sexta-feira, 29 de julho de 2022

Censo Demográfico 2022

Censo Demográfico 2022



A partir de 1º de agosto, o IBGE realizará o Censo Demográfico 2022.

Para obter informações oficiais do IBGE sobre o Censo consulte o site do Censo 2022

Para mais informações consulte os canais oficiais do IBGE no Facebook, Instagram, Twitter e Site.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Abusos cometidos por professores, uma triste realidade

Abusos cometidos por professores, uma triste realidade


Vinícius De Andrade -ColunaVozes da Educação
21/07/2022

Universitários Brasil afora relatam ofensas e ameaças por parte de docentes. Professores são acusados de, guiados pelo ego, fazerem com que alunos se sintam incapazes ou não merecedores de ocupar a vaga que conquistaram.

Estudantes têm medo de denunciar professores e sofrer retaliaçãoFoto: Fotolia/GVS

No início deste mês, um jovem baiano foi encontrado morto após sua banca de TCC. A gravação da apresentação não foi divulgada, mas, segundo relatos, uma professora que integrava a banca fez duras críticas à pesquisa do estudante e chegou a desmerecer toda a vida acadêmica do jovem.

Não estou culpando a professora pela morte do aluno e não irei entrar no mérito do caso em questão, até porque não tive acesso à gravação da apresentação. No entanto, o caso levou para fora dos muros da universidade uma velha questão para quem está dentro e que merece ser discutida: o assédio de docentes universitários na graduação e pós contra discentes e orientandos.

Nada do que irei escrever a seguir deve assumir uma figura de generalização, ou seja, nem todos os docentes são abusivos. Ouvi o relato de mais de 50 vítimas de abuso cometido por algum professor ou orientador, espalhadas por todo o país. Cada uma das palavras que irei escrever é fruto direto desses relatos, e espero fazer jus à confiança que depositaram em mim. Para preservar suas identidades, usarei pseudônimos.

Ofensas e ameaças
Existe uma cultura do docente como detentor do conhecimento e agente que merece mais respeito do que o aluno devido aos títulos que possui e às universidades internacionais em que se especializou. Isso cria um cenário propício a relações tóxicas e abusivas e torna, para muitos estudantes, difícil perceber abusos.

É comum acharem que se trata apenas do jeito do professor e que, por ser uma referência na área, ele tem o direito de ser grosso e depreciar os trabalhos do aluno, que faz isso para ajudar e que aceitar é sinônimo de respeitar. Nesse cenário, muitas vezes guiados por ego, é comum docentes fazerem com que seus estudantes se sintam incapazes ou não merecedores de ocupar a vaga que conquistaram, segundo relatos.

Notei um ponto em comum entre os relatos: quase todas as vítimas em algum momento foram, chamadas de burras em alto e bom tom, algumas vezes em público, ouviram a palavra "lixo" como definição de suas produções e tiveram suas trajetórias acadêmica desvalorizadas.

Pedro, estudante da UFABC, se lembra de uma professora que dizia coisas do tipo: "vocês nunca vão conseguir trabalho" ou "minha filha de 5 anos conseguiria fazer isso melhor que vocês". Nesses casos, o resultado em comum foi: se sentir constrangido, desvalorizado e cogitar abandonar a universidade. Alguns inclusive passaram a tomar medicamentos e fazer terapia após o ocorrido.

Há docentes que utilizam a mão de obra discente para tarefas que só beneficiarão os próprios professores. Para isso, geralmente lançam mão de ameaças, como corte de bolsas, e focam em estudantes de baixa renda, que precisam desses auxílios.

Hellen, estudante da UFPEL, já passou por essa situação: "Ele mandava eu digitar algumas coisas para ele depois da aula e dizia que poderia perder minha bolsa caso não fizesse. Disse também que, como professor da disciplina de TCC, estaria na minha banca e me daria zero."

Estudantes de baixa não sofrem apenas com a possibilidade do corte de bolsas. Débora, ex-aluna da PUC, passou por uma situação constrangedora: "Ao final da prova, sabendo que eu e um outro colega estávamos indo bem, ele nos abordou e disse que era muito bom ver alunos que realmente estavam interessados em estudar e não eram como aquele 'pessoal' do Fies e Prouni que não queriam saber de nada. Respondi dizendo que eu era aluna do Fies e meu colega do Prouni. Depois disso, sua postura mudou e se tornou mais distante."

