, socialmente justa e econômica. Ter um selo de certificação de manejo florestal pode dar essa garantia. Neste mês abril, o Brasil atingiu a marca de 7,9 milhões de hectares certificados. Entre 2010 e 2020, a certificação no país cresceu 40%, passando de 5 milhões para 7 milhões de hectares. Os dados são do FSC Brasil, sistema independente de certificação internacional.

A diretora executiva do FSC Brasil, Daniela Vilela, observa maior conscientização do público brasileiro com relação à origem do que está consumindo, apesar de ser ainda muito menor do que a preocupação existente em outras regiões do mundo. Já os empresários estão também preocupados com a aceitação no mercado internacional.
Edição: Leila Santos/Edgard Matsuki

Fonte: EBC

Live - Conheça os serviços do Sistema de Bibliotecas da UFF

Live - Conheça os serviços do Sistema de Bibliotecas da UFF

SDC
26 ABR 2021

O Sistema de Bibliotecas da UFF realizará no dia 30/04/2021 às 16h evento on-line ao vivo (live) de apresentação dos Sistema e dos serviços disponíveis para todos os usuários, com ênfase nos serviços digitais nesse momento de pandemia.

O evento é promovido pela Coordenação de Bibliotecas da Superintendência de Documentação (SDC), chefiado pela superintendente Déborah Motta Ambinder de Carvalho e será realizado em canal no youtube do Sistema de Bibliotecas UFF.

O Sistema de Bibliotecas da UFF vai "Muito além dos livros". Não perca!

"O Serviço de Referência abrindo as portas das bibliotecas"
Apresenta de forma sucinta o que é o serviço de referência e algumas de suas expressões. Enaltece conceitos e exemplos cômicos do cotidiano com o intuito de aproximar a comunidade acadêmica (e além dessa) das bibliotecas.
Palestrante: Leandro Martins Cota Busquet é Mestre em Ciência da Informação - UFF; Bibliotecário-Documentalista - UFF; Bacharel em Serviço Social - UFF.

“Fonte de informação científica: o repositório institucional da UFF”

No universo acadêmico, as fontes de informação fornecem a matéria para o desenvolvimento científico. Dentre uma variedade de suportes que incluem o livro, os periódicos e outros, a natureza digital dos repositórios institucionais possibilita a comunicação entre o fazer científico, sua comunidade e a quem mais interessar. Venha saber mais sobre essa ferramenta inovadora e como utilizá-la.
Palestrante: Maria Dalva Pereira de Souza
Bibliotecária da rede de biblioteca UFF - Biblioteca do Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior; Graduada em Biblioteconomia - UFES, com pós-graduação em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça - UFES.

“Orientação para Normalização de Trabalhos Acadêmicos e Ficha Catalográfica (FICA-ON)”

O serviço de orientação para normalização de trabalhos acadêmicos (monografias, teses e dissertações) é oferecido aos usuários do Sistema de Bibliotecas da UFF que necessitam de orientações quanto ao uso das normas da ABNT (referências, citações, sumário, apresentação e outras), para adequar a produção acadêmica aos padrões técnicos de formatação.

O Sistema de Bibliotecas também oferece o Gerador de ficha catalográfica on-line “FICA-ON”. A ficha catalográfica apresenta informações fundamentais do documento (autor, título, local, assunto e outras).

Palestrante: Verônica de Souza Gomes, Bibliotecária, atua na Biblioteca de Pós-Graduação em Geoquímica da UFF, Doutoranda em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela UFSCar, Mestre em Biblioteconomia pela UNIRIO.

A live ocorrerá no canal do Sistema de Bibliotecas UFF no Youtube:, através do link https://www.youtube.com/watch?v=7nCEbhyO5PQ

Fonte: UFF

segunda-feira, 26 de abril de 2021

CIEE-RJ oferece mais de 1,6 mil vagas de nível superior e médio; confira

CIEE-RJ oferece mais de 1,6 mil vagas de nível superior e médio; confira

As vagas estão distribuídas em diversos municípios do Rio

ODIA
26/04/2021 

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) está oferecendo 1.692 vagas nesta semana para o Estado do Rio. São, no total, 954 vagas de nível superior e 738 de nível médio. As oportunidades estão distribuídas em mais de 10 municípios do estado, como Niterói, Petrópolis, Duque de Caxias, Resende e Rio de Janeiro.
Além disso, a organização também recruta Pessoas com Deficiência-PCD. Nesse caso, os candidatos devem enviar currículo para o e-mail programapcd@cieerj.org.br.
Para as demais vagas, os interessados devem atualizar o cadastro no site do CIEE.

