Nova pesquisa militar dos EUA no DARPA envolve os cristais do tempo
Por
Os
cristais do tempo, idealizados pelo ganhador do prêmio Nobel Frank
Wilczek em 2009 e comprovados no ano passado, são sistemas de átomos que
mantêm o mesmo comportamento periódico na presença de pulsos
eletromagnético. E o departamento de pesquisa e projetos avançados dos
Estados Unidos (Defense Advanced Research Projects Agency — DARPA) está
interessado, entre outras coisas, em utilizá-los como uma espécie de
unidade de armazenamento de informações e possível uso relacionado com a
computação quântica.
Chamado
de Driven and Nonequilibrium Quantum Systems (ou “Sistemas Quânticos
Conduzidos e Sem Equilíbrio” — DRINQS), o programa pode funcionar com
“aplicações para relógios atômicos, nos quais você tem um conjunto de
átomos vibrando para fornecer informações sobre o tempo”, comentou Ale
Lukaszew, o responsável pela pasta no DARPA, em entrevista ao Gizmodo. “Podem haver aplicações relacionadas à medição de coisas com uma primorosa sensibilidade nos domínios do tempo e do campo magnético. E nenhuma delas estão abertas para discussão”, disse, em tom de tecnologia militar confidencial.
O
que se sabe é que o DRINQS vai relacionar os cristais do tempo com a
mecânica quântica e os potenciais lugares onde a condução de um sistema,
com a adição de uma força pulsante eletromagnética regular, faça com
que os átomos assumam comportamentos mais estáveis do que teriam sem
pulso. Isso significa que eles seriam capazes de reter propriedades
durante um tempo mais longo, sem serem influenciados por um átomo
vizinho.
Pesquisa pode criar “relógios super precisos”
De acordo com o release do DARPA, "as equipes serão encarregadas de desenvolver novos protocolos para estabilizar a coerência em um sistema orientado e demonstrar conceitos de prova de princípio, que obtenham, pelo menos 10 vezes, e possivelmente 100 vezes, uma melhoria em relação aos limites padrão de coerência quântica".Uma das possibilidades é a criação de “relógios super precisos”, que poderiam ser muito úteis em lugares onde a gravidade atua com mais intensidade, onde o tempo passa mais devagar. Os cristais do tempo premitiriam medir diferentes efeitos gravitacionais com incrível exatidão. E isso seria capaz de, por exemplo, definir a posição de um objeto sem a necessidade de um GPS.
O teórico dos cristais do tempo, Frank Wilczek
Aliada à computação quântica, os cristais do tempo também poderiam ajudar a criar melhores imagens por ressonância magnética e assuntos ligados aos campos magnéticos, como a identificação da origem de rochas.
Ainda
que seja um programa militar, o DARPA afirma que o financiamento das
pesquisas em outras instituições podem ajudar em várias áreas da
ciência. O tema só fica secreto mesmo quando envolve armamento. “O que
será confidencial serão os resultados significativos em que DARPA pode
ver potencial potencial de transição para algo de interesse da defesa.”
Fonte: Tecmundo
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