Mulheres são as maiores vítimas
Um outro tipo de relato recorrente foi o de discriminação entre estudantes homens e mulheres e de como elas geralmente são as maiores vitimas de abusos dos mais diversos tipos.

Karen, ex-estudante de engenharia na UTFPR, sofreu muito por ser mulher em um curso historicamente machista. Já ouviu frases do tipo "você é menina, nem deveria estar aqui" e passou por situações de ser ignorada quando levantava a mão para tirar uma dúvida. Ela não está sozinha. Ouvi relatos de um professor do departamento de Química da USP de Ribeirão Preto que dizia: "Se as mulheres quiserem sair da aula e ir comer algo está tudo bem, porque o assunto que seria tratado é mecânica, e mulher não entende disso."

Para Karen, a situação foi além em uma disciplina no segundo semestre que serviria de base para o restante do curso. "O professor falava que, para eu passar na matéria, teria que acontecer uma troca de favores. Obviamente, reprovei." Precisou cursar a disciplina outra vez, e adivinhem? Era o mesmo professor, e a situação não melhorou: "Eu entrava e sentava o mais longe possível e só chorava, não conseguia olhar para ele, e a segunda reprovação veio. Eu estava para abandonar o curso da minha vida, o meu sonho, quando ele se tornou coordenador, e a matéria foi assumida por outro."

Com um professor diferente, cursando a disciplina pela terceira vez, ela foi aprovada. No entanto, o estrago estava feito para sempre: até hoje ela não se sente segura para atuar na área abordada.

Situação pior na pós-graduação
Na pós-graduação, a situação tem o potencial de piorar drasticamente. O contexto é favorável para isso: o contato com o professor, agora na figura de orientador, é mais constante. Além disso, o docente muito provavelmente é uma grande referência na área, com reconhecimento internacional, e tem influência o bastante para prejudicar toda a carreira, acadêmica ou na iniciativa privada, do orientando caso queira. Nesse cenário, não é incomum encontrar grupos de orientandos que estão doentes, sobrevivendo à base de remédio e tem crises de choro após reuniões.

Na pós, há uma maior arbitrariedade, subjetividade e abuso de poder nas tomadas de decisão entre os docentes. E isso acontece desde os processos seletivos. Ouvi o caso de um orientador da UNESP que, segundo relatos, há anos só aceita mulheres e faz parte de um grupo de docentes que competem pela orientanda mais bonita, até mesmo no decorrer da pesquisa. Ignorar ideias e opiniões do orientando seria uma prática comum.

Pedro, ex pós-graduando na USP, passou por uma relação abusiva com seu orientador: "Uma vez, em um evento, ele pediu que a gente passasse a camiseta dele, mas não tinha ferro lá e dissemos que a gente deveria ir à casa de alguém. Ele começou a gritar, como se fôssemos animais, para irmos logo." O cenário era de medo, chantagem emocional e ameaças: "Dizia que, se fôssemos embora, a gente estaria ferrado e que só iríamos conseguir as coisas debaixo da asa dele."

Medo de denunciar
Você pode estar se perguntando: por que não denunciam? Há muito medo de denunciar e sofrer retaliação, de ser reprovado nas disciplinas que o docente em questão leciona e de ser cortado de projetos, bolsas e outras oportunidades.

Além disso, faltam canais oficiais e imparciais para isso, fazendo com que quem tenta mudanças tenha a sensação de estar lutando sozinho. Falei com uma professora de uma universidade federal em Minas, que preferiu não expor o nome da instituição, que me contou que tentou implementar uma comissão de proteção às vítimas durante a investigação, no sentido de evitar que sofram retaliações, mas não encontrou apoio de seus colegas.

Na Unesp de Bauru, por anos que um professor em questão foi alvo denúncias de assédio de cunho sexual e nada aconteceu. Foi preciso que um grupo de alunas se mobilizassem para chamar a atenção da mídia para o caso. Somente depois disso a instituição se pronunciou, há algumas semanas, e disse que a investigação está sendo feita.

Gostaria de concluir este texto trazendo uma resposta para o problema, mas não tenho. A situação é incrivelmente problemática e enraizada. Talvez eu esteja sendo ingênuo, mas acredito que um bom caminho para a mudança seja começarmos a falar mais sobre o assunto, levando-o para fora dos muros dos departamentos e das universidades, e parar de banalizar as formas mais sutis e diárias que o abuso assume.