Confira as vagas abaixo:

ENSINO SUPERIOR: (954)
Barra Mansa – Administração (71), Arquitetura (7), Ciências Contábeis (28), Comunicação (10), Design (1), Direito (68), Educação (8), Enfermagem (5), Engenharia (7), Fisioterapia (2), Informática (9), Medicina Veterinária (1), Odontologia (1), Psicologia (1).

Campos – Administração (3), Direito (2), Engenharia (1).

Duque de Caxias – Administração (15), Ciências Contábeis (1), Direito (12), Engenharia (4), Farmácia (1), Informática (2), Medicina (2), Recursos Humanos (1).

Macaé – Administração (10), Comunicação (3), Direito (1), Educação (13), RH (1), Estética (1), Engenharia (7), Informática (1).

Niterói – Administração (9), Comunicação (3), Contabilidade (2), Direito (60), Educação (38), Engenharia (5), Farmácia (1), Informática (2).

Nova Friburgo – Administração (10), Economia (1), Comunicação (1), Informática (2), Farmácia (1), Educação (5).

Nova Iguaçu –Administração (39), Comunicação (7), Contabilidade (3), Direito (9), Engenharia (1), Educação (11), Informática (2).

Petrópolis – Administração (13), Arquitetura (1), Direito (1), Comunicação (6), Educação (2), Fisioterapia (1), Engenharia (1), Informática (1), Segurança no trabalho (1).

Resende – Administração (3), Fisioterapia (1), Direito (6), Enfermagem (1), Engenharia (2), Recursos Humanos (1).

Rio de Janeiro – Administração (126), Arquitetura (2), Arquivologia (2), Biblioteconomia (2) Ciências Atuariais (4), Comunicação (39), Ciências Contábeis (14), Ciências econômicas (7), Gastronomia (1), Logística (4), Design (4), Direito (27), Educação (29), Enfermagem (1), Engenharias (60), Estética (1), Farmácia (4), Informática (42), Medicina (3), Medicina veterinária (2), Nutrição (1), Psicologia (), Recursos Humanos (1), Segurança no trabalho (4).

Teresópolis – Administração (1), Educação (1).

Três Rios – Administração (12), Comunicação (2), Engenharia (3), Informática (1), Nutrição (1).

ENSINO MÉDIO: (738)
Barra Mansa – Aprendiz (64), Ensino Médio (100), Técnico em administração (7), Técnico em contabilidade (2), Técnico em Eletromecânica (1), Técnico em enfermagem (2), Técnico em informática (5), Técnico em Segurança do Trabalho (1).

Campos – Aprendiz (1), Ensino Médio (3).

Duque de Caxias – Aprendiz (18), Ensino Médio (11).

Macaé – Aprendiz (49), Ensino Médio (26), Técnico em design (1), Técnico em química (2).

Niterói – Aprendiz (54), Ensino Médio (19), Técnico em administração (1), Técnico em enfermagem (3).

Nova Friburgo – Aprendiz (6), Ensino Médio (3), Técnico em segurança do trabalho (1).

Nova Iguaçu – Aprendiz (44), Ensino Médio (35), Técnico em eletrônica (1), Técnico em informática (1), Técnico em enfermagem (2).

Petrópolis – Aprendiz (10), Ensino Médio (12), Técnico em design de interiores (1).

Resende – Aprendiz (6), Ensino Médio (6).

Rio de Janeiro – Aprendiz (117), Ensino Médio (95), Técnico em administração (2), Técnico em mecatrônica (1), Técnico em edificações (2), Técnico em radiologia (1), Técnico em informática (1), Técnico em turismo (2).