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Vozes da Educação é uma coluna quinzenal escrita por jovens do Salvaguarda, programa social de voluntários que auxiliam alunos da rede pública do Brasil a entrar na universidade. Revezam-se na autoria dos textos o fundador do programa, Vinícius De Andrade, e alunos auxiliados pelo Salvaguarda em todos os estados da federação. Siga o perfil do programa no Instagram em @salvaguarda1

O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.

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Se você enfrenta problemas emocionais e tem pensamentos suicidas, não deixe de procurar ajuda profissional. Você pode buscar ajuda neste site: https://www.befrienders.org/portugese

Fonte: DW

terça-feira, 19 de julho de 2022

Plataforma "Minha Biblioteca" - Informações Importantes

Plataforma "Minha Biblioteca" - Informações Importantes


Prezados(as) Usuários(as),

O formulário de acesso à Minha Biblioteca será fechado no dia 23/07, caso ainda queira acesso à Plataforma clique aqui.

Neste semestre, o acesso para alunos é válido até 07/08/2022, considerando o fim do período letivo em 30/07/2022, de acordo com o calendário acadêmico.

É válido lembrar que a licença dos alunos expira ao fim de cada semestre e, para receber o acesso novamente, é necessário preencher o formulário no início do período letivo. O acesso dos professores não expira.


segunda-feira, 4 de julho de 2022

Orientações para o período eleitoral - Postagens

Orientações para o período eleitoral - Postagens



Com o objetivo de atender às normas eleitorais, as redes sociais das Bibliotecas da UFF, de 2 de julho a 30 de outubro (em caso de segundo turno), sofrerão restrições, tais como: interação nas publicações e os conteúdos terão caráter estritamente informativo, de interesse da comunidade.

Dúvidas poderão ser encaminhadas por meio de mensagens, pelos canais disponíveis no Portal de Bibliotecas.UFF.


sexta-feira, 1 de julho de 2022

Aneel leiloa 13 lotes de transmissão de energia

Aneel leiloa 13 lotes de transmissão de energia


Investimentos devem chegar a R$ 15,3 bilhões

Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - São Paulo
30/06/2022

© Beth Santos/Secretaria-Geral da PR

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou hoje (30) um leilão para a construção, operação e manutenção de 5.425 quilômetros de linhas de transmissão e de 6.180 mega-volt-ampères (MVA) em capacidade de transformação de subestações. O leilão foi dividido em 13 lotes, com investimentos previstos da ordem de R$ 15,3 bilhões e geração de 31.697 empregos diretos em 13 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia.

As instalações de transmissão fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República.

As empresas vencedoras do leilão terão de concluir as obras entre 42 a 60 meses, contados da assinatura dos contratos. Já o prazo de concessão das linhas será de 30 anos.

O valor global da Receita Anual Permitida de referência (RAP máxima) a ser paga aos empreendedores é de aproximadamente R$ 2,2 bilhões.

A diretora-geral substituta da Aneel, Camila Bonfim, disse que o sucesso do leilão foi possível porque há um ambiente seguro e atrativo para investimentos no setor elétrico, construído ao longo de anos com governança bem estruturada, segurança jurídica, estabilidade e previsibilidade regulatória.

“Trabalhamos com regulamentos que incentivam a competição e a inovação para assegurar serviço de qualidade e tarifa justa. Vamos continuar com esse propósito que tem resultado no sucesso de leilões de transmissão”, garantiu.

O secretário adjunto do Ministério de Minas e Energia, José Roberto Bueno Júnior, afirmou que as obras concedidas hoje contribuirão de maneira relevante com a continuidade da operação confiável do Sistema Interligado Nacional, promovendo suprimento adequado aos consumidores de energia do país sempre em linha com a busca pela modicidade tarifária na indicação de novas soluções de expansão.

"As expansões leiloadas hoje são relevantes porque proporcionarão também a abertura da margem de conexão para empreendimentos de geração renovável no estado de Minas Gerais, cujo potencial para energia fotovoltaica se mostrou viável e com aproveitamento benéfico para o sistema elétrico brasileiro", destacou.

Veja o que foi arrematado:
O vencedor do Lote 1, que tem extensão de 1.269 km e potência de 1.350 MVA, abrangendo cidades nos estados de Minas Gerais e São Paulo, com a finalidade de expandir a capacidade de transmissão da Região Norte de Minas Gerais, foi o Consórcio Verde, pelo valor de R$ 283,3 milhões , com deságio de 47,34% sobre a RAP de R$ 538.002.334,19.

O vencedor do Lote 2 foi a NeoEnergia. Neste lote, a extensão é de 1.707 km, nos estados de São Paulo e Minas Gerais, com a finalidade de expansão da capacidade de transmissão da região Norte de Minas Gerais. O valor oferecido foi de R$ 360 milhões, o que representa um deságio de 50,33% sobre o valor de referência de R$ 724.733,986,08.

O Lote 3 foi arrematado por R$ 285,7 milhões, com deságio de 46,7% sobre o RAP de R$ 536.601.473,45, pelo CTEEP. A extensão desse lote é de 1.139 km, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com a finalidade de expansão da capacidade de transmissão da região Norte de Minas Gerais.

O Lote 4, que tem extensão de 217 km, no estado do Amapá, tem o objetivo de dar uma solução estrutural para aumento da confiabilidade do atendimento a Macapá, foi arrematado por R$ 38,893 milhões pela Zopone Engenharia e Comércio LTDA. O deságio com relação ao RAP (R$ 40.940.124,37) chegou a 5%.

Com extensão de 113 km, o Lote 5, que abrange os estados da Bahia e Sergipe, foi arrematado pelo consórcio Sterlite Brazil Participações por R$ 22 milhões, com deságio de 26,52% em relação ao valor de referência de R$ 29.941.042,18. A finalidade deste lote é a de aumentar a capacidade de transmissão e atendimento às cargas no estado do Sergipe.

O Lote 6, com potência de 600 MVA, no município de Guarulhos, em São Paulo, foi vendido por R$ 13,4 milhões para a CTEEP, com deságio de 59,21% em relação ao valor de referência de R$ 32.932.281,21.

O Lote 7, que deve atender ao crescimento de carga na região Sudeste do Pará, com potência de 450 MVA, foi arrematado pelo Consórcio Engie Brasil Transmissão, por R$ 6.484.596,00, o que representa um deságio de 59,9% com relação à RAP de R$ 16.171.062,27

O Lote 8, com extensão de 11 km, em Rondônia, e finalidade de integrar o Humaitá ao SIN, dando aumento da capacidade de atendimento à região de Porto Velho, ficou com a empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil que pagou R$ 12.252.258,58. O deságio foi de 38,57% com relação a RAP de R$ 19.946.015,82.

O Lote 9, que tem extensão de 505 km no Mato Grosso e Pará, para suprir as regiões de Cláudia e Novo Progresso e valor de referência de R$ 130.666.279,71, foi arrematado pela Sterlite Brazil Participações por R$ 87,6 milhões , com deságio de 32,96%.

O vencedor do Lote 10, com extensão de 159 km, em Santa Catarina, para atendimento elétrico à Região Oeste do estado de Santa Catarina e região Sudeste, bem como garantir o controle de tensão no Sistema de São Paulo, foi a Taesa com o valor de R$ 18,7 milhões, o que gerou um deságio de 47,96 % sobre o valor de referência que era de R$ 36.104.540,82.

O Lote 11, com extensão de 291 km no Mato Grosso do Sul, com potência de 300 MVA foi arrematado por R$ 38,2 milhões pela Neoenergia S.A.. Com relação ao valor de referência de R$ 70.406.099,76, o deságio foi de 45,74%.

O Lote 12, com extensão de 13 km e atendimento à região metropolitana de Manaus, no Amazonas, e valor de referência de R$ 32.306.394,47, foi vencido para Energisa Transmissão de Energia, pelo valor de R$ 17,6 milhões, com deságio de 45,26%.

O Lote 13, que fica no Acre foi vencido por R$ 22,4 milhões. Nesse caso, no qual a finalidade é o controle de tensão no sistema elétrico do estado do Acre, o valor de referência era de R$ 32.500.233,13 e o deságio foi de 31%, oferecido pelo Consórcio Norte.
Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC

Geladeiras devem exibir hoje nova etiqueta de eficiência energética

Geladeiras devem exibir hoje nova etiqueta de eficiência energética


Etiqueta indica diferença de consumo de até 30% entre produtos

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
01/07/2022

© 01.12.2011/Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A partir de hoje (1º), todos os refrigeradores que chegarem ao comércio brasileiro, fabricados nacionalmente ou importados, devem exibir a nova Etiqueta de Conservação de Energia Elétrica (Ence) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A nova etiqueta traz três subclasses, indicando diferença de consumo de até 30% entre os produtos mais eficientes. Além disso, introduz um QR Code que, no primeiro momento, vai remeter o consumidor ao status do registro do refrigerador, “se ele está ativo, inativo, suspenso ou cancelado”.