Teresópolis – Aprendiz (5), Ensino Médio (1).

Três Rios – Aprendiz (7), Ensino médio (5).

Fonte: ODIA

Brasileiro está lendo mais na pandemia, diz Sindicato dos Editores

Brasileiro está lendo mais na pandemia, diz Sindicato dos Editores

Hoje se comemora o Dia Mundial do Livro

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Brasília
23/04/2021

O Dia Mundial do Livro, comemorado hoje (23), apresenta dois quadros no Brasil: um muito positivo e outro preocupante, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre direitos legais.

“O quadro muito positivo é que o brasileiro está lendo mais. Desde julho do ano passado, as vendas têm crescido e continuaram crescendo este ano, o que, para mim, evidencia uma reconexão com o livro e com a leitura. É como se as pessoas descobrissem o prazer de ler, porque estão mais em casa, porque têm mais tempo. E ao redescobrir o prazer de ler, elas redescobrem o hábito da leitura; colocam o livro no seu hábito diário. Isso faz com que as pessoas leiam mais. Estão consumindo mais livros. Isso é super positivo”, disse Marcos da Veiga à Agência Brasil.

Preocupação
Os números revelados pelas pesquisas promovidas pelo Snel mostram todo o varejo online se movimentando para criar promoções e eventos com o objetivo de chamar as pessoas ainda mais para o livro. Em contrapartida, o lado preocupante é o das livrarias físicas, disse Marcos da Veiga. “Nos cerca de 14 meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as livrarias físicas passaram, pelo menos, metade desse tempo ou fechadas ou com muitas restrições, o que gera forte impacto econômico-financeiro”, disse.

De acordo com o presidente do Snel, o funcionamento precário das lojas físicas tem efeito também no próprio hábito do leitor, uma vez que impede as livrarias de chamar o público de volta para ter o prazer do convívio, de manusear os livros, de encontrar autores nos lançamentos de obras, de conversar com outras pessoas e com os livreiros. “Essa é a parte difícil da pandemia, que continua”, disse o presidente do Snel.

A pesquisa mensal do varejo realizada para o sindicato mostra a consistência das vendas do setor. No primeiro trimestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado, houve expansão de 25% em exemplares vendidos, com cerca de 12 milhões de livros, contra 9,6 milhões no acumulado de janeiro a março de 2020. Em valor, o aumento foi menor, e alcançou cerca de 15,5%. No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no mesmo período de 2020.

Segundo Marcos da Veiga, isso pode ser explicado porque se vendeu mais obras gerais e menos livros escolares, que são mais caros. Além disso, segundo ele, houve concentração no varejo online, que tem uma prática de descontos para o consumidor muito agressiva.

Pré-adolescentes
Embora o brasileiro esteja lendo mais em razão da pandemia, a pesquisa "Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Pró-Livro e relativa ao ano anterior, revela que pouco mais da metade dos brasileiros têm hábito de leitura (52%). Por idade, a pesquisa mostrou que a única faixa etária que ampliou o total de leitores foi a de crianças entre 5 e 10 anos de idade, que passou de 67%, em 2015, para 71%, em 2019.

Todas as demais faixas leram menos em relação à pesquisa anterior. Apesar da queda, a faixa etária que mais lê no Brasil é a dos pré-adolescentes de 11 a 13 anos de idade (81%, em 2019, contra 84%, em 2015). Em termos de escolaridade, os leitores com curso superior permanecem como os que lêem mais, mesmo com redução entre as edições da pesquisa (68%, em 2019, contra 82%, em 2015).

O presidente do Snel, Marcos da Veiga, confirmou que está ocorrendo um ressurgimento forte de livros juvenis, para faixa pré-adolescente de 11 a 13 anos de idade.

Marcos da Veiga disse que a crise contribuiu para a redescoberta da leitura. Para ele, a palavra, a partir de agora, não pode ser mais oportunidade mas, sim, responsabilidade. “Nós, enquanto indústria, precisamos manter o livro presente na vida das pessoas, precisamos entrar nas casas das pessoas através das mídias sociais das livrarias, das editoras, que são muito fortes. Isso nos permite estar convidando o leitor a conhecer mais livros, fazendo promoções”.