Segundo o chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnicos Científicos (Divet) do instituto, Hércules Souza, “na verdade, tem que estar sempre ativo. Significa dizer que aquele refrigerador atende os requisitos estabelecidos no regulamento e tem liberação aprovada pelo Inmetro para ser comercializado no mercado nacional”.

Hércules Sousa esclareceu que inicialmente, o QR Code vai fazer apenas o link com a página de registro, e o próprio consumidor poderá conferir o status do registro daquele refrigerador. Essa é a novidade que o Inmetro está implementando agora com a nova etiqueta. O chefe da Divet adiantou, entretanto, que existe um projeto em paralelo para dar robustez maior a esse QR Code.

Neste mês, o Inmetro vai contratar empresa que criará uma plataforma, em que não será gerada somente informação do status do registro da geladeira, mas também associará vídeos informativos para a utilização inteligente de refrigeradores, com dicas para o consumidor ficar atento e obter utilização eficiente do produto. Souza informou que o consumidor, a partir do QR Code, vai ser capaz também de acessar uma espécie de calculadora de gastos, para ter ideia do consumo e do valor monetário que terá na sua conta de energia pelo uso de um refrigerador mais econômico, em comparação a um aparelho menos eficiente.

Comparação
“Vai ser possível, usando os valores de cobrança de energia elétrica da região, definir de maneira mais qualificada financeiramente essa informação. E ele (o consumidor) poderá fazer outra coisa, que é comparar refrigeradores da mesma categoria em termos de volume. Ele poderá ainda dizer qual deles é o mais econômico, tem maior eficiência em termos energéticos e também monetários”. Segundo o técnico do Inmetro, a ideia é criar uma ferramenta a fim de promover ainda mais subsídios para a tomada de decisões do consumidor, usando a etiqueta de eficiência nacional de conservação de energia. A previsão é que a plataforma-piloto esteja pronta para ser testada até o fim deste ano. Os condicionadores de ar serão o segundo produto a ganhar QR Code na etiqueta.

A nova etiqueta para geladeiras introduz as subclasses A+++, A++ e A+ para classificar os modelos que consomem, respectivamente, menos 30%, 20% e 10% de energia do que o tradicional “A”. Com isso, o Inmetro pretende destacar para o consumidor qual o produto que realmente gasta menos energia e incentivar que a indústria adote novas tecnologias em seus produtos, para que se tornem mais eficientes. O comércio varejista tem prazo até 30 de junho de 2023 para continuar vendendo os produtos com a etiqueta antiga. “A gente espera, inclusive, que isso aconteça muito antes da data limite”.

Sousa disse ainda que muitos produtos foram etiquetados na lógica antiga e têm que continuar sendo fornecidos para o consumidor. Ele admitiu, porém, que já podem ser encontrados no mercado produtos com a nova etiqueta. “Muitos produtos já foram etiquetados. Ficou muito a cargo do próprio fabricante ou importador fazer essa mudança. Alguns já se anteciparam à data de 30 de junho de 2022 porque, a partir de 1º de julho, todos os refrigeradores têm que estar etiquetados na nova formatação, mas você poderá ainda encontrar essa convivência da etiqueta antiga com a nova porque, de fato, ele já pode ter escoado a produção para o comércio e não tem como trazer de volta para etiquetar de novo. Seria um duplo trabalho, e a gente não pode impor ao ente regulado”.

O consumidor deve estar atento para conviver com a etiqueta antiga, que fornece apenas a informação de categoria A. As subclasses inseridas agora qualificam melhor esse grupo de geladeiras que se encontra na categoria A. Caberá ao consumidor entrar em contato com o fabricante para tentar entender em que categoria, nessa nova etiquetagem, o refrigerador pode ser considerado. “A gente espera que 100% já estejam com a nova etiqueta, bem antes da data limite de 30 de junho de 2023’. O Inmetro estima que sejam poucos os fabricantes e importadores que ainda não tenham feito a mudança. “Porque interessa também a eles mostrar que o produto dele está em categoria de maior eficiência do que o A, que acabava englobando tudo, sem fazer diferenciação”.

Corrida
Souza reconheceu que haverá uma “guerra” entre os fabricantes para mostrar que o produto deles está no subgrupo A+++ e, portanto, supera os demais. “A etiqueta tem esse papel também de promover a busca por uma eficiência maior. Aí, os fabricantes acabam fazendo essa corrida para oferecer um produto de maior eficiência e, com isso, menor gasto energético, incentivado por uma indústria que adote novas tecnologias em seus produtos para tornar, nesse caso, refrigeradores, de fato mais eficientes. Essa é a ideia mesmo. A gente está provocando essa corrida contra o tempo, para o mercado oferecer refrigerador mais eficiente para o consumidor na ponta”.

O chefe da Divet destacou que o Inmetro conta com a ajuda do consumidor para agir contra fabricantes e importadores que não cumpram o prazo e mantenham geladeiras com etiqueta antiga após 30 de junho de 2023. “A gente pede ao consumidor que, iao dentificar esse problema, entre nos canais do Inmetro. A Ouvidoria é o caminho para fazer denúncias. Se ele encontrou no ponto de venda um produto que não está dentro da nova etiquetagem, a gente vai lá fiscalizar e autuar a empresa responsável por isso”. Souza assegurou que essa é uma prática irregular e mostra que o fabricante ou importador não está cumprindo as regras do regulamento. A parceria com o consumidor ajuda o Inmetro a coibir essa prática. A empresa pode ser autuada, ter o produto recolhido do mercado, além de sofrer multa, cujo valor é determinado de acordo com graus de dosimetria internos aplicados pelo Inmetro.

O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para refrigeradores foi atualizado em 2021, por meio da Portaria nº 332, que estabeleceu novas regras para a classificação da eficiência energética dos produtos, por meio da adoção de subclasses para que o consumidor possa identificar quais os modelos de fato mais eficientes dentro da classe A. Foram determinadas mais duas reclassificações, uma em 2025 e outra em 2030, em que o rigor para a classificação da eficiência energética vai aumentando gradativamente.
Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC

Professor da UFF é reconhecido pelo IEEE

Professor da UFF é reconhecido pelo IEEE


PROPPI
30 JUN 2022

No mês do Orgulho LGBTQIA+, o professor da UFF Bruno Lopes Vieira cedeu uma entrevista para o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, de sigla IEEE (pronuncia-se I-3-É), é a maior organização profissional do mundo. Leia na íntegra:

A Força Tarefa de Diversidade e Inclusão apresenta Orgulho em STEM, com Dr. Bruno Lopes Vieira, Professor da Universidade Federal Fluminense (IC/UFF) e pesquisador do FR∀M∃ Lab.

Nesta entrevista, o Dr. Lopes Vieira afirma que o respeito é inegociável. No início de sua carreira, os comentários foram passados ​​como piadas. São experiências como essa que destacam a necessidade de mais líderes LGBTQ+ se abrirem, para que estudantes e profissionais em início de carreira saibam que não estão sozinhos.

Continue lendo para mais momentos e insights do Dr. Bruno Lopes Vieira.

Por que você escolheu seu campo técnico atual?
Dr. Lopes Vieira A informática sempre me fascinou. Quando estava no ensino médio, comecei a aprender a programar e decidi seguir a carreira de Cientista da Computação. Logo no início da minha carreira de pesquisa, falhas de software chamaram minha atenção e foi bastante natural tentar entender como evitá-las. Decidi estudar sistemas baseados em lógica, e rapidamente fui absorvido pelas possibilidades ilimitadas: formalizar especificações, demonstrar propriedades, entender a complexidade dos problemas, projetar sistemas e ferramentas mais adequados... Sempre há algo novo para aprender e descobrir!

Como é um dia ou semana típico para você como professor?
Dr. Lopes Vieira Minhas semanas são principalmente divididas em aulas e pesquisas. A pesquisa leva à possibilidade de fingir que não existe rotina! Apesar de estar na universidade de segunda a sexta, sempre tenho algo novo para aprender e várias ideias para experimentar. Estar em contato com os alunos é uma grande parte da minha semana: as aulas são um bom lugar para voltar ao básico, e envolver os alunos em atividades de pesquisa permite que novas ideias surjam (é sempre bom ver os alunos se tornando independentes e desenvolvendo suas próprias carreiras ).