O presidente do Snel disse que quando as pessoas puderem circular mais livremente, a ideia é criar mais eventos com autores, “porque é sempre uma experiência muito bacana ter seu livro autografado e tirar foto com o escritor. Acho que essa é nossa responsabilidade. Acho que temos que aproveitar a crise e criar um mercado mais robusto, reconquistar um pouco o que a gente perdeu de 2015 para cá”.

Incentivo
Campanha das livrarias - Divulgação Leitura

A produtora de moda da agência de modelos Max Fama, Carolina Souza, promoveu um editorial para incentivar a criançada a aumentar o gosto pela leitura. Segundo Carolina, a leitura é fundamental “para atingirmos uma sociedade mais justa, igual, desenvolvida. E tudo isso começa com os pequenos”, disse, acrescentando que “o incentivo à leitura é uma obrigação de todos nós para que os nossos filhos tenham mais oportunidades na vida adulta”.

A pedagoga Bruna Duarte Vitorino, por sua vez, defende que a leitura com as crianças reforça os laços familiares e contribui para o desenvolvimento infantil.

Para deixar o momento da leitura mais gostoso, ela dá algumas dicas para os pais: Procure ler com frequência para a criança em casa; estimule brincadeiras sobre o livro lido, como desenhar a cena que mais gostou ou utilizar bonecos para reproduzir a história; utilize a história do livro para associar à vivência da criança, durante um passeio ao parque, ou chamando a atenção para algo que apareceu no livro, como uma flor, ou um trem, para incentivar uma conversa sobre o assunto e explorar o conhecimento adquirido com o exemplar; não force a leitura; escolha livros com um conteúdo pelo qual elas se interessem, para proporcionar um momento prazeroso em família; deixe os livros acessíveis para que a criança possa pegá-los a qualquer momento, mesmo que ela ainda não leia; deixe-a experimentar a sensação de folhear um livro e imaginar a história.

A pedagoga lembra que mesmo quando a criança já está conhecendo algumas palavras, “é importante cultivar esse momento de interação com as crianças”

Bruna Vitorino disse que além do desenvolvimento motor, a criança deve ser instigada à capacidade cognitiva, ou seja, a capacidade de interpretar os estímulos do ambiente para tomada de decisões. “Por isso, é importante introduzir a leitura desde os primeiros anos de vida”, recomenda.
Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC

Educação: 71% das instituições federais atingem o máximo de qualidade

Educação: 71% das instituições federais atingem o máximo de qualidade

Rio, Espírito Santo e Rio Grande do Norte tiveram melhores resultados

Karine Melo - Repórter da Agência Brasil - Brasília
23/04/2021

© Marcello Casal jr/Agência Brasil

Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande de Norte são proporcionalmente os estados com melhores resultados no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) 2019. O indicador, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nesta sexta-feira (23), mede a qualidade das instituições de ensino superior.

No três estados, respectivamente, 9,2%, 6,7% e 4,2% de suas instituições de educação superior atingiram faixa 5, que é a máxima no indicador. Do total de 2.070 instituições avaliadas, apenas 2,2% alcançaram essa faixa.

Já na faixa 4, segunda maior do IGC, Rio Grande do Sul (39,4%), Ceará (33,3%) e Distrito Federal (30,6%) foram os que obtiveram, proporcionalmente, o maior número de instituições. Considerando o total das instituições de educação superior avaliadas, 21,64% se enquadraram nessa faixa.

Dados gerais
Segundo o Inep, das 106 instituições de educação superior públicas federais com o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) 2019, 71% atingiram os conceitos 4 e 5 do indicador. Ao todo, os resultados foram calculados para 2.070 instituições (públicas e privadas), considerando os 24.145 cursos avaliados entre 2017 e 2019.

Do total de instituições que participaram da pesquisa, 87,1% (1.801) são privadas e 12,9% (269), públicas. A maioria (73,1%) é composta por faculdades, seguida dos centros universitários (15,6%) e das universidades (9,4%). Por fim, estão os institutos federais e centros federais de educação tecnológica, que, juntos, representam 1,9% das instituições de ensino com o índice atribuído nesta edição. A concentração na faixa 3 abarcou mais da metade das instituições avaliadas (63,77%).

Os dados divulgados hoje revelam ainda que das 1.507 faculdades com IGC, 83,4% delas ficaram nas faixas igual ou acima de 3. Já quando se trata dos 326 centros universitários, o percentual correspondente às três faixas de maior desempenho é de 98,5% (321). No caso das 197 universidades, 99% (195) alcançaram desempenho nas faixas de 3 a 5. Dos 40 institutos federais e centros federais de educação tecnológica, 65% (26) ficaram na terceira e 35% (14) na quarta faixa do IGC.

Regiões
Quando levados em conta apenas valores absolutos, a Região Sudeste apresentou o maior número de instituições com faixa 5. A região também é a que tem mais instituições com o IGC calculado, destacando-se Minas Gerais (265) e São Paulo (509). Este último lidera o conjunto de instituições mais bem avaliadas: são 16 na faixa 5 e 84 na faixa 4.

No Nordeste, Bahia e Ceará são os estados com a maior quantidade de instituições nas faixas 4 e 5 do indicador, sendo 27 e 19 instituições, respectivamente, participando desse processo avaliativo.

Já no Sul, destacam-se, com conceitos nas faixas 4 e 5 do IGC 2019, os estados do Paraná (48) e do Rio Grande do Sul (46). Nenhuma das instituições avaliadas das regiões Centro-Oeste e Norte atingiu a faixa 5 nesta edição. Contudo, o Distrito Federal é destaque no Centro-Oeste, com 15 instituições na faixa 4, enquanto o Pará é o estado da região Norte com maior quantidade de instituições nessa faixa.

Cálculo
Para o cálculo das 2.070 instituições de educação superior no IGC 2019, foram considerados os resultados do Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 24.145 cursos avaliados entre 2017 e 2019 e os dados de 4.679 programas de mestrado e doutorado oferecidos pelas instituições em 2019.

A conta matemática para chegar ao IGC leva em conta os seguintes aspectos: a média do CPC, considerando o último ciclo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) como referência; a média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu, atribuídos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na última avaliação trienal; e a distribuição dos estudantes entre as diferentes etapas de ensino superior (graduação ou pós-graduação stricto sensu).

Aplicação
Iniciativas como a Universidade Aberta do Brasil (UAB), o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (Parfor) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), utilizam o conceito do IGC como requisito, critério seletivo ou de distinção. Além disso, o indicador também é parâmetro para a distribuição de orçamento à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT) e serve como referencial nos processos de supervisão e regulação da educação superior, além de orientar a autoavaliação das instituições de ensino.
Edição: Maria Claudia

Fonte: EBC

Sistema imunológico de mulheres pode ser mais eficiente contra covid

Sistema imunológico de mulheres pode ser mais eficiente contra covid

Pesquisa da USP tenta explicar porque homens morrem mais da doença

Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional - São Paulo
24/04/2021 - 08:31

O sistema imunológico das mulheres pode ser mais eficiente contra o coronavírus que o dos homens. Segundo uma pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, essa é uma das possibilidades que pode explicar porque a taxa de mortalidade da covid-19 é menor entre as mulheres.

Os cientistas analisaram os dados genômicos presentes em bancos de dados internacionais e observaram que o sistema imunológico feminino produz uma resposta mais regulada, semelhante a de pacientes jovens, e que essa resposta ajudaria a ter desfechos clínicos menos graves.

Já os homens teriam um perfil genético que se assemelha mais ao dos idosos.

O estudo mostra que um dos diferenciais das mulheres está na capacidade delas em regular melhor o gene chamado IL-1Beta, que tem papel central em ativar processos inflamatórios. Só que a ativação em excesso pode causar reações muito fortes contra o próprio corpo da pessoa, o que levaria aos quadros mais graves de covid.

Otávio Marques professor do Instituto de Ciências Biomédicas comparou essa habilidade como um melhor controle do freio e do acelerador de um carro.