Qual foi o seu maior desafio profissional como membro da comunidade LGBTQ+ e como você o superou?
Dr. Lopes Vieira Garantir o respeito foi um desafio em algum momento. O mundo está cheio de preconceitos e não podemos fingir que isso acabou (não está nem perto de ser). Não é incomum (principalmente no início da carreira) ser desrespeitado em alguns comentários disfarçados de “brincadeiras”. Por isso a representatividade é tão importante. Estudantes e pesquisadores em início de carreira devem saber que não estão sozinhos e que não são obrigados a ouvir esses comentários. Isso é absolutamente desafiador, entender que você deve exigir ser respeitado.

Qual é um conselho que você pode dar a estudantes LGBTQ+ e profissionais em início de carreira?
Dr. Lopes Vieira Entenda que você não está sozinho. Entenda que você deve ser respeitado. Às vezes sabemos tudo isso, mas mesmo assim deixamos o preconceito nos enganar. Representação importa, procure grandes nomes LGBTQ+ em sua área e use-os como inspiração. Não tenha vergonha de quem você é, todo mundo é diferente, e a diferença é algo que torna o mundo um lugar bem interessante.

Quem é um modelo que você admira pessoalmente e por quê?
Dr. Lopes Vieira Meus orientadores: Edward Hermann Haeusler e Gilles Dowek (D.Sc.), Alejandro C. Frery (M.Sc.) e Eliana Silva de Almeida (B.Sc.). São profissionais brilhantes que me orientaram em pontos centrais do início da minha carreira. Aprendi rigor em ciência e ética com eles. Eles sempre me incentivaram e me apoiaram, e tento fazer o mesmo pelos meus alunos. Um conselheiro de apoio torna as coisas mais fáceis.

Há algum problema na indústria que a comunidade de computação precisa estar ciente?
Dr. Lopes Vieira Empregar pessoas sub-representadas não significa que você seja uma empresa inclusiva. A inclusão também requer tornar as pessoas confortáveis, seguras (ser e sentir) e respeitadas. As pessoas precisam que suas vozes e ideias sejam ouvidas e consideradas. Eles devem estar envolvidos na liderança, não apenas em posições de base.

Com base em suas experiências pessoais, qual é um passo que as empresas/universidades podem tomar para tornar o Stem mais acolhedor e inclusivo para os membros da comunidade LGBT+?
Dr. Lopes Vieira Dar visibilidade e representatividade (na verdade não só para a comunidade LGBTQ+ mas para todos os grupos sub-representados). É importante ver que existem mais pessoas como você e que algumas delas são grandes nomes em seu campo. Mas a tarefa mais difícil é garantir um processo de inclusão real e não apenas dar visibilidade a um grupo sub-representado, mas sem uma inclusão real no campo. Cada empresa/universidade deve entender seu cenário local, quais são os problemas e necessidades e só então planejar cada passo (não acredito em soluções gerais). Compreender a sua realidade local é o primeiro passo para a inclusão real.

Qual é uma coisa em seu campo ou dentro da computação que você está mais animado?
Dr. Lopes Vieira As possibilidades ilimitadas: tratamos as provas como objectos. A lógica formal lida com processos rigorosos de raciocínio, mas sempre há novos cenários e novas demandas em que os sistemas e ferramentas de prova podem ser inadequados. Temos que lidar com a expressividade e a complexidade e verificar se elas são adequadas para cada problema. Sempre temos algo novo para desenvolver e novas propriedades para investigar.

Sobre o Dr. Bruno Lopes Vieira:

Bruno Lopes HeadshotDr. Lopes é um homem gay, cis, que se assumiu como professor da Universidade Federal Fluminense em Niterói, Brasil. Seu marido pode ser visto acompanhando-o em eventos sociais.

Sua pesquisa é em lógica, mas também trabalha em campos aplicados. Seus interesses incluem prova de teoremas automatizada e interativa, linguagens de coordenação, lógica dinâmica, métodos formais, lógica modal, redes de Petri e teoria da prova.

Dr. Lopes também é coordenador do grupo de Interesse em Lógica da Sociedade Brasileira de Computação e fez parte do Comitê Diretivo da Sociedade Brasileira de Lógica.


Fonte: UFF