Além da IL-1Beta, o estudo mostrou que as mulheres também tem um controle melhor na ativação de outro gene que também promove inflamações, o CXCL8. O achado foi divulgado em novembro do ano passado e pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para covid-19.
Edição: Roberto Piza/ Sumaia Villela

Fonte: EBC

Período aberto para avaliação de serviços da UFF

Período aberto para avaliação de serviços da UFF

SCS
26 ABR 2021

A Controladoria Geral da União (CGU) lançou Plataforma Virtual para usuários avaliarem a prestação de serviços públicos. Esta é uma iniciativa da CGU em parceria com as Ouvidorias dos órgãos federais para abrir mais um canal de transparência e diálogo com a sociedade. Pela ferramenta, estudantes de graduação e pós-graduação poderão contribuir com sugestões para melhoria do atendimento na UFF.

Para fazer a avaliação, basta realizar login na plataforma da CGU até o dia 19/05. As enquetes tratam dos procedimentos de matrícula em cursos de graduação, assistência estudantil, obtenção de diploma de graduação, recebimento de bolsas de pesquisa ou de extensão, e o processo seletivo para cursos de graduação.

Poderão participar os estudantes de graduação e de pós-graduação que se voluntariem pelo site da CGU. A avaliação será feita por meio de enquetes on-line, de avaliações individualizadas dos serviços públicos prestados pela nossa Universidade.

Aqui na UFF, os alunos de graduação e de pós-graduação terão a missão de avaliar alguns serviços específicos e que com certeza têm impacto na vida de todo acadêmico, como: obtenção ou emissão de segunda via de diploma, recebimento de bolsa de pesquisa e extensão, além de outros.

Ajude a transformar o serviço público no Brasil. Para mais informações, acesse o site.

Fonte: UFF

Livro de professores da UFF sobre Ecologia Marinha marca o início da Década da Ciência Oceânica promovida pela ONU

Livro de professores da UFF sobre Ecologia Marinha marca o início da Década da Ciência Oceânica promovida pela ONU

Assessoria de I...
26 ABR 2021

Os oceanos cobrem cerca de dois terços da superfície terrestre; entretanto, ainda são pouco conhecidos e conservados. A proteção da vida na água é o tema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da Organização das Nações Unidas (ONU), que lançou oficialmente na última terça-feira (20), a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. O ano de 2021 marca o início dessa década, que vai até 2030, e visa conscientizar a população mundial sobre o papel dos mares, que influenciam o meio ambiente em questões fundamentais como a regulação do clima, produção de oxigênio, sequestro e armazenamento de carbono. A proposta é mobilizar agentes públicos, privados e a sociedade civil organizada em ações que favoreçam a saúde e a sustentabilidade dos oceanos. Para isso, estratégias de adaptação e decisões políticas inclusivas, participativas, globais e baseadas na ciência são fundamentais.

Nesse contexto, os biólogos e professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) Renato Crespo Pereira e Abílio Soares Gomes publicaram nesse mês de abril o livro ‘Ecologia Marinha’ pela editora Interciência, que reúne artigos sobre o ambiente marinho assinados por 53 autores – todos pesquisadores reconhecidos nos estudos das Ciências do Mar e ligados a diversas instituições brasileiras. “O livro foi idealizado a partir de apostilas elaboradas para os nossos alunos. Com base na coletânea de um material robusto, organizamos um conteúdo especializado e atualizado sobre Ecologia Marinha”, relata Abílio Soares.


Pesquisas recentes demonstram que os oceanos já estão extremamente impactados pela ação humana. Lixo e plástico foram encontrados até mesmo na costa de ilhas distantes e no ártico, o que mostra o quanto a questão da poluição é generalizada - Abílio Soares


Os pesquisadores explicam que um dos principais objetivos da obra é disponibilizar material didático na área de Ciências do Mar com exemplos da costa brasileira, e preencher uma lacuna na base da formação de recursos humanos da área. “Quando me formei, a ecologia marinha era estudada com exemplos de outros países, outros climas e outras latitudes. Nos últimos anos, houve um desenvolvimento marcante nos estudos da biologia dos mares do Brasil, e por isso reunimos bons materiais disponíveis em artigos científicos. Em Ecologia Marinha, disponibilizamos essas pesquisas nos capítulos. O texto tem um grande enfoque na caracterização de diferentes ambientes como praias, lagunas, mar profundo, costões rochosos, manguezais, entre outros, que são próprios da costa brasileira. Temos inúmeros exemplos que pretendem auxiliar no ensino em Ciências do Mar no Brasil”, narra Renato Crespo.

Segundo os autores, a publicação aborda assuntos básicos e alguns conteúdos que foram pouco debatidos em outras publicações da área. “A obra traz diversos aspectos da ecologia dos oceanos, desde pequenos organismos que vivem suspensos em coluna d'água, até peixes e grandes mamíferos. Reunimos capítulos sobre assuntos essenciais, mas que não são tratados somente de uma forma basal. O tópico sobre plânctons marinhos, por exemplo, é discutido em um nível de profundidade bastante atualizado. Também abordamos temas como “produtos naturais marinhos”, que utilizam a biodiversidade marinha como fonte de desenvolvimento e inovação em bioprodutos; e “ecologia química marinha”, que abordam as relações ecológicas que são mediadas quimicamente no mar. Esses são tópicos bem atuais e pouco explorados”.

"Levantamos um histórico importante sobre as iniciativas de conservação no Brasil e no mundo, o que dialoga com os debates sobre políticas públicas voltadas para a vida marinha que estarão em pauta mundial nos próximos dez anos. A contribuição do conhecimento científico nacional nesse contexto global da década dos oceanos é de grande importância para a preservação do ambiente marinho - "Renato Crespo


Outra questão relevante na publicação é a poluição e conservação dos mares. Os professores ressaltam que a degradação do ambiente marinho é responsabilidade do planeta Terra como um todo, já que os oceanos têm uma grande influência em importantes pontos de interesse coletivo como o clima terrestre. “Pesquisas recentes demonstram que os oceanos já estão extremamente impactados pela ação humana. Lixo e plástico foram encontrados até mesmo na costa de ilhas distantes e no ártico, o que mostra o quanto a questão da poluição é generalizada. A década dos oceanos foi estabelecida devido à necessidade de se tomar medidas políticas, institucionais e científicas para que se reverta esse quadro de deterioração dos oceanos. No último capítulo do livro, discutimos políticas públicas para a conservação do ambiente marinho, o que é uma inovação na bibliografia das Ciências do Mar”, complementam.

Para Renato e Abílio, a poluição e a conservação dos mares são assuntos urgentes. Os professores ressaltam que é fundamental haver uma década dedicada à resolução dos problemas que os oceanos vêm apresentando em função das ações do homem. “Em um livro sobre Ecologia Marinha, não poderíamos deixar de discutir essas questões. Levantamos um histórico importante sobre as iniciativas de conservação no Brasil e no mundo, o que dialoga com os debates sobre políticas públicas voltadas para a vida marinha que estarão em pauta mundial nos próximos dez anos. A contribuição do conhecimento científico nacional nesse contexto global da década dos oceanos é de grande importância para a preservação do ambiente marinho nacional”, acrescentam os autores.

O lançamento recente da publicação tem altas expectativas de retorno para os autores, principalmente considerando a aceitação da obra anterior, organizada pelos docentes em 2009. “Publicações especializadas que organizamos anteriormente foram adotadas em vários cursos de graduação e pós-graduação do país, além de concursos públicos para profissionais da área de Ciências do Mar. O livro 'Biologia Marinha', por exemplo, se transformou na base da formação de cerca de três gerações de profissionais da área”, completa Abílio. “Já o recente “Ecologia Marinha” possui um aprimoramento ainda maior, com um vasto material de imagens coloridas, o que facilita a visualização e compreensão de aspectos do mar. Acredito que esse foi um avanço significativo na produção do conteúdo, que contribuirá para a sua repercussão positiva tanto para a academia como para interessados no assunto”, finaliza Renato.

Fonte: UFF